Futebol de Formação - Discussão geral

Vitória indiscutivel do FCPorto, que realizou uma exibição de arromba, com muita posse de bola. Melhores em campo: Christian Atsu(FCPorto) e Jardel(UDLeiria)

FICHA DE JOGO:
Campeonato Nacional de Juniores - Fase Final - 1ª Jornada
Futebol Clube do Porto 5-0 União Desportiva de Leiria

Data: 19 de Fevereiro de 2011
Hora: 15h
Local: Centro de Treino e Formação Desportiva Porto-Gaia - Olival

Árbitro: Joaquim Gayo (árbitro principal), Miguel Silva e Nuno Salgado (árbitros assistentes) - Braga

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: Tiago Maia; David Carneiro Bruno, Hugo Sousa (Capitão), Ricardo Ferreira e Romário dos Santos; Eduardo Silva 'Edu', Bacar Baldé e João Amorim(António Carvalho 'Tozé', 75 min.); Flávio Moreno (Fábio Nunes, 60 min.), Christian Atsu e Rafael Diniz 'Rafinha' (Filipe Barros 'Pipo', 65 min.);
Suplentes não utilizados: Samir Badr, André Teixeira, Paulo Jorge Pereira e Joaquim Lupeta;
Treinador: Rui Gomes

UNIÃO DESPORTIVA DE LEIRIA: João Monteiro; João Faustino, Miguel Rodrigues (Mauro, 18 min.), Braz, Michael e Tiago Peralta; Luís Pedro (Capitão), Marco Grilo (Carlos Wallace, int.), João Valente 'Jardel' e Dário(Baptista aos 83'); Carlos Daniel Teixeira
Suplentes não utilizados: Wilson, Diogo, Carnoto e Hugo;
Treinador: Michael Kimmel

Indisciplina: João Faustino, (74 min.)

Resultado ao intervalo: 4-0
Resultado final: 5-0

Marcadores: Rafael Diniz 'Rafinha' (7 e 41 min.); Flávio Moreno (23 e 30 mins.); Filipe Barros 'Pipo' (69 min.)

Melhores em campo: Christian Atsu (FC Porto) e João Valente 'Jardel' (UD Leiria)

CRÓNICA:

Um jogo magnífico - em todos os sentidos - do FC Porto banalizou por completo uma equipa do Leiria. E não foram somente melhores: foram avassaladores. Com um nível de posse de bola de fazer inveja ao Barcelona, os dragões rapidamente desmontaram a estratégia defensiva leiriense, e caminharam tranquilamente para uma vitória robusta.

Para além da circulação de bola, o que mais impressiona nesta equipa é a sua multiplicidade de soluções: que diferença em relação ao futebol cristalizado da temporada passada! Quanto à performance da União de Leiria, pode-se traduzir no adágio 'não há maior derrotado do que aquele que logo de inicio baixa a cabeça'.

Os leirienses - com muita timidez - expuseram-se de forma imediata, e nunca tiveram argumentos para travar a superioridade portista. Para tal também contribuiu um muito errado sistema inicial de 5x4x1: os centrais foram rapidamente tirados da posição por Rafinha, e a zona central bombardeada pelas entradas dos médios.

Seja como for, o sector ofensivo dos leirienses parece ser interessante: os dois alas (Dário e Jardel) mostraram alguma qualidade, o mesmo não se aplicando a Carlos Daniel, que passou ao lado do jogo.

Logo de entrada, os dragões impuseram uma estratégia de circulação de bola, com muitas trocas entre os interiores e os alas. Tal acção de jogo provocou o desnorte aos leirienses, que muitas vezes marcando ao homem perderam os seus eixos de referência.

O Porto, com um misto de paciência e agressividade, soube encontrar a chave do êxito com inteligência. Para tal também muito contribuiu as acções de recuo de Rafinha: o brasileiro acrescentou-se como mais um elemento do miolo e, mais do que isso, tirou os centrais do seu lugar natural.

E foi uma primeira parte com um Porto a 'mil à hora'. As oportunidades sucederam-se de forma muito frequente. Aos 6 minutos, Rafinha, bem desmarcado por Christian, deambulou bem para o meio e rematou forte, para excelente intervenção de João Monteiro para canto.

