Capitães da Caixa
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Capitães da Caixa
Os capitães da caixa dos triunfos
São os três capitães das modalidades que esta época levaram o FC Porto a um jackpot de títulos. O hoquista Filipe Santos é o mais velho (37 anos) e chegou ao clube com 14. Nuno Marçal está a caminho dos 36 e começou no minibasquete aos nove; com essa idade media mais de 1,70m e tal facto despertou-lhe o interesse pelo basquetebol, deixando o ténis que, no entanto, continua a jogar, e é, desde há pouco tempo, complementado com a prática do golfe. Ricardo Moreira é o mais novo (29 anos) e tinha 15 quando veio do CPN.
Para além da braçadeira de capitão e da longevidade no clube, não escondem o desejo de se manterem no FC Porto, para além das carreiras como atletas.
O único que assume a vontade de abraçar a actividade de treinador é Ricardo Moreira que, aliás, até já orienta a equipa de juvenis. Os outros dispensam tal missão. Filipe Santos lembra que faz parte do clube há 23 anos e "gostava de ser team-manager", apesar de reconhecer que "esse cargo não é muito comum fora do âmbito do futebol". Nuno Marçal chegou a frequentar um curso de nível 1 de treinador, mas não encontrou motivação para o completar. Pretende manter-se no clube numa qualquer outra tarefa, mas também faz questão de afiançar que quer "jogar mais duas ou três épocas".
O trio maravilha, costuma estar junto, quase sempre depois dos treinos no Dragão Caixa. "Quando se proporciona, tomamos café, almoçamos, vamos ao centro comercial", conta Filipe Santos. Embalado, como se ainda mantivesse os patins que teve de calçar para a sessão fotográfica, prossegue: "Antigamente, quando existia o Pavilhão Américo de Sá, apesar de também treinarmos todos no mesmo local, não existiam tantas opções como aqui nas imediações do Dragão Caixa e do estádio". "A não ser o bar da piscina e um cafezinho chamado Dragão Azul", argumenta numa fascinante viagem ao passado.
Filipe Santos acaba por se destacar no início desta conversa 3x3. Ele é o único capaz de praticar o desporto em que os amigos despontaram. Estes, pelo contrário, não sabem patinar. "Não sei andar de patins e nem quero experimentar. Se o fizesse, era para cair", rematou o andebolista, sorrindo, se bem que revele uma personalidade algo mais reservada do que os companheiros. Igualmente a sorrir, o "gigante" (2,05m) do basquetebol atirou: "A altura para patinar é mais um obstáculo, mas quem sabe se não seria capaz de o fazer num skate".
De volta à carga, Filipe puxou dos galões: "Só para se ter uma ideia, nos treinos nós fazemos o aquecimento, sempre com patins, com joguinhos de basquete ou de andebol e até conseguimos saltar". É caso para dizer: 2-0 para o Santos da casa!...
Têm ainda em comum o encanto pela mística do clube e pela enorme paixão dos adeptos. Nestas três páginas, o leitor fica a conhecer um pouco melhor os capitães de uma armada cujo sucesso é pintado em tons de azul e branco.
Eles partilham grande admiração
O que é que cada um mais admira nas outras modalidades? Eis o desafio lançado aos capitães.
Filipe Santos foi claro: "É a identidade que todas elas têm! É o jogar à Porto, encher o pavilhão, ter alguns atletas com carisma. Um grupo forte. O basquetebol e o andebol têm isso e nós também".
Nuno Marçal começou por elogiar a "evolução do andebol". "Tem uma equipa muito forte e um treinador que exige bastante. Uma equipa muito coesa, que irá manter a hegemonia". Em relação ao hóquei, não tem dúvidas: "É fantástico vencer dez campeonatos seguidos. Era importante chegarem ao deca, mas já estão a pensar no 11º e no 12º. Não é fácil manter a motivação, mas este clube é assim, passa dez anos a ganhar e quer continuar a ganhar".
