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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português

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Mensagem por famaboys Sáb Out 23, 2010 12:32 am



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Bom dia! Não sei porquê mas deu-me uma súbita inspiração para recordar aqueles cinco magníficos anos na década de 90 do século XX, do nosso clube.

Em 1994 morava eu no Porto (Campanhã) e de duas em duas semanas olhava pela janela do quarto e via uma multidão rua acima, numa romaria cheia de luz, cor e cânticos tendo como destino o Estádio das Antas. Naquela altura lembro-me de suplicar e fazer birra frente aos meus pais para me deixarem ir com aquela multidão ver a bola mas era muito novo, tinha 5 anos mas já defendia as minhas cores, azul e branco praticamente desde que nasci. Lembro-me também que tinha a caderneta da época e ficava frustrado sempre que não saía um cromo de um jogador do Porto. Mas isto não serve para as minhas recordações, vamos mas é falar do nosso clube.

1994/95

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A época 1994/95 foi simplesmente fantástica mas começou com uma terrível notícia, Rui Filipe, que deu início aos golos do Penta, faleceu pouco depois do jogo com o Braga. Falando do campeonato, em 34 jogos tivemos apenas uma derrota, frente ao Marítimo, no Caldeirão, empatámos 4 vezes e obtivemos 29 vitórias. Neste percurso estivemos 27 jogos sem perder, nessa sério atingimos 9 vitórias consecutivas (entre a 21ª e a 29ª Jornada) e não sofremos golos em 7 jogos consecutivos (entre a 25ª e 31ª Jornada). O timoneiro do clube era Bobby Robson, antigo treinador do Sporting, tendo como adjuntos José Mourinho, Augusto Inácio e Alfredo Murça. No plantel despontavam nomes como Jaime Magalhães, André, Semedo, Rui Barros (regressou às Antas), Bandeirinha, João Pinto. Foram utilizados 26 jogadores durante a caminhada, sendo Vítor Baía o mais utilizado (apenas falhou um jogo). Fica agora aqui um resumo detalhado da nossa época:

1ª Jornada - 21/08/94 - FC Porto 2-0 Braga (Rui Filipe; Kostadinov)

2ª Jornada - 28/08/94 - Beira-Mar 0-2 FC Porto (Emerson; Rui Barros)

3ª Jornada - 11/09/94 - FC Porto 3-0 U. Madeira (José Carlos; Aloísio; Folha)

4ª Jornada - 18/09/94 - Vit. Setúbal 2-3 FC Porto (Emerson; Kulkov; Rui Barros)

5ª Jornada - 25/09/94 - FC Porto 2-0 U. Leiria (Rui Barros; Domingos)

6ª Jornada - 02/10/94 - Benfica 1-1 FC Porto (Yuran)

7ª Jornada - 09/10/94 - Marítimo 2-1 FC Porto (Domingos)

8ª Jornada - 23/10/94 - FC Porto 1-0 Gil Vicente (Secretário)

9ª Jornada - 30/10/94 - Chaves 0-4 FC Porto (José Carlos (2); Rui Barros; Folha)

10ª Jornada - 06/11/94 - FC Porto 3-0 Vit. Guimarães (Aloísio; Rui Barros; Yuran)

11ª Jornada - 20/11/94 - Farense 0-3 FC Porto (Secretário; Rui Barros; Domingos)

12ª Jornada - 26/11/94 - FC Porto 1-0 Belenenses (Secretário)

13ª Jornada - 30/11/94 - E. Amadora 0-1 FC Porto (Secretário)

14ª Jornada - 11/12/94 - FC Porto 1-1 Sporting (José Carlos)

15ª Jornada - 31/12/94 - Boavista 1-2 FC Porto (Emerson; Kulkov)

16ª Jornada - 08/01/95 - FC Porto 5-2 Salgueiros (Aloísio; José Carlos; Domingos (2); Yuran)

17ª Jornada - 14/01/95 - Tirsense 0-2 FC Porto (Domingos; Rui Barros)

18ª Jornada - 22/01/95 - Braga 1-4 FC Porto (José Carlos; Yuran; Domingos (2))

19ª Jornada - 05/02/95 - FC Porto 3-0 Beira-Mar (Aloísio; José Carlos; Domingos)

20ª Jornada - 11/02/95 - U. Madeira 0-0 FC Porto

21ª Jornada - 19/02/95 - FC Porto 2-0 Vit. Setúbal (Drulovic (2))

22ª Jornada - 25/02/95 - U. Leiria 0-2 FC Porto (Emerson; Drulovic)

23ª Jornada - 05/03/95 - FC Porto 2-1 Benfica (José Carlos; Drulovic)

24ª Jornada - 12/03/95 - FC Porto 4-1 Marítimo (Drulovic; Domingos; Folha; Baroni)

25ª Jornada - 20/03/95 - Gil Vicente 0-1 FC Porto (Emerson)

26ª Jornada - 25/03/95 - FC Porto 2-0 Chaves (Secretário; Domingos)

27ª Jornada - 02/04/95 - Vit. Guimarães 0-1 FC Porto (Domingos)

28ª Jornada - 09/04/95 - FC Porto 2-0 Farense (Domingos; Folha)

29ª Jornada - 17/04/95 - Belenenses 0-2 FC Porto (Latapy; Domingos)

30ª Jornada - 30/04/95 - FC Porto 0-0 E. Amadora

31ª Jornada - 07/05/95 - Sporting 0-1 FC Porto (Domingos)

32ª Jornada - 14/05/95 - FC Porto 4-2 Boavista (Aloísio; Rui Barros; Domingos; Folha)

33ª Jornada - 21/05/95 - Salgueiros 1-2 FC Porto (Rui Barros; Domingos)

34ª Jornada - 28/05/95 - FC Porto 4-0 Tirsense (Jorge Costa; Domingos (2); Folha)

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Class_9495

Quem jogou(nº de jogos):

Vítor Baía(33); Domingos(32); Aloísio(31); João Pinto(31); Emerson(31); Secretário(29); Paulinho Santos(29); José Carlos(28); Rui Barros(27); Folha(27); Kulkov(24); Drulovic(23); Yuran(23); Rui Jorge(15); Latapy(14); Baroni(14); Jorge Costa(13); André(5); Jorge Couto(4); Semedo(2); Bandeirinha(2); Cândido(2); Kostadinov(1); Vítor Nóvoa(1); Rui Filipe(1); Jaime Magalhães(1)

Quem marcou(nº de golos):

Domingos(19); Rui Barros(9); José Carlos( 8 ); Folha(6); Emerson(5); Aloísio(5); Secretário(5); Drulovic(5); Yuran(4); Kulkov(2); Rui Filipe(1); Kostadinov(1); Baroni(1); Latapy(1); Jorge Costa (1)

1995/96

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Robson_equipa9596

Se a época anterior foi fantástica esta ainda conseguiu ser um pouco pior em termos de vitórias, derrotas e empates e em série invencível, ficamos 26 jogos sem perder ao invés de 27 na época transacta. Melhorámos o registo no número de golos. Dos reforços adquiridos, quem mais se destacou foi Edmilson e Lipscei. A equipa técnica sofreu uma adição, com Vitor Frade a fazer companhia nos Adjuntos a Inácio e Mourinho sendo liderados por Bobby Robson. Por falar no inglês, mais uma vez o reino das Antas se sentiu alarmado, antes do início oficial da época Bobby Robson teve problemas de saúde que fizeram com que deixasse a equipa “abandonada” durante 2 meses, “obrigando” assim Inácio a tomar conta da equipa, aquando do seu regresso a equipa estava no 1º lugar isolada. As coisas estavam a correr lindamente mas uma lesão de Baía (ficou de fora 2 meses) fez com que o Dragão tremesse. O que valeu foram os 16 pontos de vantagem adquiridos que impediram que o mal fosse maior. Por outro lado, Domingos foi eleito o melhor marcador do campeonato com 25 golos e o dragão obteve, mais uma vez, o melhor registo nos golos marcados e sofridos.

1ª Jornada - 20/08/95 – FC Porto 2-1 Sporting (Domingos(2))

2ª Jornada – 17/08/95 – Gil Vicente 0-1 FC Porto (Domingos)

3ª Jornada – 09/09/95 – FC Porto 2-0 Chaves (Latapy; Mielcarski)

4ª Jornada – 17/09/95 - Leça 0-2 FC Porto (Domingos; Mielcarski)

5ª Jornada – 23/09/95 – Felgueiras 1-1 FC Porto (Latapy)

6ª Jornada – 05/10/95 – FC Porto 1-0 Boavista (Folha)

7ª Jornada – 11/10/95 – Braga 0-3 FC Porto (Domingos(2); Drulovic)

8ª Jornada – 22/10/95 – FC Porto 5-0 Campomaiorense (Edmilson(2); Domingos(2); Drulovic)

9ª Jornada – 28/10/95 – Farense 0-2 FC Porto (Domingos(2))

10ª Jornada – 05/11/95 – FC Porto 3-0 Benfica (Lipcsei; Domingos(2))

11ª Jornada – 18/11/95 – U. Leiria 0-0 FC Porto

12ª Jornada – 26/11/95 – FC Porto 6-0 Marítimo (Rui Jorge(2); Emerson; Jorge Couto; Domingos; Bino)

13ª Jornada – 10/12/95 – Salgueiros 0-4 FC Porto (Lipcsei; Edmilson(2); Domingos)

14ª Jornada – 17/12/95 – FC Porto 5-0 Tirsense (Emerson; Latapy(2); Rui Barros; Folha)

15ª Jornada – 23/12/95 – Vit. Guimarães 0-2 FC Porto (Edmilson; Domingos)

16ª Jornada – 30/12/95 – FC Porto 6-0 E. Amadora (Jorge Costa; Edmilson; Lipcsei(2); Latapy; Domingos)

17ª Jornada – 07/01/96 – Belenenses 1-1 FC Porto (Domingos)

18ª Jornada – 13/01/96 – Sporting 0-2 FC Porto (Domingos(2))

19ª Jornada – 17/01/96 – FC Porto 2-0 Gil Vicente (Edmilson; Domingos)

20ª Jornada – 26/01/96 – Chaves 2-3 FC Porto (Drulovic(2); Domingos)

21ª Jornada – 04/02/96 – FC Porto 2-0 Leça (Lipcsei; Domingos)

22ª Jornada – 11/02/96 – FC Porto 6-2 Felgueiras (João Manuel Pinto; Rui Barros; Drulovic(2); Jorge Couto; Quinzinho)

23ª Jornada – 16/02/96 – Boavista 1-1 FC Porto (Lipcsei)

24ª Jornada – 03/03/96 – FC Porto 6-3 Braga (Edmilson (3); Drulovic(2); Folha)

25ª Jornada – 08/03/96 – Campomaiorense 0-1 FC Porto (Edmilson)

26ª Jornada – 17/03/96 – FC Porto 2-0 Farense (João Manuel Pinto; Domingos)

27ª Jornada – 23/03/96 – Benfica 2-1 FC Porto (Emerson)

28ª Jornada – 31/03/96 – FC Porto 1-0 U. Leiria (Domingos)

29ª Jornada – 06/04/96 – Marítimo 1-1 FC Porto (Jorge Couto)

30ª Jornada – 14/04/96 – FC Porto 2-0 Salgueiros (Emerson; Domingos)

31ª Jornada – 20/04/96 – Tirsense 2-4 FC Porto (João Manuel Pinto; Bino; Rui Barros; Folha)

32ª Jornada - 28/04/96 – FC Porto 2-3 Vit. Guimarães ( Quinzinho; Edmilson)

33ª Jornada – 05/05/96 – E. Amadora 1-1 FC Porto (Rui Barros)

34ª Jornada – 12/05/96 – FC Porto 1-0 Belenenses (Edmilson)

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Class_9596

Quem jogou (nº de jogos):

Folha(31); Edmilson(31); Drulovic(31); Emerson(29); Domingos(29); Aloísio(29); Rui Barros(27); Secretário(27); Vítor Baía(26); Latapy(26); Paulinho Santos(25); Lipcsei(23); Rui Jorge(22); Jorge Costa(21); João Manuel Pinto(17); João Pinto(13); Bino(12); Jorge Couto(10); Quinzinho(9); José Carlos( 8 ); Silvino(5); Mielcarski(5); Matias(4); Eriksson(4); Vítor Nóvoa(2); Jorge Silva(1); Bandeirinha(1); Semedo(1)

Quem marcou (nº de golos):

Domingos(25); Edmilson (13); Drulovic( 8 ); Lipcsei(6); Latapy(5); Emerson(4); Folha(4); Rui Barros(4); João Manuel Pinto(3); Jorge Couto(3); Bino(2); Mielcarski(2); Quinzinho(2); Rui Jorge(2); Jorge Costa(1)

1996/97

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Foi uma época de algumas mudanças no mundo do dragão, começando desde logo com a saída de toda a equipa técnica quando não se esperava, Sir Bobby tinha em mãos uma proposta do Barcelona e não foi capaz de dizer “não” ao chamamento espanhol. Para o seu lugar foi contratado o então seleccionador português António Oliveira, que aceitou de bom grado a proposta, a acompanhá-lo tinha Joaquim Teixeira, Hernâni Gonçalves, André e Mlynarczyk. Perdemos também pedras basilares da época transacta como Vítor Baía e Emerson e conseguimos equilibrar o plantel com as entradas de Jardel, Artur, Barroso, Sérgio Conceição, Zahovic e Fernando Mendes. Nesta época houve uma curiosidade, conquistámos mais pontos fora de casa do que nas Antas. Estivemos 19 jogos sem perder, 15 jogos consecutivos em que não soubemos fazer outra coisa que não ganhar e tivemos 9 jogos com as redes invioláveis. Jardel provou ser o reforço do ano ao conquistar a Bota de Ouro com 30 golos. Com este título igualámos o Sporting no número de títulos conquistados.

1ª Jornada – 25/08/96 – FC Porto 2-2 Vit. Setúbal (Domingos; Jardel)

2ª Jornada – 07/09/96 – U. Leiria 0-3 FC Porto (Edmilson; Jardel; Artur)

3ª Jornada – 15/09/96 – FC Porto 2-0 Chaves (Edmilson; Folha)

4ª Jornada – 21/09/96 – Salgueiros 0-1 FC Porto (Jardel)

5ª Jornada – 29/09/96 – FC Porto 0-0 E. Amadora

6ª Jornada – 12/10/96 – Sporting 0-1 FC Porto (Edmilson)

7ª Jornada – 21/10/96 – FC Porto 1-0 Boavista (Zahovic)

8ª Jornada – 26/10/96 – Espinho 0-5 FC Porto (Edmilson; Rui Barros; Jardel(2); Wetl)

9ª Jornada – 03/11/96 – FC Porto 2-0 Farense (Jorge Costa; Jardel)

10ª Jornada – 15/11/96 – Rio Ave 0-1 FC Porto (Jardel)

11ª Jornada – 25/11/96 – FC Porto 4-1 Marítimo (Barroso(2); Zahovic(2))

12ª Jornada – 29/11/96 – Leça 2-4 FC Porto (Edmilson(2); Jardel; Rui Barros)

13ª Jornada – 21/12/96 – Belenenses 0-2 FC Porto (Jardel(2))

14ª Jornada – 04/01/97 – FC Porto 3-1 Vit. Guimarães (Jorge Costa; Jardel(2))

15ª Jornada – 11/01/97 – Benfica 1-2 FC Porto (Jorge Costa; Jardel)

16ª Jornada – 19/01/97 – FC Porto 5-0 Braga (Zahovic; Edmilson; Jardel(2); Folha)

17ª Jornada – 27/01/97 – Gil Vicente 0-3 FC Porto (Edmilson; Folha; Domingos)

18ª Jornada – 31/01/97 – Vit. Setúbal 1-3 FC Porto (Edmilson; Drulovic; Jardel)

19ª Jornada – 08/02/97 – FC Porto 2-0 U. Leiria (Edmilson; Jardel)

20ª Jornada – 13/02/97 – Chaves 2-4 FC Porto (João Manuel Pinto; Jardel(3))

21ª Jornada – 23/02/97 – FC Porto 1-2 Salgueiros (João Manuel Pinto)

22ª Jornada – 28/02/97 – E. Amadora 2-2 FC Porto (Jardel; Artur)

23ª Jornada – 15/03/97 – FC Porto 1-2 Sporting (Barroso)

24ª Jornada – 23/03/97 – Boavista 0-2 FC Porto (Fernando Mendes(2))

25ª Jornada – 06/04/97 – FC Porto 3-0 Espinho (Fernando Mendes; Jardel(2))

26ª Jornada – 11/04/97 – Farense 1-2 FC Porto (Artur(2))

27ª Jornada – 20/04/97 – FC Porto 2-2 Rio Ave (Jardel; Rui Barros)

28ª Jornada – 25/04/97 – Marítimo 0-2 FC Porto (Zahovic; Artur)

29ª Jornada – 04/05/97 – FC Porto 2-1 Leça (João Manuel Pinto; Edmilson)

30ª Jornada – 11/05/97 – FC Porto 2-1 Belenenses (Jardel(2))

31ª Jornada – 17/05/97 – Vit. Guimarães 0-4 FC Porto (Zahovic(2); Jardel(2))

32ª Jornada – 24/05/97 – FC Porto 3-1 Benfica (Jorge Costa; Jardel(2))

33ª Jornada – 31/05/97 – Braga 2-1 FC Porto (Costa)

34ª Jornada – 15/06/97 – FC Porto 3-0 Gil Vicente (Sérgio Conceição; Mielcarski; Carlos Filipe(p.b))

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Class_9697

Quem jogou(nº de jogos):

Jardel(31); Artur(31); Paulinho Santos(31); Drulovic(30); Aloísio (28); Edmilson(28); Zahovic(27); Barroso(27); Jorge Costa(26); Sérgio Conceição(26); Rui Barros(25); Fernando Mendes(22); Hilário(18); João Manuel Pinto(18); Folha(15); Domingos(15); João Pinto(13); Mielcarski(12); Rui Jorge(11); Wetl(11); Silvino( 8 ); Wozniak(7); Lula(5); Butorovic(3); Costa(3); Eriksson(1); Rui Óscar(1); Diaz(1); Bino(1)

Quem marcou(nº de golos):

Jardel(30); Edmilson(10); Zahovic(7); Artur(5); Barroso(4); Jorge Costa (4); Fernando Mendes(3); Rui Barros(3); Domingos(2); Wetl(2); Drulovic(1); Costa(1); Sérgio Conceição(1); Mielcarski(1); Carlos Filipe(1, p.b.)

1997/98

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português 1div_porto_97

Mais uma época histórica, com a conquista do Tetra entrámos para a história sendo o 2º clube português a conquistar 4 títulos consecutivos, feito anteriormente que só o Sporting tinha conseguido. Com esta conquista ultrapassámos o Sporting na lista de títulos conquistados. O brasileiro Edmilson e Domingos saíram do clube mas a sua falta foi pouco sentido pois Sérgio Conceição e Capucho (reforço) fizeram uma época excelente. Foi também a época em que, em Janeiro, chegou um internacional brasileiro, de seu nome Doriva. Quando aconteceu a primeira derrota já tínhamos alcançado uma vantagem de 14 pontos sobre o 2º classificado mas voltámos a ter uma fase menos boa e a 8 jornadas do fim o Sporting tinha “apenas” 7 pontos de desvantagem em relação a nós. 5 triunfos nas 5 jornadas seguintes valeram-nos o ceptro. Estivemos 18 jogos sem conhecer o sabor da derrota e se, na época anterior tínhamos feito mais pontos fora do que em casa, o Estádio das Antas tornou-se um verdadeiro castelo bem protegido, dos 51 pontos possíveis de fazer em casa conquistámos 49, apenas cedemos um empate frente ao Sporting no nosso reduto. Fora de casa averbámos 5 derrotas, 4 em Lisboa e 1 na Madeira e 5 empates.