No entanto, o leiriense não seria capaz de impedir o golo, que aconteceu logo de seguida: canto de Christian, muita atrapalhação, Ricardo e Hugo Sousa a tentar, e Rafinha, no meio da confusão, a desviar com êxito.

O Porto continuou a carregar no acelerador, e Amorim mostrou ser um 'mestre' na circulação de bola. O camisola 'dez' voltou aos seus melhores dias, e aos 13 obrigou João Monteiro a defesa segura na sequência de um livre.

De novo Amorim aos 20 minutos, rematando na sequência de um cruzamento de Romário vindo da esquerda. E novo golo surgiu aos 23 minutos: combinação entre Bacar e Christian na esquerda, cruzamento para o segundo poste e Flávio, de rompante, a finalizar com êxito.

A todo o gás, os portistas não demoraram a marcar o terceiro golo, novamente por intermédio de Flávio. Circulação de bola no miolo, Edu a soltar rápido e o extremo, ao segundo poste, a rematar sem hipóteses de defesa. Completamente desnorteados, os leirienses - que não fizeram nenhum remate à baliza no primeiro tempo - continuaram a dar espaços.

Aos 35 minutos Christian entrou bem pela esquerda e cruzou para a área onde Rafinha, ligeiramente atrasado, não conseguiu concluir. Adivinhava-se novo golo e, depois de ter feito um "ensaio" bem anulado por fora-de-jogo, Rafinha não perdoou: assistência primorosa de Amorim a isolar o brasileiro que, à saída de João Monteiro, desviou-lhe o esférico e fez o quarto golo.

Assim terminou uma primeira parte avassaladora dos dragões, e se sentenciou um jogo com vencedor indiscutível. Na segunda parte, o Porto baixou nitidamente a intensidade do seu jogo, mas ainda assim continuou dominador. Algumas falhas ao nível de concentração permitiram o adiantamento dos leirienses, que tiveram nos 15 minutos iniciais o seu melhor período.

Aos 49, primeiro remate à baliza por intermédio de Luís Pedro, para defesa atenta de Maia. Depois, aos 54 minutos, uma atrapalhação entre Hugo Sousa e Bacar permitiu o tiro, em boa posição, de Marco, que no entanto não acertou com a baliza. E, para completar este ramalhete, a melhor oportunidade dos leirienses, ao minuto 57: livre de Luís Pedro e Maia, a soco, a defender bem.

Aplicando a receita inicial, os dragões voltaram ao seu normal. Rui Gomes refrescou a sua formação com a entrada de Fábio Nunes, cuja velocidade desgasta ainda mais uma defesa já por si saturada.

Aos 68, Hugo Sousa, na sequência de um canto, esteve perto do golo mas João Monteiro, com os pés, respondeu bem. Todavia, o golo apareceu mesmo aos 69 minutos: incursão de Bacar Baldé pela esquerda, cruzamento rasteiro e o recém-entrado Pipo, em esforço, a desviar para o resultado final.

Num jogo em 'perda' até ao final, foram os dragões quem estiveram mais perto do sexto golo. Aos 80 minutos, boa jogada de Tozé pela direita e assistência rápida para Pipo que, já na área, disparou por cima após falha de Michael.

O dianteiro esteve novamente em evidência pouco depois, mas preferiu o passe para Bacar Baldé quando se encontrava em boa posição para finalizar. E a última oportunidade pertenceu mesmo a Bacar Baldé: canto de Tozé chegado ao primeiro poste e o guineense, pleno de força, a cabecear para golo com Braz, em cima da linha, a negar o golo.

Vitória justa dos dragões, que com esta cimentam a sua posição de sérios candidatos ao título. Já o Leiria terá de fazer muito mais se quiser 'estorvar' a caminhada dos grandes. Boa arbitragem de Joaquim Gayo, de Braga.

ANÁLISE INDIVIDUAL: FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Tiago Maia - Com excepção feita a um remate de Luís Pedro, ao minuto 57, foi um mero espectador. Exibição muito tranquila do guardião portista.

David Carneiro Bruno - Teve pela frente o melhor jogador leiriense, mas nem por isso deixou de subir no terreno. Muito agressivo (no bom sentido), impediu a fluidez do jogo pelas alas, e deu consistência à primeira fase de circulação de bola.

