Futebol de Formação - Discussão geral

FC PORTO VENCE SPORTING E ESTÁ A UMA VITÓRIA DO TÍTULO

O FC Porto bateu esta tarde o Sporting por 3-1, em jogo da 11.ª jornada do campeonato nacional de juniores e está agora a apenas uma vitória de garantir o título nacional, quando faltam disputar três jornadas.

Agora com sete pontos de vantagem sobre os leões, segundos classificados, os jovens portistas podem já no dia 27, na Figueira da Foz, frente à Naval, confirmarem o títlo nacional, bastando para isso uma vitória. Os outros jogos que ficam a faltar aos dragõezinhos são a recepção ao Gondomar e a deslocação à Luz.

No jogo que juntou as duas melhores equipas do campeonato, o FC Porto foi superior e, acima de tudo, muito mais efectivo na conclusão dos lances, beneficiando do apoio de 3300 adeptos que lotaram as bancadas do centro de treinos.

Depois de um arranque de jogo em que o Sporting, a quem só a vitória interessava, tentou jogar no meio-campo adversário, o destino do jogo começou a definir-se aos 20 minutos, quando Christian arrancou um formidável pontapé de fora da área, fazendo a bola entrar junto ao ângulo, sem hipóteses de defesa.

O FC Porto jogava melhor, criava situalções de finalização, em especial por intermédio do criativo Tó Zé, que, por duas vezes, ofereceu o golo a Rafa e Flávio, que falharam a finalização.

Na segunda parte o Sporting tentou contrariar o destino, mas Tiago Ferreira, aos 58 minutos, concluiu de cabeça um livre de Tó Zé. O Sporting ainda reduziu, por intermédio de José Lopes, aos 68 minutos, mas o jogo ficou resolvido quando Pipo conluiu ao segundo poste um excelente contra-ataque de Tozé.

Ficha de Jogo

FC Porto-Sporting, 3-1
Campeonato Nacional de Juniores A, 11.ª jornada (fase final)
16 de Abril de 2011
Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia
Árbitro: Rui Fernandes (Viana do Castelo)
Assistentes: José Moreira e Joião Dias

FC PORTO: Maia; David, Hugo Sousa (cap), Tiago Ferreira e Romário; Paulo Jorge, Flávio, Bacar, Tó Zé, Rafa e Christian.
Substituições: Rafa por Pipo (60 m), Flávio por Edu (67 m), Tó Zé por Amorim (90m).
Não utilizados: Eloi, André Teixeira, Fábio Nunes e Lupeta.
Treinador: Rui Gomes

Sporting: Luís Ribeiro, Leandro Albano, Juary, Tiago, Michael, Afonso Taira, William Carvalho, Ricardo Esgaio, João Mário, Alberto Coelho e José Lopes.
Substituições: William Carvalho por Armindo Bagna (46 m), Alberto Coelho por Agostinho Cá (60 m), Leandro Almeida por Matheus Coelho (86 m).
Não utilizados: Rafael Veloso, João Freitas, Mateus Fonseca e Cleber Pereira.
Treinador: Telmo Costa

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Christian 20m; Tiago Ferreira 58m; José Lopes 68m; Pipo 78m.

Cartões amarelos: Tó Zé 52m, Juary 63m, Agostinho Cá 80m.

RUI GOMES: “SOMOS UMA EQUIPA FORTE”

Rui Gomes, treinador da equipa de juniores, estava satisfeito com uma vitória que deixa o FC Porto a uma vitória do título, mas alertou que falta o último passo, para confirmar a vitória. “Ainda não somos campeões, o título só ficaria entregue se este jogo valesse cinco pontos. Temos três jogos; precisamos de ganhar um; estamos numa situação invejável. O segundo está a sete pontos e o terceiro a 11; isso demonstra que somos a equipa mais forte”.

Sporting agressivo
“O sporting foi uma equipa agressiva; pressionou-nos bastante; faltou-nos mais bola na primeira parte, factor em que melhorámos no segundo tempo. Sabíamos que estávamos em vantagem e soubemos jogar com isso. Os alicerces com que construímos esta equipa são os alicerces desta casa: solidariedade, coesão e qualidade”.

