Futebol de Formação - Discussão geral

FICHA DE JOGO:
Campeonato Nacional de Juniores - Fase Final - 4ª Jornada
Sporting Clube de Portugal 0-3 Futebol Clube do Porto

Data: 8 de Março de 2011
Hora: 15 h
Local: Academia Sporting Puma - Alcochete

Árbitro: João Roque - Portalegre

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL: 1- Luís Ribeiro; 2- Ricardo Esgaio; 3- João Freitas (15- William Carvalho, 40 min.); 4- Tiago Ilori; 5- Michael Pinto 'Mica'; 6- Afonso Taira; 7- Armindo Bangna 'Bruma' (16- Matheus Coelho, 61 min.); 8- João Mário Eduardo, 9- Alberto Coelho 'Betinho'; 10- José Lopes 'Zezinho' e 11-Agostinho Cá 'Deschamps' (17- Alexis Quintulen, 61 min.)
Treinador: Telmo Costa

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: 1- Tiago Maia; 2- David Bruno; 3- Romário dos Santos; 4- Hugo Sousa; 5-Ricardo Ferreira (13- Tiago Ferreira, 72 min.); 6- Paulo Jorge Pereira; 7- Christian Atsu, 8- Bacar Baldé; 9- Rafael Diniz 'Rafinha' (18- Joaquim Lupeta, 81 min.); 10- Eduardo Silva 'Edu' e 11- Fábio Nunes (17- Filipe Barros 'Pipo', 77 min.)
Treinador: Rui Pedro Gomes

Indisciplina: Ricardo Ferreira (63 min.) e Rafael Diniz 'Rafinha' (64 min.)

Resultado ao Intervalo: 0-1
Resultado Final: 0-3

Marcadores: Christian Atsu (18 min.), Fábio Nunes (57 min.) e Rafael Diniz 'Rafinha' (65 min.).

Melhores em Campo: Ricardo Esgaio (Sporting CP) e Paulo Jorge Pereira (FC Porto)

CRÓNICA:

As bancadas da Academia Sporting Puma, em Alcochete, engalanavam-se com a presença de várias personalidades de renome do Sporting, às quais também se associava também vários atletas de vários escalões de formação do Sporting e o seleccionador nacional sub-19, Hélio Sousa, que certamente seria um dos espectadores mais atentos a este aguardado duelo, que marcava a recepção do Sporting ao FC Porto, no primeiro clássico da temporada entre um dos grandes de Lisboa e os azuis-e-brancos.

Suscitava expectativas ao público mais a Sul a real valia deste FC Porto, que poderia esperar uma oposição à altura por parte do tricampeão Sporting, que encarava este clássico com um elevado sentido de responsabilidade inerente ao facto de não ter vencido as duas últimas partidas, frente a Naval e Gondomar, certamente não querendo ver aumentado o ligeiro atraso que possuía em relação ao dragão, que neste duelo poderia realizar uma franca abordagem à liderança.

Igualdade de parte a parte ao nível dos esquemas tácticos

A actuar no seu reduto, o Sporting entrava para esta partida com o esquema que adopta habitualmente, o 4x3x3, no qual se apresentava um quarteto defensivo composto por Ricardo Esgaio na lateral direita, acompanhando a dupla de centrais composta por João Freitas e Tiago Ilori, completando o sector o esquerdino Michael Pinto 'Mica'.

Mais adiantado no terreno, Afonso Taira assumia as missões mais defensivas do trio da intermediária, deixando o papel de apoio para João Mário Eduardo e a postura mais criativa para José Lopes 'Zezinho', que transportava futebol atacante para os três atletas que compunham a frente ofensiva, os extremos Agostinho Cá 'Deschamps' e Armindo Bangna 'Bruma', pela direita e esquerda, respectivamente, em apoio ao ponta-de-lança Alberto Coelho 'Betinho'.

Em relação ao FC Porto, o 4x3x3 também se impunha, com a diferença de a meio-campo se transparecer uma tentativa de conferir mais estabilidade ao futebol da equipa, não se vislumbrando um atleta com competências claramente criativas, posicionando-se como médio mais recuado Paulo Jorge Pereira, apoiado pelos interiores Bacar Baldé e Eduardo Silva 'Edu', que agregavam várias funções.

Uma delas passaria por surgir em apoio ao trio ofensivo composto por Christian Atsu na direita, Rafael Diniz 'Rafinha' sobre o eixo e Fábio Nunes pela esquerda. Mais atrás, na retaguarda, tomavam lugar os laterais David Bruno pela lateral direita, Romário dos Santos pela lateral esquerda, assim como a dupla de centrais formada por Hugo Sousa e Ricardo Ferreira.

1ª Parte: Desinspiração leonina contrasta com futebol muito prático dos dragões

Ao passar dos primeiros minutos do encontro crescia desde logo a sensação de que um conjunto apresentava maior clareza de ideias em relação ao seu oponente. De um lado, ao Sporting parecia denotar-se uma falta de clarividência que suscitava alguma preocupação, enquanto o FC Porto apresentava uma estrutura firme e mais prática, deixando uma imagem menos ofegante que o adversário que visitava às portas da capital.

Com o 'sinal +' do encontro a atribuir-se aos dragões, que exibiam um ataque assente em muita movimentação, criadora de problemas para a defesa leonina, sem grande surpresa o emblema visitante se colocava em vantagem, num lance em que Christian Atsu, muito mexido, conseguia mostrar-se mais lesto que a defensiva leonina, abrindo a contagem para um FC Porto que jogava de forma mais activa a partir de um conjunto mais pressionante que justificava a diferença no marcador.

Enquanto o Sporting procurava jogar de forma pausada, tentando descodificar a melhor forma de clarificar as suas ideias para a partida, o FC Porto mantinha-se em bom plano, deixando boas indicações a partir das suas alas ofensivas, nas quais Fábio Nunes e especialmente Christian Atsu se apresentavam em evidência, beneficiando várias vezes da movimentação de Rafinha, que muitas vezes também deambulava pelo corredor direito.

Após uma primeira meia hora de maior esclarecimento portista, o Sporting procurava o empate, tendo á passagem desse minuto 30 o médio João Mário procurado lançar Betinho, que com um bom movimento progrediu pela área para rematar à figura de Tiago Maia, que havia até essa altura sido pouco incomodado por um leão que se apresentava longe do seu potencial principalmente no seu meio-campo, onde de forma insistente somava perdas de bola perante a disponibilidade da pressão portista.

Em posição de desvantagem, o Sporting alterava o figurino., trocando posições nos seus ocupantes no flanco direito, actuando Deschamps como lateral direito, actuando Ricardo Esgaio na posição de extremo direito que lhe é muito familiar.