Hugo Sousa - Excelente jogo, sobretudo na forma como actuou em antecipação. Foi sempre mais forte que Carlos Daniel, impedindo o avançado de fazer rotações. Sentiu-se cómodo para subir, e teve alta percentagem de eficácia nos seus passes longos, em diagonal.

Ricardo Ferreira - Não tão em jogo como o seu colega de sector, foi todavia muito importante na forma como dobrou as subidas dos laterais. Ao seu melhor nível esteve irrepreensível nos lances de jogo aéreo.

Romário dos Santos - Mais em jogo no primeiro tempo, quando efectuou várias acções de ruptura pelo seu flanco. Evitou o duelo individual, preferindo as tabelinhas rápidas. Deu-se bem. No plano defensivo Dário deu-lhe algum trabalho mas Romário, sem nunca entrar no erro do choque, soube ocupar bem os espaços.

Eduardo Silva 'Edu' - Exibição muito cerebral, sendo o primeiro construtor de jogo e bloqueador das linhas de construção adversárias. Melhorias significativas ao nível do passe longo. Boa coordenação com defesa e laterais: foi sempre uma linha segura de passe.

João Amorim - Tem talento individual, é certo, mas hoje foi de extrema importância ao nível da circulação de bola, com uma taxa reduzida de perdas. Fundamental, destacou-se também na forma como trocou de posição com o ala mais próximo (Flávio Moreno), descongestionando o 'trânsito' no meio do terreno. Dos melhores em campo.

Bacar Baldé - Se, do lado direito, as trocas posicionais (Flávio e Amorim) foram regulares, do lado contrário foram evidentes. E que grande jogo fez Bacar Baldé! Com tremenda velocidade, trocou as voltas aos contrários, confundindo as marcações. Excelente também na penetração entre o central e o lateral.

Flávio Moreno - O 'Astérix' da equipa tomou hoje a "poção mágica", com efeitos evidentes na primeira parte. Para além de perceber as linhas de passe causadas pelo meio, foi também explosivo na ala, causando inúmeros problemas a Peralta. Frio a finalizar, contribuiu para o êxito da equipa.

Christian Atsu - Esteve na primeira fase de construção dos golos. Muito interventivo, soube participar no jogo através de movimentações constantes pelo centro do terreno. Fez a diferença na forma como soube desequilibrar, e manter a posse de bola. Irrepreensível, foi hoje o melhor jogador em campo.

Rafael Diniz 'Rafinha' - Que grande jogo do avançado brasileiro! Para além dos golos que marcou, evidenciou-se pela forma como trabalhou como pivô, garantindo uma linha de referência constante e provocando falhas no posicionamento dos centrais. Óptimo também no controlo e protecção da bola. Dos melhores em campo.

Fábio Nunes - Entrou a tempo de causar desequilíbrio, com arrancadas preciosas que desgastaram um já de si extenuada defesa leiriense.

Filipe Barros 'Pipo' - Entrou e fez-se valer do seu 'killer instinct' para facturar. Um golo que acrescenta ao seu bom pecúlio desta temporada.

António Carvalho 'Tozé' - Refrescou o miolo, e deu espectáculo com pormenores de belo efeito. Fez assistências e rematou com muito perigo. Em bom nível.

ANÁLISE INDIVIDUAIS: UNIÃO DESPORTIVA DE LEIRIA

João Monteiro - Brilhou ao minuto 6, negando o golo inaugural a Rafinha. Não fosse ele e a goleada teria sido ainda mais gorda. Sem culpas no cartório, foi dos melhores leirienses em campo.

João Faustino - Não teve hipóteses perante Christian ou Bacar Baldé. Fosse em técnica ou velocidade, os portistas levaram sempre a melhor. Foi do seu flanco que o perigo ocorreu com maior insistência.

Michael - Perdeu nos duelos individuais, confundiu-se nas acções de penetração e teve algumas fífias. Foi um jogo com elevado grau de dificuldade e, por isso, tem uma atenuante válida.

Miguel Rodrigues - Substituído aos 18 minutos por questões de natureza táctica. A sua equipa estava completamente encostada às cordas.