Campeão na Figueira
“Prefiro ser campeão o mais rápido possível; poderá não ser fácil termos muitos adeptos na Figueira da Foz, mas o mais importante é ganharmos esse jogo; depois podermos ter o jogo da consagração em casa, frente ao Gondomar”.

FICHA DE JOGO:
Campeonato Nacional de Juniores - Fase Final .
Futebol Clube do Porto 3-1 Sporting Clube de Portugal

Data: 16 de Abril de 2011
Hora: 16H
Local: Centro de Treinos e Formação Desportiva de PortoGaia - Olival

Equipa de Arbitragem: Rui Fernandes (árbitro principal) José Moreira e João Dias (árbitros assistentes) - Viana do Castelo

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: Tiago Maia; David Bruno, Hugo Sousa (Capitão), Tiago Ferreira e Romário dos Santos; Paulo Jorge, Bacar Baldé e António Carvalho "Tozé"(João Amorim, 89 min.); Flávio Moreno (Eduardo Silva "Edu", 65 min.), Christian Atsu e Rafael Diniz "Rafinha"(Filipe Barros "Pipo", 58 min.);
Suplentes não utilizados: Elói Silva, André Teixeira, Fábio Nunes e Joaquim Lupeta;
Treinador: Rui Gomes

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL: Luís Ribeiro; Leandro Albano (Matheus Coelho, 85 min.), Juary Soares, Tiago Ilori e Michael Pinto ; Afonso Taira (Capitão), João Mário Eduardo e William Carvalho (Armindo Bangna "Bruma", int.); Ricardo Esgaio, José Lopes "Zezinho" e Alberto Coelho "Betinho"(Agostinho Cá "Deschamps" , 58 min.);
Suplentes não utilizados: Rafael Veloso, João Freitas, Mateus Fonseca e Cléber Pereira;
Treinador: Telmo Costa

Indisciplina: António Carvalho "Tozé"(52 min.); Juary Soares(61 min.), Agostinho Cá "Deschamps"(80 min.);

Resultado ao intervalo: 1-0
Resultado final: 3-1

Marcadores: Christian Atsu(20 min.), Tiago Ferreira(58 min.), Filipe Barros "Pipo"(77 min); José Lopes "Zezinho"(66 min.);

CRÓNICA

O F.C.Porto está com as duas mãos no campeonato nacional, depois desta vitória frente ao Sporting. Só falta mesmo levantar a taça. Com três jogos pela frente, e uma vitória mais a ser necessária, só um cataclismo poderá tirar o título aos portistas. Inteiramente justo, diga-se de passagem.

Justo porque é a melhor equipa sub-19 da actualidade; justo porque tem o melhor treinador; Justo porque é a equipa mais equilibrada; justo porque, tal como o dólar, mesmo quando não está tão bem é sempre uma moeda forte; E justo também porque sabe aproveitar os erros do adversário. E hoje, na segunda parte, o treinador sportinguista cometeu vários, mexendo inexplicavelmente numa equipa que tão bem se estava a portar na primeira metade.

A quatro pontos do FC Porto competia ao Sporting arriscar. Por isso, Rui Gomes preocupou-se fundamentalmente em manter os equilíbrios de jogo, esperando que a ansiedade traísse os leões mais para a frente. No entanto, o meio-campo não funcionou conveniente, sobretudo porque faltou alguma capacidade de invenção de espaços para se promover a circulação de bola.

Mérito do Sporting, que na primeira parte foi a melhor equipa em campo, e desperdiçou três oportunidades claras de golo. Os leões entraram em campo num sistema de 4x3x3 que se revelou moldável, isto porque Zezinho soube derivar para o miolo, tornando-se mais um elemento nessas contas, e gerando superioridade em relação ao adversário. Na frente uma referência que os colegas sempre reconheceram: Betinho, hábil no jogo aéreo (sobretudo), bem servido pelas alas, com cruzamentos constantes.