1ª Jornada – 25/08/97 – Varzim 0-2 FC Porto (Zahovic; Sérgio Conceição)

2ª Jornada – 29/08/97 – FC Porto 2-0 Belenenses (Zahovic; Jardel)

3ª Jornada – 13/09/97 – FC Porto 3-0 E. Amadora (Sérgio Conceição; Jardel; Drulovic)

4ª Jornada – 22/09/97 – Leça 2-3 FC Porto (Jardel(2); Artur)

5ª Jornada – 27/09/97 – FC Porto 3-0 Campomaiorense (Jardel; Sérgio Conceição; Artur)

6ª Jornada – 06/10/97 – Vit. Setúbal 1-1 FC Porto (Jardel)

7ª Jornada – 18/10/97 – FC Porto 2-1 Académica (Paulinho Santos; Rui Barros)

8ª Jornada – 31/10/97 – Rio Ave 0-0 FC Porto

9ª Jornada – 08/11/97 – FC Porto 1-1 Sporting (Jardel)

10ª Jornada – 22/11/97 – Braga 1-2 FC Porto (Jardel(2))

11ª Jornada – 01/12/97 – FC Porto 5-2 Farense (Fernando Mendes; Zahovic; Jardel(3))

12ª Jornada – 05/12/97 – Chaves 2-2 FC Porto (Capucho; Jardel)

13ª Jornada – 13/12/97 – FC Porto 1-0 Vit. Guimarães (Mielcarski)

14ª Jornada – 22/12/97 – Boavista 3-4 FC Porto (Gaspar; Jardel(2); Mielcarski)

15ª Jornada – 03/01/98 – FC Porto 2-0 Benfica (Artur(2))

16ª Jornada – 09/01/98 – Salgueiros 1-3 FC Porto (Sérgio Conceição; Jardel; Mielcarski)

17ª Jornada – 16/01/98 – FC Porto 2-1 Marítimo (Sérgio Conceição; João Manuel Pinto)

18ª Jornada – 25/01/98 – FC Porto 4-3 Varzim (Chippo; Capucho; Rui Barros(2))

19ª Jornada – 31/01/98 – Belenenses 1-0 FC Porto

20ª Jornada – 09/02/98 – E. Amadora 2-1 FC Porto (Barroso)

21ª Jornada – 15/02/98 – FC Porto 3-1 Leça (Zahovic; Artur; Jardel)

22ª Jornada – 22/02/98 – Campomaiorense 2-2 FC Porto (Rui Barros; Drulovic)

23ª Jornada – 01/03/98 – FC Porto 1-0 Vit. Setúbal (Drulovic)

24ª Jornada – 06/03/98 – Académica 0-1 FC Porto (Aurélio (p.b))

25ª Jornada – 11/03/98 – FC Porto 2-0 Rio Ave (Doriva; Capucho)

26ª Jornada – 21/03/98 – Sporting 2-0 FC Porto

27ª Jornada – 29/03/98 – FC Porto 4-0 Braga (Sérgio Conceição (2); Capucho; Rui Barros)

28ª Jornada – 03/04/98 – Farense 1-2 FC Porto (Paulinho Santos; Capucho)

29ª Jornada – 11/04/98 – FC Porto 3-1 Chaves (Paulinho Santos; Chippo; Jardel)

30ª Jornada – 18/04/98 – Vit. Guimarães 0-1 FC Porto (Artur)

31ª Jornada – 26/04/98 – FC Porto 3-2 Boavista (Paulinho Santos; Sérgio Conceição; Zahovic)

32ª Jornada – 02/05/98 – Benfica 3-0 FC Porto

33ª Jornada – 06/05/98 – FC Porto 7-2 Salgueiros (Zahovic; Drulovic; Jardel(5))

34ª Jornada – 17/05/98 – Marítimo 3-2 FC Porto (Jardel(2))

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Class_9798

Quem jogou (nº de jogos):

Capucho(32); Drulovic(30); Sérgio Conceição(30); Jardel (30); Zahovic(29); Artur(28); Aloísio (28); Rui Correia (27); Paulinho Santos(26); Rui Barros(23); João Manuel Pinto(22); Fernando Mendes(20); Secretário(19); Chippo(18); Folha(14); Jorge Costa(13); Doriva (13); Mielcarski(12); Gaspar (9); Kenedy(9); Barroso(9); Rui Jorge (6); Butorovic(6); Neves(5); Eriksson(4); Lula(4); Hilário(3); Costa(3); Costinha(1); Peixe(1)

Quem marcou (nº de golos):

Jardel(25); Sérgio Conceição( 8 ); Zahovic(6); Artur(6); Rui Barros(5); Paulinho Santos(4); Drulovic(4); Capucho(4); Mielcarski(3); Chippo(2); Fernando Mendes(1); Barroso(1); João Manuel Pinto(1); Gaspar(1); Aurélio (1, p.b)

1998/99

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português 1div_porto_98

A época em que definitivamente, entrámos para a história do futebol português, pela primeira vez um clube conquistava 5 títulos consecutivos. Após dois títulos conquistados, António Oliveira deu por terminado o trabalho ao leme dos dragões e foi contratado para o substituir Fernando Santos que até então estava ao serviço do Estrela da Amadora, a restante equipa técnica era composta por: Rodolfo Reis, Rosário, André, Roger Spry e Mlynarczyk. Esta foi a época em que mais tardiamente se decidiu o campeonato, fruto de um Boavista que deu luta quase até à última jornada, o campeonato foi decidido com uma grande segunda volta da nossa parte. Quanto a contratações a mais sonante foi o regresso de Vítor Baía que deu a segurança que se havia perdido na defesa aquando da sua saída para Espanha, também em Janeiro chegaram Esquerdinha e Deco. Perdemos também Doriva (transferido em Janeiro) e Paulinho Santos por lesão. O grande responsável pela conquista do Penta foi Mário Jardel, os seus 36 golos foram um contributo enorme para a revalidação do título.

1ª Jornada – 22/08/98 – FC Porto 4-0 Rio Ave (Doriva; Capucho; Mielcarski(2))

2ª Jornada – 29/08/98 – Beira-Mar 2-1 FC Porto (Zahovic)

3ª Jornada – 12/09/98 – FC Porto 2-0 Farense (Doriva; Capucho)

4ª Jornada – 20/09/98 – Marítimo 0-1 FC Porto (Jardel)

5ª Jornada – 26/09/98 – FC Porto 2-0 Vit. Guimarães (Paulinho Santos; Jardel)

6ª Jornada – 04/10/98 – Alverca 1-5 FC Porto (Capucho; Zahovic; Jardel(2); João Manuel Pinto)

7ª Jornada – 18/10/98 – FC Porto 0-2 Boavista

8ª Jornada – 26/10/98 – U. Leiria 2-2 FC Porto (Jardel; Capucho)

9ª Jornada – 31/10/98 – FC Porto 4-1 Salgueiros (Drulovic; Jardel(2); Quinzinho)

10ª Jornada – 09/11/98 – Braga 3-3 FC Porto (Zahovic; Jardel(2))

11ª Jornada – 14/11/98 – Campomaiorense 0-2 FC Porto (Jardel(2))

12ª Jornada – 21/11/98 – FC Porto 3-1 Benfica (Chaínho; Jardel(2))

13ª Jornada – 30/11/98 – Vit. Setúbal 1-2 FC Porto (Jardel(2))

14ª Jornada – 05/12/98 – FC Porto 1-0 Chaves (Jardel)

15ª Jornada – 14/12/98 – Académica 0-2 FC Porto (Zahovic; Rui Barros)

16ª Jornada – 19/12/98 – FC Porto 3-2 Sporting (Doriva(2); Jardel)

17ª Jornada – 04/01/99 – E. Amadora 1-1 FC Porto (Jardel)

18ª Jornada – 18/01/99 – Rio Ave 1-1 FC Porto (Zahovic)

19ª Jornada – 24/01/99 – FC Porto 7-0 Beira-Mar (João Manuel Pinto; Capucho; Zahovic; Jardel(4))

20ª Jornada – 30/01/99 – Farense 0-3 FC Porto (Fernando Mendes; Rui Barros; Zahovic)

21ª Jornada – 05/02/99 – FC Porto 1-0 Marítimo (Drulovic)

22ª Jornada – 13/02/99 – Vit. Guimarães 3-2 FC Porto (Jardel(2))

23ª Jornada – 21/02/99 – FC Porto 3-1 Alverca (Jorge Costa; Jardel(2))

24ª Jornada – 28/02/99 – Boavista 0-0 FC Porto

25ª Jornada – 13/03/99 – FC Porto 3-1 U. Leiria (Aloísio; Peixe; Jardel)

26ª Jornada – 20/03/99 – Salgueiros 1-3 FC Porto (Zahovic; Jardel(2))

27ª Jornada – 10/04/99 – FC Porto 1-0 Braga (Zahovic)

28ª Jornada – 18/04/99 – FC Porto 2-0 Campomaiorense (Quinzinho(2))

29ª Jornada – 25/04/99 – Benfica 1-1 FC Porto (Zahovic)

30ª Jornada – 02/05/99 – FC Porto 6-0 Vit. Setúbal (Aloísio(2); Capucho; Zahovic; Jardel; Quinzinho)

31ª Jornada – 08/05/99 – Chaves 0-4 FC Porto (Aloísio; Zahovic; Jardel(2))

32ª Jornada – 16/05/99 – FC Porto 7-1 Académica (Jorge Costa; Esquerdinha; Zahovic; Jardel(3); Chaínho)

33ª Jornada – 22/05/99 – Sporting 1-1 FC Porto (Zahovic)

34ª Jornada – 30/05/99 – FC Porto 2-0 E. Amadora (Drulovic; Jardel)

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Class_9899

Quem jogou(nº de jogos):

Jorge Costa(33); Aloísio(33); Capucho(33); Jardel(32); Drulovic(32); Secretário(31); Zahovic(31); Chaínho(26); Rui Barros(24); Paulinho Santos(21); Fernando Mendes(19); Doriva(17); Vítor Baía(16); João Manuel Pinto(16); Peixe(13); Esquerdinha(12); Mielcarski(12); Chippo(12); Quinzinho(12); Rui Correia(11); Kralj(7); Panduru(6); Deco(6); Artur(5); Fehér(5); Nélson(2); Costinha(1); Ricardo Carvalho(1); Carlos Manuel(1)

Quem marcou(nº golos):

Jardel(36); Zahovic(14); Capucho(6); Doriva(4); Quinzinho(4); Aloísio(4); Drulovic(3); Jorge Costa(2); Chaínho(2); Rui Barros(2); Mielcarski(2); João Manuel Pinto(2); Paulinho Santos(1); Fernando Mendes(1); Peixe(1); Esquerdinha(1)

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Ng1071227

ESTATÍSTICAS FINAIS (TOTAIS):

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Tot_camp

Foram utilizados 68 jogadores, no total, nesta caminhada, aqui estão os seus números de presenças:

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Est_finais_prs

Dos 68 jogadores que fizeram parte desta página da história “apenas” 39 (aos 39 juntaram-se dois jogadores de outras equipas que marcaram na própria baliza) fizeram o gosto ao pé nos 397 golos que fizemos nesta campanha, o ranking é o seguinte:

[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Est_finais_golos-1

E pronto, assim termina a história do Maior Feito no Futebol Português no Século XX, espero que tenham gostado apesar de ter poucas imagens e “muito” texto. Esta história podia ter continuado já que estivemos muito perto do Hexa na época 99/00 mas desleixámo-nos depois do Natal.

Cumprimentos a todos! Wink

Artigo elaborado por famaboys(Rui Saldanha), Somos Porto 2010 ©️®️


Última edição por famaboys em Dom Abr 03, 2011 9:39 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por joao castro Sáb Out 23, 2010 8:55 am

Excelente trabalho!! Prayer Prayer

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Mensagem por Futre Sáb Out 23, 2010 9:56 am

famaboys, brutal Prayer
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Mensagem por Peplin Sáb Out 23, 2010 1:33 pm

Grande trabalho, fama! Parabéns! Prayer
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Mensagem por Admin Sáb Out 23, 2010 2:24 pm

Excelente!!! brutal!!! grande trabalho famaboys Prayer

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Mensagem por Nuno90 Sáb Out 23, 2010 2:50 pm

LINDO ^^

Prayer Prayer

Grande Fama!!
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Mensagem por Varekai Dom Out 24, 2010 7:11 pm

Grande trabalho, uma obra de arte.

Secalhar estou a ser um pouco inconveniente, mas devias dedicar mais tempo a fazer esse tipo de coisas Prayer
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Mensagem por famaboys Dom Out 24, 2010 10:46 pm

Obrigado a todos... Smile

Varekai, estou aberto a sugestões para trabalhar... Obviamente que poderá se arrastar um pouco visto que as férias acabam na 3ª (Quarta regresso ao trabalho no Pingo Doce)... Mas ando já aí com uma ideia para explorar.

Ah, e se quiserem utilizar este post para qualquer coisa (blog, site e afins) estão à vontade... Com os devidos créditos, obviamente... Mr. Green
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Mensagem por portista1994 Seg Out 25, 2010 3:24 pm

Prayer
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Mensagem por UnReal Seg Out 25, 2010 10:23 pm

Ainda há dias estive aqui a mexer nos meus arquivos e encontrei aqui o Hino do Penta.

Abram alas,
levantem as mãos,
viva o Porto Penta-Campeão!
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Mensagem por dekap Ter Out 26, 2010 1:52 pm

Grande trabalho fama Prayer
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Mensagem por Luis_77 Qua Nov 03, 2010 10:08 am

Isso é que foi inspiração súbita, LOL
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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty A história do Tri

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 6:40 pm

Texto comprido que relata a dificuldade para conquistarmos o nosso primeiro tri.

A HISTÓRIA DOS TRI

Parte 1

Desde a longínqua época de 1940/1941 que o FC Porto sonhava com a conquista do terceiro campeonato consecutivo. Quase 40 anos mais tarde, na temporada de 1979/80, os portistas deixaram fugir de novo o “tri” e, tal como na primeira vez, o Sporting ficou para a história dos números como o clube que impediu a consagração do FC Porto. Em 1986/87, quando os “Dragões” foram considerados a melhor equipa do mundo, o Benfica conseguiu impedir o pleno “azul e branco”. E, em 1993/94, os “encarnados” voltaram a tirar “o pão da boca” do FC Porto.

Em 1997, apesar das inúmeras polémicas levantadas sobre a equipa portista, os técnicos e dirigentes, o FC Porto conseguiu, finalmente, conquistar o tri-campeonato. Não se julgue, no entanto, que este foi o único em que o futebol português, e em particular, a equipa das Antas, viveu sob um clima de densas nuvens Negras. Uma análise mais aprofundada da história das épocas em que o FC Porto falhou a conquista do terceiro título consecutivo demonstra que, em todos esses anos, o campeonato passou por múltiplas agitações.
Alguns dos que viveram de perto essas emoções falavam já de uma espécie de maldição que impediria, para sempre, os portistas de alcançarem o mítico “tri”. Dez anos depois de ter conseguido o título de Campeão Europeu, o FC Porto gravou a ouro mais uma página do seu centenário património.

1940/1941: FPF IRRADIA PRESIDENTE PORTISTA

Depois de ter conquistado os campeonatos de 1938/39 e 1939/40, o FC Porto sonhava, pela primeira vez, com o seu terceiro título consecutivo. Mas já na época do “bi” a prova teve que ser alargada de forma a repor a justiça, após uma decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) contrária à da Associação de Futebol do Porto, que colocava o Leixões no “Nacional”, em detrimento dos portistas. A ilógica da determinação federativa era tal que a formação de Matosinhos recusou o lugar, alegando que a equipa que deveria estar por direito na fase final era o FC Porto. E o FC Porto, com Mihaly Siska no comando técnico, provou, então, que era melhor equipa nacional.

Na temporada de 1940/41, a FPF radicalizou as suas acções de forma a serem mais eficazes. Ângelo César, presidente do FC Porto, utilizava já naquela altura um discurso (idêntico àquele que viria a ser retomado por Pito da Costa) contra os poderes instituídos em Lisboa, contra as arbitragens que prejudicavam constantemente as equipas do Norte, favorecendo, por outro lado, as do Sul. E quando se levantou a grande polémica que marcou a época de 39/40, Ângelo César clamava por justiça, mais do que nunca.

Para não voltarem a ser incomodados e ainda, por cima, obrigados a conceder-lhe razão, os senhores da FPF irradiaram o presidente portista. Os portistas elegiam simbolicamente Ângelo César para presidente da Assembleia Geral, mas o grito da revolta ecoava por toda a cidade. Por coincidência (?), desde que a voz incómoda de César foi amordaçada, começaram então as arbitragens que de forma descarada prejudicavam sucessivamente o FC Porto, como se pode constatar na consulta de qualquer jornal da época.

Logo no primeiro jogo entre os “grandes”, o Sporting recebeu os portistas e ganhou por concludente 5-1. Como se não bastasse o resultado ser tão equilibrado, o sportinguista João Cruz lesionou gravemente o guarda-redes portista Bela Andrasik, que foi evacuado para o Hospital de são José. Henrique Rosa, o homem que de negro vestido, pintou a sua actuação de verde e branco, encarregou-se de consentir o terceiro golo na sequência de um fora de jogo claríssimo e validou o quarto tento, quando o guardião Andrasik se contorcia com dores no chão – graças a duas fracturas nos ossos da face -, depois da agressão de João Cruz.

A guerra Norte-Sul adensou-se ainda mais quando Carlos Pereira, a meio da época, optava por jogar no Unidos FC, um clube de Lisboa que lhe ofereceu o dobro do vencimento que auferia no FC Porto e ainda 30contos (150 euros, na moeda actual) de luvas. A equipa portista, sempre comandada por Siska, ainda conseguiria fechar o campeonato com uma vitória de 5-2 sobre o Benfica, mas a derrota consentida no Lima, ante o Sporting tinha-a já atirado irremediavelmente para fora da rota do tri, naquele em que seria mais tarde recordado como o ano em que os árbitros viraram “anjos negros”.


Parte 2

1979/1980: “CONTRA” MANACA, NEM BIFE NEM OLIVEIRA

Já na era de José Maria Pedroto e depois de ter sido quebrado o mais longo jejum de títulos do clube, o FC Porto preparava-se para conquistar o “tri”. A luta entre Norte e Sul estava outra vez reacesa, pois nas Antas estavam de novo homens que não se calavam ao poder instituído na capital. A dupla Pedroto/Pinto da Costa (ainda chefe do departamento de futebol) iniciara uma nova etapa no FC Porto, só interrompida quando Américo de Sá pretendeu livrar-se de tão perturbadora presença. O carisma destes homens, no entanto, fez com que fosse o presidente de então a perder uma “guerra”, em que até os jogadores se ofereceram como “voluntários”.

Nas épocas 77/78 e 78/79, o FC Porto consegue sagrar-se campeão nacional, com Pedroto no comando técnico e Pinto da Costa ao leme da nau do futebol Profissional portista. O efeito da tenacidade e até mesmo a agressividade oral desta dupla começou, porém, a ter alguns reflexos negativos, vindos, uma vez mais, da FPF.

Era um inicio conturbado da temporada de 79/80, que se previa ser uma das mais inflamadas.

José Maria Pedroto e Mário Wilson, seleccionador nacional, tornaram-se verdadeiros inimigos figadais. Pedroto não aceitou que a FPF tivesse marcado um jogo com a Espanha, oito dias antes de uma jornada de competições da UEFA. O FC Porto não gostou da proximidade de datas, agravada pelo facto do adversário da segunda eliminatória da Taça dos Campeões Europeus ser o poderoso AC Milan. Mário Wilson, para incendiar mais a fogueira, optou por convocar nove jogadores portistas. Inédito.

Pedroto, inflamado, apelidava Wilson de “palhaço”e, quando em Outubro, recebeu o castigo da FPF que o suspendeu por 30 das e o multou em 500 escudos, foi ainda mais violento. O técnico portista pediu desculpa aos palhaços, pois não era sua intenção ofende-los, e adianta mesmo que se a FPF considerou uma injúria deveria tê-lo castigado com 30 anos de suspensão.

Pinto Da Costa não ficou na sombra enquanto o seu treinador andava na “guerra”. À ordem de convocatória dos futebolistas do FC Porto, na estação de Campanhã, às 14 horas, de 24 de Setembro de 1979, Pinto da Costa, já depois de ter garantido que não dispensaria os seus atletas, convencera uma multidão de sócios a receber a comitiva da selecção a Campanhã. Quando o comboio chegou, em vez dos jogadores convocados, estava Pinto da Costa a comandar uma manifestação de desagrado aos dirigentes da FPF e a Mário Wilson. Era a primeira grande onda de apoio popular a Jorge Nuno Pinto da Costa.

Com um começo de época tão agitado e depois de Oliveira, um dos futebolistas que havia contribuído para o “bi”, ter abandonado as Antas para encetar uma experiência relâmpago no Bétis de Sevilha, o FC Porto dava o primeiro tropeção na carreira para o “tri”ao perder por 1-0 em Alvalade, logo no primeiro fim-de-semana de Dezembro. O árbitro foi, então, severamente criticado por não ter assinalado uma grande penalidade contra o Sporting. Pinto da Costa, demonstrava o que lhe ia na alma, chamando abutre a César Grácio, um homem que era funcionário do Sporting e secretário na FPF e que havia nomeado um árbitro sportinguista para o encontro de Alvalade.

Um mês depois, Bife; um avançado brasileiro, reforçava o plantel do FC Porto, e para gáudio dos portistas, António Oliveira regressava da Andaluzia, para as Antas, ainda a tempo de defrontar o Benfica. O FC Porto conquistava os dois pontos no jogo com os homens da Luz e, pouco tempo depois, ao ganhar em Setúbal, a formação de Pedroto isolava-se no comando do campeonato, apesar do avançado Duda ter ficado gravemente lesionado.

A alegria, porém, seria efémera, pois a2 de Março o Rio Ave conseguia empatar nas Antas, embora a equipa de Vila do conde ainda só tivesse conquistado sete pontos em 20 jornadas. Um outro empate na Póvoa do Varzim, primeira filial dos portistas, colocava o Sporting a caminho do título, apesar de ter ainda, na penúltima jornada, a difícil deslocação a Guimarães. Aliás, este era ainda o último sopro de um sonho “azul e branco” que começava a esfumar-se.

Na cidade “berço”, no entanto, Manaca, o defesa direito do Guimarães e ex-jogador do Sporting, marcava um auto-golo que, para além de dar a vitória aos “leões”, destruía o “tri”do FC Porto.
Nas Antas, poucos acreditaram na inocência e na infelicidade de Manaca. Pinto da Costa e Pedroto nunca se terão convencido…


Parte 3

1986/1987: GLÓRIA EUROPEIA MAS O TRI PERDIDO

A temporada de 86/87 marcou decisivamente uma nova era na história do FC Porto. Foi conseguido o difícil e até impensável feito de conquistar a Taça dos Clubes Campeões Europeus,
mas, em Portugal, o FC Porto não conseguiria mais do que o 2º lugar, atrás do Benfica. Mais uma vez o sonho do”tri” era desfeito, embora desta feita fosse largamente compensado com o título europeu.

