O castigo a Ferguson e a nossa vergonha
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O castigo a Ferguson e a nossa vergonha
O castigo a Ferguson e a nossa vergonha
Por Luís Sobral2011-03-17 09:40h
Primeiro os factos.
Alex Ferguson fez um comentário sobre o árbitro, num jogo do Manchester United com o Chelsea. Visto de Portugal, o que disse o treinador escocês até parecia uma coisa de crianças, sem especial gravidade.
Em Inglaterra estas coisas são lidas com a profundidade que merecem. O árbitro é uma figura central do jogo e, no limite, a garantia de que vale a pena continuar a ir ao futebol. É crucial que os adeptos confiem em quem dirige a partida. Só assim poderão acreditar que os desafios são de facto decididos por quem joga, durante 90 minutos.
Tudo o que afecte, ainda que de forma ligeira, esta percepção do árbitro (logo, do jogo) é grave. Se a frase ou acto for da responsabilidade de quem tem especial capacidade de se fazer ouvir (treinadores, dirigentes e jogadores dos grandes estão nos primeiros lugares desta lista), mais grave.
Por isso, a Premier League ouviu Alex Ferguson criticar o árbitro e agiu: três jogos de castigo, activação de uma pena suspensa e multa. Resultado: cinco jogos na bancada.
O caso deu-se a 1 de Março, ficou decidido a 16. Quinze dias, com fins-de-semana pelo meio. Ainda poderá haver recurso, mas a pena será efectiva a partir de 22 de Março.
Em Portugal, o desrespeito pela figura do árbitro é abjecta.
O que árbitros, dirigentes e jogadores dizem sobre as equipas de arbitragem demonstra como são fracos, como precisam de desculpas básicas para iludir os adeptos e justificar os erros que cometem.
A forma como os agentes desportivos olham para os árbitros define a incapacidade que têm para realmente compreender o que é melhor para o futebol.
Infelizmente, é difícil acreditar que algum dia estas pessoas perceberão em que base deve ser sustentada uma «indústria», como o futebol, se saudável, deveria ser. Assim, restaria à Liga agir.
Aqui chegados, é bom lembrar o leitor que os regulamentos da Liga são definidos em assembleia geral, pelos clubes. Por isso são tão permissivos, por isso existe tanta incapacidade para realmente agir sobre quem, semana após semana, prejudica o futebol. No entanto, nunca vi até hoje especial determinação de quem manda para alterar as coisas. Pelo menos denunciar, pelo menos tentar.
Um outro aspecto fundamental é o tempo que estas coisas demoram em Portugal. Por exemplo, o caso do Benfica-Nacional, onde um treinador e um jogador fizeram triste figura no meio do relvado, ainda está por decidir. Aconteceu a 22 de Janeiro e toda a gente viu o que se passou. Não existe qualquer explicação plausível para que uma decisão sobre casos como este demore tanto tempo.
O futebol não se defende só com bons jogadores, estádios cheios e frases bonitas. A defesa do árbitro e a aplicação rápida e correcta da justiça são dois aspectos fundamentais. Infelizmente, era simples copiar os bons exemplos que chegam de Inglaterra e, por vezes, da própria UEFA. Em Portugal nem copiar sabemos.
PS: Atenção, isto não significa que ache os árbitros ingleses especialmente competentes. Aliás, basta ver o que sucedeu com a bárbara agressão a Nani, num jogo recente com o Liverpool. Jamie Carragher saiu da história a rir, com um amarelo. Estou convencido de que em Portugal, hoje, não escaparia ao vermelho.
http://www.maisfutebol.iol.pt/desce/alex-ferguson-premier-league/1240047-1498.html
Daniel Novo- Lenda Viva
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Re: O castigo a Ferguson e a nossa vergonha
Se o CD da Liga ZonSagres tivesse os mesmo "cojones" que O CD da Preimier League os treinadores em Portugal mal assentavam o cu no banco, principalmente o papa chiklets dos benfas!
Múry- Treinador de Sofá
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