Braz - Talvez o central com melhor noção dos acontecimentos, foi lúcido na segunda parte. Mas não aguentou a enxurrada portista no primeiro tempo.

Tiago Peralta - Ligeiramente mais atinado que o seu colega de lateral, foi contendo a velocidade de Flávio como pode. No entanto, alguns problemas no posicionamento, sobretudo ao nível do excessivo arrastamento para a zona central, deixando a sua área de acção desprotegida.

Luís Pedro - O mais acertado do miolo. Correu quilómetros e cortou linhas de passe, para além de ter obrigado a sua equipa a subir. Fez o único remate digno de registo, ao minuto 57.

Marco Grilo - Perdido nas marcações, desenquadrou-se e realizou uma exibição tímida, não se soltando também para assumir responsabilidades na transição ofensiva. Ao lado do jogo.

João Valente 'Jardel' - O melhor dos leirienses. O azar deste ala - que promete em jogos posteriores - foi ter dado de caras com um lateral altamente eficaz, David Bruno. Procurou o esférico, a linha, promoveu a circulação e tabelinhas rápidas, e ainda acelerou com frequência. Um 'oásis' no deserto.

Dário - Na primeira parte foi o mais lúcido, com boas desmarcações pelo flanco direito, em que desgastou Romário. Na segunda metade participou em jogadas de diagonal, e soube ser clarividente. O Leiria dispõe de dois bons alas, e Dário hoje deixou boas impressões.

Carlos Daniel Teixeira - O jogador mais mediático desta formação teve uma tarde apagadíssima. Hugo Sousa ganhou-lhe praticamente todos os lances em antecipação. Como pivô pouco funcionou, não promovendo as subidas dos médios. Discreto, talvez de forma excessiva para o 'nome' que granjeia.

Mauro - Embora tivesse perdido nos duelos individuais, abordou o jogo de forma tranquila, com bons apontamentos de passe curto. Em plano razoável.

Carlos Wallace - Jogador possante, deu alguma tranquilidade ao miolo, com recuperações eficazes. Sem deslumbrar, realizou exibição interessante.

Hugo - Pouco tempo em campo impede avaliação precisa.

DECLARAÇÕES:

Rui Gomes (Treinador do FC Porto)

"Fizemos um jogo na linha dos últimos da fase regular em que estivemos muito sólidos e concentrados. Na primeira parte controlamos o estado de espírito e correspondemos em plano. Já na segunda, por alguns momentos, perdemos a concentração. Estamos satisfeitos, mas temos plena consciência que podemos melhorar.

Diferente da fase regular? Bem, por muito respeito que nos mereçam todos os nossos adversários, o que é certo é que nem sempre conseguimos ter a motivação e a concentração no limite. Mas trata-se do passado. Estou extremamente confiante que vamos fazer uma fase final de grande nível."

Michael Kimmel (Treinador da UD Leiria)

"Foi um resultado justo. Entramos muito mal no jogo, tão mal que a goleada podia ter sido mais expressiva. Dou os meus parabéns ao FC Porto, que nos impediu de explanar o jogo como queríamos.

Porque comecei com três centrais? Bem, temos muitas lesões e, para além do mais, o nosso adversário é muito perigoso em lances de bola parada. Mas o Porto hoje foi fortíssimo, e em nenhum período conseguimos contrariá-los.

Entrámos com muito medo. É incompreensível, até porque já conseguimos os nossos objectivos de manutenção, e esta fase é um extra, de aprendizagem e estímulo. Não percebo a razão pela qual houve tanta pressão na cabeça dos jogadores."

Texto: Gil Nunes

a.lopes escreveu:aprecio o acompanhamento que a Academia de Talentos faz às camadas jovens, mas pelas análises individuais que fazem parece que são todos craques



btw, temos muitos atletas para os 100m

Formação: Resultados deste fim-de-semana

Sábado

Sub-7: Jogo-treino
FC Porto-Ribeirão sub-8, 5-3

Sub-8: Jogo-treino
FC Porto-Ribeirão sub-9, 5-12

Sub-13: Campeonato Distrital de Juniores D (primeira divisão)
FC Porto-Boavista, 0-1