Novamente, numa época em que os portistas poderiam sagrar-se campeões, o futebol português foi invadido por inúmeras questões paralelas ao que ia decorrendo nos relvados nacionais. As peripécias de Saltillo enchiam as primeiras páginas dos jornais. Pinto da Costa e Francisco Silva acaloravam as manhãs cinzentas de Outono com uma guerra de palavras, mas tudo foi esquecido quando o Sporting de Manuel José, goleou por 7-1 o Benfica, de John Mortimore. O destino demonstrou, uma vez mais, que quem ganha uma batalha, não pode ecoar os cânticos de glória. O Benfica viria a travar a corrida do FC Porto ao “tri”, enquanto o Sporting limitou-se a lutar por um lugar “uefeiro”, ficando na quarta posição do campeonato.

Em Novembro, Artur Jorge, o homem que treinava os portistas, alertou os mais incautos que estava preparada uma orquestra nacional para adormecer o FC Porto. O alerta, contudo, não surtiu grandes efeitos a nível nacional e tudo ficaria praticamente decidido quando o FC Porto perdeu em Alvalade, já no mês de Abril. Até mesmo Pinto da Costa reconheceu que o “tri2 já era inatingível, quando depois do encontro com o Sporting mandou um recado mordaz: “Agora, o Conselho de arbitragem já pode dar descanso ao Carlos Valente, que o Benfica já é campeão…”


Parte 4

1993/1994: IVIC VOLUNTÁRIO NA CROÁCIA E CATROGA HIPOTECA RETRETE

Carlos Alberto silva chegou do Brasil como um anónimo à Antas, conquistou dois campeonatos consecutivos, e partiu para a sua terra sem que os adeptos portistas o tenham aclamado. Pinto da Costa pensou que havia chegado finalmente a hora de conquistar o primeiro “tri” e apostou num treinador que, no FC Porto só tinha sido eliminado da Taça dos Campeões Europeus pelo Real Madrid. Tomislav Ivic, o homem que tinha treinado o FC Porto em 87/88, foi eleito pelo presidente portista para prosseguir os êxitos iniciados por Carlos Alberto Silva, mas a passagem do técnico croata pelo Benfica no ano anterior não augurava uma época brilhante para Ivic.

Com um inicio de campeonato aos tropeções, tornava-se insustentável a presença do simpático, mas pouco eficiente à frente da equipa técnica do FC Porto. Pinto da Costa anunciou que Ivic havia solicitado para que o clube portista o deixasse partir para reorganizar o futebol no seu país, homem de bons sentimentos, o presidente portista deixou sair um homem que contribuiu para alguns dos mais importantes títulos que estiveram na Sala de Troféus das Antas.

Rapidamente, para tentar salvar o que ainda podia ser salvo, Bobby Robson, despedido de Alvalade, entrou a substituir Ivic que deixara o FC Porto a duas vitórias do Benfica, então líder do campeonato. Pouco tempo depois, os portistas foram derrotados pelo Benfica na Luz, mas para Robson o resultado do jogo havia sido Mozer 2 – F. Couto 0. O central portista agrediu o brasileiro, foi expulso e marcada uma grande penalidade contra a sua equipa. Couto pagou uma multa de mil contos (5mil euros) e foi treinar sozinho, ambos os castigos impostos pelo clube.

O título voltava a ser uma miragem e, nem os 5-0 arrancados em Bremen, na Liga dos Campeões, satisfizeram as hostes portistas. Pinto da Costa, feliz com o resultado, aproveitava o momento para demonstrar a sua indignação pelo facto do Estádio das Antas e, em particular a retrete dos árbitros, ter sido penhorada. Surgiram as manifestações de protesto, em que, se dúvidas houvesse, Pinto da Costa provava a força que tinha junto dos adeptos portistas. Catroga entrava, desta forma, para a história do futebol.

O FC Porto, todavia, perdia a quarta oportunidade de se sagrar tricampeão. A Taça de Portugal e a presença nas meias-finais da liga dos Campeões foram os maiores feitos da última temporada em que o FC Porto não foi campeão nacional.


Parte 5

TRILHO DE UM “TRI” TRIDIMENSINAL

Por quatro vezes o FC Porto esteve à beira de conquistar o tri-campeonato. Por quatro vezes passou tangentes a esse alvo. Mas à quinta foi de vez. Uma Maldição que pairava sobre as Antas foi finalmente banida. Depois de Bobby Robson – coadjuvado por José Mourinho e Augusto Inácio – ter conseguido dois títulos consecutivos, a etapa final ficou ao cuidado técnico de António Oliveira porque o treinador inglês não pôde resistir ao apelo de Barcelona. Mas o próprio fez questão de afirmar que 66 por cento deste “tri” também é dele.

A explosão foi imensa no dia em que matematicamente já ninguém poderia retirar o terceiro título consecutivo ao FC Porto. Com uma vitória assegurada na cidade “berço” de Portugal, por um concludente 4-0 (houve quem considerasse premonitório para o “tetra”). Este foi só o epicentro que se prolongou desde então e teve o seu epílogo com a conquista do “penta”. O primeiro passo no trilho do “tri” foi dado no estádio das Antas, no mês de Agosto de 1994. E o malogrado Rui Filipe foi o autor do primeiro de mais de duas centenas de golos que foram dando os pontos e as vitórias necessárias para que o FC Porto conseguisse demonstrar de forma inequívoca que, desde 1994, tem sido a equipa que melhor futebol no nosso país.

A Bobby Robson, quando foi para as Antas substituir Ivic, depois de ter sido despedido do Sporting, na temporada de 93/94, já ninguém lhe exigiu que conseguisse conquistar o “tri”, dado que já muitos pontos haviam sido desperdiçados. A Taça de Portugal e uma boa presença na Liga dos Campeões eram as únicas alternativas de que ainda dispunha. Venceu o Sporting no Jamor e só foi derrotado pelo Barcelona nas meias-finais da Liga milionária. No ano seguinte, e depois de já ter conquistado o coração dos adeptos portistas, Robson prometeu tudo fazer para arrebatar o seu primeiro título de campeão em Portugal, afinal aquilo que o Sporting não acreditou que ele conseguisse realizar. O inglês, por muito que pretendesse desforrar-se dos “leões”, jamais imaginaria que o destino lhe iria ser tão fiel e, em simultâneo, tão cruel com Sousa Cintra e o seu clube.

Quando já só faltavam quatro jornadas para o fim do campeonato, o FC Porto foi a Alvalade defrontar um Sporting que ainda ambicionava ser possível sagrar-se finalmente campeão. Um golo isolado de Domingos deu a vitória à formação de Robson… e o campeonato ao FC Porto.

A festa “azul e branca” começou ali mesmo no relvado do adversário, sem grandes exaltações, nas suas memórias estava o incidente ocorrido antes do inicio do encontro com um grupo de adeptos leoninos e presenciado pelos jogadores portistas. Rui Filipe, o autor do golo inaugural do título portista, não foi esquecido: a ele foi dedicado um título que o consagrou de novo campeão. Pinto da Costa, aliás, não escondia a emoção quando afirmou: “Jurei na campa de Rui Filipe que ainda haveria de ser outra vez campeão. E foi”.

Na temporada seguinte, o plantel foi reforçado com as entradas de Lipcsei e Mielcarski, as principais aquisições. Logo no inicio, surgiria a primeira grande contrariedade da época. Bobby Robson faz um “chek-up” clínico, em que foi descoberto um tumor maligno, pelo que ficou em Inglaterra para se tratar, tendo Augusto Inácio ocupado o lugar de técnico principal. Foi o primeiro de alguns azares que acompanharam os portistas durante a época de 1995/96.

Enquanto Robson convalescia no seu país, o FC Porto perdia um dos seus reforços mais importantes da época. O polaco Greg Mielcarski lesionava-se ainda no inicio da Liga dos Campeões e ficaria 100% operacional até ao final da temporada. Entretanto, no campeonato, os portistas mantinham-se em bom ritmo, alcançando mesmo um período em que as goleadas eram consecutivas, quando Robson já havia assumido o comando das operações.

Na 25ª jornada, o percurso do FC Porto sentiu um enorme abalo. Na deslocação a Campo Maior, V. Baía respondeu a um soco de Pedro Morcela, dirigente do clube alentejano e foi imediatamente suspenso. Pouco tempo depois, na deslocação à Luz e quando os portistas ainda não tinham sofrido qualquer derrota no Nacional, Silvino foi vitima de uma entrada cobarde e com toda a intenção de o lesionar, por parte do argentino Mauro Aires. O guardião portista sofreu uma grave lesão no ombro, tendo que abandonar o jogo passados poucos minutos do seu início. Foi o segundo azar consecutivo nas redes portistas e seria a primeira derrota do FC Porto, impossibilitando o clube de conseguir um título sem derrotas.

Semedo, ainda antes de terminar a temporada era dado como dopado num jogo da Taça de Portugal, depois de ter recorrido às habilidades de um tal Casanova. Era a saída pela porta pequena de um grande jogador portista.

Sem Baía e sem Silvino, o FC Porto foi ainda obrigado a contratar dois guarda-redes, Jorge silva e Eriksson, até ao final da temporada. Mas as goleadas e as tardes de espectáculos futebolísticos já não voltariam. O título de campeão foi conseguido com mais antecedência do que na época seguinte, mas terminava o “Nacional” com uma derrota, nas Antas, frente ao V. Guimarães.

No final de Maio, de 1996, o optimismo para a conquista do “tri” começava a esmorecer, com a anunciada saída de Robson. Uma vez mais, o FC Porto mudava de treinador, após o”bi”. Mais tarde, com as saídas de V. Baía para Barcelona, Secretário para o Real Madrid e Emerson para Inglaterra, muitos pensavam que o título seria discutido apenas pelos dois clubes da 2ª Circular.

Lentamente, Pinto da Costa anunciou algumas contratações vindas do Belenenses, como F. Mendes e Lula, Artur do Boavista, Barroso do Sp. Braga, Wetl e Diaz eram nomes de estrangeiros pouco conhecidos. A grande arma estava ainda por contratar. Mário Jardel, ponta de lança brasileiro, era o diamante pretendido para o ataque portista que António Oliveira pretendia ver no plantel. O presidente para além deste desejo ainda lhe concedeu outro, ao contratar Zahovic, o esloveno que jogava em Guimarães e havia terminado o seu contrato.

Ainda assim, a maioria da massa associativa não acreditava nas potencialidades de Oliveira como treinador, adensando-se as dúvidas quando o FC Porto inicia o campeonato com um empate a duas bolas, nas Antas, frente ao V. Setúbal. Do mal, o menos, terão pensado, depois de terem visto a equipa a perder por 2-0.
O mês de Setembro, porém, começou a dissipar as nuvens de cepticismo que pairavam sobre a equipa técnica. Lentamente, o FC Porto foi amealhando pontos e quando chegou o Natal já liderava o “Nacional”, com confortável vantagem sobre os seus rivais lisboetas. Entretanto, quanto mais os portistas se aproximavam do título, mais polémicas rodeavam os jogadores, técnicos e dirigentes do FC Porto. E, se a nível competitivo, o campeonato não foi dos mais difíceis, foi, por certo, o que maior número de opositores teve.

Pelos resultados, no entanto, pode-se concluir que a quantidade de opositores ao “tri” portista não era de grande qualidade, pois sempre estiveram longe de alcançar os seus intentos.

Parte 6

A LUZ FOI OURO

No ano em que tudo na Luz foi ouro, o FC Porto não se limitou a conseguir o primeiro tricampeonato da sua história. Arrecadou também uma Supertaça europeia e na liga dos Campeões amealhou cerca de dois milhões de contos (10 milhões de €), chegando aos quartos-de-final, para aí baquear, com algum estrondo, frente ao Manchester United.

A época abriu com uma vitória sobre o Benfica, nas Antas, por um magro 1-0, na 1ª mão da Supertaça. E a primeira escorregadela aconteceu ainda em Agosto, empate a duas bolas (Domingos, Jardel) nas Antas, na abertura do campeonato, perante o V. Setúbal. Na jornada seguinte, em Leiria, os golos (três) só chegaram a poucos minutos do fim. Muitos foram os que chegaram a temer o pior em Milão, no jogo inaugural da Liga dos campeões. Mas aí o “Dragão”deitou fogo e derrotou os super favoritos. Foi a volta de mar.

Retomado o campeonato com uma vitória em casa sobre o D. Chaves, nova jornada gloriosa, esta na Luz, (18-09-96, nunca, jamais, esquecerei esta data), na decisão da “Super”, cinco murros no estômago benfiquista… sem Jardel a marcar. Mais duas vitórias, uma para o campeonato e outra para a LC, nas Antas, e campeão de vento em popa, mas eis que o E. Amadora vai às Antas ofuscar as estrelas portistas, arrancando um empate sem golos. Ouvem-se alguns assobios no famoso “Tribunal das Antas”.

Mas a pausa do campeonato por causa da selecção, acaba por ser benéfica e os comandados de Oliveira conseguem, em Alvalade, uma vitória preciosa Neste jogo, arbitrado por Lucílio Baptista, o guarda-redes Hilário faz a sua estreia com a camisola do FC Porto. Era o início de um ciclo de 21jogos consecutivos, tremendamente vitorioso, onde o FC Porto ganhou 20 e empatou apenas 1!

Mas não há bela sem senão, uma derrota, em casa, frente ao Salgueiros e um empate na Amadora, são aproveitados pelo Sporting para uma aproximação já fora das previsões. A equipa de Octávio consegue mesmo ficar a sete pontos dos “Dragões”, depois de vencer nas Antas. Mas o campeão responde com quatro vitórias de enfiada no campeonato, apenas interroompidas por um empate caseiro frente ao Rio Ave, mas com o Sporting a largar lastro depois de ter perdido na Luz (estádio talismã, nessa época, para os portistas).

Em Guimarães, a três jornadas do fim do campeonato, o FC Porto festeja o seu 15º título nacional. Sem deixar margens mesmo para os duvidosos do costume.

PARA TI, RUI
Meia centena de jogadores entrou para a história do FC Porto como protagonistas, sazonais ou a tempo inteiro, deste tricampeonato. Mas apenas nove conseguiram estar em todas. Apenas? Nove são quase uma equipa de futebol, dando para ver por aqui que um dos segredos do FC Porto é mesmo ser capaz de manter todos os anos uma base sólida.

Domingos, Rui Barros, Paulinho Santos, Jorge Costa, Rui Jorge, Folha, Aloísio, Drulovic e João Pinto foram os tricampeões integrais. A acompanha-los esteve também o Dr. Domingos Gomes, o massagista Rodolfo Moura e o roupeiro Fernando Brandão, para só falarmos naqueles que estão mais directamente ligados à equipa.

Outros nomes de campeões para a história reter: Vítor Baía, Emerson, José Carlos, Secretário, Kulkov, Iuran, Latapy, Jorge Couto, Baroni, Bandeirinha, André, Kostadinov, Semedo, Cândido, Jaime Magalhães, Vítor Nóvoa, Lipcsei, Mielcarski, Bino, Silvino, João Manuel Pinto, Matias, Quinzinho, Erikson, Jorge Silva, Edmilson, Wozniak, Hilário, Barroso, Artur, Zahovic, Sérgio Conceição, Wetl, Jardel Lula, Fernando Mendes, Rui Óscar, Buturovic e Diaz.

No lote dos outros campeões, um deles logo foi destacado na hora em que se confirmou o feito:Rui Filipe. O malogrado futebolista – desaparecido aos 26 anos, num acidente de viação – foi o autor do primeiro de uma série de 237 golos que foram o enchimento de três campeonatos vitoriosos.

Rui Filipe Tavares Bastos marcou o primeiro golo da vitória por 2-0 sobre o Sp. Braga, nas antas, jogando os noventa minutos. O médio nascido em Vale de Cambra viria ainda a vestir mais uma vez a camisola das listas “azuis e brancas”, na Luz, num jogo da Supertaça, no qual viu um cartão vermelho que o colocou fora da convocatória para mais uma partida do campeonato, em Aveiro, com o Beira Mar.

Na Madrugada de 28 de Agosto de 1994, a morte na estrada. Rui Filipe seria, no entanto, uma imagem bem viva que acompanharia os portistas nas pelejas que se seguiram. E mais uma vez a equipa lhe rendeu a homenagem da memória antes do jogo da consagração do “tri”, deixando junto ao seu busto, no parque de estacionamento das Antas, um ramo de flores. Talvez tenham sido amarelas, como os cabelos do Rui.

OLIVEIRA BATEU ROBSON

Ao vencer na última jornada, da época 96/97 (a), o FC Porto de Oliveira ultrapassou, em termos de rendimento no campeonato, os FC Porto de Robson que estiveram na base deste “tri”.

Em 102 pontos possíveis, os portistas conseguiram 85 (!), o que proporcionou um rendimento de 83.3 %, superando os 82.3 % de 95/96 e os 79.4 % relativos a 94/95.

Mas a melhor “performance” dos “Dragões” continua a pertencer a Mihaly Siska, com uma facturação de 94.4 % dos pontos possíveis (34 em 36) na já longínqua época de 1939/40 (b). Artur Jorge, na antecâmara do título europeu, também conseguiu um bom resultado, em 85/86 (c), com 91.6 %, entrando no clube restrito dos treinadores que atingiram uma percentagem superior a nove dezenas.

(a)-18 Equipas – 34 Jogos
(b)-10 Equipas - 18 Jogos
(c)-16 Equipas – 30 Jogos


Parte 7

Os Tricampeões um a um

António Oliveira utilizou 29 jogadores na campanha que culminou na conquista do tricampeonato. Mário Jardel e Paulinho santos foram os craques do campeonato. O primeiro pelos golos, o segundo pela alma. A revelação da época foi o jovem Sérgio Conceição, mais um jogador da escola de futebol do clube. Para a história ficam os “triplos” campeões:

HILÁRIO – GR – 21 anos – 18 jogos – 14 golos sofridos
A surpresa. Vindo da Académica, agarrou a oportunidade que lhe surgiu em Alvalade, e só viria a acusar a responsabilidade de suceder a Baía depois do desastre de Manchester.

WOZNIAK – GR – 32 anos – 7 jogos – 2 golos sofridos
Começou a época na baliza, mas o titubeante início de temporada portista ajudou-o a perder o lugar. Voltou à 24ª jornada, após a crise de Hilário, mas apenas resistiu dois jogos na baliza, devido essencialmente à instabilidade manifestada no “jogo de pés”.

SILVINO – 38 anos – 7 jogos – 6 golos sofridos
De quase dispensado a primeira opção. O veterano guarda-redes acabou a temporada como incontestável dono da baliza portista. Surpreendente. Mas apenas para quem não esteve muito atento à carreira do setubalense.

ERIKSSON – GR – 31 anos – 1 jogo – 1 golo sofrido
O prémio de consolação chegou no fim do campeonato. O suplente de Ravelli, na selecção sueca, viveu uma época “branca”. Para esquecer. Mas quem o viu treinar sabe que foi um dos que mais sujou o equipamento.

JOÃO PINTO – Defesa direito – 35 anos – 12 jogos – 4 cartões amarelos
O “capitão” esteve de reserva mas quando foi chamado respondeu à sua maneira. Naquela que foi a sua última época, o mais internacional dos jogadores portugueses, na altura, voltou a provar nos relvados o sentido do seu profissionalismo.

SÉRGIO CONCEIÇÃO – Defesa médio direito – 22 anos – 25 jogos – 3 golos – 10 cartões amarelos – 3 vermelhos
Chegou, jogou e venceu. À sua brilhante época apenas faltou um golo no campeonato. De resto, o jovem que veio do Felgueiras - depois de tarimbar em Leça da Palmeira – foi “apenas” a revelação do tricampeão.

ALOÍSIO – Defesa central – 33 anos – 27 jogos – 5 cartões amarelos
Acabou a época acusando algum declínio, mas enquanto esteve em forma foi sempre um pilar da defesa azul e branca. Os anos começavam a pesar, mas o “central” brasileiro continuava a saber estar no local de todas as decisões.

JORGE COSTA – Defesa central – 25 anos – 4 golos – 10 cartões amarelos
O “Panzer” da equipa portista assumiu-se como o patrão da defesa. E no ataque foi também precioso, marcando e abrindo alas nos lances de bola parada. Atingiu a sua maturidade competiva, na linha dos melhores centrais do futebol português.

JOÃO M. PINTO – Defesa central – 24 anos – 18 jogos – 3 golos – 2 cartões amarelos
Mais um título e desta feita com uma participação mais efectiva, dando a sensação que no futuro poderia ser o parceiro de J. Costa no eixo da defesa dos “Dragões”. Excelente também no jogo aéreo, a defender e a atacar.

LULA – 31 anos – 5 jogos
Titular desde a 3ª jornada, fracturou uma perna à 5ª, quando parecia assumir-se como um valor acrescentado na defesa Portista. Apesar da idade, continuou a ser um jogador a ter em conta na equipa azul e branca.

RUI ÓSCAR – defesa esquerdo - 21 anos – 1 jogo
Produto das escolas Portistas, apenas esteve em campo 24 minutos, precisamente quando a sua equipa perdeu em casa com o Salgueiros. Jogador de raça, como o provou com a camisola do Leça.