Ao nível defensivo, destacava-se a acção de João Freitas, que nos momentos de criação dos leões procurava adiantar-se ligeiramente no terreno, tentando trazer a bola jogável, tornando-se um apoio a um Sporting que tentava exercer superioridade de forma a igualar a contenda, como o tentava Ricardo Esgaio, que aos 37 minutos tentava rematar ainda fora da área a partir de uma diagonal, acabando por atirar por cima.

Pouco depois o Sporting sentiria uma contrariedade, vendo-se João Freitas obrigado a abandonar o terreno de jogo, entrando William Carvalho, que se incluía no meio-campo, deslocando João Mário para o eixo da defesa, ocupando assim a vaga do infeliz Freitas, que abandonava o relvado pouco antes do descanso.

Os verde-e-brancos dispuseram de mais uma ocasião até essa paragem, num lance em que Hugo Sousa efectua o corte para uma zona privilegiada na pequena área da qual Betinho rematou por cima com pouco discernimento.

2ª Parte: Demonstração de qualidade de um dragão de mais eficácia e nível com menos posse de bola

Iniciava-se a segunda metade com o Sporting a procurar chegar à igualdade, criando algum perigo aos 47 minutos, quando Ricardo Esgaio conseguia arrancar um bom cruzamento a partir da direita para o aparecimento de William Carvalho, que cabeceava para uma defesa segura de Tiago Maia, tendo oito minutos volvidos os azuis-e-brancos respondido por intermédio de Edu, que de livre não atirava longe, tendo Luís Ribeiro controlado a saída da bola.

Pouco tempo depois, mais precisamente dois minutos, o FC Porto ampliava a vantagem, num lance em que tirou superior proveito do pendor ofensivo leonino, tendo Paulo Jorge vislumbrado a desmarcação de Fábio Nunes, que pela esquerda tentou ultrapassar Deschamps, encontrou ângulo para rematar, o que fez de forma seca e certeira para o segundo golo da tarde, passando logo depois a gerir a posse de bola com competência e uma muito assinalável movimentação colectiva, dificultando ainda mais a acção leonina.

O Sporting voltava a mexer no seu conjunto, entrando os atacantes Matheus Coelho e Alexis Quintulen, tendo a entrada do argentino motivado o regresso de Ricardo Esgaio à lateral na tentativa de formar uma asa direita mais ofensiva, o que não resultou na prática, em contraste com o terceiro golo portista, que teria lugar aos 63 minutos.

Este golo do FC Porto seria, aliás, o melhor tento do encontro, no qual Paulo Jorge rouba a bola a Betinho, ultrapassando-o assim como mais dois sportinguistas junto à linha lateral, encontrando Rafinha, que com facilidade atirou em arco para um 3-0 que se explicava por uma performance de grande sentido prático dos dragões.

O FC Porto parecia especialmente perigoso em lances de transição ofensiva que colocavam a baliza sportinguista em perigo, como se verificaria aos 69 minutos, quando Edu acabou por procurar o chapéu, não convertendo aquele que poderia ter sido o quarto tento da sua equipa perante um Sporting que após ter estado alguns minutos sem visar a baliza de Tiago Maia voltava a tentar criar dificuldades num disparo de Alexis Quintulen, ao lado.

Esse remate sportinguista ocorreria pouco antes do FC Porto ter estado novamente perto de aumentar as diferenças, o que poderia ter sucedido aos 80 minutos, quando já com Pipo em campo, sobre o lado direito, e Christian Atsu na esquerda , o ganês serviu um isolado Rafinha, que no entanto rematou muito fraco.

Essa ocasião seria a última dos dragões no encontro, ao passo que o Sporting tentaria o golo mesmo sobre o apito final, num lance em que Alexis Quintulen cruzou para um cabeceamento de William Carvalho para a atenção de Tiago Maia, tendo o encontro terminado pouco depois, confirmando-se mais um triunfo do FC Porto, que se mantém na liderança da Fase Final, acompanhado pelo Vitória de Guimarães e pelo Sporting de Braga, esperando descolar dos seus adversários na recepção à Naval 1ºde Maio.

Em relação ao Sporting, que viu o fosso para os dragões crescer para quatro pontos, terá agora de enfrentar uma deslocação, esperando regressar aos triunfos na visita ao terreno da União de Leiria, em Santa Eufémia.

ANÁLISE INDIVIDUAL: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

1- Luís Ribeiro - Mesmo tendo sofrido três tentos, acaba por não ser culpado de nenhum deles, não tendo partido da sua acção o desaire da sua equipa.

2- Ricardo Esgaio - Merece a distinção de melhor leão em campo pela forma abnegada com que encarou a partida, tendo procurado sempre actuar muito adiantado como lateral, depressa passando para o lugar de extremo, onde se tornou o atacante em maior evidência na equipa.

3- João Freitas - Merecedor do 'prémio limão' deste encontro pelo azar de ter saído limitado do encontro ainda antes do intervalo, quando mostrava preocupação em sair a jogar, mas como toda o seu sector revelava dificuldades a defender.

4- Tiago Ilori - Responsável nos golos sofridos, como toda a defesa, destacou-se por alguns bons cortes em antecipação que efectuou, principalmente no segundo tempo.

5- Michael Pinto 'Mica' - Viu-se a braços com uma exibição de qualidade de Christian Atsu, o que o obrigou a redobrar a atenção, mantendo mesmo assim um nível aceitável, conseguindo alguns desarmes.

6- Afonso Taira - Pouco em foco na construção, manteve uma boa atitude na colocação no espaço quando em posição defensiva, tendo procurado manter coeso o meio-campo.

7- Armindo Bangna 'Bruma' - Muito longe das suas melhores tardes, acabou por entregar-se à marcação, não tendo conseguido produzir a perigosidade que lhe é conhecida pela ala esquerda.

8- João Mário Eduardo - Revelava-se um dos elementos em melhor condição a meio-campo quando se viu obrigado a actuar no centro da defesa, no qual manteve a voz de comando.

9- Alberto Coelho 'Betinho' - Tendo conseguido alguns remates na primeira metade, destacou-se pela forma como trabalhou e batalhou pela posse de bola.

10- José Lopes 'Zezinho' - Com pouco espaço para definir na construção, não perdeu a clarividência, tendo conseguido jogar de forma mais colectiva, tentando sempre entregar a bola jogável.

11- Agostinho Cá 'Deschamps' - Sacrificado por razões de ordem táctica, estava a ser dos atletas mais em foco pela sua constante entrega ao jogo tanto na posição de ala como de lateral, embora nesta segunda tenha concedido espaços indevidos.