Domingo

Sub-17: Campeonato Nacional de Juniores B (segunda fase, zona dois)
FC Porto-Fayal SC, 10-0
(Frederic, 4m; Diogo, 15m e 61m; Gonçalo, 18m; Christian, 25m e 32m; Rui Cardoso, 37m; Carlitos, 70m; auto-golo, 74m; Costa, 80m)

Sub-14: Campeonato Distrital de Juniores C (segunda divisão)
Senhora da Hora-Dragon Force, 2-6

Sub-13: Campeonato Distrital de Juniores C (segunda divisão, série 2)
Custoias-FC Porto, 0-7
(Michael, 3; Gabriel Lopes, 2; Bruno Rodrigues; Marcelo)

Juniores A perdem em Guimarães

Depois da goleada imposta à União de Leiria, na jornada de abertura da fase final do Campeonato Nacional de Juniores A, a equipa Sub19 do FC Porto perdeu, este sábado, por 0-1, na deslocação a Guimarães. Areias apontou, aos 44 minutos, o único golo da partida.

Na segunda parte, a equipa orientada por Rui Gomes reagiu à desvantagem e passou a exercer um domínio claro do encontro, criando várias oportunidades de golo, que, no entanto, não conseguiria concretizar.

Na próxima jornada, o FC Porto recebe o Sp. Braga.

FICHA DE JOGO:

Campeonato Nacional de Juniores - Fase Final - 3ª jornada
Futebol Clube do Porto 3-0 Sporting Clube de Braga

Data: 05 de Março de 2011
Hora: 15h00
Local: Centro de Treinos e Formação Desportiva - Olival

FUTEBOL CLUBE DO PORTO: Tiago Maia; David Bruno, Hugo Sousa (Capitão), Ricardo Ferreira e Romário dos Santos; Eduardo Silva 'Edu', Bacar Baldé e António Carvalho 'Tozé' (Paulo Jorge,61 min.); Flávio Moreno (Rafael Diniz 'Rafinha', 75 min.), Christian Atsu (João Amorim, 79 min.) e Filipe Barros 'Pipo';
Suplentes não utilizados: Elói Silva, André Teixeira, Fábio Martins e Fábio Nunes;
Treinador: Rui Gomes

SPORTING CLUBE DE BRAGA: Igor Rocha; Ruben Freitas, Kanu, Lomba e Fernando (Edmilson, 60 min.); Paulo Jorge (Capitão) (Fábio Lopes, int.), Tiago Ribeiro 'Suíço', André Salvador, Carlos Eduardo (João Manuel, 56 min.,) e Emre Sahin; José Pedro;
Suplentes não utilizados: Bruno Martins, Hugo Airosa, Marco Vaz e João Oliveira;
Treinador: Artur Jorge

Indisciplina: Nada a registar

Resultado ao intervalo: 1-0
Resultado final: 3-0

Marcadores: Ricardo Ferreira (8 min.); Filipe Barros 'Pipo'(51 e 90 mins.)

CRÓNICA

Foi um Porto altamente eficaz aquele que levou de vencida o Sporting de Braga. Os minhotos não foram em nada inferiores aos dragões nesta tarde, e podem-se queixar de não terem tido a sorte do jogo. Um dos pontos-chave da partida residiu na eficácia do quarteto defensivo portista, que tornou o ultimo terço bracarense absolutamente residual. De resto, o equilíbrio foi a nota dominante.

Nesta partida, Rui Gomes tirou João Amorim e Rafinha do onze inicial, substituindo-os por Tozé e Pipo. E as alterações surtiram efeito. Pipo é, de facto, um jogador com mais instinto de concretizador e mesmo Tozé, sem ter feito um grande jogo, tem um factor que o torna imprescindível: a forma temível como cobra lances de bola parada.

Mas o Porto não esteve em grande plano: Eduardo é um bom jogador, mas perde muita preponderância colocado a seis, sobretudo em termos de poderio físico e construção de jogo de base. Já Bacar recupera com eficácia, mas transita com alguma deficiência, deixando o jogo não tão bem alimentado.

Posto isto foi Tozé quem foi obrigado a recuar, e a sua atitude altruísta condicionou a sua performance individual. Na direita, Flávio Moreno foi o 'abono de família': muita velocidade, técnica e capacidade de desequilíbrio foram determinantes para a fluidez do jogo dianteiro dos dragões.