FERNANDO MENDES – Defesa esquerdo – 30 anos – 21 jogos – 4 golos
O rebelde deixou-se “domar” no covil dos Dragões. E acabou por fazer um dos melhores campeonatos da sua carreira. A equipa Portista sintonizou-se mesmo em “FM”.

BUTUROVIC – Defesa direito – 26 anos – 3 jogos
O defesa sérvio “aterrou nas Antas a meio da época e demorou algum tempo a adquirir a forma. Entrou na equipa mas não correspondeu em pleno, voltando por isso, para as reservas.

RUI JORGE – Defesa esquerdo – 23 anos – 11 jogos – 3 cartões amarelos
Pagou o esforço desenvolvido nos Jogos Olímpicos e teve de enfrentar a concorrência, assanhada, de F. Mendes. Quando chamado, foi jogador para todo o terreno na ala esquerda Portista, onde deu cartas, sobretudo quando jogou mais adiantado.

PAULINHO SANTOS – Defesa direito/médio – 30 jogos – 9 cartões amarelos e 1 vermelho
O exemplo. A mais perfeita síntese da mística Portista. Quer como defesa, quer como médio, foi sempre um jogador que sentiu a menos interessante partida como se se tratasse da final do Campeonato do Mundo. De mangas arregaçadas e meias presas acima do joelho.

DIAZ – defesa central – 23 anos – 10jogo
Chegou ao mesmo tempo de Jardel mas esteve muito longe do rendimento do brasileiro. O defesa uruguaio ainda estava muito verde para estas andanças. Rapidamente foi esquecido.

WETL – Médio – 26 anos – 11 jogos – 2 golos
Começou como titular mas não convenceu António Oliveira, que logo procurou outras soluções para o meio campo Portista. O futebol austríaco não tem o andamento do nosso e essa terá sido uma das razões da época menos bem sucedida.

COSTA – Médio – 23 anos – 3 jogos – 1 golo
A primeira vitória surgiu quando escapou da lista de dispensas. Mas foi “vida difícil” conseguir um lugar no “onze”. O golo marcado na despedida do campeonato chegou tarde.

BINO – 24 anos – 1 jogo
Titular no primeiro jogo na posição de lateral direito. O que viria a pagar caro, acabando por ser cedido alguns meses depois, ao Marítimo de Augusto Inácio. Faltou-lhe uma janela para mostrar o que valia e por isso mais uma vez conheceu o caminho da porta…

BARROSO – Médio – 26 anos – 26 jogos – 3 golos – 10 cartões amarelos e 1 vermelho
Finalmente, a grande oportunidade. Demorou a entrar na equipa mas depois de lá chegar só a espaços cedeu a posição. A equipa jogou muitas vezes à procura do livre e do consequente disparar do “canhão” do ex-bracarense.

ARTUR – 28 anos – 30 jogos – 10 golos – 11 cartões amarelos e 1 vermelho
Ficou muito aquém da expectativa, principalmente no campeonato (5 golos). Mas no geral acabou por fazer uma época abaixo daquilo que tinha mostrado com a camisola do Boavista. O brasileiro dos pés grandes não deu um passo atrás, mas também não avançou muito.

DOMINGOS – Ponta-de-lança – 27 anos – 15 jogos – 5 golos
Uma época quase para esquecer. Uma lesão a meio da época e Mário Jardel apagaram o habitual brilho do número nove Portista, assim a perder a embalagem que resultou da época em que foi o melhor marcador do campeonato.

ZAHOVIC – Avançado – 26 anos – 26 jogos – 9 golos
Um grande recuperador de bolas e também um finalizador. Qualidades difíceis de reunir a que se juntou um pé esquerdo tipo colher. O FC Porto foi um com ele em campo e foi outro quando não pode contar com o esloveno que veio do V. Guimarães.

RUI BARROS – Avançado – 31 anos – 24 jogos – 3 golos – 4 cartões amarelos
O “rato atómico” já não foi tão nuclear como noutras épocas, mas voltou a ser decisivo em determinados momentos do campeonato. Um final de carreira sereno em que não se notou o arrastar das botas no relvado.

DRULOVIC – 28 anos – 29 jogos - 3 golos – 2 cartões amarelos
O rei das assistências. Os seus cruzamentos e passes foram mortíferos para os adversários dos Dragões. Capaz de alinhar quer à esquerda, quer à direita. Versatilidade e polivalência acima do “q.b.” e um “QI” futebolístico muito alto.

EDMILSON – Avançado – 25 anos – 27 jogos – 16 golos – 4 cartões amarelos
Mais uma época em cheio. O segundo melhor marcador da equipa (11 golos no campeonato), embora não jogue à boca da baliza. Um felino quando a equipa armava o contra-ataque. Ao qual terá apenas faltado alguma serenidade para além das quatro linhas…

MIELCARSKI – Ponta-de-lança – 26 anos – 10 jogos – 1 golo
A recuperação, muito lenta, de uma grave lesão, voltou a perturbar a ascensão do polaco no futebol Portista. Nunca conseguiu recuperar o tempo e terreno perdidos.

JARDEL – Ponta-de-lança – 23 anos – 31 jogos – 33 golos – 4 cartões amarelos
Quase um golo por jogo, num campeonato em que marcou 30.Dele já se dizia ser o abono de família da equipa e que se tinha encontrado o sucessor de Fernando Gomes. O brasileiro que nasceu em Fortaleza, foi o homem do campeonato-tri.

FOLHA – Avançado – 26 anos – 14 jogos – 3 golos – 1 cartão amarelo
Pouco utilizado, o “Ventoínha”, nem por isso deixou os seus créditos por pés alheios. Como aconteceu na Madeira, num momento decisivo do campeonato. Mas foi uma época falhada do ponto de vista pessoal.


Parte 8

UM PRESIDENTE, NOVE TÍTULOS

Pinto da Costa é, claramente, o presidente PORTISTA que mais se distinguiu na liderança do FC Porto. Nesta altura, NOVE títulos nacionais, UM título europeu e OUTRO mundial, mais uma mão cheia de importantes troféus, compunham um currículo que dispensava adjectivos e ao qual se devem juntar ainda mais dois títulos nacionais conseguidos na qualidade de chefe do departamento de futebol PORTISTA.

Os números mágicos de Jorge Nuno Lima Pinto da Costa aquando da conquista do “tri”: 85,86,88,90,93,95,96 e 97. E, pelos vistos, não queria ficar por aqui. O criador e líder dos “DRAGÕES” tem uma ambição desmedida. Ele sabe, melhor do que ninguém, como foi difícil inverter a tendência de vitórias, no futebol português, para a capital do Norte.

Ângelo César (1939) Cesário Bonito (1956), Ferreira Alves (1959), e Américo de Sá (1977 e 1978), também foram presidentes vitoriosos. Mas Pinto da Costa fez quase o impossível. Transformou o FC Porto na grande potência futebolística nacional do século XX. Um trabalho notável talvez por vezes criticável pela sua elevada carga emocional, que os PORTISTAS (e não só) aprenderam a respeitar. O antigo seccionista do hóquei em patins e do boxe chegou ao futebol com “tarimba” e teve privilégio de ser um dos discípulos de José Maria Pedroto. Uma referência dos PORTISTAS, um exemplo para o presidente.

A fluência e a acidez do discurso de Pinto da Costa tornaram-no também um presidente que “arrastou” para o sucesso uma série de treinadores. Artur Jorge (um “tri” espaçado, em 85, 86 e 90), Tomislav Ivic (88), Carlos Alberto Silva (92 e 93), Bobby Robson (95 e 96) e António Oliveira, foram os técnicos que tiveram o privilégio de ter em Pinto da Costa o 12º jogador. Pedroto (campeão em 78 e 79), Bella Guttman (59), Dorival Yustrich (56) e Mihaly Syska (39 e 40), outros treinadores campeões no FC Porto, não teriam desdenhado também esta “muleta”…


Parte 9

TRI… À MODA DO PORTO

Na sua afirmação determinada e convicta como potência do primeiro plano no futebol português, o FC Porto acabou por ultrapassar uma das barreiras psicológicas que mais vinha condicionando a sua ascensão e que consistia na conquista do terceiro título consecutivo, o chamado tri, eternamente adiado.

Aparentemente, vários ingredientes deram sabor a este tri à moda do Porto. Hierarquizando as suas razões podemos elencá-las do seguinte modo:

1) - Existência de um conjunto de jogadores de qualidade e com um elevado índice de flexibilidade posicional.
2) – Implemento de uma gestão racional e agressiva do plantel, por parte do técnico António Oliveira.
3) – Manutenção de um comando firme, a nível técnico e directivo, destacando-se, neste aspecto, a acção personalizada do presidente Pinto da Costa.
4) – Intensificação da mística dragoniana e reforço da coesão da equipa, não obstante a eclosão de inúmeras campanhas exteriores tendentes a criar desestabilização no seio da equipa, um fenómeno que acabaria por ter efeitos contrários.
5) – Persistência de uma máquina modelar, responsável pela resolução de todos os problemas de planeamento e de administração dos recursos do clube.
6) – Dedicação de uma massa associativa entusiástica que se assumiu como uma motivação suplementar para os atletas e como uma força anímica que contribuiu, à sua maneira, para redimensionar os padrões de rendimento da equipa.
7) – A pobreza franciscana dos clubes da 2ª Circular, formações ainda em fase de transição na área do comando técnico e de renovação dos respectivos plante.

Foi este o quadro, mais coisa menos coisa, em que se desenvolveu a ampla superioridade PORTISTA e que redundou na conquista tranquila do tão almejado tri. Assim, face a esta caracterização é possível afirmar-se que os “DRAGÕES” voltaram a fazer uma campanha à PORTO.
Daí o tri…à moda do Porto


Parte 10

MENSAGEM DO PRESIDENTE

O Futebol Clube do Porto é Tricampeão, a festa é merecida e definitivamente Azul e Branca…

Muito embora a rotina do muito que conquistamos nos últimos anos possa, de algum modo, esbater o inexorável casamento do FC do Porto com o êxito, o “Tri” agora alcançado transforma finalmente o sonho de mais um século em incontornável realidade e inunda de alegria os corações de todos os Portistas, e de muito mais gente anónima que connosco compartilha os sacrifícios do quotidiano, os obstáculos, as agruras, as injustiças, mas também, em momento como este, ÚNICO, o êxito e a glória.

Os artífices desta vitória, foram todos os que, no passado lançaram as sementes do êxito. Dirigentes, técnicos, jogadores e a fidelíssima massa associativa, legaram-nos esta fé inquebrantável, que nos leva a todos a superar as dificuldades, por maiores que sejam. A todos, sem excepção, recordamos hoje, no momento em que festejamos o “Tri”, dedicamos a vitória.

Finalmente, ao POVO ANÓNIMO, que nos apoiam em todos os momentos, dedicamos esta hora sublime!

É neles que pensamos, e por eles sempre lutamos.

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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty A história do Tetra

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 6:59 pm

Depois do Tri, fica registada a história do Tetra.

A HISTÓRIA DO TETRA

O CÉU COMO HORIZONTE

A entrada do FC Porto para o clube dos TETRACAMPEÕES nacionais, que acabou de formar com o Sporting, o único clube que detinha este título desde os anos 50, não constituiu novidade para quem prestava alguma atenção às questões do futebol doméstico. A superioridade demonstrada pelos PORTISTAS na conquista do “TRI” prenunciara o “TETRA”,que aconteceu normalmente, ainda que com alguns acidentes de percurso, depois da ameaça de um domínio esmagador.

Com poucas alterações no plantel, António Oliveira atacou o “TETRA” com uma preparação deficiente, mas rapidamente o FC Porto conseguiu um avanço tal que quase tirava o interesse ao campeonato. Só mesmo a sina lisboeta da temporada – quatro jogos, quatro derrotas – animou a competição. É que a concorrência, incapaz de potenciar os seus recursos, nunca chegou a pôr em perigo o objectivo do FC Porto.

Devido aos compromissos do final da época anterior – digressão à Tailândia e a Macau, onde se disputou o Torneio Cidade do Porto -, a pré-época de 1997/98 foi a possível. Em meia dúzia de dias, o trabalho considerado indispensável foi feito numa pressinha, na Suécia, assim como quem dá um recado. Isto depois de os jogadores nem sequer terem pododo gozar os habituais 30 dias de férias.

A LEI DO “TRI”

Começar a época sem os índices físicos desejados – grande parte do trabalho de pré-campanha teve de ser feito já depois do início da competição – revelou-se complicado para os DRAGÕES, cujo bom início de Campeonato escondeu carências que a Supertaça pusera a nu e que a decepcionante carreira na Liga dos Campeões (lá iremos) confirmou cabalmente. À medida que foram melhorando as suas capacidades físicas, o FC Porto impôs com naturalidade a lei do mais forte.

Sem surpresas, a lei do “TRI”valeu para o “TETRA”. Feitas as contas, que só são válidas depois de todos terem jogado contra todos duas vezes, não houve dúvidas ou mal-entendidos: ganhou quem tinha de ganhar, porque quando a lógica prevalece vencem os melhores.

VINTE ANOS, 12 TÍTULOS

Vinte Anos após a travessia do deserto, que durou 19 (58/59 a 77/78), o FC Porto festejou o seu 12º título desde que reaprendeu a ganhar. Doze campeonatos ganhos em 20 possíveis (60%!) significaram o ultrapassar de objectivos inimagináveis mesmo quando há três décadas José Maria Pedroto conduziu a equipa à quebra de um jejum histórico. Nos últimos tempos, já por mais de uma vez se tinha ouvido Pinto da Costa dizer que tinha por meta, quando se tornou presidente em Abril de 1982, ganhar um título cada três épocas, porque isso permitir-lhe-ia equiparar o FC Porto aos grandes de Lisboa. Em 1998, depois de nos últimos ter ganho quatro em quatro, o presidente do clube também é presidente da SAD para o futebol e fala no PENTA, sorri e diz que a meta, agora, é vencer o campeonato seguinte. A dinâmica de vitória do FC Porto, aliada ás novas formas de gestão, permite a Pinto da Costa voltar a sonhar com o título europeu, que tinha ficado para trás, havia 11 anos e foi determinante na maneira como o clube passou a encarar os desafios seguintes. Apóa a conquista da Taça dos Campeões Europeus, a 27 de Maio de 1987, o clube rasgou definitivamente os seus horizontes. Desde então que o crescimento não parou. Mais e mais são as palavras de ordem. Então depois do “TRI”, o facto de ter sido ultrapassada a barreira mítica do “TETRA”provou que só mesmo o céu pode ser o limite.

MOMENTOS DA ÉPOCA

Numa época de emoções, as conquistas e os desaires não têm grau de importância idêntico. Há momentos ditos chave, que podem ser caracterizados na caminhada como decisivos, para o melhor e para o pior, mas sempre marcantes. Na época do “TETRA”, houve um pouco de tudo nas Antas. Desde uma importante manifestação de força financeira da SAD, que comprou o passe de Carlos Secretário e de Doriva, este a pronto, até à habitual crise de Março, passando pela incontornável vitória em Guimarães, o pontapé decisivo para a conquista do “TETRACAMPEONATO”, como já tinha acontecido no “TRI”.

Contratações de Secretário e de Doriva (Dezembro/1997)

As dificuldades económicas eram tema presente em cada conversa sobre o futebol português, desde a profunda crise benfiquista às incertezas em Alvalade. No meio deste cepticismo, a SAD PORTISTA dá uma demonstração de pujança financeira que assombra tudo e todos: readquire Secretário ao todo-poderoso R. Madrid e contrata, a pronto, o internacional brasileiro Doriva, conseguindo um desconto de quase cem mil contos ( 500 mil €) nos 700 mil contos (1 milhão e 400 mil €) que o Atlético Mineiro pedia. Pinto da Costa mostrava desta forma a robustez financeira que conseguira com a dinâmica empreendida com a criação da SAD para gerir o futebol.

Vitória sobre o Benfica (15ª Jornada)

Vale e Azevedo já era presidente do Benfica e prometera, com Graeme Souness à frente do plantel, uma equipa ambiciosa, capaz de, apesar da diferença para o líder FC Porto, lutar pelo título. Na semana do jogo, chegaram à Luz, de uma assentada, três jogadores, que o técnico britânico lançou de imediato, contra os campeões nacionais, criando um ambiente de grande expectativa. Os benfiquistas começaram bem, mas seriam os portistas, após a entrada de Artur em campo, quem resolveriam o desafio. Dois golos do brasileiro colocaram o FC Porto a 15 pontos de distância do Benfica. O jogo seria quezilento e faria duas vítimas: João Pinto e Paulinho Santos. Os dois foram expulsos e, enquanto o benfiquista era operado ao maxilar, o PORTISTA era suspenso pela Comissão Disciplinar da Liga até que João Pinto estivesse em condições de regressar aos relvados. O FC Porto perdia, praticamente por dois meses, uma das suas unidades fundamentais.

Derrota com o Belenenses (19ª Jornada)

Estava a chegar o malfadado mês de Março e os sinais de crise pressentiam-se, ainda camuflados pelos resultados, que davam grande margem de segurança aos PORTISTAS. A visita a Belém nem parecia de alto risco, tão baixo andava o moral do Belenenses , depois de uma primeira desastrosa. A realidade, contudo, tornar-se-ia num pesadelo para os “DRAGÕES”, incapazes de responderem a um único golo do adversário, marcado nos primeiros minutos. A crise emergiu e, oito dias depois, aconteceu novo desaire, na Amadora, sobrevalorizado por declarações de Jardel, contestando as decisões de António Oliveira, que o substituíra quando o FC Porto precisava de marcar golos. O ambiente em torno do plantel entrou em ebulição.

Vitória na Académica (24ª Jornada)

Responsáveis técnicos e dirigentes tentaram desvalorizar os contornos de uma crise indisfarçável, que se alastrara, inclusive à equipa técnica, com desentendimentos entre o técnico e o seu “braço-direito”, Joaquim Teixeira. O Benfica aproximara-se ameaçador, fazendo com que a viagem a Coimbra fosse encarada como praticamente decisiva para os PORTISTAS. A exibição não foi a melhor, a ânsia fazia com que a bola “queimasse”os pés aos jogadores, mas sobrou espírito de equipa e união para arrancar uma vitória a ferros, sentida como o arranque final para a conquista do “TETRA”.

Sérgio Conceição diz não ao Corunha (Março)

António Oliveira tomou medidas profilácticas e, de uma assentada, afastou do “onze” Sérgio Conceição, Jardel, Drulovic e Zahovic, musculando o meio-campo com Paulinho, Doriva e Chippo. Os primeiros dois chegaram mesmo a ser afastados dos convocados. A tranquilidade demorava a chegar ao balneário PORTISTA, muito por culpa das propostas de transferência que iam chegando aos jogadores, com destaque para Sérgio Conceição: o Corunha apertou o cerco e o negócio parecia concluir-se, até que o jogador deu um grito de revolta, recusando-se a sair antes do final da temporada. A decisão foi como um lenitivo para o plantel, que se reencontrou, apenas permitindo um”desvio2 (derrota em Alvalade) antes de garantir o título.

Vitória em Guimarães (30ª Jornada)

A deslocação a Guimarães era a mais arriscada de quantas se colocavam no caminho da grande conquista. Um ano antes, fora naquele estádio que o FC Porto conquistara, matematicamente, o título. Desta vez, não era matemático, mas o triunfo permitiria que os DRAGÕES festejassem oito dias depois nas Antas. A história repetiu-se, com pormenores diferentes, desta vez com Artur como herói, por ter marcado o único golo da partida. O FC Porto não vestiu logo ali o fato de campeão, mas deixou a encomenda para estrear o novo equipamento uma semana depois.

O CLUBE DO TETRA

Foram 59 os jogadores que ganharam o direito a faixa(s) de campeão durante os quatro títulos do FC Porto, mas SÓ SETE são verdadeiros tetracampeões. Aloísio, Rui Barros, Jorge Costa, Rui Jorge, Paulinho Santos, Drulovic e Folha estiveram em todos os títulos. Uns mais utilizados do que outros, fizeram sempre parte das opções. Aloísio foi o mais utilizado e era também, na altura, o PORTISTA em actividade com maior número de títulos (6), ao passo que Rui Barros ganhou sempre que vestiu de Azul e Branco: para além do “TETRA” foi campeão em 1987/88, o outro ano em que esteve no clube. Drulovic ganhou quatro e Jorge Costa, Rui Jorge, Paulinho Santos e Folha venceram cinco, sendo que o “extra” de Folha (91/92) não é coincidente com o dos companheiros (92/93).

ALOÍSIO – O eterno

Se é correcto dizer-se que uma equipa de futebol começa a construir-se pela defesa, pode-se afirmar que Aloísio foi um dos alicerces do “TETRA”. A dupla de centrais, ao longo dos quatro anos, teve como denominador comum Aloísio. De José Carlos a Gaspar, passando por Jorge Costa, João M. Pinto ou Lula, em algumas circunstâncias, até Barroso ou Paulinho, o brasileiro esteve normalmente presente, garantindo a continuidade da segurança, mesmo quando, a certa altura, lhe começaram a chamar velho para o posto. Reagiu aumentando o aprumo da sua forma e respondendo no relvado de forma irrepreensível. Chegou ao final da época 96/97 quase no pleno das suas capacidades e com inteligência suficiente para, com a sua experiência, suprir as dificuldades que a sua menor velocidade lhe pudesse colocar.