15- William Carvalho - Entrou bem no encontro, tendo-se imposto bem a nível físico no meio-campo, tendo também sido o leão que mais próximo se encontrou do golo, com duas cabeçadas.

16- Matheus Coelho - Entrou para o lado esquerdo do ataque, mas acabou por se revelar inconsequente e pouco influente.

17- Alexis Quintulen - Mexido e voluntarioso, tentou trazer algo de novo à partida, tendo tentado o remate e conseguido arrancar bons cruzamentos.

ANÁLISE INDIVIDUAL: FUTEBOL CLUBE DO PORTO

1- Tiago Maia - Mesmo não tendo necessitado de fazer grandes defesas, deu mostras de uma forte atenção, que provou que a voz de comando e a estabilidade da equipa começavam pela baliza.

2- David Bruno - Fechou por completo o seu flanco numa prestação firme na qual brilhou mais pela impermeabilidade do que pelo pendor atacante.

3- Romário dos Santos - Representou um exemplo de competência pela esquerda, apresentando boa velocidade de execução e excelente 'timing' de corte que o tornou forte na marcação individual.

4- Hugo Sousa - Eficaz no corte e desenvolto em todo o seu processo defensivo, formou com Ricardo Ferreira uma dupla sempre em foco.

5- Ricardo Ferreira - Não se apontando grandes erros à dupla de centrais, evidenciou um estilo mais discreto que o colega, tendo abandonado o terreno de jogo face ao facto de se encontrar 'amarelado'.

6- Paulo Jorge Pereira - A sua exibição merece destaque pela forma como 'encheu' o meio-campo, tendo mecanizado com mestria todo o futebol da sua equipa pelo seu meio-campo, mostrando habilidade na visão de jogo, aproveitada nos golos, e eficácia na protecção defensiva, tendo raramente sido ultrapassado.

7- Christian Atsu - Mais uma prestação de grande nível por parte do extremo ganês, que deixou por inúmeras vezes a sua qualidade em desequilíbrios individuais por ambas as alas, apresentando uma qualidade técnica acima da média, o que faz assentar na perfeição um golo na sua exibição.-

8- Bacar Baldé - Sempre disponível, provou consistir num elemento de trabalho e de grande utilidade para a equipa, tendo subido no terreno com precisão com base no seu fulgor físico.

9- Rafael Diniz 'Rafinha' - Mostrou atributos nos seus movimentos de deambulação, que converteu de forma sucessiva pelo seu apreciável controlo de bola que permitia aos seus companheiros tornar o ataque ainda mais povoado. Bem a combinar com os seus companheiros, obteve também um golo.

10- Eduardo Silva 'Edu' - Não se revelando um '10' como a sua camisola indica, resultou numa espécie de '8 alterado' que funcionou com qualidade como fio condutor das linhas de passe.

11 - Fábio Nunes - Apesar de se ter exibido o elemento menos exuberante do ataque, combinou com os seus companheiros de ataque, desequilibrando nas suas competências no 1x1, que tornou dignas de maior realce com a obtenção de um golo.

13- Tiago Ferreira - Não estranhou o encontro, mantendo seguro o eixo da defesa e o seu sector impenetrável.

17- Filipe Barros 'Pipo' - Entrou sem complexos, tentando movimentar-se ao máximo pela direita do ataque.

18- Joaquim Lupeta - Tendo entrado a poucos minutos do final, apenas dispôs de tempo para impressionar pela sua respeitável condição física e pouco mais.

Texto: Rafael Reis

Juniores A goleiam Sporting em Alcochete

Depois de três dias antes ter derrotado o SC Braga, então líder isolado da fase final do Campeonato Nacional de Juniores A, a equipa Sub19 do FC Porto foi, esta terça-feira, a Alcochete vencer o Sporting, repetindo os números (3-0) da jornada anterior, com os golos dos azuis e brancos a serem apontados por Christian, Fábio Nunes e Rafael.

Dominadores praticamente desde o primeiro minuto, os Dragões atingiram o intervalo a vencer por 1-0, depois de Christian de ter provocado o balanço das redes leoninas aos 19 minutos de jogo.

A segunda parte revelou um FC Porto ainda mais soberano, dado posteriormente confirmado pelos golos de Fábio Nunes, aos 57 minutos, e de Rafael, oito minutos depois.

No campo n.º 1 da Academia de Alcochete, a equipa orientada por Rui Gomes alinhou com Maia, David, Romário, Hugo Sousa «cap.», Ricardo (Tiago Ferreira, 70m), Paulo Jorge, Christian, Bacar, Rafael (Lupeta, 80m), Edu e Fábio Nunes (Filipe, 75m).

Depois de disputadas quatro jornadas, o FC Porto lidera a fase final que apura o campeão nacional de Juniores A, somando nove pontos, os mesmo que V Guimarães e SC Braga, mas apresentando um melhor registo de golos marcados e sofridos (11-1).

Na próxima ronda, o FC Porto recebe a Naval 1.º de Maio às 15h00 de sábado.

Filipe Barros quer ser como Falcao

Com três golos marcados nesta fase final do Campeonato Nacional de juniores (dois ao Braga e um ao Leiria), Filipe Barros é uma das figuras da equipa de sub-19 do FC Porto. Com 18 anos, é um ponta-de-lança ágil e veloz que começa a cultivar uma relação especial com o golo. E a inspiração de Filipe Barros vem de Falcao. Tudo o que o colombiano faz em campo é observado pelo goleador dos juniores. "Da equipa principal do FC Porto, Falcao é a minha referência. Gosto muito de o ver jogar. E claro que um dia gostava de ser como ele", disse ontem Filipe Barros. Para já, assinala uma semelhança curiosa, que nem tem sido um obstáculo para alvejar as balizas. "Tal como eu, Falcao não é muito alto...".

Para o jogo de hoje com a Naval, o ponta-de-lança portista espera um resultado positivo. "Queremos vencer e somar mais três pontos, que são importantes para a luta pelo título de campeão. Todos os jogos são difíceis. Vamos tentar explorar os pontos fracos da Naval", explicou.

Filipe Barros começou a jogar futebol aos oito anos no Cristelo, de Paredes, e aos dez mudou-se para o FC Porto.n T.A.

Rui Gomes
Treinador

Com 11 golos marcados e apenas um sofrido (na única derrota na fase de apuramento do campeão, frente ao Guimarães), Rui Gomes é o treinador da equipa de sub-19 e hoje, com a Naval, quer assumir mais uma vez o papel de favorito. "A vitória com o Sporting deu-nos ainda mais confiança. De qualquer forma, a experiência neste campeonato diz-nos que qualquer equipa pode tirar pontos. A Naval foi empatar ao Sporting. Vamos tentar que prevaleça o nosso favoritismo", disse o treinador.

