Equipa Técnica 2010/11 (Primeira Parte)

missy. escreveu:Alguém disse que íamos ser goleados? Se calhar há um ano atrás estavas a rir-te dos Benfiquistas que diziam que iam ganhar a Champions, este ano estás confiante que jogar contra a melhor equipa do Mundo é limpar o rabinho a bebés. Coerência.

Pela maneira que muita gente fala aqui parece que nós é que ganhámos a Champions, e depois criticam ou mandam piadas às pessoas minimamente coerentes que preferem manter os pés assentes no chão.

missy. escreveu:Mas apontar os nossos pontos fracos é uma atitude fatalista? Se calhar não, se calhar é aquilo que é necessário para melhorar. Mas preferem fechar os olhos a isso e fingir que somos os melhores do Mundo? Bora lá.

missy. escreveu:Não vale a pena discutir com quem não sabe interpretar ou o faz da maneira que mais lhe convém. Fico-me por aqui.

Nuno90 escreveu:quem sabe o melhor a fazer é uma pessoa. O nosso treinador. Estar nesta taça é uma honra, se vamos ganhar ou não não sei mas quero acreditar que é possível. Se será fácil, é óbvio que não mas não acredito que algum portista substime o Barcelona.

Blue Dragon escreveu:Precisamente. Isto é futebol e até podíamos ter sido goleados mas não fomos.......nós goleámos, isso sim. Ganhámos a Liga Europa com toda a justiça e ninguém pode dizer o contrário porque toda a gente viu a nossa qualidade.

Com a equipa mais subida no ataque e com a pressão sob o adversário mais acima no campo, a defesa sofre sempre.

É normal. "Ah e eles podiam ter goleado e podiam isto e aquilo" mas não fizeram, e não é por ser o Villa ou o Messi que passam a fazer. O nosso GR continua a ser o mesmo.

A cena do Jesualdo então é genial LOL. Agora por ser o Barça vamos mudar a identidade do nosso jogo e entrar com medo do adversário(que é o que todos os que perdem contra eles fazem), enfim......

O Arsenal quando engatou no jogo deles trucidou completamente uma equipa medrosa do Jesualdo. 2 vezes seguidas.
E o Arsenal tem o modo de jogo mais parecido com o do Barça na Europa(pelo menos foi assim nas goleadas contra nós).

badblood escreveu:Claro, concordo plenamente. Não percebo é a relevância da afirmação; acaso coloquei em causa o mérito ou a justiça da nossa vitória na Liga Europa?
Eu poupo-te o trabalho: não, claro que não. Limitei-me a apontar episódios que demonstram fragilidades evidentes na nossa equipa e que, aparentemente, há quem prefira ignorar.

Não, uma defesa bem organizada sofre. A nossa defesa não chegou sequer a sofrer, revelou-se pura e simplesmente incompetente, sendo constantemente batida.

Não sei o que é mais hilariante, se o menosprezo por dois avançados de absoluto top mundial - suportados por um meio-campo avassalador, é bom relembrar -, ou a sugestão de que a resposta para os nossos problemas estruturais é ... confiar na inspiração do Helton.

Eu não disse que queria o Jesualdo de volta ou sequer que preferia que fosse qualquer uma das suas equipas a disputar este jogo no lugar da actual. Fiz, isso sim, uma comparação genérica das equipas ao nível estrutural.
Novamente: o Porto de Jesualdo era menos talentoso, menos ambicioso e menos entusiasmante. Demonstrava, contudo, pelo menos uma característica essencial a qualquer equipa que pretenda ter sucesso a nível internacional - coerência e rigor defensivo. E os nossos resultados durante esses anos não podem certamente envergonhar ninguém.
É nesse sentido que desejo que o André evolua, juntando ao futebol champagne uma fundação sólida. Caso contrário, não terá desenvolvido significativamente o modelo do seu mestre Robson, cujas equipas praticavam o futebol mais espectacular que este país já viu mas nunca conseguiram ter todo o sucesso internacional que o seu potencial sugeria.