O ponto mais forte residia, contudo, nas transições. Não eram necessários muitos toques na bola para os leões chegarem ao ataque, e tal ficava ainda mais rápido quando a bola partia dos pés de João Mário Eduardo: a velocidade de raciocínio do número 8 impediu, por muitas vezes, que a equipa do FC Porto se recompusesse em termos defensivos.

A chave do jogo residiu, todavia, na segunda parte. Apesar de estar na mó de cima, o Sporting encontrava-se a perder, mas nada justificava a alteração efectuada: é um facto que o Porto subiu de rendimento, mas a colocação de Bruma em campo tirou força ao meio-campo que, desnorteado, foi perdendo fulgor com naturalidade.

Com a retirada de Betinho a situação ficou mais complicada, ficando o Sporting sem qualquer referência no eixo de ataque: Esgaio e Bruma, chamados à posição '9', foram presas fáceis para os contrários. Em suma, foi um Sporting forte que se autodestruiu, e deixou o adversário astuto roubar-lhe as energias.

A primeira oportunidade do jogo aconteceu aos 2: Michael Pinto, na esquerda, cruzou largo para a área onde Betinho, em antecipação, rematou ligeiramente ao lado. Logo de seguida um livre directo de João Mário Eduardo motivou intervenção atenta por parte de Maia. Só dava verde, com as movimentações dos médios interiores para a ala a causar perigo, naquela que costuma ser uma imagem de marca dos dragões.

Aos 16 minutos novamente Betinho perto do golo: Taira foi à esquerda e cruzou largo, com a cabeçada do camisola "9" a sair ligeiramente ao lado. E aos 18' deu-se uma oportunidade ainda mais clamorosa: Tiago Maia, numa reposição infeliz, pôs a bola nos pés de João Mário Eduardo. Muito rápido, o médio isolou Ricardo Esgaio que, frente ao guarda-redes, rematou de forma disparatada. E quem não marca...sofre!

Que grande golo de Christian Atsu! A jogada começou com um lançamento longo para Flávio no flanco esquerdo. O ala flectiu para o meio, e passou a Christian. O ganês, num gesto de plena inspiração, rematou a cerca de 25 metros da baliza, e a bola só parou no ângulo superior esquerdo da baliza à guarda de Luís Ribeiro. Um golo monumental, que solucionou muitos dos problemas dos dragões nesta tarde.

O Sporting teve, nos dez minutos posteriores a sofrer o golo, o seu período menos bom na primeira parte. Aproveitou o F.C.Porto, que construiu duas boas oportunidades para marcar: aos 23' cruzamento de Tozé na direita e Rafinha, no meio dos centrais, cabeceou à figura; e aos 26' novamente Tozé, agora de calcanhar, a isolar Flávio, que desviou em demasia a bola de Luís Ribeiro.

Na resposta, o Sporting quase empatou: nova transição rápida da responsabilidade de João Mário, passe para a direita para Esgaio, que imediatamente serviu Betinho. Na cara do golo, uma saída corajosa de Maia valeu o empate. O Sporting parecia reorganizar-se, e perceber que a vantagem adquirida pelos dragões era injusta.

O perigo continuou verde: aos 33 minutos, cruzamento largo de Zezinho e Betinho, ganhando aos centrais, cabeceou por cima. Sempre um perigo, Betinho teve a sua grande oportunidade aos 39': o cruzamento de Taira foi bem medido, o avançado ganhou a posição a Tiago Ferreira e, quando os visitantes gritavam golo, uma espectacular defesa de Maia manteve a vantagem.

E que grande defesa! O intervalo terminou com nova ameaça leonina: João Mário passou por dois adversários e serviu William Carvalho que, em arco, rematou por cima. Na segunda metade, o filme do jogo foi totalmente diferente. O FC Porto cresceu de rendimento, muito por culpa da alteração efectuada ao intervalo.

Bruma, ala puro, pouco acrescentou e, para além disso, Zezinho descaiu para o miolo, mais fixo, não havendo ninguém com capacidade para fazer movimentos interiores a partir da ala. Um Sporting mais confuso, e um Porto a saber circular a bola com sapiência, recuperando os índices de confiança tradicionais.