FCPorto-5 Naval-1 Comentário: Vitória incontestável dos dragões, que não deram hipóteses à Naval. Melhores em campo: Christian Atsu(FCPorto) e João Gomes(Naval 1º Maio)

Diogo Barroso escreveu:atsu

FC Porto goleia Naval e mantém liderança nos juniores

O FC Porto manteve a cadência na fase final do campeonato nacional de juniores e goleou hoje a Naval 1.º de Maio por 5-1, mantendo a liderança da prova. Christian foi o jogador em destaque nos jovens Dragões, ele que apontou três golos no jogo disputado no Estádio do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia.

Com boa circulação de bola e um ritmo alto, o FC Porto dominou a partida desde o apito inicial, construindo uma série de oportunidades de golo. Perante um adversário com o bloco muito baixo e a tentar o contra-ataque, os Dragões chegaram o intervalo a vencer por 2-1, com golos de Christian e Filipe.

Na segunda parte intensificou-se o domínio do FC Porto, que melhorou também na finalização, marcando por mais três vezes, duas delas pelo imparável Christian e outra por Flávio.

Com este resultado o FC Porto passou a totalizar 12 pontos em cinco jogos, tantos quantos o V. Guimarães.

FC Porto-Naval 1.º Maio, 5-1
Campeonato Nacional de Juniores A, 5.ª jornada (fase final)
12 de Março de 2011
Estádio do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia
Árbitro: Jorge Tavares (Aveiro)
Assistentes: José Costa e Hélder Pinto

FC PORTO: Maia; David, Hugo Sousa, Ricardo Ferreira e Romário; Paulo Jorge, Flávio, Edu, Filipe, Tozé e Christian.
Substituições: Tozé por Amorim (46 m); Flávio por Fábio Nunes (63m); Edu por Rafael (68m).
Não utilizados: Eloi, Tiago Ferreira, Bacar e Fábio Martins.
Treinador: Rui Gomes

Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Christian (12m, 57 e 86); Filipe (35m) e Flávio (62m)

FICHA DE JOGO:
Campeonato Nacional de Juniores - Fase Final - 5ª Jornada
Futebol Clube do Porto 5-1 Associação Desportiva Naval 1º de Maio

Data: 12 de Março de 2011
Hora: 15h
Local: Centro de Estágio e Formação Desportiva PortoGaia - Olival

Equipa de Arbitragem: José Tavares (árbitro principal), José Costa e Hélder Pinto (árbitros assistentes) - Aveiro

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: Tiago Maia; David Bruno, Hugo Sousa (Capitão), Ricardo Ferreira e Romário dos Santos; Paulo Jorge, Eduardo Silva 'Edu' (Rafael Diniz 'Rafinha', 67 min.) e António Carvalho 'Tozé' (João Amorim, int.); Flávio Moreno (Fábio Nunes, 63 min.), Christian Atsu e Filipe Barros 'Pipo';
Suplentes não utilizados: Elói Silva, Tiago Ferreira, Bacar Baldé e Fábio Martins;
Treinador: Rui Gomes

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA NAVAL 1º DE MAIO: João Gomes; Bruno Cardoso, Bernardo Marques, Julião e Tiago Xavier; Carlos Castro, Tuga, Rui Jacob (Nunito, 69 min.), Ricardo Pereira 'Ricardito' e Suíço (Cristiano, 52 min.); André Grou (Capitão)(Ruben , 83 min.);
Suplentes não utilizados: Mikas, Diogo, Rafa e Amarante;
Treinador: Miguel Carvalho

Indisciplina: Ricardo Ferreira (27 min.); André Grou (45 min.), Bruno Cardoso (78 min.);

Resultado ao intervalo: 2-1
Resultado final: 5-1

Marcadores: Christian Atsu (11, 56 e 86 mins.), Bruno Cardoso (34 mins, a.g.), Flávio Moreno (62 min.); Carlos Castro (28 mins, pen.);

Melhores em campo: Christian Atsu (FC Porto) e João Gomes (AD Naval 1º Maio)

CRÓNICA

Tão natural como a classificação das duas equipas. Os dragões, francamente superiores, venceram esta partida com toda a tranquilidade do mundo. Mesmo tendo empatado o jogo, a Naval nunca conseguiu ser uma ameaça. É, talvez, a equipa mais débil desta fase final.

Depois da vitória em Alcochete, os portistas pretendiam continuar no topo classificativo, se possível sem grande esforço. Todavia, o facilitismo nunca existiu. E o onze inicial é espelho disso mesmo: um trio de miolo com rotinas adquiridas, composto por Paulo Jorge, Edu e Tozé.

Os alas, com funções distintas, procuravam desequilibrar e permitir a subida dos laterais. Pipo esteve activo, mas infeliz na finalização. Da toada natural, só mesmo Ricardo Ferreira esteve alguns furos abaixo do seu normal.

Enclausurada na sua zona defensiva, restou à Naval adiar o inevitável enquanto pode. Os figueirenses - que hoje não contaram com Moita e Romeira - raramente conseguiram fazer transições ofensivas, sendo bloqueados por um meio-campo portista que cortou as pernas a todas as intenções do seu adversário.

Para além do guarda-redes - óptima exibição - na Naval salienta-se o médio -defensivo Castro, um jogador tecnicamente evoluído e possante, que está num patamar superior que os restantes companheiros de equipa.

Sobre o filme do jogo, o 'festival' dos desperdícios de Pipo começou aos 8 minutos: alívio insuficiente de João Gomes perante Ricardo, a bola ressaltou para o avançado portista que rematou muito por cima. Dominando em toda a linha, os visitados chegaram ao golo aos 11 com alguma sorte: a bola foi disputada entre Christian e Julião, e caprichosamente foi parar ao fundo da baliza.

Com o pé no acelerador, o Porto atacava em toda a linha. Nova oportunidade aos 14: Pipo respondeu atrasado a cruzamento de David, com um remate por cima desviado por Bernardo. As oportunidades sucediam-se, e houve cheiro de golo aos 22 minutos: jogada de Flávio pela direita, cruzamento ao segundo poste e Christian a ver o golo negado por Bruno Cardoso.

Sem 'saber ler nem escrever', a Naval chegou ao empate! André Grou arrancou pelo flanco direito, ganhou a Romário, e cruzou forte. Ricardo, de forma algo desconcentrada, viu a bola involuntariamente bater-lhe no braço. Na conversão do castigo máximo, Castro não deu hipóteses a Maia e empatou a partida.