Senhor de uma personalidade forte e de uma forma de estar no futebol muito própria, Aloísio ganhou estatuto de jogador de classe, tanto dentro como fora dos relvados, sendo um dos atletas mais respeitados e ouvidos no balneário PORTISTA. A postura foi igual nos campeonatos do “TETRA”, como já tinha sido nos quatro anos anteriores que já somava nas Antas, ganhando o merecido respeito não só dos companheiros como dos sucessivos técnicos que conheceu no FC Porto. Estava, em princípio, a um ano do final de carreira (foi ele quem o anunciou quando renovou por mais uma época), que terminaria como uma das figuras carismáticas do FC Porto da década de 90. O seu nome ficará gravado na história do clube como um dos jogadores que melhor imagem do FC Porto transmitiu para o exterior.

Total de jogos: 116. Completos: 102. Incompletos: 14
Tempo de jogo: 1063’. Média por jogo: 92’
Golos: 5
Cartões: 22 amarelos, 0 duplo amarelo e 3 vermelhos
Melhor posição no ranking: Defesa-central Mais Valioso: 2º em 96/97; 3º em 95/96; 10º em 97/98 e 10º defesa mais valioso em 94/95
Dados relativos às últimas 4 épocas

JORGE COSTA – Raça contra os azares

Viu-se em problemas na ingrata tarefa de substituir, enquanto português, o carismático Fernando Couto no eixo da defesa, já depois do brasileiro José Carlos ter protagonizado uma época de sucesso, fazendo dupla com Aloísio, o omnipresente da caminhada. De jovem pouco experiente passou a figura carismática, não só do onze como do próprio plantel. Com a saída de Vítor Baía e, mais tarde de Domingos, prefigurou-se como o sucessor natural de João Pinto no comando do balneário, sucessão que aceitou sem reservas numa cerimónia simbólica, aquando da apresentação do plantel para a época da conquista de “TETRA”. Mas o azar, que já o rondara em momentos anteriores da sua carreira (uma rotura de ligamentos afastou do Europeu de Inglaterra), voltou a bater-lhe à porta, na pré-temporada, não deixando que cumprisse integralmente as funções de capitão, que começou por exercer no balneário, sendo obrigado a “delegar” poderes para os jogos, onde não participava.

A gravidade da lesão impediu-o, inclusive, que fosse inscrito na primeira fase da Liga dos Campeões, e, como o FC Porto não passou aos quartos-de-final, não chegou a participar nesta competição. Lutou contra o infortúnio e, em tempo recorde, estaria em condições de regressar aos relvados, mas, pouco depois, novo problema surgiria e a necessidade de uma artroscopia afastá-lo-ia de parte substancial da segunda volta do campeonato.

Jorge Costa tem espírito de vencedor e ganharia mais esta batalha, recuperando a tempo de jogar ainda antes do final da prova, tendo participado no último jogo oficial da época, nas Antas, na goleada (7-2) ao Salgueiros.

Depois de três épocas esplendorosas, o azar surgiu-lhe em dose dupla, mas não em porção suficiente para que desistisse, porque esse foi um sentimento que o “Bicho” sempre desconheceu.

Total de jogos: 73. Completos: 63. Incompletos: 10.
Tempo de jogo: 6409’. Média: 87’
Golos: 6
Cartões: 29 amarelos, 0 duplo amarelo e 1 vermelho
Melhor posição no ranking: 4º Defesa-central Mais Valioso em 96/97
Dados relativos às últimas 4 épocas

PAULINHO SANTOS – O duro

Paulinho simboliz(a)ou a garra e o crer de um “DRAGÃO” insaciável e, mesmo nos momentos de maior tensão, os sócios e adeptos sabiam que o médio PORTISTA fazia isto ou aquilo na defesa intransigente do clube.

Era a vantagem de ser “mauzão”, duro, irascível, às vezes, mas, ao mesmo tempo, defensor de um templo sagrado, de uma instituição que defendeu até à última gota de suor. Paulinho voltou a ter uma época recheada de momentos difíceis, tornando a envolver-se com João Vieira Pinto, numa rixa muitas vezes repetida, entre dois oficiais do mesmo ofício, e nem sempre com final feliz.

Paulinho passou por momentos complicados, mas nunca deixou de ter a grande maioria dos PORTISTAS do seu lado. A guerra do jogo, a ânsia de ajudar, a obsessão de empurrar a equipa para ganhar, ganhar sempre, tornaram Paulinho um caso raro no futebol nacional. A importância de Paulinho no rendimento da equipa foi inquestionável, porque o médio PORTISTA – lateral, sempre que era preciso, até na selecção – soube empurrar os companheiros, contagiava-os com a sua agressividade, porque era preciso, sempre, ganhar, nem que para isso fosse necessário deixar sangue no campo.

Apesar desta impetuosidade, uma constante ao longo dos quatro anos, mostrou, na época do “TETRA”, uma outra virtude, que se pode considerar quase paradoxal, tendo em conta o que já ficou escrito: nervos de aço na marcação de grandes penalidades. Quando foi a doer, quando era proibido falar, como contra o Farense ou o Boavista, disse presente e, de forma fria e eficaz, deu o último empurrão aos DRAGÕES para a conquista do ambicionado “TETRA”.

Total de jogos: 111. Jogos completos: 103. Incompletos: 8
Tempo de jogo: 10301’. Média por jogo93’
Golos: 4
Cartões: 24 amarelos, 1 duplo amarelo e 2 vermelhos
Melhor posição no ranking: 2º Médio-defensivo Mais Valioso em 96/97 e 97/98, 11º Jogador Mais Valioso em 97/98, 6º Defesa-lateral em 95/96
Dados relativos às últimas 4 épocas

DRULOVIC – O assistente

Em boa forma física, Drulovic era um jogador especial, até porque era um canhoto por excelência e os pés esquerdos (de qualidade) não abundam. Sabia, como poucos, ler o jogo, era rápido nas opções que tomava para solucionar questões pontuais do próprio jogo, era directo na forma como caminhava para a baliza e tinha poder e colocação no remate de longa distância, para além de ser um especialista na marcação de livres.

Jogador completo não era, porque, por vezes “escondia-se” e passava ao lado do jogo, porque, talvez, o primeiro passe não lhe saía bem, ou cruzamento fácil ia parar à bancada. Mas, nos quatro campeonatos consecutivos conquistados pelo FC porto, Drulovic foi, claramente, um elemento nuclear e uma referência importante na forma como o DRAGÃO se impôs à concorrência. Não acabou a sua segunda época ao serviço do Gil Vicente (1993/94), porque, a meio, o FC Porto foi contratá-lo a Barcelos.

Drulovic chegou às Antas, adaptou-se facilmente porque teve sempre a virtude de ser um homem respeitável e respeitado, e daí para a frente foi uma das peças chave do futebol ofensivo PORTISTA. Quando Drulovic estava bem a equipa compreendia que tinha mais hipóteses de ganhar, porque o internacional jugoslavo – que ansiava, com toda a legitimidade, estar presente na fase final do Mundial (França/98) – mexia com todos, porque os seus passes eram milimétricos e as suas assistências brilhantes, os seus cruzamentos tensos e colocados.

A irregularidade patenteada na época de 1997/98 acabou por pesar e a equipa ressentiu-se, mas, mesmo assim, Drulovic foi, de forma inquestionável, uma das figuras mais interventivas na supremacia dos PORTISTAS no futebol português.

Total de jogos: 108. Jogos completos: 50. Incompletos: 64
Tempo de jogo: 8029’. Média por jogo: 74’
Golos: 18
Cartões: 9 amarelos; 0 duplo amarelo; 0 vermelho
Melhor posição no ranking: Médio-ala Mais Valioso em 95/96, 2º em 97/98 e 3º em 96/97
Dados relativos às últimas 4 épocas

RUI JORGE - Profissional

Um jogador cresce no profissionalismo pelos jogos que faz, mas também pelo seu comportamento fora das quatro linhas, pelos valores que defende e pela força anímica que tenta transmitir aos companheiros.

Rui Jorge, nos 16 anos de trabalho ao serviço do FC Porto, foi tudo isso: profissional exemplar, personagem respeitada e um pólo gerador de interesses envolvendo o clube que lhe atribuiu o “Dragão de Ouro”.

Jogador de forte personalidade, esteve de alma e coração nos quatro títulos, mas a época mais produtiva foi a de 1995/96 quando realizou 22 jogos, marcando dois golos. Disciplinado, corajoso, com bom sentido de corte e de antecipação, sempre compenetrado no jogo, procurou ser preferencialmente um bom defesa para só depois se aventurar no apoio ao ataque, nunca procurou o sucesso individual, antes se integrando no espírito de grupo, porque a educação desportiva que teve – no futebol juvenil PORTISTA – sempre colocou a equipa e o seu sucesso, como objectivo primeiro.

A catadupa de êxitos do futebol PORTISTA assenta em bases claras, e por elas Rui Jorge sempre se bateu. Chegou a internacional A, foi titular nos Jogos Olímpicos de Atlanta – 4º lugar e melhor selecção europeia -, mas a época de 1997/98 acabou por lhe ser difícil. As questões relacionadas com o seu processo de renovação não foram resolvidas a contento das partes interessadas e acabou por se romper uma ligação que teve momentos inesquecíveis. O Sporting foi o seu destino.

Total de jogos: 54. Jogos completos: 38. Incompletos: 16
Tempo de jogo: 4303’. Média por jogo: 80’
Golos: 2
Cartões: 10 amarelos; 1 duplo amarelo; 1 vermelho
Dados relativos às últimas 4 épocas

RUI BARROS – Sempre disponível

Um caso raro de êxito: em cinco épocas como sénior do FC Porto, ganhou outros tantos campeonatos, quatro dos quais consecutivo, ou seja, é obreiro da materialização do”TETRA”.

Curiosa a sua ligação ao FC Porto, porque, tendo jogado nas camadas jovens do clube, antes do regresso do estrangeiro, já no tempo de Bobby Robson, apenas tinha feito uma época como sénior dos DRAGÕES. É preciso recuar a essa temporada para se perceber o porquê da popularidade de Rui Barros nas Antas. Estávamos na época de 1987/88, na ressaca da conquista da Taça dos Campeões Europeus.

Rui Barros, que jogara emprestado ao Varzim, regressou e Tomislav Ivic, que sucedera a Artur Jorge, apaixonou-se pelas suas características e deu-lhe o protagonismo. O pequeno génio agarrou a oportunidade e brilhou intensamente, tanto nacional como internacionalmente. Foi chave na conquista da Supertaça Europeia, quando, em Amesterdam, se deu a conhecer ao mundo do futebol, marcando ao Ajax (1ª Mão) o tento que deu triunfo PORTISTA. Foi gigante em Tóquio, frente aos uruguaios do Peñarol, batendo-se de igual para igual num relvado coberto de neve, ajudando à conquista da Taça Intercontinental.

Toda a época foi de sucessos (vitória, também, no campeonato e na Taça de Portugal), com Rui Barros como a estrela mais reluzente.

Partiu, então, para Itália, à conquista do mercado internacional, que cativou, tanto em Turim como, mais tarde, no Mónaco. Os PORTISTAS, considerando-o “da família”, nunca lhe perderam o rasto e saudaram o seu regresso à casa-mãe. Rui Barros agradeceu como sabe, entregando-se à profissão, dando tudo em favor da equipa. É a sua maneira de ser, disponível a tempo inteiro.

Total de jogos: 102. Jogos completos: 18. Incompletos: 84
Tempo de jogo: 5865’. Média por jogo: 58’
Golos: 21
Cartões: 13 amarelos; 0 duplo amarelo; 0 vermelho
Melhor posição no ranking: 10º Médio-ofensivo Mais Valioso em 95/96, 15º em 96/97 e 18º Médio Mais Valioso em 94/95
Dados relativos às últimas 4 épocas

FOLHA – Alternativa a postos

Aqui e ali assumia o protagonismo, fixando no seu álbum momentos mágicos que o tornava um jogador que, mesmo não sendo utilizado com regularidade, pode dizer que num determinado jogo foi decisivo. É o caso, por exemplo, do Marítimo-FC Porto, da época anterior, onde saiu do banco para resolver, a favor da sua equipa, um problema que parecia insolúvel.

Foi um coleccionador de momentos, muito por culpa da sua irregularidade, que vivia momentos de forma, que alternavam o excelente com o medíocre, muitas vezes por culpa de lesões, outros porque não correspondia aos anseios do técnico.

Ainda assim, foi alternativa que Artur Jorge e Bobby Robson não dispensaram, porque, nos momentos exactos, souberam aproveitar as suas características de extremo-esquerdo à moda antiga, que pega na bola e desce pelo seu corredor, até que ganha a linha de fundo e centra. Tudo isto em velocidade, que era suprema na sua forma de jogar quando se encontrava na plenitude das suas capacidades.

Eternizou o estatuto de suplente, por vezes adulterado por uma utilização mais regular, sem que esse período se prolongasse muito.

Mas foi ao longo desses quatro anos, um dos jogadores regularmente chamado ao lote de convocados, uma alternativa de algum carisma que lhe advinha não só das suas qualidades como futebolista mas também do facto de ser produto da escola PORTISTA.

E, na sua forma de estar, foi um dos exemplos que encarna a filosofia dos DRAGÕES, nunca se tendo ouvido, publicamente, da sua boca qualquer queixa pelo facto de não ser utilizado como, certamente, gostaria.

Total de jogos: 87. Jogos completos: 16. Incompletos: 71
Tempo de jogo: 4254’. Média por jogo: 52’
Golos: 13
Cartões: 9 amarelos; 0 duplo amarelo; 0 vermelho
Melhor posição no ranking: 2º Médio Mais Valioso em 94/95, 5º Médio-ala Mais Valioso em 95/96 e 96/97
Dados relativos às últimas 4 épocas

SENHORES DO INSTANTE FINAL

Seja quais forem as opções, os esquemas ou qualquer outro pormenor pelo qual se queira analisar o futebol, jamais se consegue contornar o objectivo deste desporto: o golo. Em todos os momentos, uma equipa procura atingi-lo e outra evitá-lo. E o maior estrelato atinge-o quem marca…

Outras razões poderão explicar a popularidade dos avançados, mas esta chega para justificar o protagonismo exacerbado conseguido por essa casta muito especial, a dos goleadores. Mesmo as equipas de ataque puro, por mais espectaculares que se exibam, tornam-se eficazes se no seu seio não emergir um concretizador, seja ele tosco no toque de bola ou verdadeiro artista, desde que, no instante final faça a diferença com o ultimo toque.

Diz-se que não há regras sem excepção, mas o tetracampeonato PORTISTA não serve para ilustrar esta máxima.

Em cada uma das quatro épocas, a equipa revelou-se uma máquina de fazer golos e em cada uma teve um protagonista, ou melhor, nas quatro houve dois, que repartiram os louros de forma igual: Domingos e Jardel.

Tratou-se de dois goleadores com estilos tão díspares como semelhantes na eficácia. No reinado de Bobby Robson, e após uma fase algo renitente do técnico, que demorou a acreditar nas faculdades do jogador, Domingos foi rei e senhor do golo, entusiasmando os adeptos PORTISTAS – e todos quantos apreciam este desporto – com o seu futebol feito de arte, de imprevistos, de remates mortíferos. As suas escolhas surpreendiam em muitos momentos, porque optava pelo aparentemente mais difícil – lances que, nos seus pés, até pareciam fáceis, menos para os adversários, que não se entendiam com a genialidade de Domingos, capaz de adulterar a lógica e assombrar o mais avisado. Duas épocas, duas vezes o goleador-mor…

À terceira, com António Oliveira no comando, dois fados prostrara Domingos: uma lesão na selecção nacional, depois de disputada a 1ª jornada, e Jardel, que iniciara a época como seu suplente. O brasileiro foi em quase tudo diferente do português, mas, tal como ele marcava que se fartava.

Foi, até à altura, a mais cara contratação da história do FC Porto e rentabilizou o investimento. Foi um ponta-de-lança à moda antiga, que percebeu que nas Antas, tal como na Europa, o espaço de um avançado vai de uma área à outra e que não basta ficar na frente à espera que a bola lhe chegue. Aprendeu a lutar pela posse e não alterou a eficiência no remate final. A reconhecida capacidade invulgar para o jogo de cabeça não limitou a sua eficácia a jogadas aéreas. Houvesse um espaçozinho livre na área adversária, viesse a bola pelo ar ou pelo chão, estando Jardel presente, era caso para se dizer que havia perigo eminente. Surpreendeu mais em 1996/97, quando os adversários ainda não o conheciam, mas renovou novamente o título de “artilheiro” do campeonato, em 1997/98. Mais difícil se tornaria para o FC Porto mantê-lo nos seus quadros.

No final do ano anterior, 1996/97, Domingos partia para Tenerife, Jardel poderia sair com ambições ainda maiores. Afinal, nunca foi fácil a um clube português segurar jóias de tão preciosa qualidade.

Como marcou Jardel os golos:
Pé esquerdo – 8
Pé direito – 23
De cabeça – 25
De penalti - 2

Como marcou Domingos os golos:
Pé esquerdo – 8
Pé direito – 30
De cabeça – 8
De penalti - 3

1º GOLO DO TETRA – RUI FILIPE

Quando no início da época 1994/95, o FC Porto deu o pontapé de saída para o TETRAcampeonato, frente ao Sp. Braga, a primeira grande manifestação de alegria, foi obra de Rui Filipe, que marcou o 1º golo da época e da série de quatro títulos consecutivos. Sete dias depois (28 de Agosto de 1994), Rui Filipe era vítima mortal de acidente de viação, enlutando não só os PORTISTAS como todo o futebol português. Tinha então 26 anos e tudo para dar ao futebol, porque os seus recursos eram inegáveis. Centrocampista de talento – revelava agressividade, lucidez, boa leitura de jogo e razoável potência de remate -, Rui Filipe afirmara-se como herdeiro de André e preparava-se para comandar o meio-campo PORTISTA na luta pela conquista do primeiro campeonato de Bobby Robson.

Mas a modesta contribuição no relvado – um golo e uma boa exibição, no triunfo, por 2-0, sobre os bracarenses – aumentaria na proporção na saudade que deixou entre os companheiros, que passaram toda a época a afirmar que queriam ganhar o título para o dedicar à memória de Rui Filipe.

Um incentivo que também terá sido um contributo para a conquista de um campeonato que, tal como tinham prometido, todos os jogadores dedicaram a Rui Filipe, cuja imagem perdurará por muito tempo na memória de todos os PORTISTAS.

Outros goleadores:
1994/1995
Total Casa Fora GP
Domingos 19 10 9 2
Rui Barros 9 3 6 0
José Carlos 8 5 3 0
Folha 6 5 1 0
Emerson 5 0 5 0
Secretário 5 3 2 0
Drulovic 5 4 1 0
Aloísio 5 5 0 3
Iuran 4 2 2 0
Kulkov 2 0 2 0
Latapy 1 0 1 0
J. Costa 1 1 0 0
Rui Filipe 1 1 0 0
Baroni 1 1 0 0
Kostadinov 1 1 0 0

1995/96
Total Casa Fora GP
Domingos 25 13 12 2
Edmilson 13 9 4 1
Drulovic 8 5 3 0
Lipcsei 6 4 2 0
Latapy 5 4 1 0
Rui Barros 4 1 3 0
Emerson 4 3 1 0
Folha 4 3 1 0
João M. Pinto 3 2 1 0
Jorge Couto 3 2 1 0
Bino 2 1 1 0
Mielcarski 2 1 1 0
Quinzinho 2 2 0 0
Rui Jorge 2 2 0 0
Jorge Costa 1 1 0 0

1996/97
Total Casa Fora GP
Jardel 30 14 16 0
Edmilson 10 3 7 3
Zahovic 7 4 3 0
Artur 5 0 5 0
Jorge Costa 4 2 1 0
Barroso 4 4 0 0
F. Mendes 3 1 2 0
Rui Barros 3 1 2 0
João M. Pinto 3 2 1 0
Folha 3 2 1 0
Domingos 2 1 1 0
Costa 1 0 1 0
Drulovic 1 0 1 0
Wetl 1 0 1 0
S. Conceição 1 1 0 0
Mielcarski 1 1 0 0

1997/98
Total Casa Fora GP
Jardel 26 15 11 2
S. Conceição 8 6 2 0
Artur 6 4 2 0
Zahovic 6 5 1 0
Rui Barros 5 4 1 0
Capucho 4 2 2 0
P. Santos 4 3 1 0
Drulovic 4 3 1 0
Mielcarski 3 1 2 0
Chippo 2 2 0 0
Barroso 1 0 1 0
Doriva 1 1 0 0
João M. Pinto 1 1 0 0
F. Mendes 1 1 0 0

ALOÍSIO E DRULOVIC OMNIPRESENTES

O “TETRA” quase pode ser dividido em duas partes, seja porque foi conquistado, em partes iguais, por dois técnicos, seja porque muitos jogadores brilharam em pares de anos, deixando o protagonismo para outros nos dois restantes. Dois nomes, contudo, sobressaem dos demais, pela regularidade e porque foram omnipresentes nos quatro campeonatos: Aloísio e Drulovic. Um no eixo da defesa, dando consistência a um sector que foi a base de parte substancial dos triunfos, outro no ataque, não concretizando em série, mas multiplicando os lances em que ofereceu o golo aos companheiros. Foi, também, obreiro de muitas vitórias.