Já o Braga apareceu muito bem organizado, com preocupações de bloqueio da circulação de bola dos visitados. Estratégia conseguida através de um trio - Paulo Jorge, Salvador e Tiago Ribeiro - que se mostrou hábil no bloqueio de linhas.

Depois, apesar de bem alimentado, o ataque nunca conseguiu encontrar a chave do êxito. Estranhamente, e de forma imerecida para os bracarenses, o jogo ficou sentenciado no inicio da segunda parte, pouco depois das três substituições terem sido esgotados.

Numa tarde com muito frio e bancada repleta, começou melhor o Braga. Aos 4 minutos minhotos estiveram perto do golo: cruzamento de Paulo Jorge e José Pedro, de cabeça, a falhar o alvo por muito pouco. Os bracarenses iam dominando a partida, e foi um pouco contra a corrente que os dragões inauguram o marcador: canto de Tozé superiormente cobrado e Ricardo Ferreira a entrar com tudo, e a cabecear com êxito.

O Braga continuava muito organizado, mas o seu jogo parava na linha central portista. Respondiam os dragões através de transições rápidas, e aproveitando a não tão inexpugnável linha defensiva bracarense.

Aos 20, Christian ganhou espaço pela linha e cruzou rasteiro mas Lomba, em recuperação, neutralizou o lance. Era este o melhor período portista na primeira parte, e pouco depois, aos 21 minutos, Pipo esteve perto do golo ao desviar um livre de Christian. Mas ao 24, gritou-se mesmo golo no Olival: o livre de Romário passou a escassos centímetros da baliza de Igor Rocha.

Depois deste período de algum desnorte, o Braga equilibrou as contas do desafio. Controlou a posse de bola, e paulatinamente ia criando perigo. Aos 32 minutos Carlos Eduardo rematou com algum perigo e pouco depois, aos 37, deu-se a melhor oportunidade: novamente Carlos Eduardo na jogada (bom cruzamento), Maia 'trapalhão' a aliviar para a frente e Fernando, com um chapéu, quase marcou.

Até ao final da primeira parte o ritmo diminuiu, e nada de relevante se passou até aí. Na segunda parte, o Braga voltou a entrar melhor...e a sofrer novo golo! Aos 51 minutos transição rápida dos portistas, Christian a cruzar para o segundo poste onde apareceu Flávio, que amorteceu para a entrada vitoriosa de Pipo.

Para responder, o Braga apostou tudo num sistema de dois avançados e médios muito afoitos, que esbarraram na inexpugnável muralha defensiva portista. Os bracarenses dominavam mas com pouca consequência, e eram as transições portistas que causavam perigo: aos 65' Pipo assistiu Flávio no centro do terreno, com Igor Rocha a responder bem.

Aos 70, Emre Sahin, agora como médio ofensivo, vislumbrou José Pedro no meio. O avançado rodou bem mas o remate saiu ao lado. Os bracarenses continuavam sem desmoralizar e José Manuel, após trabalho de Salvador, chegou atrasado à emenda.

Nos últimos dez minutos, com o jogo sentenciado, assistiu-se a alguma anarquia: Ricardo Ferreira cabeceou por duas vezes com muito perigo na sequência de um canto, mas foi Pipo quem brilhou mesmo ao cair do pano: Amorim assistiu de cabeça, Pipo dominou de peito, e fez um chapéu perfeito a Igor Rocha.

Um golo fantástico a fechar o placard de um desafio muito interessante. Antes do apito final novamente o Braga, com José Pedro a estar perto do golo após fífia de Maia. Resultado muito pesado para os bracarenses. Ambas as equipas fazem agora parte de um quarteto líder deste campeonato, extremamente equilibrado. Boa arbitragem de Rui Fernandes, de Viana do Castelo.

ANÁLISE INDIVIDUAL: FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Tiago Maia - Estranhamento intranquilo, teve duas fífias que podiam ter sido comprometedoras: largou bolas fáceis aos 37 e 81 minutos. Foi o mais vulnerável da linha defensiva.

David Bruno - Apesar de ter enfrentado um adversário com grande poderio físico e velocidade, nunca perdeu as suas linhas de posicionamento. O adversário pedia cuidados redobrados no plano defensivo, e tal impediu as suas habituais subidas no terreno.