Apesar deste percalço, os dragões nunca perderam o norte. E chegaram a nova vantagem aos 34 minutos, num auto-golo de Bruno Cardoso: Hugo Sousa subiu no terreno e causou desequilíbrio. A bola foi endossada para Flávio, que cruzou para o segundo poste onde Bruno Cardoso se atrapalhou com a presença de Pipo, e introduziu a bola na sua própria baliza.

O avançado portista continuava muito activo, e aos 44 minutos Pipo testou a segurança de João Gomes num remate de fora da área. Antes do intervalo falta feia de André Grou, com Tozé a testar novamente os reflexos de João Gomes.

Na segunda parte, o Porto entrou muito forte, tentando tirar as dúvidas do resultado de uma vez por todas. E conseguiu-o. Com Amorim em campo (mais '10' que Tozé) o Porto não tardou a criar oportunidades, e a concretizar a primeira delas aos 56': Flávio na esquerda foi a linha cruzar para a entrada vitoriosa de Christian, no meio.

Aos 59, porém, a Naval dispôs de flagrante oportunidade para reduzir: Ricardo Ferreira tropeçou em zona proibida e deixou André Grou isolado. O remate saiu por cima. Depois, aos 62 minutos, o Porto dilatou a vantagem. Boa combinação na direita entre Pipo e David, com o lateral a cruzar para a área onde apareceu Flávio a finalizar.

Com o jogo resolvido, assistiu-se a alguma anarquia. Rui Gomes aproveitou para testar modelos, colocando Pipo mais recuado no terreno e Rafinha como pivô móvel. Já com a equipa da Naval extenuada, as oportunidades sucederam-se a um grande ritmo: aos 70 Fábio Nunes rematou ao poste; aos 72 minutos, Pipo, num lance parecido ao de Belluschi no Olhanense - Porto, acertou na barra; e Rafinha, aos 74, viu João Gomes negar-lhe o golo.

Os dragões aceleravam para alcançarem a chapa '5'. Depois de Pipo ter desperdiçado na cara de João Gomes por duas vezes, 81 e 82 minutos, Christian fechou as contas do desafio no minuto 86, ao concluir na pequena área uma jogada de Amorim na esquerda.

Com este resultado os dragões seguem na dianteira, em igualdade pontual com o Vitória de Guimarães. Já a Naval é 'lanterna vermelha' com apenas um ponto, equivalente a um empate frente ao Sporting.

ANÁLISE INDIVIDUAL: FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Tiago Maia - Sem grande trabalho ao longo da partida, mostrou-se ainda muito seguro no bloqueio aos cruzamentos. Sofreu um golo em que, logicamente, está isento de culpas.

David Bruno - Entrou a todo o gás, com incursões ofensivas em tabelinhas com Christian Atsu. O ganês, com as suas movimentações interiores, proporcionava-lhe espaço e não se fez rogado. Cruzamentos, tabelinhas e muita correria fizeram dele um dos melhores em campo.

Hugo Sousa - Ao seu timbre, controlou bem os espaços e as movimentações de André Grou. Na retina fica a arrancada para o segundo golo, em que se acrescentou com mais um elemento do miolo e desequilibrou.

Ricardo Ferreira - Continuou a limpar o jogo aéreo sem dar hipótese, é certo, mas teve vários momentos de desconcentração: a grande penalidade é discutível mas 'pôs-se a jeito'; depois, uma escorregadela na segunda parte colocou André Grou isolado.

Romário dos Santos - Sem ter comprometido, pareceu algo fatigado em determinados momentos. Ainda assim na segunda parte foi aparecendo em espaços, com raides que causaram perigo pela esquerda. E também flectiu para o meio com êxito.

Paulo Jorge - Sempre preocupado em criar linhas de passe para a sua equipa, e bloquear as contrárias, realizou uma exibição tranquila e proveitosa em termos de ocupação de espaços. Nada a apontar.

Eduardo Silva 'Edu' - Na primeira parte esteve muito activo, aparecendo sempre em apoio recuado para garantir a circulação de bola. Pareceu algo desgastado e foi substituído com naturalidade. Missão cumprida.

António Carvalho 'Tozé' - Saiu um pouco da zona natural de um 'dez', pegando no jogo em linhas recuadas, e esticando-o como interior esquerdo/direito. Foi versátil na ocupação de espaços e altruísta na circulação de bola. A equipa agradeceu.

Flávio Moreno - Começou como ala esquerdo, com muitas diagonais. Depois foi para a ala contrária e acrescentou velocidade. No entretanto passou pela zona central e tabelou bem com os médios de penetração. Exibição vasta e conseguida, abrilhantada com um golo bem merecido.

Christian Atsu - Sem ter corrido muito, o ganês desequilibrou com muita naturalidade: a qualidade do seu toque de bola é indiscutível. Na direita, com acções interiores, foi fundamental na conquista de novos espaços. E na esquerda também não facilitou. Mais uma exibição de arromba: arrisca-se a ser o 'MVP' do campeonato.

Filipe Barros 'Pipo' - Tem todos os motivos para saborear a vitória, pois está sempre na zona necessária de finalização seja ao 2º poste ou mais recuado. E trabalhou muito bem como pivô, tabelando com criatividade. Sai com um 'ligeiro' amargo de boca: não marcou. João Gomes levou a melhor.

João Amorim - Excelente entrada em campo. Teve espaço para pautar o seu jogo, e acrescentou muita criatividade à equipa. Mais 'dez' que Tozé, assumiu o controlo da partida e orientou os colegas.

Fábio Nunes - No flanco esquerdo acrescentou a sua velocidade de ponta característica. Também na direita derivou com eficácia. Esteve perto do golo por duas vezes.

Rafael Diniz 'Rafinha' - Não esteve mal. Se fosse um jogador vulgar diríamos mesmo que esteve bem. Perdeu-se em 'rodriguinhos' excessivos e, apesar de ter logrado a finta por diversas vezes, faltou sempre algo.

ANÁLISE INDIVIDUAL: ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA NAVAL 1º DE MAIO

João Gomes - Não fosse ele e o resultado teria sido mais dilatado. Então na segunda parte brilhou com uma mão de excelentes defesas. Travou um duelo interessante com Pipo, e levou a melhor.

Bruno Cardoso - Alguma experiência no encarar dos lances, que valeram pontos à sua equipa. Mas perdeu frente aos alas portistas com naturalidade. Marcou na própria baliza, foi infeliz.

Bernardo Marques - Talvez o mais acertado da defesa. Esteve sempre na linha da bola e, em termos de bloqueio de espaço, teve sempre uma leitura correcta. Em termos de duelo individual perdeu, como era óbvio.

Julião - Fez um jogo de recuperações, procurando bloquear as entradas dos médios de penetração. Cumpriu na medida do possível.