E os desequilibradores azuis continuaram dois: Christian e Tozé. Ambos combinaram muito bem aos 49', com o português a aparecer na área, e a obrigar Luís Ribeiro a boa defesa. O Porto fazia subir as suas linhas, obrigando o Sporting a recuar o seu bloco. E aos 58' fez o 2-0: livre de Tozé e Tiago Ferreira, ao primeiro poste, a cabecear de cima para baixo, sem hipóteses de defesa para Luís Ribeiro.

Sem Betinho - que entretanto fora substituído - os leões careciam de uma referência no ataque, e só através de lances individuais pareciam querer reagir. Aos 60, em corrida, Deschamps deu um aviso, rematando à figura de Maia. E foi um pouco contra a corrente do jogo que o Sporting marcou: aos 65 minutos, chapelada intencional de Zezinho, com Maia, muito lento, a não reagir a tempo.

Mérito para o sportinguista, que soube ler o adiantamento do guardião portista, e assim dar um tónico de esperança à sua equipa. A reacção leonina foi, todavia, sol de pouca dura. O Porto continuou a acelerar, com Christian muito em jogo. Aos 75, cruzamento largo do ganês e Edu, ao segundo poste, a cabecear por cima.

O Sporting queria recuperar, mas sem o ADN da primeira parte tudo se tornou difícil. E mais difícil ficou quando, aos 78 minutos, o Porto fez o terceiro golo: bem desmarcado na direita Tozé viu Pipo no segundo poste, que só teve de encostar.

A dez minutos do fim, o jogo ficou sentenciado. João Mário Eduardo, aos 82', ainda rematou por cima em lance individual mas a anarquia ofensiva imperava: Esgaio não tem rotinas de avançado, e a equipa ressentiu-se. E aos 87' valeu Luís Ribeiro que, com uma grande defesa, impediu o golo a Christian já dentro da área.

Num jogo com uma óptima moldura humana - cerca de 3300 espectadores - vitória meritória dos dragões, que aproveitaram convenientemente a autodestruição leonina. Arbitragem positiva de Rui Fernandes, de Viana do Castelo.

ANÁLISE INDIVIDUAL: FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Tiago Maia - Não está isento de culpas no golo do Sporting, pois tinha tempo para reagir e fazer melhor. Aliás, a esta falha junta-se outra, aos 18', quando ofereceu a bola a João Mário Eduardo. Mas também esteve soberbo: aos 39' grande defesa a impedir o golo de Betinho. Exibição de contrastes.

David Bruno - Fechou o seu flanco com sobriedade, mas não teve muito espaço para subir no terreno. Na primeira parte pedia-se prudência, e David teve-a, transmitindo-a também aos colegas. Na segunda parte, com Bruma no seu raio de acção, levou a melhor.

Hugo Sousa - Algumas dificuldades sentidas ao nível do jogo aéreo, factor onde Betinho é um elemento muito perigoso. Somou pontos nas acelerações pelo miolo, e desarmes em antecipação e pelo chão.

Tiago Ferreira - Marcou o segundo golo, deixando a equipa com uma mão na vitória final. Não teve um jogo fácil: um pouco à semelhança de Hugo, conseguiu subir no terreno e causar desequilíbrios, e até sobressair na marcação pelo chão. Faltou-lhe clarividência para, pelo ar, enfrentar Betinho.

Romário dos Santos - Teve uma acção mais defensiva do que é normal, pois na sua área de acção defrontou Ricardo Esgaio. O sportinguista ainda acelerou e causou estragos, mas Romário, com boa leitura de espaço, impediu perigos de maior.

Paulo Jorge - Com espaço reduzido no primeiro tempo, as dificuldades de construir uma primeira plataforma de construção foram sentidas. Sobressaiu, em termos defensivos, nas dobras que realizou. Melhor na segunda parte, quando promoveu de forma mais evidente a circulação de bola.

Bacar Baldé - Alargou o jogo para as alas, dando mais "oferta" á circulação de bola. E recuperou por inúmeras vezes, reduzindo o espaço do adversário. Exibição altruísta, em que também ofereceu muito músculo ao miolo.

