Jogos de preparação 2011/2012

Joca escreveu:E parece que o Jardel voltou a enterrar. Este sim, foi um autêntico flop.

Mais remendos do que soluções:

O segundo teste da pré-época colocou a nu as fragilidades deste Benfica em reconstrução, como se esperava. Recém-chegado à primeira divisão suíça, o Servette está a anos-luz da fraca qualidade da selecção de Friburgo - que na véspera tinha sido cilindrada pelas águias com toda a facilidade - e, em fase adiantada de afinação, apresentou um andamento que deu dimensão ao drama de Jorge Jesus neste início de empreitada: o dique defensivo está furado e, por agora, só existem "remendos" para disfarçar e evitar males maiores - até Javi García teve de fazer uma perninha no eixo, pondo em prática o que vem sendo testado. Com a pré-eliminatória da Champions no horizonte, o remédio está no recurso directo ao mercado e na esperança de que a Copa América "liberte" rapidamente Maxi Pereira, Garay e Luisão.

De um ensaio para o outro, o técnico mudou apenas duas pedras: Jardel entrou para o lugar de Roderick no centro da defesa e Jara destronou Saviola no ataque. E se as dificuldades já eram evidentes na retaguarda, o ex-Olhanense agravou-as. Ao fim de 45 minutos literalmente para apagar da memória - foram vários os erros individuais, incluindo, claro, o lance que resultaria no golo do Servette (1-1) -, Jardel recebeu natural ordem para ver a segunda parte de fora do relvado. Mais: ao lado do brasileiro foi o... "dispensável" Miguel Vítor a assumir-se como homem do jogo. As reticências na frase anterior devem-se ao facto de, ainda há dias, o jovem ter estado perto de continuar no Leicester e de ainda hoje não se poder deitar na almofada sabendo que seguirá de águia ao peito, depois de ter sido chamado à pressa para este estágio.

Não se ficam por aqui, todavia, as movimentações no eixo da defesa. Preparando-se para os desafios de uma época em que joga o seu crédito na Luz, Jorge Jesus testou um esquema alternativo (ver campos em anexo), além de reproduzir em jogo aquilo que vem trabalhando nos treinos: Javi García, nesta fase, é cada vez mais forte hipótese para jogar ao lado de um central de raiz. Depois de ter colocado o espanhol no habitual posto (trinco) e, mais tarde, no centro do miolo com companhia, Jesus posicionou-o ao lado de Roderick. Uma alternativa que, no entanto, o treinador espera não ser obrigado a utilizar na terceira pré-eliminatória da Champions. À cautela, inventa soluções.

Se o centro da defesa é um tormento, as laterais também não dão descanso. À esquerda, Fábio Faria (sem futuro na Luz) sentiu maiores dificuldades; na direita, André Almeida (encomendado ao Belenenses) e Wass também se quedaram abaixo do exigível. O desafio da SAD encarnada é grande, não só pelo contra-relógio, mas também pela qualidade que terá de encontrar para o sector defensivo. Se as vendas de David Luiz - a meio da última época - e Fábio Coentrão ajudaram a capitalizar para equilibrar as contas, é agora imperativo devolver a estabilidade de outrora a um sector que Jesus considera primordial.

As tácticas:

1ª parte: 4x4x2
Losango em polimento

Não há volta a dar, nem Jorge Jesus pensa fazê-lo. O sistema a trabalhar na Luz é o 4x4x2, com o meio-campo em losango, onde o técnico ontem voltou a lançar Javi García, Gaitán, Bruno César e Aimar. Neste capítulo, nota apenas para a troca dos "alas", a cinco minutos do final da primeira metade. Com dois esquerdinos a buscar profundidade, Jesus quis testar igualmente o ex-Corinthians na direita, cenário em que tanto tem insistido com Gaitán. Na frente, a habitual dupla de avançados, com maior ou menos mobilidade, dependendo da presença de Cardozo.

2ª parte: 4x4x2
Teste à contenção

Se contra a selecção de Friburgo Jorge Jesus não mexeu no desenho táctico, ontem aproveitou o confronto com uma equipa mais forte e rotinada para testar uma alternativa de maior contenção: o 4x4x2 clássico, com dois médios à frente da defesa e um destes com maior liberdade. A prova começou com Matic a entrar para o lado de Javi García, e Enzo Pérez (direita) e Nolito (esquerda) para as alas. Com o recuo do espanhol para o eixo, foi Nuno Coelho a formar parelha com o sérvio. Este é, recorde-se, o sistema mais utilizado por Jesus nos "jogos grandes".

A ESTRELA: Miguel Vítor

Vencendo etapas, o central que foi chamado a correr para o estágio na Suíça - e que Eriksson quer de volta no Leicester City - vai somando pontos e conquistando o direito de, no mínimo, sonhar com a inclusão no plantel que o Benfica esculpe para enfrentar a época 2011/12. Perante um adversário que deu trabalho, soube produzir uma exibição de qualidade e reuniu mais uns quantos argumentos que favorecem a reflexão de Jorge Jesus. Se o treinador precisa de um central com urgência para fazer face à pré-eliminatória da Champions, não pode fechar os olhos às evidências e ignorar as prestações deste português formado no Benfica. Sempre no sítio certo, serviu de muro aos avançados contrários, cortando e recuperando bolas com categoria - e ainda teve de varrer aselhices de Jardel. Mostrou grande segurança e perfil de liderança. Na segunda parte ainda tentou o golo, cabeceando à figura. Jesus não o quis na época passada, e nesta pré-temporada também se preparava para o despachar - mas, por este andar, poderá ter de rever as suas opções.

fabuloso escreveu:A diferença nos merdas é que a cada mau resultado, a cada derrota, vão começar a sentir pressão de todos os lados e puff, acontece o mesmo de sempre.

fabuloso escreveu:A diferença nos merdas é que a cada mau resultado, a cada derrota, vão começar a sentir pressão de todos os lados e puff, acontece o mesmo de sempre.

Nuno90 escreveu: jogadores como o Roberto por exemplo se começarem a falhar já...

Nuno90 escreveu:o Artur não é nada demais mas em caso de necessidade confere segurança... o problema é que aquela defesa sem Coentrao... não estou a ver o Garay a brilhar particularmente por cá

fabuloso escreveu:A diferença nos merdas é que a cada mau resultado, a cada derrota, vão começar a sentir pressão de todos os lados e puff, acontece o mesmo de sempre.