Ricardo Moreira foi o último a opinar e não só concordou com os companheiros, como relatou outros importantes pormenores. "No basquetebol é extraordinária a capacidade de assimilação dos americanos aos ideais do clube. O próprio treinador percebeu rapidamente o que é este clube. Mesmo os que não foram da 'cantera' percebem de imediato os parâmetros essenciais do que é estar no FC Porto. Quanto ao hóquei, é quase impossível ser campeão dez anos seguidos e a equipa mostrou ser possível. Aprecio a humildade deles ano após ano, a capacidade de motivação. E, depois, existe a mística comum às três equipas".
As primeiras camisolas estão bem guardadas
A camisola de Nuno Marçal era de malha e era a que se usava no início da década de 1980, quando entrou no reino do Dragão. As primeiras de Filipe Santos e de Ricardo Moreira já eram mais... confortáveis. Os três guardam-nas, religiosamente, nas suas casas, e recordaram como foi vivido o primeiro dia no clube.
"Foi marcante", avançou Filipe que, sempre com enorme boa disposição, pediu licença aos colegas para relatar as suas memórias: "Tinha 14 anos, fiz dois treinos e fomos para um estágio na Corunha, numa altura em que praticamente não saía do país. Fizemos um minicampeonato, uma espécie de Taça Ibérica, durante o Mundial de 1989".
Marçal começa por recordar um clube cujas "regras eram completamente diferentes daquilo a que estava habituado" e aponta a emoção de "um primeiro jogo nos minis".
Ricardo Moreira jogava no CPN e o FC Porto convidou-o "para fazer um torneio de iniciados de final de época no Algarve". "Nessa altura estava um pouco assustado, pois não estava habituado à quantidade de bons jogadores que havia nesse grupo. No clube onde estava, havia dois ou três e no FC Porto eram todos bons jogadores", relembrou.
O dia mais feliz e o golo que ficou por marcar
Durante as comemorações dos respectivos títulos no Dragão Caixa, Nuno Marçal e Filipe Santos foram acompanhados pelos filhos. O baquetebolista contou: "O meu tem nove anos e nunca tinha visto o pai ser campeão. Fiz questão que ele levantasse a taça comigo e estava completamente extasiado. Nem sei se ficou a gostar de champanhe. À noite, antes de se deitar, disse que tinha sido o dia mais feliz da vida dele". O hoquista destacou o facto de o mais velho ter feito o seguinte reparo: "Pai, ganhaste, mas não marcaste um golo!..."
"Ser campeão é um meio para um fim ainda maior"
"Chegou ao FC Porto numa altura complicada e conseguiu mudar a mentalidade dos atletas. E isso é muito difícil quando já se é campeão", refere Ricardo Moreira, sobre Ljubomir Obradovic. "Esse é o mérito que toda a equipa lhe dá. Ele fez-nos ver o sermos campeões como normal, tentando sempre estabelecer uma meta seguinte à equipa campeã", continua, dando um exemplo: "É público o facto de ele estar sempre a dizer que é preciso uma equipa que esteja na fase de grupos da Liga dos Campeões e é óptimo que ele veja o facto de ser campeão como um meio de atingir um fim. Lujbomir Obradovic veio mudar muito a mentalidade do andebol".
"Trata-se de um treinador acima da média"
Nuno Marçal nem pestanejou. "Moncho trouxe a qualidade extraordinária que tem", lançou de pronto, revelando que "já lhe tinha dito, quando trabalhei com ele na selecção, que tinha sido uma experiência fenomenal". "Trata-se de um treinador acima da média e para as pessoas perceberem isso basta dizer que passamos duas horas e parece que foi uma. Trabalhamos muito e bem, sem ser cansativo, sem ser aborrecido. Ele percebe muito de basquetebol. Aliás, um treinador que chega à selecção espanhola e consegue uma medalha tem de ter mérito. E depois tem uma coisa boa, que é a aposta constante em jovens e eles foram fundamentais na conquista do título".
"O feito gigantesco de ter tornado o sonho realidade"
E Franklim Pais? O homem que levou o hóquei patins a um inédito decacampeonato? "O Franklim é o... Franklim. É um homem da casa, está cá há muitos anos, é um grande gestor de equipas, consegue ter toda a gente sempre muito motivada", explica Filipe Santos.