António Carvalho "Tozé" - Como médio interior - fechando à esquerda ou à direita - ou como "dez" foi decisivo na forma como desenhou os lances de ataque, e impediu as subidas dos médios contrários. Cumpriu tacticamente, e apareceu a desequilibrar na segunda parte: primeiro numa bola parada (especialidade), e depois assistindo Pipo. O melhor jogador em campo.

Christian Atsu - Que golão! Remate portentoso a cerca de 25 metros da baliza, que só parou no fundo das redes. Um momento decisivo, que deu uma boa embalagem à sua equipa rumo à vitória. Para além disso, foi o criativo do costume: apareceu pelos dois flancos, puxou o jogo para o meio, e obrigou a marcação atenta, sempre com pelo menos dois jogadores, o que abriu muito o espaço. Determinante!

Flávio Moreno - Encarregue de realizar acelerações, foi um elemento explosivo, que soube também procurar a posse de bola à saída da defesa. Desgastou a defesa contrária sobretudo em velocidade, onde nunca se fez rogado.

Rafael Diniz "Rafinha" - Falhou um golo certo, aos 32'. Uma exibição em que apareceu a espaços, sobretudo quando teve espaço para arrancar. Andou um pouco fora das suas zonas de fogo habituais, e até trabalhou menos como pivô, mas acabou por cumprir as indicações pedidas.

Filipe Barros "Pipo" - Mais uma vez decisivo: entrou e marcou, num movimento ao segundo poste. Numa altura em que o Sporting arriscava, pedia-se uma referência mais fresca no eixo do ataque, e Pipo esteve à altura.

Eduardo Silva "Edu" - Entrou para controlar o jogo e garantir posse de bola, conotando-se como mais um elemento do miolo central, deslocando-se um ala. Útil.

João Amorim - Pouco tempo em campo impede avaliação precisa.

ANÁLISE INDIVUAL: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

Luís Ribeiro - Não teve culpas em nenhum dos golos, e na parte final do encontro ainda evitou males maiores. Seguro e coeso, deu muita segurança à equipa durante todo o jogo.

Leandro Albano - Segurou o espaço, e deu alguma acutilância ao flanco direito. Percebeu os trunfos dos alas portistas, bem como dos médios que para aí derivaram. Nunca comprometeu.

Juary Soares - Central sóbrio, com fineza de movimentos e de roubo de bola. Exibição pautada por vários roubos de bola e trabalho táctico que permitiu que, por exemplo, a estratégia do fora -de - jogo nunca fosse usada pelos dragões. Em bom plano.

Tiago Ilori - Robusto, deu consistência ao sector através de desarmes providencias no 1x1. Eficaz também no jogo aéreo. Alimentou a primeira linha de construção, com bons passes curtos. Em bom plano.

Michael Pinto - Percebeu a inevitabilidade de perder alguns duelos com Christian, sem nunca perder a noção de espaço. Nunca foi um lateral de arriscar muito, mas quando subiu não desperdiçou os cruzamentos: Betinho era a referência.

Afonso Taira - Excelente jogo do médio defensivo. Sempre no encalço da bola, desdobrou-se em termos de dobras (sobretudo nos flancos), e foi eficaz ao nível do passe, não enjeitando fazer alguns longos. Dos melhores da sua equipa.

João Mário Eduardo - O melhor jogador da sua equipa esta tarde. Na primeira parte foi o responsável por várias transições rapidíssimas, que provocaram o desequilíbrio nos contrários. Na segunda parte apareceu mais com a bola no pé, e desequilíbrio individual no 1x1, também com óptimos resultados. Só parece faltar alguma clarividência a finalizar. Mas o talento está todo lá!

William Carvalho - Mesmo estando a ser o mais desinspirado do miolo, isto no primeiro tempo, estava a ter um papel importante, dado que era mais um para marcar, contando com as diagonais de Zezinho. Perto do intervalo teve um remate perigoso, naquele que foi a sua aparição nesta partida.