Mas os quatro anos de glórias tiveram outras particularidades e de todas elas destaca-se a substituição de Vítor Baía, que, para os adeptos, nunca chegou a sê-lo de facto, continuando a suspirar de saudade pelo ex-nº 1.
Bobby Robson com ele nos dois anos do seu reinado, cabendo a António Oliveira a difícil tarefa de conseguir um substituto. Wozniak chegou com estatuto mas cedo cedeu o lugar a Hilário, que não resistiu à juventude; no segundo ano, Oliveira contratou Rui Correia, que tinha sido seu pupilo em Braga, mas também vacilou e Hilário teve nova oportunidade, que não conseguiria agarrar…. A questão do guarda-redes estava ainda por resolver.

A linha de continuidade, que sempre dera bons frutos nas Antas, valorizando jogadores, como Emerson, o”diamante” que Robson lapidou, foi alvo de uma mini-revolução aquando da entrada de António Oliveira. De uma assentada, o FC Porto perdera Baía e Emerson, além de outros jogadores menos utilizados pelo técnico inglês, e Lipcsei demorava a recuperar de uma lesão grave. O novo treinador patrocinou, então, a entrada de 14 atletas, dos quais seis iriam impor-se, de forma categórica, na primeira equipa. Sérgio Conceição, produto da escola PORTISTA que dera nas vistas em Felgueiras, “explodiu”, formando uma dupla produtiva com Edmilson na direita. Zahovic entrou para o meio-campo, impondo o seu virtuosismo, realizando-se como o par ideal para Drulovic.

Na frente, em substituição de Domingos (que no início da época sofrera um grave le são)), Jardel comprovava o currículo e as muitas centenas de milhar de contos que o FC Porto pagara pela sua transferência. Mantendo a mesma dupla de centrais, Jorge Costa e Aloísio, juntando-lhe a experiência de Fernando Mendes como defesa-esquerdo, Oliveira construiu a base de uma equipa que se prolongou na temporada 97/98, remodelada pela ausência de Edmilson (substituído por Capucho) e pela categoria de Doriva, a mais recente contratação. O brasileiro mostrou que era craque e justificou nas Antas a razão porque Mário Zagallo o convocou para o Mundial de França.


1994/95 (Bobby Robson)
Resultados:
Sp. Braga: (c) 2-0 – (f) 4-1 * B.Mar: 3-0 – 2-0 * U. Madeira: 3-0 – 0-0 * V. Setúbal: 2-0 – 3-2 * U.Leiria: 2-0 – 2-0 * Benfica: 2-1 – 1-1 * Marítimo: 4-1 – 1-2 * G. Vicente: 1-0 – 1-0 * D. Chaves: 2-0 – 4-0 * V. Guimarães: 3-0 – 1-0 * Farense: 2-0 – 3-0 * Belenenses: 1-0 – 2-0 * E. Amadora: 0-0 – 1-0 * Sporting: 1-1 – 1-0 * Boavista: 4-2 – 2-1 * Salgueiros: 5-2 – 2-1 * Tirsense: 4-0 – 2-0

34 Jogos - 62 Pontos - 29 vitórias – 4 empates – 1 derrota - 73 golos marcados(média de remates por jogo: 19,7) – 15 sofridos

Equipa tipo: V. Baía; J. Pinto, Aloísio, J. Costa R. Jorge; Emerson, Kulkov; Secretário Domingos, Drulovic; Iuran
A primeira equipa formada por Robson, após meio ano com os jogadores escolhidos por Ivic. Perdera, de maneira trágica, Rui Filipe, enquanto Emerson e os russos Kulkov e Iuran foram apostas ganhas, no ano em que Jorge Costa emergia, substituindo Fernando Couto no eixo da defesa. Drulovic também impôs o seu génio, passando a indiscutível no onze.


1995/96 (Bobby Robson)
Resultados:
Sporting: (c) 2-1 – (f) 2-0 * G. Vicente: 2-1 – 2-0 * D. Chaves: 2-0 – 3-2 * Leça: 2-0 – 2-0 * Felgueiras: 6-2 – 1-1 * Boavista: 1-0 – 1-1 * Sp. Braga: 6-3 – 3-0 * Campomaiorense: 5-0 – 1-0 * Farense: 2-0 – 2-0 * Benfica: 3-0 – 1-2 * U. Leiria: 1-0 – 0-0 * Marítimo: 6-0 – 1-1 * Salgueiros: 2-0 – 4-0 * Tirsense: 5-0 – 4-2 * V. Guimarães: 2-3 – 2-0 * E. Amadora: 6-0 – 1-1 * Belenenses: 1-0 – 1-1

34 Jogos-84 pontos – 26 vitórias – 6 empates – 2 derrotas - 84 golos marcados(média de remates: por jogo 21,Cool – 20 sofridos

Equipa tipo: V. Baía; Secretário, Aloísio, J. Costa, P. Santos; Emerson, Lipcsei; Edmilson, R. Barros, Drulovic; Domingos
Chegam às Antas e impõem-se de imediato Edmilson e Lipcsei. Mais o brasileiro, que se tornou numa das peças-chave da equipa. Paulinho “explode” como uma espécie de 115, acudindo a todas as necessidades. Jogou grande parte da época como lateral-esquerdo. Rui Barros, que regressara um ano antes, reencontrou-se e torna-se num dos indiscutíveis, mas o verdadeiro craque foi Domingos, que conquista o troféu de melhor goleador do campeonato.


1996/97 (António Oliveira)
Resultados:
V. Setúbal: (c) 2-2 – (f) 3-1 * U. Leiria: 2-0 – 3-0 * D. Chaves: 2-0 – 4-2 * Salgueiros: 1-2 – 1-0 * E. Amadora: 0-0 – 2-2 * Sporting: 2-1 – 1-0 * Boavista: 1-0 – 2-0 * Sp. Espinho: 3-0 – 5-0 * Farense: 2-0 – 2-1 * Rio Ave: 2-2 – 1-0 * Marítimo: 4-1 – 2-0 * Leça: 2-1 – 4-2 * Belenenses: 2-1 – 0-2 * V. Guimarães: 3-1 – 4-0 * Benfica: 3-1 – 2-1 * Sp. Braga: 5-0 – 1-2 * G. Vicente: 3-0 – 3-0

34 Jogos – 82 pontos -26 vitórias – 4 empates – 3 derrotas - 77 golos marcados(média de remates por jogo: 21,7) – 24 sofridos

Equipa tipo: Hilário; Sérgio Conceição, Aloísio, J. Costa, F. Mendes; Barroso, P. Santos; Edmilson, Zahovic, Drulovic; Jardel
António Oliveira construiu uma nova equipa, solidificando-a com alguns “veteranos”, como Jorge Costa, Aloísio, Paulinho e Edmilson. Sem V. Baía, deu oportunidade a Hilário depois de ter experimentado o polaco Wozniak; patrocinou a afirmação de S. Conceição, explorou as características de Zahovic e criou um sistema que jogava na perfeição para Jardel,um goleador que chegou às Antas, treinou e triunfou.

1997/98 (António Oliveira)
Resultados:
Varzim: 4-3 – 2-0 * Belenenses: 2-0 – 0-1 * E. Amadora: 4-0 – 1-2 * Leça: 3-1 – 3-2 * Campomaiorense3-0 – 2-2 * V. Setúbal: 1-0 – 1-1 * Académica: 2-1 – 1-0 * Rio Ave: 2-0 – 0-0 * Sporting: 1-1 -0-2 *
Sp. Braga: 4-0 – 2-1 * Farense5-2 – 2-1 * D Chaves: 3-1 – 2-2 * V. Guimarães: 1-0 – 1-0 * Boavista 3-2 – 4-3 * Benfica: 2-0 – 0-3 * Salgueiros: 7-2 – 3-1 * Marítimo: 2-1 – 2-3

34 Jogos – 77 pontos – 24 vitórias – 5 empates – 5 derrotas - 75 golos marcados(média de remates por jogo: 19,4) – 38 sofridos

Equipa tipo: Rui Correia; Secretário, Aloísio, João M. Pinto, F. Mendes; Doriva, P. santos; S. Conceição, Capucho, Drulovic, Jardel
A aposta foi na continuidade, de esquemas e de nomes, ainda que houvesse necessidade de substituir o “desertor” edmilson. Entrou Capucho, e bem. Mais Tarde, já em Dezembro, chegaram Secretário e Doriva, para entrarem directamente para o onze, onde se fixaram até final da temporada. S. Conceição também se “transferiu”, mas da defesa para o ataque, ocupando a tempo inteiro o lugar de Edmilson.

4 ÉPOCAS – 4 ASES

Os quatro títulos do FC Porto, conseguidos sem dificuldades de maior, pelo menos atendendo às diferenças pontuais com que foram conseguidos, tiveram protagonistas, independentemente das inegáveis e indesmentíveis capacidades do grupo de trabalho. A época do “TETRA” acabava de consagrar Sérgio Conceição como primeira figura de um colectivo que na temporada anterior teve Jardel como rei Midas do golo. Bola em que o brasileiro tocasse, transformava-se em jogada de perigo, em lance de pesadelo para os adversários. Eles foram os heróis do reinado de António Oliveira. Bonny Robson, condutor da equipa nas duas primeiras campanhas teve em Domingos e Vítor Baía os seus chefes de orquestra. O técnico inglês chegou mesmo a comparar o seu ponta-de-lança a supercraques como Alan Shearer, Weah ou Kluivert. Sobre o guarda-redes nada teve a dizer. Ofereceu-lhe um contrato de oito anos quando se transferiu para o Barcelona.

SÉRGIO CONCEIÇÃO

Chegou Às Antas em 1996/97 oriundo do Felgueiras, onde tinha cumprido um ano de empréstimo, após passagens por Leça e Penafiel. Num abrir e fechar de olhos tornou-se indispensável, ainda que como defesa-direito, uma vez que a presença de Edmilson no corredor direito permitia a António Oliveira utilizar dois jogadores de características ofensivas. Na época do “TETRA”, Sérgio Conceição, foi extremo, estratega, municiador, fundamental na orgânica da equipa, que girou em volta dele vezes sem conta. Um arrufo por ter ficado ficado de fora dos 16 em Leiria, para a Taça de Portugal, foi compensado com a recusa ao Corunha e um final de época fabuloso.

JARDEL

Custou 700 mil contos (3 milhões e 500 mil €), verba impensável para o futebol português e muito menos para o FC Porto, habituado a comprar barato e a vender caro, deja produção própria ou matéria-prima “reciclada”. Com Domingos saído de uma temporada extraordinária, nem sequer se percebia muito bem onde poderia entrar o brasileiro, mas uma lesão do português (rotura de ligamentos cruzados de um joelho) e a capacidade goleadora do brasileiro acabaram com as dúvidas. Aquele ponta-de-lança longilíneo e de fraco toque de bola era mesmo o homem de que o FC Porto precisava. Inigualável a jogar de cabeça, melhorou de tal forma as suas capacidades que os responsáveis PORTISTAS se viram atrapalhados para o conseguirem segurar, uma vez que no final da época não lhe faltaram propostas de transferência. A custo, o FC Porto conseguiu renovar com a sua jóia da coroa até 2002. Mais uma vez valeu a pena o esforço.

DOMINGOS

Demorou metade da época de 1994/95 a convencer Robson das suas capacidades como goleador, jogando como ponta-de-lança ou de trás para a frente, nas costas de Iuran. No ano seguinte, depois de 19 golos marcados durante o “part time” da época anterior, Domingos saltou para a ribalta e confirmou a veia goleadora mortífera que havia demonstrado anos antes quando Artur Jorge o havia lançado na alta-roda. No ano do Bicampeonato, do FC Porto podia dizer-se que era Domingos e mais 10. Quanto mais jogava mais refinava os seus dotes de finalizador genial, optando vezes sem conta por soluções “impossíveis”, fazendo golos de levantar estádios. Outra vezes , como em Alvalde, comportou-se como um “matador” inglês: bola na área, golo. O futebol português tem saudades dele.

VÍTOR BAÍA

Numa equipa com tradições defensivas, Vítor Baía comportava-se como o verdadeiro chefe de segurança. Assinando defesas de outro mundo ou com um simples grito a orientar os companheiros do sector, o guarda-redes do FC Porto foi determinante na conquista do primeiro título da era Bobby Robson. Frio e concentrado, impôs de tal forma a sua classe que se tornou uma ameaça para qualquer avançado. Se por um lado se tornou desafio suplementar e uma motivação extra marcar-lhe um golo, por outro a sua presença inibiu adversários vezes sem conta. Com um “monstro” daqueles pela frente, a maior parte dos dianteiros ficavam pequeninos, às vezes até as balizas encolhiam.
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Mensagem por A.Luísa 20 Ter Mar 15, 2011 7:36 pm

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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty A história do Penta

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 8:01 pm

Descritas ao pormenor as histórias do Tri e do Tetra, já só falta a do Penta. Cá está ela.

A HISTÓRIA DO PENTA

Futebol Clube do Porto – Época 1998/1999

Pentacampeão nacional de futebol
Campeão nacional de Andebol
Campeão nacional de Basquetebol
Campeão nacional de Futebol
Campeão nacional de Hóquei em Patins
Campeão nacional de Natação Masculina

Num ano em que o FC Porto conquistava, pela quinta vez consecutiva, o Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão – e o inédito Penta é o motivo próximo deste trabalho – vale a pena sublinhar, também, o rol de títulos conquistados pelo clube em modalidades de alta competição: Andebol, Basquetebol, Hóquei em Patins e Natação.

O FC Porto ganhou, dentro de portas, quase tudo o que havia para ganhar. Contrariou, no terreno, os vaticínios de quantos julgavam que o “pico” da actual liderança Portista tinham sido os tempos do “Tri” e a eles se seguiria, inapelavelmente, uma quebra. Mostrou uma garra, uma ambição, uma vontade de vencer que costumam ser características de quem há muito não ganha nada, e não tanto de quem se vai habituando a coleccionar vitórias quase como uma rotina. Manteve moralizada, sem desfalecimentos e quase sem dúvidas, uma enorme massa de sócios, de apoiantes, de simpatizantes – e num ambiente, hoje, apesar de tudo, mais calmo e mais positivo do que em tempos de algum excesso, quando a necessidade de afirmar, contra tudo e contra todos, a superioridade própria se confundiu, por vezes, com a tentação de humilhar agressivamente as fraquezas alheias.

Residirá aqui, aliás, um dos ingredientes desta força, mais tranquila, mas até por isso mais forte, associada ao FC PORTO.A revolta e a raiva de quem se sente esquecido, ofendido, menorizado, ajuda com certeza a “vitima” a arregaçar as mangas e a lutar com extraordinária energia até à vitória – até à “prova” de que, afinal, é no terreno do jogo e não na prateleira dos pergaminhos ou das benfeitorias que se vê quem é o maior ou o menor. Mas a reacção de “Dragão ferido” ou “ressentido”, ficando-se só por aí, não é mais do que um passo, um passo suficiente para forjar, em definitivo, a têmpera dos autênticos e sólidos campeões.

Estes, que até vão ganhando mais por regra do que por excepção, já não precisam de provar nada “contra” ninguém, já não precisam de incendiar ânimos nem ameaçar investidas bélicas sobre o “inimigo”como forma de manter coesas e mobilizadas as hostes da casa; podem, sim, porque já provaram aos outros (e a si próprios…) aquilo de são capazes, ser serenamente dignos na vitória, depois de terem sido activamente inconformados na derrota.

Dizia alguém, que este FC PORTO ganhou praticamente tudo o que havia para ganhar – só não ganhou ainda o coração de muitos portugueses. Verdade seja dita, também muitas vezes não se interessou por isso – embora deva sublinhar-se que, em múltiplas situações, a proverbial agressividade PORTISTA pouco mais foi do que resposta aos ataques não menos agressivos de que foi alvo. Ainda assim, o clube foi conquistando no país algo de que também precisava e de que pode partir para novas ambições: o respeito, a consideração, a admiração. Por muito empedernidas que sejam certas mentes ou irredutíveis certos “ódios de estimação”, não falta hoje quem, com elementar justiça, constate ou exalte a perseverança e o amor à camisola de quem gere o clube, a inteligência e a argúcia de quem traçou uma rota e se sentou ao leme, a seriedade no trabalho e a entrega no esforço de todos quantos vestem uma camisola AZUL E BRANCA. Para não falar, claro, no impressionante “espírito de corpo” que, por motivos nem sempre coincidentes, cimenta toda a família PORTISTA e lhe dá uma personalidade que vai para além dos terrenos do desporto, amalgamando-se muito com a cidade e com a região.

Não falta hoje, também, quem tente perceber de onde lhe vem, ao FC PORTO, essa força tremenda, exemplarmente corporizada na conquista de um “Pentacampeonato”. Fala-se de trabalho, de disciplina, de organização, de métodos (e até de métodos menos canónicos, se assim se pode dizer, embora tal conversa tenda a ir-se esgotando face às realidades incontornáveis que domingo a domingo se vêm em campo…). Fala-se de brio, de entrega, de querer. Fala-se de mística, Fala-se de carisma. Fala-se de Pinto da Costa.

Sem desmerecer dos inegáveis méritos do actual Presidente do clube, a quem vai ficar ligada esta época de ouro, a força do FC PORTO está longe de se esgotar nele. Quem diz que o “o Porto só ganha porque tem lá um Pinto da Costa”, talvez ainda não tenha percebido bem toda a história: seria demasiado fácil corporizar num homem todas as responsabilidades (implicitamente esperando que, passado esse homem, passasse também o ciclo de vitórias do FC PORTO e o país futebolístico regressasse à “normalidade” de há trinta anos. Um dos grandes méritos de Pinto da Costa foi perceber que o clube e o Porto estavam maduros para uma nova ambição, para uma nova vontade de afirmação, também para um decidido murro na mesa. Havia uma onda a encher, Pinto da Costa intuiu-a, compreendeu-a e cavalgou-a; mais do que isso alargou-a, valorizou-a, deu-lhe orgulho próprio e auto-estima. E ele, mesmo “fazendo das tripas coração” quando foi preciso, lá descobriu e soltou essa força que tinha.

Esta força que, hoje, tem.


Cronologia do Penta («OJOGO» - Edição especial FC PORTO PENTACAMPEÃO - 4 Junho de 1999)


JUNHO de 1998

1 – FC Porto, SAD estreia-se na Bolsa de Valores de Lisboa. Cada unidade abriu a 1 531 Escudos (7.63€) e fechou a 1 599 Escudos (7.97€). Foram transaccionados 111 200 títulos.
3 – Decidido: Kenedy não fica no plantel para a época 1998/99. Barroso é uma dúvida, Gaspar deve ir para o Leça, Costa e Fonseca apresentam-se em Guimarães.
4 – Fernando Santos apresenta-se nas Antas. “Jogar bem para ganhar (…). Atacar e defender perto da baliza do adversário (…). Conciliar bom futebol com bons resultados” eis a receita do novo treinador. Estágio da pré-época vai ser realizado em Viseu.
5 – Panduru (ex-Benfica) assina por 4 épocas.
8 – Lázio no encalço de Sérgio Conceição. Os números apontam para 1,8 milhões de contos (9 Milhões €).
Lista de dispensas pronta: saem Hilário, Eriksson, Taborda Wozniak, Neves, Gaspar, Buturovic, Lula, Kenedy, Pedro Henriques, Barroso, Rui Jorge, Wetl e Lipcsei. Por defenir ficou a situação de Zé Nando (ex-Penafiel.)
16 – Confirmam-se os rumores: Sérgio Conceição na Lázio por 1,8 milhões de contos.
18 – Em entrevista, Zahovic afirma: “Fernando Santos é técnico para conseguir o Penta”.
22 – Pinto da Costa afirma: “Jardel fica”.

Frases:
António Oliveira
"Qualquer treinador do FC porto vai sofrer na pele o antiportismo"
"Não saio, só cesso funções" - 1 de Junho

Fernando Santos
"Conciliar bom futebol com bons resultados" - 4 de Junho
"A organização do FC Porto roça a perfeição" - 6 de Junho

Jorge Costa
"É difícil compreender o ódio que exista contra o FC Porto" - 26 de Junho

Pinto Da Costa
"Os inimigos do FC Porto incham de raiva e de inveja" 28 de Junho

JULHO

4 – Secretário: “Fernando Santos é um treinador à imagem do FC Porto”.
5 – FC Porto consegue o pleno no futebol: campeão nacional de seniores, juniores, juvenis e iniciados. Vencedor da Taça de Portugal. Um marco histórico e um feito inédito no futebol nacional.
7 – Nelson, ex-Aston Villa, assina por cinco épocas. Verba envolvida: 227 mil contos (1.132 000€)
13 – O jornal O Jogo noticia: Chainho assina por 4 épocas. Arrancou a época 1998/99. Fernando Santos, no discurso da apresentação, é bem claro: “Quero ser o primeiro treinador do FC Porto no século XXI”.
14 – FC Porto inicia em Viseu estágio de pré-época. Avançado húngaro Feher não faz a coisa por menos: “Quero ser tão bom como o Jardel”.
17 – Sorteio do Campeonato Nacional coloca o FC Porto a jogar contra os eternos rivais em casa na primeira volta: FC Porto-Benfica, (12ª jornada), FC Porto-Sporting, (16ª).
18 – Fernando Santos optimista: “Campeão Europeu. Porque não!?”
19 – Kralj chega ao Porto. O guarda-redes internacional jugoslavo que o FC Porto foi contratar ao Partizan de Belgrado é parco em palavras mas já sente o espírito que reina na equipa. “Pentacampeone” é a única palavra proferida à chegada. Chegaram, vindos do França’98, o jugoslavo Drulovic e o marroquino Chippo.
25 – O FC Porto apresenta-se nas Antas aos sócios, perante 20 000 adeptos. Megafesta de luz e cor.
28 – O FC Porto compra a totalidade do passe de Kralj. O defesa Ricardo Silva é cedido ao U. Leiria.
29 – Pinto da Costa revela relatório do árbitro do Benfica-FC porto de 97/98: “O O delegado escreveu que o Tahar agrediu o Jardel”. Em vésperas do primeiro jogo da época (FC Porto-Sporting), Fernando Santos apresenta as ideias base do que quer ver durante a época “um FC Porto sem medo”.
30 – O FC Porto apresenta-se nas Antas frente ao Sporting. O jogo termina empatado a zero. Capucho é a figura do tetracampeão. Fernando Santos disse: “Não gostei de não ter ganho”.
31 – Doriva chega de férias: “Quero ajudar a conquistar o Penta”.