Romário dos Santos - Sem subir muito no terreno - a ameaça pairava constantemente nas suas costas - foi muito difícil de ultrapassar no 1x1. Quando a bola lhe chegou aos pés procurou ser pragmático, e a taxa de passes certos foi elevada. Em bom plano.

Hugo Sousa - Excelente exibição do capitão portista. Os centrais foram os melhores portistas nesta tarde, e Hugo neutralizou a exibição de José Pedro. Devido à sua acção o Braga foi ineficaz nas linhas de finalização.

Ricardo Ferreira - O melhor jogador em campo. O Braga apostou muito nos cruzamentos, mas nem por uma vez Ricardo foi ultrapassado. Determinante na limpeza das linhas de perigo, marcou ainda um golo em que 'entrou com tudo', e inaugurou as contas de um desafio que se podia ter tornado perigoso caso o golo tivesse tardado.

Eduardo Silva 'Edu' - Os bracarenses pressionaram muito a sua zona de acção, e nem sempre os passes curtos lhe saíram correctos. Tal bloqueou a primeira linha de construção. Melhorou no decorrer do desafio através de várias recuperações, e também com a tranquilidade proporcionada com a vantagem.

Bacar Baldé - Emprestou força e robustez ao miolo, mas pedia-se mais. Acutilância na transição ofensiva e construção de jogo foram aspectos que ficaram por preencher na sua ficha de jogo. Nota positiva na organização defensiva , sobretudo em recuperação ou apoio à lateral.

António Carvalho 'Tozé' - Muito marcado, foi obrigado a pisar terrenos mais recuados para tentar construir. Nem sempre foi feliz, até porque o jogo implicava muitas transições rápidas. Na segunda parte apareceu mais sobre a esquerda. Na retina fica o canto apontado para o golo de Ricardo Ferreira.

Flávio Moreno - Da linha ofensiva, foi o melhor elemento dos dragões. Esteve muito confiante em acções individuais, e à custa disso promoveu muito a circulação de bola. Vigoroso, deu actividade ao seu flanco com desmarcações. Chamado ao meio na segunda parte também não desiludiu. Dos melhores em campo!

Christian Atsu - Muito marcado, apareceu em demasia colado ao flanco esquerdo, e tal limitou o seu raio de acção. Em velocidade pura não consegue criar desequilíbrios. Apareceu no jogo no lance do segundo golo, quando cruzou para Flávio Moreno.

Filipe Barros 'Pipo' - Entrou de início para dar eficácia à equipa, e cumpriu em pleno. Mais recuado do que é normal, procurou canalizar jogo para o miolo e alas, nem sempre com êxito. Mas fez o que melhor sabe: golos. E não falhou! Então o segundo golo foi monumental: chapelada a Igor Rocha!

Paulo Jorge - A equipa precisa de um pivô defensivo natural, e serenou muito as acções de circulação. Em bom plano.

Rafael Diniz 'Rafinha' - Encostou-se ao flanco direito mas não acrescentou grande coisa, até porque o jogo já estava resolvido.

João Amorim - Boa assistência, de cabeça, para o golo de Pipo.

ANÁLISE INDIVIDUAL: SPORTING CLUBE DE BRAGA

Igor Rocha - Muito seguro, nunca vacilou. Nos cruzamentos, pelo ar ou pelo chão, esteve impecável. Exibição positiva, sem culpas nos golos.

Ruben Freitas - Aprendeu, com o decorrer do jogo, a limitar o espaço de Christian, obrigando o ganês a jogar pelas alas. Ai teve alguma vantagem. Na segunda parte foi chamado ao flanco esquerdo e soube arriscar quando se pedia. Em bom plano.

Kanu - Central muito possante, foi rápido nas recuperações e antecipações. Subiu no terreno por algumas vezes, e só faltou mesmo ter um pouco mais de perspicácia para não deixar Pipo fugir. Mas não esteve mal.

Lomba - Um jogo repleto de cortes pelo chão, e neutralizações de cruzamentos. Teve um bom posicionamento, e por poucas vezes se deixou surpreender, fosse por acção directa de Pipo ou por penetração dos médios.