"Sou mais líder emocional do que mestre da táctica"

André Villas-Boas revelou aquela que diz ser a peça principal do puzzle que lhe permitiu conduzir o FC Porto até ao sucesso durante a época 2010/11. Mais do que um treinador com um passado ligado à observação, aos meandros tácticos do futebol ou à organização do jogo, o técnico foi claro quanto a uma das características imprescindíveis para se "construir" como treinador. "Encontrei-me como um líder emocional e um gestor de emoções e isso é fundamental no futebol actual", revelou André Villas-Boas à revista "Espiral do Tempo", na entrevista de lançamento de uma série limitada de relógios personalizados a que se associou. "É esse gerar contínuo de revolta, de transcendência, saber quando motivar, saber quando inspirar e retirar o máximo de potencial de cada um. Nós, no staff, somos muito mais líderes emocionais e líderes motivacionais do que mestres da táctica", frisou.

Esta dupla componente emocional/motivacional tem um peso decisivo e vai de encontro ao que vários jogadores apontaram [ver declarações em cima] como tendo sido decisivo no crescimento da onda ganhadora da equipa, que arrasou a concorrência e culminou com a conquista de quatro troféus. "Obviamente que as questões organizacionais são importantes no futebol e apenas uma boa organização triunfa, mas sou um grande respeitador dos estados de espírito, dos estados emocionais, da capacidade de transcendência, da capacidade de motivação e acredito que um onze em campo motivado é diferente de um onze que não está motivado. E o grande desafio de staff técnico é tirar o máximo potencial de cada um", reforçou ainda. Mas, fazer a gestão da motivação tem o reverso da medalha, quando se sabe que num plantel de 24 jogadores só podem jogar onze de cada vez. A frustração que daí decorre é outro desafio para o técnico: "Todos querem entrar, todos se mostram competitivos e nós temos de tomar opções para continuar na rota do sucesso. E isso custa muito, porque dois ou três jogadores que possam ficar de fora entram num estado de motivação diferente dos que têm essa confiança."

Relógio ao preço de um carro

Um relógio Franck Muller já não é para a carteira de qualquer um, mas sendo uma série limitada - como é o caso desta associação entre André Villas-Boas, o FC Porto e a marca suíça - só vem contribuir para o tornar ainda mais fora do alcance do comum dos mortais. Esta verdadeira peça de colecção custa 19 950 euros, mais do que muitos automóveis que por aí andam, mas vai certamente ser a figura central da colecção do técnico portista, apaixonado por relógios, que começou a coleccionar quando ainda nem se atrevia a sonhar poder vir a ter um em nome próprio.

"Fui membro dos SuperDragões"

A história de sucesso de André Villas-Boas no FC Porto não se construiu só à custa do percurso feito esta temporada. Em mais do que uma ocasião o técnico explicou que estava na sua "cadeira de sonho" e não estava a pensar deixá-la tão cedo. E a concretização do sonho de poder ser treinador do clube do seu coração tem raízes profundas: "Cresci adepto do FC Porto, vivi o clube das mais variadas formas. Infelizmente, não o vivi como desportista porque não tive essa oportunidade nem tinha esse jeito, mas vivi-o como treinador, como treinador dos camaradas jovens, como treinador-adjunto, como adepto, como membro dos SuperDragões, e tenho esse sentimento de que o Porto está presente em mim desde muito cedo, desde que tenho memória." Imagina-se que tamanha paixão pelo clube tenha saído ainda mais reforçada com as vitórias conquistadas, mas os alicerces do êxito são mais fundos. "O sucesso do clube não tem nada tem a ver comigo, tem a ver com os pergaminhos que o clube foi construindo, a história sólida dos últimos 30 anos com o presidente Pinto da Costa e com o acumular de competências que conseguiu gerar à sua volta até levar o FC Porto ao máximo da modernidade possível. Não quero que se pense que se deve apenas a mim e não se deve em absoluto aos sucessos que conquistámos nesta época."