Tiago Xavier - Começou mais avançado, quase como ala. Depois recuou e fixou-se como defesa. Em ambas as situações foi dos melhores da sua equipa, isto apesar de lhe faltar velocidade. Mas o toque de bola esteve lá: pormenores técnicos interessantes.

Carlos Castro - Ao nível dos jogadores de campo, foi o melhor da sua equipa nesta tarde: o médio defensivo realizou alguns cortes importantes, e obrigou os portistas a circularem para as alas. Tentou avançar no terreno, mas não lhe foi permitido. Jogador interessante.

Tuga - Não lhe faltou vontade e abnegação, é certo, mas nunca conseguiu levar a equipa para a frente. Foi engolido na teia de circulação de bola contrária.

Rui Jacob - Trocou várias vezes de posição com Tiago Xavier, com o seu colega a estar bem melhor. Preocupou-se em cobrir o flanco. No entanto sempre que Romário acelerou, o brasileiro levou a melhor.

Ricardo Pereira 'Ricardito' - Que correria desenfreada! Começou na direita mas cedo foi ajudar outros sectores. E nunca se cansou. Sem dúvida merecedor do prémio 'atitude' desta partida.

Suíço - O objectivo passava por actuar como médio de penetração, aproveitando o espaço deixado vago nas contas. Mas foi incipiente: faltou-lhe velocidade e capacidade de desequilíbrio, sobretudo.

André Grou - Correu muito, e pelos flancos causou algum perigo. Foi uma missão ingrata, recompensada com a conquista de uma grande penalidade. Dos melhores da sua equipa.

Cristiano - Nota-se, em certos pormenores, que é um jogador interessante, mas hoje passou ao lado do jogo, fruto do resultado estar feito quando entrou em campo.

Nunito - Ordenou algum miolo, mas a solução já não havia.

Ruben - Pouco tempo em campo impede uma avaliação precisa.

DECLARAÇÕES:

Rui Gomes (Treinador do Futebol Clube do Porto)

" Se atendermos ao facto que ganhamos por 5-1, podemos dizer que foi uma vitória indiscutível. Mas é preciso ver que a Naval empatou, e tivemos de nos aplicar a fundo. Lidamos bem com essa adversidade e conseguimos uma exibição de qualidade, traduzida numa margem dilatada."

Miguel Carvalho (Treinador da AD Naval 1º de Maio)

"Foi uma vitória natural da melhor equipa que vi a jogar esta época. O FC Porto é claramente superior a qualquer uma das outras equipas. Na primeira parte até fomos cumpridores, porém depois - e como eu já esperava - perdemos com toda a naturalidade. Já fizemos muito em chegar até aqui. Com as poucas condições de que dispomos temos feito verdadeiros milagres. Todo o grupo está de parabéns."

Texto: Gil Nunes

a.lopes escreveu:parecem clones do Varela, foda-se

FICHA DE JOGO:
Campeonato Nacional de Juvenis - 2ª Fase - Série B - 6ª jornada
Futebol Clube do Porto 2-1 Vitória Sport Clube

Data: 13 de Março de 2011
Hora: 15h
Local: Centro de Treinos e Formação Desportiva de PortoGaia - Olival

Equipa de Arbitragem: Hélder Ferreira (árbitro principal) Humberto Coelho e Henrique Portela (árbitros assistentes) - Aveiro

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: Luís Filipe; Carlos Macedo 'Carlitos' (Francisco Costa, 52 min.), Bruno Silva (Capitão), Rui Cardoso e Luís Rafael; Tomás Podstawski, Leandro Silva e Christian Afonso 'Kiki'; Fredéric Maciel (Bernardo Pessoa, 82 min.), Ricardo Costa 'Ricardinho' e Gonçalo Paciência (Luís Costa, 77 min.);
Suplentes não utilizados: Aldo Monteiro 'Kadu', Hugo Baldaia, Gerson Sousa e Pedro Tavares;
Treinador: Nuno Capucho

VITÓRIA SPORT CLUBE: Oliveira; Sal, Soares, Manuel Martins (Capitão) e Pedro Campos; Diogo Ribeiro (Bruno Moreira, 69 min.), Didi e Carlos; Danilo (Abreu, 82 min.), Almiro (Tiago, 63 min.) e Simão;
Suplentes não utilizados: Rui, Bruno, Pedro José e Mário Meira;
Treinador: Flávio Salgado

Indisciplina: nada a registar

Resultado ao intervalo: 0-0
Resultado final: 2-1

Marcadores: Gonçalo Paciência (61 min.), Fredéric Maciel(82 min.); Tiago (70 min.)

Melhores em campo: Luís Filipe (FC Porto) e Simão (Vitória SC)



CRÓNICA.

Resultado completamente injusto. O Vitória de Guimarães foi, a uma larga escala, a melhor equipa em campo esta manhã em Gaia. Então em termos colectivos, os vitorianos são claramente superiores aos dragões.

Estranha-se que não tenham ido mais longe nesta segunda fase pois, apesar da sua defesa algo débil (os centrais são o sector mais fraco), mostram-se uma equipa repleta de argumentos, e muito bem trabalhada por parte de Flávio Salgado. Individualmente, Simão é um caso à parte: tem uma multiplicidade de argumentos que fazem dele um avançado com grande futuro.

Todavia, do meio-campo para a frente, toda a equipa tem também qualidade. Mas quem segue para a segunda fase é o F.C. Porto. Todavia, os dragões terão de fazer muito melhor caso queiram entrar nas contas do título.

Hoje, no Olival, assistiu-se a um verdadeiro recital de passes repetitivos em profundidade, todos com um destinatário comum: Fredéric Maciel. É neste jogador que a equipa deposita todas as esperanças pois, de resto, as ligações entre os sectores estão mal oleadas, e as soluções não são amplas.

E a experiência de se colocar Rui Cardoso a defesa central não se tem revelado produtiva: trata-se de um jogador com rotinas de médio, que se prejudica claramente em pisar terrenos que não são próprios do seu ADN natural, de muita qualidade, refira-se.

Num jogo dominado pelos vimaranenses, só em profundidade os portistas iam levando a "água ao seu moinho". Apesar de a receita ser simples, o que é facto é que a defesa visitante nunca foi capaz de a contrariar devidamente.

Aos 3 minutos deu-se a primeira oportunidade do jogo: lançamento longo para Fredéric, cruzamento para a área onde Tomás e Ricardinho não conseguiram desfeitear o guardião Oliveira, que se mostrou bastante ágil ao parar ambos os remates. Aos 10, numa bola parada, Gonçalo ao segundo poste rematou com algum perigo.