Fernando - Extremamente possante, foi útil na transição ofensiva pelo seu flanco, sobretudo em velocidade. Compensou bem os centrais e quase marcou ao cair do pano da primeira parte.

Paulo Jorge - Estava a limpar convenientemente o seu raio de acção, e a alimentar os médios em conformidade. Mas Artur Jorge quis arriscar, e ficar com Tiago Ribeiro como pivô defensivo.

Tiago Ribeiro 'Suíço' - Como segundo pivô defensivo foi eficaz na marcação e recuperações, e até no passe curto ou em profundidade. Pecou numa série de remates disparatados, quando se pedia outro tipo de abordagem.

André Salvador - Explorou inteligentemente o espaço, sobretudo o deixado pelos laterais. Mas depois não conseguiu criar perigo no último reduto, esbarrando nos centrais. Faltou-lhe capacidade de desequilíbrio.

Carlos Eduardo - Esteve muito activo nas recuperações defensivas, neutralizando as subidas de David ou os desequilíbrios de Flávio. Ofensivamente teve pouco espaço para brilhar e pendeu para o meio, com pouca consequência.

Emre Sahin - O melhor dos forasteiros. Muito possante e rápido, foi sempre um perigo à solta em desmarcação rápida. Começou na direita e causou perigo, mas depois foi chamado ao miolo para organizar o jogo, e dar poder de fogo ao último terço. Desempenhou bem essa função. Foi o mais perigoso dos bracarenses.

José Pedro - Não jogou mal. O acerto dos centrais portistas obrigou-o a descair para os flancos, e perdeu influência. No confronto directo não teve a mínima hipótese: Hugo Sousa foi gigante. Esteve perto do golo aos 4'.

Fábio Lopes - Entrou para médio direito, e obrigou Romário a correr muito. Com os golos do Porto flectiu para lateral direito ofensivo, e arriscou na medida do possível.

João Manuel - O segundo avançado entrou numa altura em que era preciso marcar, mas também não conseguiu encontrar a chave para levar a melhor sobre a linha defensiva portista.

Edmilson - Emprestou músculo ao miolo, e desgastou os portistas. Boa entrada em jogo.

DECLARAÇÕES:

Rui Gomes (treinador do FC Porto)

"Foi um jogo difícil pelo valor do adversário, e também difícil dado que gerimos um jogo mau que fizemos anteriormente. Nem sempre fomos lúcidos e perspicazes. Seja como for estou muito satisfeito pois a equipa deu uma resposta muito adulta. Assim sendo, temos todas as possibilidades de continuar o nosso registo de vitórias. Jogo frente ao Sporting? Será um jogo deste tipo. Vamos lá para ganhar."

Artur Jorge (treinador do SC Braga)

"O resultado premeia a eficácia. O FC Porto fez golos em momentos absolutamente cruciais. O desempenho da equipa foi muito satisfatório. Foi um Braga de combate do princípio ao fim, que lutou imenso, e controlou a posse de bola do FC Porto. Tivemos por diversas vezes transições rápidas, mas falhamos no último terço do campo. Faltou 'cheiro de baliza', instinto de golo."

Sabíamos que íamos ter um campeonato muito equilibrado. Sofremos a primeira derrota mas tal não vai mudar a nossa forma de trabalhar, até por que estou muito satisfeito com esta exibição.

Substituições prematuras? O objectivo passou por se emprestar mais dinâmica ofensiva, tentando alterar um panorama que me desagradava no último terço do terreno. Infelizmente não conseguimos chegar ao golo."

Texto: Gil Nunes

Turcos querem Bekdemir

Os turcos do Gaziantepspor, equipa que já foi orientada por José Couceiro, actual treinador do Sporting, estão interessados no médio turco da equipa de sub-19 do FC Porto Engin Bekdemir. Observadores do clube turco marcaram presença no Braga-FC Porto em sub-19, que se realizou ontem, para actualizar as notas sobre o jogador.

playah escreveu:

Turcos querem Bekdemir

Os turcos do Gaziantepspor, equipa que já foi orientada por José Couceiro, actual treinador do Sporting, estão interessados no médio turco da equipa de sub-19 do FC Porto Engin Bekdemir. Observadores do clube turco marcaram presença no Braga-FC Porto em sub-19, que se realizou ontem, para actualizar as notas sobre o jogador.