"Tive a particularidade de ter jogado com ele, ou seja, além de treinador é meu amigo, há muitos anos, desde que sou sénior, em 1992/93, e tem o feito gigantesco de ter tornado este sonho realidade. São dez campeonatos e ele certamente vai ficar na história como treinador com mais campeonatos ganhos em todas as modalidades".
"Benfica sempre em segundo"
FC Porto e Benfica, nas diversas modalidades, e entre campeonatos e taças, defrontaram-se 25 vezes este ano. Os duelos arrastam multidões, porque a rivalidade é histórica e intensa.Os jogadores, esses, também a vivem de forma especial e Nuno Marçal é o primeiro a tentar explicá-la. Recosta-se no sofá e dispara: "São os rivais eternos. Este ano o que deu mais evidência a isso foi o facto do Benfica ter ficado em segundo praticamente em tudo [ndr: no andebol foi quarto e o segundo foi o Madeira SAD]. E que seja sempre assim, sempre em segundo ou pelo menos sempre abaixo do primeiro lugar. De qualquer forma, é uma realidade que tem muito a ver com futebol: São as melhores equipas de Portugal e as que têm os melhores orçamentos".
Filipe Santos assina por baixo e, para lá da carga emocional dos clássicos, lembra que uma das motivações dos jogadores de hóquei em patins passa ainda por perseguir registos em que os encarnados estão melhor cotados: "Em algumas coisas o Benfica está à nossa frente. No caso do hóquei conseguimos agora igualar o Benfica em número de títulos, porque o nosso deca foi o 20º, tantos quanto eles têm. Eu quando comecei a jogar nunca pensei atingir os mesmos títulos do Benfica e neste momento estamos em condições de os ultrapassar".
Segurança apertada e mais eficaz
Para provar o que diz Filipe Santos, relativamente à segurança mais apertada de hoje, Nuno Marçal deu um exemplo: "Quando fomos à Luz, eu e o Miguel Miranda fomos ao teste antidoping, mas a polícia ficou a aguardar. Depois fomos jantar à casa do FC Porto em Lisboa, a polícia esteve a fazer segurança ao autocarro e segui-nos à auto-estrada". Mas se no basquetebol as visitas à Luz são tranquilas, no hóquei, há três anos, registou-se outro episódio de violência. Os adeptos incendiaram o autocarro portista, mas, desta vez, sem consequências graves.
Voaram euros na Luz
"Não tenho medo de ir à Luz", garantiu Ricardo Moreira, contando: "Mas somos sempre mal recebidos. O mais grave foi quando Tiago Rocha foi expulso e os adeptos tentaram chegar-se a ele. Depois atiram moedas de um euro... eles são ricos lá em baixo. De resto, na maioria dos casos, são jogos que se disputam com desportivismo e nunca nos aconteceu nada parecido com o caso do Filipe Santos".
Moreira ainda se arrepia
"Aquilo que me passou pela cabeça, e ainda passa, é que o sonho esteve quase a ser realidade. Não sei... Até me arrepio...". Ricardo Moreira recordou com emoção o jogo que ditou o afastamento do FC Porto da Liga dos Campeões, em casa, depois de o último golo, que marcou e dava o apuramento (na foto), não ter sido dado como válido, por a bola ter entrado centésimos de segundo depois do apito final.
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famaboys- Moderador
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to_madeira- Treinador de Bancada
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Re: Capitães da Caixa
Fantástico. A Mística é hoje bastante mais evidente nas modalidades.
badblood- Lenda Viva
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Re: Capitães da Caixa
Enormes obrigada por tudo
A.Luísa 20- Lenda Viva
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Re: Capitães da Caixa
A carreira do Filipe já se estende desde 1992, recordo-me que foi ele que deu o título mundial em 1993, num campeonato disputado em Itália. Notável.
fabuloso- Lenda Viva
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Re: Capitães da Caixa
ENORMES!
Peplin- Lenda Viva
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Re: Capitães da Caixa
Gostei muito do que li.
Tio Hans- Admin
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Re: Capitães da Caixa
Só tive oportunidade de me actualizar agora, mas este artigo d "O Jogo" merece um bem como todos esses extraordinários capitães
Depois atiram moedas de um euro... eles são ricos lá em baixo
OrgulhoAzulBranco- Sócio Cativo
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