Frases:
Jardel
"Se o presidente quiser a Liga, vai ter de contratar jogadores" - 3 de Julho
"O Brasil não foi Penta, vai ser o FC Porto." - 13 de Julho

Panduru
"Tenho a ilusão de ganhar quatro campeonatos seguidos" - 15 de Julho

Fernando Santos
"Tenho um feitio difícil" - 16 de Julho

Kralj
"Fazer esquecer Baía" - 20 de Julho

Chainho
"Sinto-me como o aço" - 27 de Julho

AGOSTO/98

1 – Segundo amigável da época. Vizela, 1-FC Porto 3 (golos de Artur, Jardel e Feher)
5 – Mais um amigável de preparação: Guimarães, 0-FC Porto, 1 (golo de João Manuel Pinto).
6 – Fernando Santos: “Nesta casa só se admite ganhar”.
8 – 1ª mão da Supertaça. Nas Antas, FC Porto, 1-Braga, 0, golo de Zahovic. Drulovic foi a figura, e Kralj teve uma estreia azarada. Em choque com Aloísio sofreu forte contusão no osso malar.
9 – Drulovic: “Estou no bom caminho para ser importante no FC Porto”.
10 – Paulinho Santos integra a lista de preferências do R. Madrid, campeão europeu.
11 – Em Alvalade, o FC Porto perde por 2-0 no jogo de apresentação do plantel do Sporting.
13 - Na 1ª jornada do Torneio de Tenerife, derrota por 2-1 frente à equipa organizadora. Zahovic aponta o golo portista, Domingos, ex-FC Porto, marca um golo pela equipa espanhola, com a “colaboração” de Kralj, que sai na primeira parte alegando problemas de visão.
15 – No 2º jogo, o FC Porto bate o Perugia por 2-0 com golos de Drulovic e Fernando Mendes. Rui Correia é, de novo, titular na baliza do FC Porto e em entrevista mostra-se esperançado numa boa época: “Peço aos sócios que ajudem”.
19 – Fernando Samntos promete, com um pouco mais de tempo, “um FC Porto esmagador”.
20 – Kralj, com um edema no olho esquerdo, não vai poder defrontar o Rio Ave no jogo que marca a estreia do tetracampeão no Nacional da Primeira Divisão.
22 – 1ª Jornada do CN. Nas Antas, FC Porto, 4-Rio Ave, 0. Árbitro: António Costa
FC Porto 4 – Rio Ave 0
Rui Correia; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes (Chaínho 63’), Paulinho Santos, Doriva, Capucho, Zahovic, Drulovic e Mielcarski
Marc.:Doriva 20’, Capucho 34’, Mielcarski 71’e 80’.
Supl.:Costinha, Folha, Fehér, Chaínho, João Manuel Pinto
25 – Mais um jogo amigável, agora na Trofa: Trofense, 1-FC Porto, 5. Castigo de Jardel, ainda relativo ao Benfica-FC Porto de 1997/98, reduzido de cinco para dois jogos. Jardel comentou: “A melhor notícia desde que cheguei de férias”.
27 – Sorteio da Liga dos Campeões: FC Porto integra o Grupo A com o Olympiacos, Croácia Zagreb e Ajax. Fernando Santos mostrou-se optimista: “Espero chegar a campeão”.
29 – 2ª Jornada do Nacional provoca a primeira derrota dos portistas.
Em Aveiro, Beira-Mar, 2-FC Porto, 1. Árbitro: Lucílio Baptista
Rui Correia; Secretário (João Manuel Pinto 82’), Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes (Jardel 51’); Paulinho Santos, Doriva, Capucho, Zahovic, Drulovic e Mielcarski (Chaínho 65’)
Marc.: Zahovic 14'.
Supl.:Costinha, Jardel, Chaínho, João Manuel Pinto, Chippo
30 – Fernando Santos assume desaire: “Falhou o conjunto”. Em relação ao trabalho do árbitro (Lucílio Baptista), muito criticado pelos portistas disse: “Está a haver uma psicose dos árbitros com medo de errar a favor do FC Porto”.

Frases:
Rui Correia
"Não estou preocupado com o Kralj"
"Mentalizem-se que o FC Porto tem sido melhor" - 16 de Agosto

Zahovic
"Somos o primeiro candidato ao título" - 21 de Agosto

Fernando Santo
"Na Liga dos campeões não há papões" - 24 de Agosto

Pinto da Costa
"Há-de haver tanto Superliga como eu ser Presidente da República" - 27 de Agosto

SETEMBRO/98

3 – Barroso assina pela Académica. Morre Armando Pimentel, ex-vereador da CM do Porto e administrador não executivo da SAD do FC Porto.
4 – Pinto da Costa responde à anulação do castigo de João V. Pinto: “É preocupante o sistemático antagonismo entre o Conselho de Justiça e a Comissão Disciplinar da Liga”.
5 – Jogo amigável em Monção, de homenagem ao comendador Gonçalves Gomes, falecido em Maio: Monção, 2 –FC Porto,4.
7 – Buturovic muda-se para o Vitesse, da I Divisão holandesa, na altura treinado por Artur Jorge.
9 – 2ª Mão da Supertaça: Braga, 1 –FC Prto, 1 (golo de Capucho). Kralj no melhor e no pior. Deu um frango e defendeu um penalti no último minuto. O FC Porto conquista a 10ª Supertaça, em 20 edições.
10 – O FC Porto é convidado pela UEFA para discutir, a par de outros cinco grandes nomes da Europa, o futuro das competições europeias de clubes. Pinto da Costa refere a propósito do convite: “Vale e Azevedo andou a ser usado”.
12 - FC Porto, 2 -Farense, 0 (3ª jornada).
Kralj; Secretário, Aloísio, Jorge Costa, Fernando Mendes, Doriva, Paulinho Santos, Capucho, (Mielcarski 86’), Panduru (Artur 60’), Drulovic, (Chippo 78’), Jardel
Marc.: Capucho 7’, Doriva 46’
Supl.: Rui Correia, Mielcarski, Artur, João Manuel Pinto, Chippo
Fernando Santos: “Ansiedade prejudicou concretização”.
16 – 1ª Jornada da Liga dos Campeões: FC Porto, 2 – Olympiacos, 2. O FC Porto esteve a ganhar 2-0 (golos de Zahovic e Jardel) mas deixou-se empatar, sofrendo golos aos 86’ e 92’.O árbitro francês (Veissiere) negou dois penaltis e não validou um golo limpo aos Dragões. Folha assina por uma época pelos belgas do Standard de Liège.
17 – Pinto da Costa defende Kralj não isento de responsabilidades nos golos do Olympiacos: “Eusébio também falhou penaltis”. Quinzinho regressa ao FC Porto e vai ser inscrito. “Valeu a pena esperar”.
20 – 4ª Jornada do Campeonato: Marítimo, 0 – FC Porto, 1
Kralj; Secretário, Jorge Costa, Aloísio e Fernando Mendes; Doriva, Paulinho Santos, Capucho (Mielcarski 68’), Zahovic, Drulovic e Jardel (Rui Barros 68’)
Marc.: Jardel 4’
Supl.:Rui Correia, Nélson, Rui Barros, Mielcarski e Panduru
No final do jogo, Fernando Santos, leva uma pedrada nas costas.
24 – Nuno Espregueira Mendes substitui Armando Pimentel na Administração da SAD.
26 – FC Porto, 2 – Guimarães, 0 (5ª jornada).
Rui Correia; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes (Rui Barros87’); Doriva, Paulinho Santos, Capucho (Artur 84’) Zahovic, Drulovic e Jardel (Mielcarski 89’)
Marc.: Paulinho Santos 15’, Jardel 62’
Costinha, Rui Barro, Mielcarski, Artur, João Manuel Pinto
FC Porto e Benfica no 1º lugar.
27 – Jardel: “Espero golear o Ajax”. Kralj, lesionado, fica de fora e Rui Correia volta à baliza. Ajax, 2 – FC Porto, 1, segunda jornada da Liga dos Campeões. Golo de Zahovic. Um penalti fantasma, convertido por Litmanen a seis minutos do fim, dá a vitória aos holandeses.

Frases
Pinto da Costa
“O dr. Vale e Azevedo ainda não percebeu que vai haver tanto Superliga como a ele lhe vai crescer o cabelo”. – 5 de Setembro

Fernando Santos
“Vitória importante para serenar”. – 9 de Setembro, após vencer a Supertaça.

Rui Correia
“Já sou um guarda-redes perfeito” – 13 de Setembro

Fernando Santos
“Temos a ilusãode ganhar a Liga dos Campeões”.
“Do céu ao purgatório”. – 16 De Setembro, após o 2-2 final do FC Porto-Olympiacos. – 15 de Setembro

Pinto da Costa
“Nunca estiveram tão bem um para o outro”. 19 De Setembro, comentando o acordo Pinto Balsemão (SIC) e Vale e Azevedo.

Jardel
“Golo (ao Marítimo) foi uma prenda de Deus”. – 18 De Setembro, dia do seu 25º aniversário.

Pinto da Costa
”O Sport Lisbon and Benfica é uma equipa temível”. 22 De Setembro

Fernando Santos
“Só tenho de viver com as vitórias do FC Porto”. 22 De Setembro
“Os jogadores fizeram uma exibição interessante mas, por vezes, falta-nos um pouco de raiva e rigor”. 30 De Setembro, após a derrota na Holanda (2-1) com o Ajax.

OUTUBRO/98

4 – Alverca, 1 – FC Porto, 5 (6ª jornada). Golos de Zahovic, Jardel (2), João Manuel Pinto e Capucho.
5 – Jardel avisa a concorrência: “Quero o pentacampeonato e o título de melhor marcador”.
8 – FC Porto joga em Freamunde na festa de despedida de Tonanha, afastado do futebol devido a problema do coração. Vitória por 4-2.
13 – Pinto da Costa em Milão com mais treze grandes potências europeias discute as expectativas financeiras dos campeões que querem manter-se na égide da UEFA. Por unanimidade os grandes da Europa juntam-se para pressionar a UEFA.
15 - FC Porto SAD fechou exercício com 53 mil contos (265 000€) de saldo positivo. Pinto da Costa: “Conseguimos resultados positivos sem prejuízo das prestações desportivas”.
18 – FC Porto, 0 – Boavista, 2 (7ª jornada). Fernando Santos comentou: “Tememos o Boavista”.
21 – FC Porto, 3 – Croácia Zagrebe, 0 (3ª jornada da Liga dos Campeões). Golos de Doriva e Zahovic (2).
25 – U. Leiria, 2 – FC Porto, 2, com golos de Capucho e Jardel, este no último minuto.
31 – Fc Porto, 4 – Salgueiros, 1 (9ª jornada). Golos de Jardel, (2), Drulovic e Quinzinho.

Frases
Fernando Santos
“Não é bom um clube ter três guarda-redes de valor semelhante” - 1 De Outubro
Pinto da Costa
“Clubes têm apelidado o presidente do Benfica de caloteiro” – comentando problemas do Benfica no pagamento de Poborsky, Ovchinikov e Deane. - 3 De Outubro.
Peixe
“Parece que há necessidade de falar mal do clube” – 7 De Outubro
Fernando Santos
“Paulinho sobrevive ao mar e sobrevive à terra” – 12 De Outubro
Kralj
“Foram mesmo erros e não um problema de escola” – sobre as fífias que protagonizou, 16 de Outubro
Fernando Santos
“Não podemos cair na tentação fácil de dizer que há 15 dias éramos os melhores e hoje não prestamos só porque perdemos” – depois da derrota por 2-0, nas Antas, frente ao Boavista, 18 de Outubro
Fernando Santos
“Este espírito de campeão é que nos vai levar ao título” – depois do empate (2-2), conseguido em Leiria no último minuto. – 25 de Outubro

NOVEMBRO/98

4 – Quarta jornada da Liga dos Campeões: o FC Porto perde na Croácia por 3-1 e hipoteca aspirações.
6 – Pinto da Costa conversou com treinador e jogadores: “Reafirmei a minha total confiança neste grupo”.
9 – Braga, 3 – FC Porto, 3. Golos de Jardel (2) e Zahovic. À 10ª jornada, o FC Porto ocupa o terceiro lugar com 20 pontos, menos 4 que o Boavista, 1º classificado.
Estava assim ordenada a classificação: 1º Boavista 24 – 2º Sporting 22 – 3º FC Porto 20 – 4º U. Leiria 18 – 5º Benfica 18.
14 – Campomaiorense, 0 – FC Porto, 2 (11ª jornada). Jardel marca os dois golos, um deles fantástico, na execução perfeita de um pontapé de bicicleta.
17 – Pinto da Costa é nomeado para o secretariado que vai dirigir as actividades do Grupo dos 14, que, em reunião realizada em Madrid, aceitou o modelo competitivo da nova Liga dos Campeões.
21 – FC Porto, 3 – Benfica, 1 (12ªjornada). Golos de Chainho e Jardel (2). João Pinto é expulso. O FC Porto coloca-se a dois pontos do Boavista, que tinha empatado no Bessa com o Sporting, a duas bolas.
25 – O FC Porto é afastado da Liga dos Campeões depois da derrota em Atenas, por 2-1, frente ao Olympiacos. Drulovic falhou um penalti. Fernando Santos comentou: “Tive novamente vontade de chorar”.
26 – Depois de incidentes no FC Porto-Benfica, o FC Porto declara guerra às claques para prevenir violência nos estádios. Um jovem de 12 anos foi ferido por um foguete. Audiência prevista com o ministro da Administração Interna.
28 – Cidade desportiva do FC Porto vai ser uma realidade. Modelo é o mesmo do “Barcelona Olímpico”.
30 – Setúbal, 1 – FC Porto,2 (13ª jornada). Dois golos de Jardel, o da vitória obtido já nos descontos. O FC Porto passa para frente com 29 pontos, tantos quantos o Sporting.

Frases

Jardel:
FC Porto só joga depois de tomar um golo” – depois da derrota, em Zagrebe, frente ao Croácia - 5 de Novembro
Fernando Santos:
“Não há estratégias que resultem quando sofremos golos aos oito minutos”
“Vamos morrer para ser pentacampeões nacionais”
“Não é uma vergonha perder na Croácia” – comentando o jogo com os croatas - 6 de Novembro
Zahovic:
“Quando chegarmos lá acima, mais ninguém nos apanha” – 10 de Novembro
Pinto da Costa:
“Tenho mais dois anos de contrato, quero que o contrato do técnico coincida” – 11 de Novembro
Fernando Santos:
“É prematuro questionar o investimento” – sobre o trabalho de Kralj - 12 de Novembro
Jardel:
“Um dos mais bonitos da minha carreira”, e o espectacular golo – pontapé de bicicleta – que marcou em Campomaior – 14 de Novembro
“Cada palavra de Vale e Azevedo é um estímulo para nós” – 15 de Novembro
Pinto da Costa:
“Benfica será ainda mais candidato quando, em Dezembro, contratar Rui Costa” - 23 de Novembro
Aloísio:
“Gostaria de jogar mais um ano e acabar a minha carreira no FC Porto” – 26 de Novembro
Jardel:
“Gostaria de ser o melhor marcador da Europa” – 27 de Novembro

DEZEMBRO/98

5 – 14ª Jornada do Campeonato: O FC Porto isola-se com 32 pontos, mais três do que o Sporting. Nas Antas, FC Porto, 1 – D. Chaves, 0, golo de Jardel(44’). O brasileiro já leva 16 golos que renderam ao FC Porto 12 pontos.
8 – A Câmara de Gaia oferece 40 hectares na Margem esquerda do rio Douro para o FC Porto construir o seu centro de estágio.
9 – O FC Porto despede-se da Liga dos Campeões com uma vitória categórica, nas Antas, frente ao Ajax. Dois golos de Zahovic e um de Drulovic. Com dois tentos, Zahovic, chegou ao primeiro lugar dos melhores marcadores da Liga, com sete golos.
Neves muda-se para Chaves até ao final da época, desvinculando-se do FC Porto.
12 – Ricardo Sousa cedido até ao final da temporada ao Beira Mar.
14 - Académica, 0 – FC Porto, 2 (15ª jornada). Golos de Zahovic (79’penalti) e Rui Barros(88’).
Classificação após quinze jornadas:
1º FC Porto 35 - 2º Sporting 32 - 3º Boavista 32- 4º Benfica 30 - 5º E. Amadora 28
15 – Jardel pede desculpas aos companheiros e técnicos pela atitude de Coimbra, quando reagiu mal ao facto de não ter sido autorizado a ser ele o marcador do penalti. “Pedi desculpa e tudo ficou esclarecido”.
16 – O FC Porto vai construir um centro de estágio que custará meio milhão de contos (dois milhões e meio de euros).
19 – FC Porto, 3 – Sporting, 2 (16ª jornada). Doriva (35’ e 60’) e Jardel (62’) marcaram. FC Porto aumenta a o seu avanço para seis pontos. Classificação após dezasseis jornadas:
1º FC Porto 38 - 2º Boavista 35- 3º - Benfica 33 – 4º Sporting 32 - 5º E. Amadora 29.
26 – Zahovic, numa entrevista, afirma que renovou por três temporadas.