No Olival já amanhã

André Villas-Boas vai regressar já amanhã ao Olival, mas não para trabalhar. Este ano, o técnico apadrinhou a Taça Coca-Cola e estará presente, à tarde, na final da competição, que se realiza no centro de treino e formação desportiva dos dragões. Uma interrupção nas férias, portanto...

Motivação: o ponto forte

Antes de André Villas-Boas assumir como ponto forte a forma como sabe galvanizar a equipa, já os jogadores o tinham referido em diversas entrevistas, elogiando as palavras certas no momento oportuno que Villas-Boas parece saber dosear na medida certa. Quatro títulos depois, a estratégia parece devidamente comprovada...

Beto

"Villas-Boas é quase perfeito a nível motivacional e para os jogadores é muito bom ter um líder como ele."

31 de Maio de 2011, in O Jogo

Helton

"A palestra [antes da final de Dublin] mexeu muito connosco, foi maravilhosa, espectacular. Faz pensar, reflectir. Saímos do hotel ainda mais confiantes de que íamos ganhar. Ele [André Villas-Boas] acrescenta sempre uma novidade e isso é espectacular. Nunca tive um treinador assim."

29 de Maio de 2011, in O Jogo

Guarín

"Ter a confiança do treinador é sempre fundamental para um jogador. Houve um trabalho mental, de querer, de nunca baixar os braços. Creio que me ajudou muito e hoje, posso dizer que valeu a pena esperar, ter paciência e trabalhar."

24 de Maio de 2011, in O Jogo

Já André Villas-Boas falava com a Imprensa, quando se ouviu o grito de uma das dezenas de jovens que estiveram ontem no Olival para a final da taça Coca-Cola. "André és o meu ídolo!", sinal de que nem o afastamento mediático das últimas semanas afectaram o prestígio do treinador portista. Um autógrafo, um beijo, enrubescer até à ponta das orelhas, tirar uma fotografia e não conseguir conter a emoção daquele momento - "É tão fofinho!" -, tudo valeu. As atenções estiveram concentradas no treinador que, a certa altura, um idoso mais entusiasmado "abalroou" com a barriga, para lhe dar um abraço, empurrando-o para cima de uma mesa. Percebendo a alegria, André não conteve um largo sorriso.

Por fim, um cheirinho de futebol: "Saudades disto? (risos) não propriamente, mas é bom estar presente. Tivemos uma época muito desgastante e regressar traz sempre sentimentos especiais".

Nos últimos dias, a Imprensa estrangeira não se tem cansado de noticiar o interesse de vários emblemas. "É-me completamente indiferente!" garantiu. A tentativa para o levar a comentar a Supertaça europeia também não resultou: "Não, nem penso em nada disso, estou a pensar sim, no avião que vou apanhar amanhã [hoje] cedo". O que não negou foi a atenção aos jovens: "Já faz algum tempo que estive nas camadas jovens do FC Porto, foi um dos momentos mais gratificantes da minha vida. Agora espero continuar a ser um exemplo para eles, porque é bom ter este calor humano por perto".

Nuno Capucho e Paulinho Santos em lista de espera


Pedro Emanuel está em trânsito para a Académica. Vaga na equipa técnica de Villas Boas é para ser ocupada por treinador da casa.

A forte possibilidade de Pedro Emanuel poder vir a ser o novo treinador da Académica (por onde passaram recentemente Domingos Paciência e Jorge Costa) abre uma vaga na equipa técnica portista. Mas como se trata de um quadro da casa, contrariamente ao que acontece com os demais colaboradores de André Villas Boas, excepção feita ao caso do preparador holandês dos guarda-redes, Wil Coort, cujo vínculo é diferente , o lugar em questão terá de ser obrigatoriamente preenchido por um elemento que faz parte do emblema azul e branco.

Uma imposição, como é norma no FC Porto, que tem a ver com a figura muito própria do treinador-adjunto da casa. Elemento cuja escolha não deve estar apenas associado à competência profissional, mas também, ou sobretudo, ao seu passado no clube e no que pode representar no grupo, como uma mais-valia em termos de reserva moral, da mística e história dos portistas. Rui Barros, João Pinto, André ou Aloísio estiveram nesse papel nos últimos anos.