Ricardo Esgaio - Sempre um ponto de perigo, sobretudo quando solicitado em velocidade e drible "brusco". Nos dois flancos causou perigo, e ganhou duelos aos laterais. Aos 18' falhou um golo certo. Na segunda parte até como ponta -de - lança jogou. Aí foi mais um em campo.

Armindo Bangna "Bruma" - Entrou na segunda parte, para o flanco esquerdo. David Bruno levou a melhor, o Sporting desequilibrou-se, e o jogador pouco acrescentou. Uma vitima da estratégia para a segunda parte.

Agostinho Cá "Deschamps" - Com ele o Sporting readquiriu alguns equilíbrios, muito embora o vencedor já estivesse praticamente encontrado. Ofereceu consistência em movimentos interiores, porém.

Matheus Coelho - Pouco tempo em campo impede uma avaliação precisa.

DECLARAÇÕES

Rui Gomes (Treinador do FC Porto)

"O título não ficou entregue, pois precisamos de ganhar mais um jogo. Estamos, de facto, numa situação invejável, e só temos necessidade de dar a estocada final. Na primeira parte houve muito mérito por parte do jogo.

Mas tínhamos uma estratégia bem definida, que assentava na nossa vantagem de quatro pontos, e consequentemente contenção de riscos. Mas faltou-nos um pouco de bola nesse período. Na segunda parte melhoramos, e mostramos muita qualidade"

"O F.C.Porto é superior em relação aos seus rivais directos. Mas não somos campeões porque o Sporting tem um excelente campeonato, e tem uma equipa com muita qualidade. Solidariedade, coesão e qualidade no trabalho. São aspectos fundamentais para o êxito desta equipa. Queremos ser campeões já no próximo jogo. Para que o do Gondomar, a seguir, seja o da consagração. Um lema? Vencer, tal como sempre esta casa nos ensinou."

Telmo Costa (Treinador do Sporting CP)

"Na primeira parte dispusemos de três oportunidades claras para marcar. O F.C.Porto, num remate a 30 metros da baliza, marcou contra a corrente do jogo. Na segunda parte o F.C.Porto entrou melhor, e fez o 2-0 muito cedo. Depois ainda reduzimos, e quando nos preparávamos para arriscar tudo o Porto fez o 3-1 e acabou com o jogo.

Foi um resultado injusto. Merecíamos mais, penso que o empate se adequaria. Vitória da formação do FC Porto sobre a do Sporting? Nos últimos 6 anos ganhamos 5 campeonatos. Nesta equipa temos 2/3 jogadores que vão estar na equipa principal do Sporting. Sempre o disse, o objectivo principal passa por formar jogadores. O FC Porto vai, com toda a justiça, ganhar o campeonato."

Texto: Gil Nunes.

Júnior do FC Porto apontado ao Milan

A imprensa italiana dá como certa a transferência do júnior Tiago Ferreira, do FC Porto, para os italianos do Milan.

O nome de Tiago Ferreira, de 17 anos, que joga na equipa de juniores do FC Porto, é associado, pela maioria da imprensa italiana, como futuro reforço do Milan.

A transferência deverá ocorrer durante a reabertura do mercado, ou seja, no final da presente temporada.

Juniores A também são campeões

O FC Porto é, de novo, campeão nacional de Juniores A. Ainda com duas jornadas da fase final por disputar, a equipa Sub19 dos Dragões somou o 20.º título da categoria, ao vencer, esta quarta-feira, a Naval 1.º de Maio, na Figueira da Foz, por 3-0.

Os azuis e brancos, que dominaram toda a partida, chegaram ao intervalo a ganhar por 2-0, com Filipe Barros a apontar os dois golos, o segundo dos quais na transformação de uma grande penalidade, já depois de Edu ter rematado à trave da baliza da Naval.

O encontro, marcado por uma clara hegemonia portista, não sofreria alterações profundas na segunda parte, com os azuis e brancos a ditar o ritmo e a ampliar a vantagem por Edu.

Recuperado o título que escapava desde 2007, os azuis e brancos recebem, no domingo, no Estádio do Dragão, o Gondomar, naquele que será o jogo da consagração, antes da deslocação à Luz, na última jornada.