Com maior circulação de bola, o Vitória fazia subir a sua linha média, e facilmente chegava à área contrária. E lentamente começou a acreditar: aos 20 minutos pediu-se grande penalidade no Olival.

Livre de Almiro do lado direito, e Manuel a rematar contra Bruno Silva, ficando a dúvida se a bola bateu ou não na mão do jogador. Na resposta, mais uma jogada em profundidade: Fredéric ganhou a Pedro Campos mas os seus colegas, em grande correria desde zonas recuadas, não conseguiram chegar à emenda.

Aos 35 minutos assistiu-se a uma das melhores jogadas do encontro: Simão, com bastante técnica, deixou por terra os dois centrais e isolou-se. Porém, o remate do vitoriano saiu fraco, e defensável para Luís Filipe.

Depois, aos 38, Didi, num livre directo, testou novamente a segurança do guardião portista. Antes do intervalo deu-se o 'falhanço' da manhã: lançamento longo (mais um) para Fredéric, cruzamento pronto e, na pequena área, Kiki mandou para as nuvens. Não se falha!

Na segunda parte o Vitória avançou ainda mais sobre os dragões, em busca de uma vantagem que nesta altura já se justificava. Depois de Didi e Manuel terem dado os primeiros avisos, o Vitória dispôs de duas grandes oportunidades: a primeira aos 47: falha de Rui Cardoso e Almiro a isolar-se, valendo Luís Filipe, com uma boa mancha, a evitar o golo; e a segunda aos 49 quando Simão, depois de 'sentar' Bruno Silva, rematou em arco à barra.

Cada vez mais próximo do golo esteve Almiro, aos 52, que cabeceou com perigo para nova boa intervenção de Luís Filipe. Os vitorianos avançavam a todo o gás, mas surpreendentemente acabaram por sofrer o golo inaugural. Aos 61 minutos, Soares não atacou a bola e deixou-se antecipar por Francisco Costa. O extremo cruzou atrasado e Gonçalo, de pé esquerdo, não deu hipóteses a Oliveira.

Apesar de estar a vencer, o Porto continuou sem rumo nem norte, com um jogo muito confuso e sem ligações sólidas. E o Vitória cresceu cada vez mais. Aos 68 novamente Simão, após livre de Pedro Campos, a estar muito perto do golo. Contudo o mais do que merecido empate apareceu aos 70 minutos: canto de Didi e Tiago, ao segundo poste, a fuzilar autenticamente Luís Filipe.

A dez minutos do fim, continuava o Vitória na mó de cima. Aos 73 Didi entrou bem na área, mas rematou de forma muito tosca para defesa de Luís Filipe. Com boa circulação, o Vitória deixava 'ko' o seu adversário, que com muita fortuna chegou à vitória já ao cair do ano.

Soares avançou no terreno e perdeu o esférico para Rui Cardoso. O passe foi rápido para Luís Costa, que serviu Fredéric, de cabeça, fazer o resultado final. A machadada podia ter sido ainda pior. Totalmente galvanizada no ataque o Vitória desguarneceu-se, deixando Bernardo e Ricardinho isolados. Valeu Oliveira a defender.

Num jogo de futebol com alguns motivos de interesse, resultado completamente injusto para os vitorianos, que mereciam ter ganho sem discussão. Arbitragem regular de Hélder Ferreira. Quanto ao Porto, terá de fazer muito melhor caso queira deixar boa impressão na fase final.



ANÁLISE INDIVIDUAL: FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Luís Filipe - Não fosse ele e o FC Porto não teria ganho o jogo. Do rol das suas intervenções saliente-se duas, em que teve a calma suficiente para contrariar os adversários que estavam 'cara-a-cara'. O melhor dos dragões.

Carlos Macedo 'Carlitos' - Sem fio de jogo, perdeu-se em duelos individuais, com maior ou menor êxito. Sem ser um jogador de profundidade, Almiro causou­-lhe alguns sobressaltos pela forma como leu o jogo.

Bruno Silva - Ultrapassado por diversas vezes por Simão, fosse em drible rápido ou em rotação. Perdeu com o vimaranense, talvez o melhor adversário que encontrou pela frente esta temporada.

Rui Cardoso - Apesar da sua 'boa vontade', o que é certo é que não está minimamente adaptado à posição de central. Falhou intercepções com frequência, sobretudo em profundidade. Quando a bola lhe chega aos pés sabe fazer circula-la. É médio de raiz.

Luís Rafael - Tem uma qualidade individual inquestionável. Sem estar a ser devidamente rentabilizado impressiona pela forma como faz circular a bola, e também pela inteligência com que rouba a bola aos adversários. Sempre bem.

Tomás Podstawski - O melhor jogador de campo dos dragões nesta manhã. Ocupação de espaços perfeita, criação de linhas de passe irrepreensível, e compensação à defesa, sobretudo em dobras. Jogador com maturidade elevada para a sua idade.

Leandro Silva - Sofreu com a falta de desenho colectivo da sua equipa, ficando um pouco à margem do processo ofensivo. Mas tem qualidade para nunca comprometer. Na segunda parte foi chamado à lateral direita, cumprindo.

Christian Afonso 'Kiki' - Muito participativo e batalhador, correu quilómetros e desgastou o miolo contrário. Nem sempre os passes em profundidade lhe saíram bem, assim como as finalizações (ao minuto 40, aquela bola não se falha). Mas não teve um 'farol', tal como toda a equipa.

Fredéric Maciel - Jogador indispensável para os dragões na fase final. A equipa faz dos seus lançamentos longos em profundidade o seu 'abono de família', e espera alto rendimento deste jogador na fase final. Uma 'Fredodependência' excessiva. A culpa não é do jogador.

Ricardo Costa 'Ricardinho' - O jogo pouco lhe chegava e, para conquistar o seu espaço, foi recuando no terreno com naturalidade. Tentou canalizar o jogo para a dianteira, mas o meio - campo vimaranense tapou-lhe as intenções.

Gonçalo Paciência - Recuou para o miolo, e rasgou com passes em profundidade para Fredéric. A receita foi repetitiva, mas o 'cozinheiro' tem muita qualidade. Saiu muito fora da zona de concretização, contudo inaugurou a contenda ao minuto 61. Decisivo.

Francisco Costa - Deu alguma actividade ao flanco esquerdo, e obrigou Sal a recuar. Aproveitou a desatenção de Soares para oferecer o primeiro golo a Gonçalo.

Luís Costa - Na única acção de jogo, ofereceu o golo a Fredéric Maciel. Cruzamento preciso.

Bernardo Pessoa - Entrou e ofereceu um golo a Ricardinho. Oliveira defendeu.



ANÁLISE INDIVIDUAL: VITÓRIA SPORT CLUBE

Oliveira - Excelente guarda-redes. Apesar de muito alto, tem boa destreza e agilidade a jogar com os pés. Aos 3 esteve em grande, impedindo golos consecutivos a Tomás e a Ricardinho. Sem culpas nos tentos sofridos.

Sal - Numa defesa que é o ponto mais fraco da equipa, Sal parece ser o mais cumpridor. Soube impedir as correrias em profundidade do seu adversário e, sobretudo, jogar em antecipação. Sempre que pode deu dinâmica ofensiva à equipa.

Soares - Esteve mal nos dois golos, sobretudo no primeiro quando não atacou o esférico. Não fez uma boa exibição, estando também débil na execução do fora-de-jogo. Faltou-lhe um melhor rendimento.

Manuel Martins - Sem brilhar, esteve mais agressivo que o seu colega de sector, interceptando algumas bolas pelo chão. Contudo, sempre que foi atacado, foi ultrapassado com frequência.

Pedro Campos - Não teve argumentos para parar Fredéric Maciel, sobretudo em velocidade. Algo desatento no fora-de-jogo, a sua equipa ganha pontos ao nível do seu toque de bola, e cobrança de bolas paradas.

Diogo Ribeiro - Pressionou a zona intermediaria dos dragões, e obrigou o adversário a recuar e a jogar em profundidade. Cortou várias linhas de passe, e levou a sua equipa para a frente. Em bom plano.

Didi - De toque simples e prático, foi determinado nas transições rápidas e combinações eficazes com os alas e o avançado. Desenhou lances ofensivos com criatividade. Dos melhores vitorianos neste jogo.

Carlos - Sem ter tido grandes acções de desequilíbrio individual, foi participativo 'q.b' na circulação de bola e pressing em zona alta. Exibição valorosa.

Danilo - Boa técnica e velocidade, causou mais estragos no flanco esquerdo em diagonal. Respondeu aos anseios da equipa com dinâmica constante. Podia ter marcado.

Almiro - Sem ter optado por acções de profundidade, destacou-se pela leitura de jogo a toda a largura do campo. Fez vários passes longos conseguidos, bem como passes curtos para o miolo. Isolado, ao minuto 47, podia ter feito bem melhor.

Simão - Grande jogador! De drible curto muito rápido, e rara capacidade de rotação, trata-se de um jogador de enorme potencial, com facilidade em desembaçar-se dos adversários com pouco espaço, ou também em velocidade. A observar muito atentamente.

Tiago - Entrou bem na partida - muito dinâmico - e marcou um golo em que não se fez rogado: tiro determinado ao segundo poste!

Bruno Moreira - Procurou ligar os sectores do miolo e da linha avançada durante o tempo em que esteve em campo.

Ruben - Pouco tempo em campo impede avaliação precisa.

Texto: Gil Nunes

Iniciados A: SC Beira-Mar 1-4 FC Porto


Na Zona B decorria-se a 2ª jornada da 2ª Fase do Nacional de Iniciados, na qual o FC Porto somou a sua... 2ª vitória, tendo batido o Beira-Mar, que procurava surpreender um conjunto que ainda não soma qualquer desaire esta temporada, conseguindo cedo os dragões provar que não seria Aveiro o palco da primeira derrota, abrindo o marcador aos 8 minutos por Sérgio Ribeiro, tendo a equipa da casa conseguido ainda ripostar aos 32 minutos, igualando por intermédio de Ricardo.

No entanto, aos 35 o atacante Tiago Garcia 'Schuster' repunha a vantagem portista que se tornava mais ampla após o golo de Rúben Macedo aos 38, fechando-se os números do triunfo dos dragões já em cima do minuto final, com mais um tento de Schuster.



FICHA DE JOGO.
Campeonato Nacional de Iniciados - 2ª Fase - Zona B- 2ª jornada
Sport Clube Beira-Mar 1-4 Futebol Clube do Porto

Data: 13 de Março de 2011
Hora: 11 h
Local: Estádio Mário Duarte - Aveiro.

Árbitro: Carlos Amado - Leiria

SPORT CLUBE BEIRA-MAR: Rafa; Sousa, Ricardo, Fábio Maio e Filipe Melo; Hugo Custódio, Miguel Bastos, Ramalho e João (Steven, 50); Aurélio e Ribeiro (Lucas, 66).
Treinador: Alberto Rainho.

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: João Costa; Joel (Emanuel Alves, 48 min.), João Cunha, Bruno Duarte e Raul Tavares; Diogo, Cléver França (Luís Mota, 64 min.) e Rui Moreira; Sérgio Ribeiro, Rúben Macedo e Tiago Garcia 'Schuster'.
Treinador: José Tavares.

Indisciplina: Ricardo (33 min.), Diogo (62 min.), Miguel (71 min.), Filipe Melo (72 min.). Alberto Rainho (treinador, 71 min, expulso); Bruno Duarte (61 min.),

Resultado ao intervalo: 1-2.
Resultado Final: 1-4

Marcadores: Ricardo (32 min.), Sérgio Ribeiro (8 min.) Tiago Garcia 'Schuster' (35 e 72 mins.) e Rúben Macedo (38 min.)

RESULTADOS DA FORMAÇÃO

Confira os resultados dos escalões de formação do futebol portista conseguidos no fim-de-semana.

Campeonato Nacional de Juniores B, 2.ª fase, Zona 2
FC Porto-V Guimarães, 2-1
(Gonçalo, 61m; Frederic, 80m)

Campeonato Nacional de Juniores C, 2.ª fase, Série B
Beira-Mar-FC Porto, 1-4
(Sérgio Ribeiro, 7m; Tiago Garcia, 35 e 72m; Rúben Macedo, 40m)

Campeonato Distrital de Futebol de 7 (Sub10 A)
Rio Ave-FC Porto, 2-3

Campeonato Distrital de Futebol de 7 (Sub10 B)
FC Porto-Leça FC, 8-1

SORTEIO DO NACIONAL DE JUVENIS

Foi sorteada a Fase Final do Nacional de Juvenis

Conheceu-se o alinhamento para a fase final do Campeonato Nacional de Juvenis, cuja primeira jornada decorrerá no dia 3 de Abril, tendo o sorteio desta decisiva fase do Nacional de sub-17, que teve lugar nesta tarde pelas 16 horas no Auditório Manuel Quaresma, na sede da Federação Portuguesa de Futebol, revelado dois encontros de muita curiosidade para abrir a competição, disputando-se um aliciante 'derby' lisboeta entre Benfica e Sporting e um 'duelo de dragões' entre FC Porto e Padroense.

Eis o resultado do sorteio:
1 - Sporting CP
2 - SL Benfica
3 - FC Porto
4 - Padroense FC