Frases

Jardel:
“Só saio após depois de ser pentacampeão”. – 1 de Dezembro
“Compras e vendas? Por acaso tenho de ir ao Carrefour”. – 2 de Dezembro
Fernando Santos:
“A equipa do FC Porto não depende de Jardel”. 2 de Dezembro
Pinto da Costa:
“Não tem condições para o lugar que ocupa” – sobre José Luís Tavares, Presidente do Conselho de Arbitragem da Liga. – 2 de Dezembro
“Tenerife não tem prestígio para contratar Zahovic”. – 9 de Dezembro.
Jardel:
“Quem me dera ser pentacampeão e o Nuno Gomes o melhor marcador”. – 15 de Dezembro
Pinto da Costa:
“Tenho informado o Dr. José Roquette de tudo o que se passa”. – acerca das reuniões do Grupo dos 14. - 18 de Dezembro
Fernando Santos:
Neste momento o nosso principal adversário é o Boavista”. 21 de Dezembro.
Pinto da Costa:
“Fernando Santos seria a última pessoa do mundo a desiludir-me”.
“O Papa? Não gosto que me chamem isso”.
“Temos mais dois pontos do que há um ano”.
“A presença na Liga dos Campeões não é fundamental, é importante”.
“Vou desaparecer por uns dias quando a nossa catedral começar a ser destruída”. – 26 de Dezembro

JANEIRO/1999

1 – Fernando Santos irrita-se com Mirko Jozic (treinador do Sporting), que afirmara, entre outras coisas, que “o FC Porto tem jogadores que são actores”.O engenheiro retorquiu: “Os meus jogadores estão acima de qualquer suspeita”.
2 – A guerra verbal continua: Jorge Costa afiança que “o futebol português ainda tem muitos papagaios” e Jardel considera que “Jozic gostaria de ter os artistas do FC Porto”.
3 – Artur recuperou da lesão contraída contra o U. Leiria e foi convocado para o jogo com o E. Amadora, dois meses depois.
4 – E. Amadora, 1 – FC Porto, 1 (17ª jornada).
Rui Correia; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes (Artur 77’), Doriva, Chaínho (João Manuel Pinto 62’), Capucho (Rui Barros 82’), Zahovic, Drulovic, Jardel
Supl.:Costinha, Jorge Andrade, Chippo
Marc.: Jardel 84’
Secretário é expulso aos 57 minutos e Artur, depois de longa ausência, joga 13 minutos. Horas antes do jogo, Pinto da Costa, apresentou ao Ministro da Economia, Pina Moura, o novo Estádio das Antas.
5 – Pinto da Costa desmente contratações de Gamarra e Rúbens Júnior:”Até 15 de Janeiro não haverá reforços”, garante. O Presidente requer que a Comissão de Arbitragem “veja o filme do jogo da Amadora e actue em conformidade”.
6 – Aloísio, que perdeu o contrato da sua vida uma vez que Pinto da Costa inviabilizou o seu ingresso no S. Paulo, considera que “venceu o bom senso e o coração”.
8 – Longa reunião na SAD portista, Os administradores Adelino Caldeira e Angelino Ferreira regressam do Brasil e é debatida a possibilidade da contratação de um defesa-esquerdo. A imprensa italiana anuncia interesse da Sampdória em Doriva.
10 – Taça de Portugal: FC Porto, 4 – Famalicão, 2, após prolongamento. Golos de Rui Barros (2) e Quinzinho (2). O FC Porto jogou sem metade dos titulares e esteve a perder 2-0.
Fernando Santos pediu desculpa aos sócios.
11 – É anunciada a chegada de Esquerdinha para o FC Porto. O contrato é válido por 3 épocas e o jogador procede do Vitória da Baía.
12 – O jornal “OJogo” noticia que Vítor Baía vai regressar às Antas. Esquerdinha ficou retido em São Paulo e adiou por um dia a viagem para o Porto. Kralj não treinou por estar, alegadamente, na Jugoslávia, devido a doença do pai. Fernando Santos comunica a uasência à SAD.
13 – A Sampdória oferece 1,4 milhões de contos (7 milhões de euros) por Doriva. Esquerdinha chegou, foi ao médico e informa que está nas Antas “para ser campeão”.
14 – Vítor Baía chega às Antas (cedido pelo Barcelona por época e meia) com recepção apoteótica. Assinou e ficou com a camisola nº 99, enquanto Kralj continua sem dar explicações e permanece na Jugoslávia. Esquerdinha assina por quatro épocas e meia.
15 – José Mourinho está convicto de que deixar sair o Vítor Baía do Barça é um risco. Doriva vai para a Sampdória e Esquerdinha é apresentado. A ausência de Kralj origina procedimento disciplinar por parte do FC Porto.
17 – Vítor Baía treina-se, defende bem, mas…sofre um golo, marcado pelo inevitável Jardel.
18 – Rio Ave, 1 – FC Porto, 1, (18º jornada).
Rui Correia; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes; Chaínho (Rui Barros 78’),Paulinho Santos, Capucho (Fehér 83’), Zahovic (Quinzinho 64’), Drulovic, Jardel
Supl.:Costinha, Peixe, Rui Barros, ,
Marc.: Zahovic 2’
Classificação ao fim de 18 jornadas: 1º FC Porto, 40 – 2º Benfica, 39 – 3º Boavista, 38 – 4º Sporting, 33 - 5º E. Amadora, 30
19 – Doriva rescindiu contrato com o FC Porto de manhã e à tarde viajou para Itália, com a promessa de voltar… para receber a faixa de pentacampeão. O arquitecto e urbanista catalão Solá-Morales aceita o convite para iniciar o plano de pormenor da zona das Antas, em Abril.
20 – O FC Porto empata a zero num “particular” com o Feirense, na primeira “mostra” de Esquerdinha.
22 – Kralj regressa a Portugal e afirma saber que vai pagar pela ausência:”Fui sem autorização do presidente mas a família está primeiro” (…) Sei que vou pagar pelo erro”.
23 – Kralj é suspenso e alvo de inquérito.
24 – FC Porto, 7 – Beira Mar, 0,(19ª jornada). Estreia de Vítor Baía.
Vítor Baía; João Manuel Pinto, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes, Paulinho Santos (Peixe 71’), Chaínho (Zahovic 58’), Capucho, Rui Barros (Artur 82’), Drulovic, Jardel
Supl.: Rui Correia Fehér
Marc.: Capucho 29’, Jardel 37’, Jardel 43’, João Manuel Pinto 44’, Jardel 55’, Zahovic 64’, Jardel 66’.
Autêntico festival de golos nas Antas na estreia de Vítor Baía, que não teve muito trabalho. O Mónaco enviou dois emissários às Antas para observarem João Manuel Pinto.
25 – Artur assina pelo Vitória da Baía. A cedência valeu 85 mil contos (425 mil Euros) que entram no acerto de contas da transferência de Esquerdinha. Kralj fica impedido de treinar.
26 – Artur justifica a saída dizendo que precisa de jogar mais regularmente.
27 Kralj voltou a treinar-se, 17 dias após ter abalado para a Jugoslávia. No entanto é “isolado”, pois treina sozinho em horários trocados com o plantel.
29 – Kralj a caminho do PSV Eindhoven por 600 mil contos (3 milhões de Euros), mais 100 mil contos (500 mil Euros) do que o FC Porto pagou ao Partizan.
30 – Farense, 0 – FC Porto, 3, (20ª jornada).
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes, Paulinho Santos, Chaínho (Zahovic 60’), Capucho (Quinzinho 89’), Rui Barros (Chippo 79’), Drulovic, Jardel
Supl.: Rui Correia João Manuel Pinto
Marc.: Rui Barros 15’, Fernando Mendes 88’, Zahovic 90’
Vantagem no comando ampliada para dois pontos, depois do empate do Benfica em Aveiro. Classificação: 1º FC Porto 46 – 2º Boavista 44 - 3º Benfica 43 – 4º Sporting 37
31 – Rui barros, que rubricou exibição de luxo frente ao Farense, diz que se sente “empolgado”. Jardel é de novo pai, desta feita de um “rebento”chamado… Vitória, pois claro.

Frases
Pinto da Costa
“Aqueles que não gostam de mim podem continuar a fazê-lo por muito tempo” – na primeira emissão do programa “Azul Vivo”, na SporTV.
Fernando Santos
“Pensei que houvesse um certo exagero de parte a parte mas, agora que cá estou, concluo, de facto, o FC Porto inspira uma reacção de amor-ódio. Neste país o FC Porto – que contrariamente ao que algumas pessoas querem fazer crer não é um clube regional, mas sim nacional – ou é odiado ou amado, porque foi o único clube que nos últimos anos mais títulos ganhou. – 6 de Janeiro
Pinto da Costa
“Fomos espoliados em dois pontos na Amadora” – 7 de Janeiro
Kralj
“Estou farto de ser suplente” – na Jugoslávia, 12 de Janeiro
Vítor Baía
“Estou pronto e sem medo (…) Agora sinto-me desejado, sinto que as pessoas têm confiança em mim” – 20 de Janeiro.

FEVEREIRO/99

1 – Apesar de estar sem competir, Kralj é convocado para a selecção do seu país. O Inter de Milão convida o FC Porto para o Mundialito de clubes.
3 – Geraldão mata saudades nas Antas. Jardel retribui elogio de Nuno Gomes e considera-o também merecedor do título de melhor marcador.
4 – O FC Porto contrata o brasileiro Duda, que anteriormente passara pelo Benfica.Pinto da Costa regressa da reunião da“taske force” da UEFA, realizada em Genebra e anuncia a reintegração de Kralj.
5 – FC Porto, 1 – Marítimo, 0, (21ª jornada)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes, Paulinho Santos, Chaínho (Chippo 65’), Capucho (Quinzinho 78’), Rui Barros, Drulovic, Jardel
Supl.: Costinha, Fehér, João Manuel Pinto
Marc.: Drulovic 32’
Classificação após a 21ª jornada: 1º FC Porto 49 - 2º Benfica 46 - 3º Boavista 45 - 4º Sporting 38 - 5º E. Amadora 34
6 – Kralj reintegra-se nos trabalhos com o plantel. Fernando Santos confirma a contratação de Duda.
9 – O FC Porto mostra o melhor futebol da Taça dos Reis, um torneio “indoor”, em Genebra, mas perde, 7-8, na marcação de grandes penalidades com o Servette, graças a uma arbitragem duvidosa. Ficou a promessa de não voltarem mais. Duda chega ao Porto proveniente do Corinthians Alagoano.
11 – Pinto da Costa afirma que a Comissão de Arbitragem não tem os melhores árbitros disponíveis. Duda treinou pela 1ª vez e marcou um golo.
12 – Esquerdinha é convocado pela segunda vez, mas desta feita vai mesmo jogar, em Guimarães. Pinto da Costa diz que admira Vale e Azevedo como actor.
13 – Guimarães, 3 – FC Porto, 2, (22ª jornada)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha (João Manuel Pinto 74’), Chaínho (Mielcarski 58’), Paulinho Santos, Rui Barros, Zahovic, Drulovic, Jardel
Supl.: Costinha Peixe Chippo
Marc.: Jardel 34’ e 83’
Zahovic foi expulso aos 85’ e, com esta derrota, a vantagem diminuiu para 1 ponto, sobre o Boavista. Jardel faz o 100º golo com a camisola do FC Porto. Outros resultados da jornada: Marítimo 1 - Benfica 0, Boavista 2 - Salgueiros 0, E. Amadora 0 – Sporting 1. Classificação: 1º FC Porto 49 – 2º Boavista 48 – 3º Benfica 46 – 4º Sporting 41 – 5º U. Leiria 35.
14 – Fernando Santos reconhece culpa na derrota no Minho.
16 – Escândalo na Taça de Potugal (4ª eliminatória – 32 avos de final): o Torreense elimina o FC Porto, com um golo solitário de Cláudio Oeiras ao cair do pano, em pleno estádio das Antas! Nesta eliminatória o Benfica também “tombou”, em Setúbal, por 2-0.Rodolfo e Paulo Ferreira assinam, secretamente, um contrato válido por quatro anos.
17 – Fernando Santos enfrenta “olhos nos olhos”os sócios, naturalmente revoltados com o inacreditável afastamento da Taça. “Neste momento ninguém é mais portista do que eu”, afirma. Pinto da Costa não confirma… nem desmente a contratação de Deco e “profetiza”, a propósito do técnico por si escolhido: “Os mesmos que o insultam, são os mesmos que no final da época o carregarão em ombros, como treinador do Penta”.
19 – Vítor Baía compreende o descontentamento dos sócios pelo afastamento da Taça: “Os associados têm razão”. Kralj é transferido para o PSV por 500 mil contos (2,5 M€).
21 – FC Porto 3, - Alverca, 1, (23ª jornada)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio (Peixe 88’), Fernando Mendes (Esquerdinha 88’), Paulinho Santos, Chaínho, Capucho, Rui Barros, Quinzinho (Mielcarski 45’), Jardel
Supl.: Rui Correia, João Manuel Pinto,
Marc.: Jorge Costa 24’ e Jardel 53’ e 83’. O marcador do golo do Alverca foi um tal Maniche.;-)
Outros resultados: Sporting 2- Rio Ave 0, Benfica 3 – Guimarães 1, Braga 1 – Boavista 2. Tudo na mesma em termos de classificação.
O FC Porto e Rubens Júnior (pertencente ao Palmeiras mas emprestado ao Curitiba), têm tudo acertado. Verba envolvida, 340 mil contos (1,7 M€).
22 – Pinto da Costa e o dérbi da Invicta: “Se o Boavista não é candidato ao título, então não há nenhum candidato”. Jardel é distinguido na gala de “A Bola”com a Bola de Prata e a Bola de Ouro Adidas (troféus para o melhor marcador do Nacional e para o melhor jogador a actuar em Portugal).
24 – Palmeiras confirma a venda de Rubens Júnior ao FC Porto.
26 – Explosivo: a Antena 1 noticia que Jorge Couto vai voltar às Antas. Pinto da Costa diz que não alimenta tais jogadas – o jogador viria renovar por quatro anos com o Boavista…
28 – Boavista, 0 – FC Porto, 0, (24ª jornada). A lesão de Paulinho Santos, - rotura dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo – marca o jogo.
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes, Paulinho Santos (Chaínho 49’), Rui Barros, Zahovic, Capucho, Drulovic (Mielcarski 84’), Jardel
Supl.: Rui Correia, João Manuel Pinto, Esquerdinha
Outros resultados: Alverca 0 – Benfica 2, Beira-Mar 2 – Sporting 2. Classificação: 1º FC Porto 53 – 2º Benfica 52 - 3º Boavista 52 - 4º Sporting 45.

Frases
Drulovic
“Lisboa não gosta de ver o FC Porto em primeiro lugar”. – 12 de Fevereiro
Jorge Costa
“Joga no Farense ou no Marítimo?” – responde a José Capristano que tinha dito que o FC Porto é sistematicamente beneficiado. 3 de Fevereiro
Jardel
“Entramos desconcentrados e cada um a jogar por si (…) Podíamos e devíamos ter uma atitude diferente e acabámos por perder uma grande oportunidade para nos distanciarmos do Benfica” – depois da derrota em Guimarães. 14 de Fevereiro
Pinto da Costa
“Vai ser inscrito um jogador em Março” – 17 de Fevereiro
Jardel
“Os sócios e mister merecem-nos outra atitude”. 19 de Fevereiro

MARÇO/99
1 – Paulinho Santos vai estar parado entre três a quatro meses
3 – Kralj assina, por quatro anos, pelos holandeses do PSV de Eindhoven. A época acabou para Paulinho Santos: confirmada a rotura do menisco do menisco externo e esfacelo no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
4 – Jardel contrai luxação no ombro esquerdo, problema congénito que surge ciclicamente.
5 – Goleada ao Leça, por 5-1, em jogo treino. Peixe assumiu o lugar do lesionado Paulinho.
6 – Paulinho Santos deixa o hospital, dando início à recuperação nas Antas.
7 – João Manuel Pinto e Drulovic fazem as contas para o “Penta”: “Doze pontos até ir à Luz”, o mesmo era dizer… quatro vitórias consecutivas. Ricardo Carvalho faz ecografia.
8 – Pinto da Costa e Fernando Gomes, então presidente da Câmara do Porto, analisaram construção do novo estádio.
9 – Aloísio e Vítor Baía convidados para a festa de homenagem do Barcelona a Johan Cruiff.
10 – Pinto da Costa reage à notícia do “Público” de que o guarda-redes aliciado e de quem Vale e Azevedo tinha falado é Hilário: “É grave, insensato e estúpido”.
12 – Pinto da Costa confirma Deco no clube, como tinha sido anunciado pela imprensa na véspera. Peixe prepara-se para a titularidade.
13 - FC Porto 3 – U. Leiria 1 (Árbitro Paulo Costa) - (25ª jornada)
Vítor Baía: Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha, Peixe (João Manuel Pinto 88’), Rui Barros, Zahovic (Chaínho 77’), Capucho (Mielcarski 84’), Drulovic, Jardel
Supl.: Rui Correia Fernando Mendes 2'
Marc.: Aloísio 16’, Jardel 58’ e Peixe 82’.
O Peixe frente à União de Leiria marca um golo memorável, um longo chapéu do meio campo aproveitando o adiantamento do guardião leiriense, após uma débil reposição da bola em jogo. Esse golo de antologia valeu-lhe uma condição de estado de graça entre o povo do dragão.” Agradeço à família e aos companheiros”, comentou Peixe.
Outros resultados: Benfica 0 – Boavista 3, Sporting 1 – Farense 0.
Classificação: 1º FC Porto 56 – 2º Boavista 55 - 3º Benfica 52 – 4º Sporting 48
14 – Pinto da Costa em Angola para inaugurar a Casa do FC Porto de Luanda.
15 – Jardel é convocado para a selecção brasileira. Deco no FC Porto até 2003. Sabe-se que o clube pagou 360 mil contos (1,8 M €), por metade do seu passe. Duda é emprestado ao Rio Ave.
17 – Criadas condições para um protocolo entra a Federação angolana e o FC Porto.
18 – Desvendado o interesse no central brasileiro Argel. Jogadores do FC Porto recusam-se a prestar declarações devido à presença na sala de Imprensa das Antas da estação televisiva SIC.
19 – No segundo dia do VIII Congresso Internacional de Medicina Desportiva, Pinto da Costa confessou que Fernando Santos é o seu treinador-modelo. Seriedade, inteligência e bom senso.
20 - Salgueiros 1 – FC Porto 3 (Árbitro Martins dos Santos) - (26ª jornada)
Vítor Baía, Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha, Peixe (Chippo 79’), Rui Barros (Chaínho 12’), Zahovic, Capucho (Mielcarski 86’) Drulovic, Jardel
Supl.: Rui Correia, Mielcarski, , João Manuel Pinto,
Marc.: Zahovic 3’, Jardel 35’e 77’
Apesar da vitória as lesões proliferam: Rui Barros contrai micorrrotura na coxa direita.
Outros resultados: U. Leiria 1 – Benfica 1, Boavista 1 – Setúbal 1, Marítimo 1 – Sporting 3.
Classificação: 1º FC Porto 59 – 2º Boavista 56 – 3º Benfica 53 – 4º Sporting 51
21 – Antes da partida para Seul, aonde vai representar a selecção brasileira, Jardel admite “que esquece tudo quando vê a camisola Azul e Branca”.
23 – Ricardo Carvalho prorrogou o seu contrato até 2004, enquanto Aloísio discute a renovação.
24 – FC Porto goleia Gondomar, por 8-0, em jogo treino. Deco rubrica boa exibição. Mielcarski contrai traumatismo. Drulovic pronuncia-se sobre sobre a guerra no Kosovo:” Toni Blair é uma marioneta nas mãos de Bill Clinton”.
25 – Aloísio renova contrato por mais um ano.
26 – O FC Porto vence o Oliveira do Bairro, por 1-0, em jogo particular.
28 – Costinha faz ecografia para aquilatar a evolução de uma fissura no pé esquerdo.
29 – Mielcarski, que se lesionou frente ao Gondomar, trabalha de forma condicionada. Paulinho recupera bem da lesão e já se desloca sem auxílio de muletas.
30 – Todo o plantel se afirma solidário com a decisão de Drulovic boicotar ou não os jogos, em virtude dos bombardeamentos anglo-americanos à Jugoslávia.
31 – Fehér contrai luxação no indicador da mão direita.

Frases
Fernando Santos
“Temos argumentos para sermos campeões” – 2 de Março
Capucho
“Os jogadores do FC Porto não são mercenários” – 6 de Março
Paulinho Santos
“Estou nas mãos do monstro da medicina” - à saída do hospital onde foi operado – 6 de Março
Pinto da Costa
“Só eu posso negociar jogadores” – 10 de Março
Deco
“Se o FC Porto me contratou é porque eu tenho valor” – 12 de Março
Peixe
“A melhor opção que tomei até hoje foi assinar pelo FC Porto” – 13 de Março
Deco
“Antes de chegar aqui já torcia pelo FC Porto” – 15 de Março
Jardel
“Conquistar o meu espaço e jogar ao lado de Romário” – 16 de Março
“Esqueço tudo quando vejo a camisola Azul e Branca (...) O meu coração é portista” – 21 de Março
Chaínho
“Tenho curiosidade em saber o que sente um campeão” – 28 de Março
Aloísio
“Não trocava o Penta pelo R. Madrid ou Inter de Milão” – 30 de Março

ABRIL/99
1 – Colocação do FC Porto - Braga em 12º lugar no sorteio dos árbitros indigna Pinto da Costa: “Estranho e protesto a forma como estão a ser escolhidos os árbitros”.
2 – Grupo de espanhóis aplaude Vítor Baía durante o treino.
3 – Chippo parte para Marrocos, para defender as cores da sua selecção, triste por não poder defrontar o Braga: “Não tenho muita sorte com as datas dos jogos”, afiança.
4 – Jardel garante que em Portugal só joga em Portugal.
5 – Pinto da Costa comenta a possível saída de Zahovic para o Olimpiakos: “Na altura própria desmistificarei os Mijapoulos que há por essa Europa”, afirma o presidente do FC Porto.
7 – Zahovic nega saída para o Olimpiakos. A polémica sobre a declaração que os clubes fazem quanto ao número de bilhetes vendidos por jogo volta à praça pública, motivada por uma notícia do semanário “Expresso”. Angelino Ferreira, administrador da SAD, garante que “o FC Porto paga o IVA de todos os bilhetes que vende”.
8 – Aloísio, no FC Porto desde 1990/91 renova por uma época no dia em que Pinto da Costa revela fax do clube grego que garante que o Olimpiakos não tem qualquer acordo com Zahovic. Miki Fehér fracturou o menisco e estará parado durante três semanas, Quinzinho está com a selecção angolana e Fernando Santos só conta com Jardel para o eixo do ataque frente ao Braga.
9 – Miki é operado ao menisco, dentro de duas semanas regressará aos relvados.
10 - FC Porto 1 – Braga 0 - (27ª jornada) - (Árbitro Gomes Araújo)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha (João Manuel Pinto 63’), Peixe, Chaínho (Deco 45’), Zahovic, Capucho, Drulovic (Panduru 77’), Jardel
Supl.: Rui Correia, Fernando Mendes
Marc.: Zahovic, 82’.
Um livre exemplarmente apontado por Zahovic, a sete minutos do fim, permitiu uma vitória muito difícil e suada frente aos bracarenses. Num jogo em que Jardel foi expulso (primeira expulsão da carreira), aos 34’, e em que Deco se estreou (entrou na 2ª parte) Gomes Araújo, o ábitro, teve uma tarde para esquecer. Drulovic apelou à paz antes do encontro, os companheiros seguiram-lhe o exemplo e também se manifestaram contra a guerra na Jugoslávia.
Outros resultados: Benfica 5 – Salgueiros 0, Chaves 1 – Boavista 1, Sporting 3 – Guimarães 0. Classificação: 1º FC Porto 62 - 2 Boavista 57 – 3º Benfica 56 – 4º Sporting 54
11 – Zahovic ambicioso: “Época em cheio só com a conquista do Penta”. A propósito de uma eventual transferência o jogador explica que “o dinheiro é que manda na vida”: “Se pudesse escolher optaria pelo Barcelona ou pelo R. Madrid”.
12 – O FC Porto formula o pedido de despenalização de Jardel, que viu dois cartões amarelos no jogo com o Braga. Pinto da Costa chora no dia em que o clube se sagra campeão nacional de Andebol.
13 – Jardel considera-se inocente em relação à expulsão e apela:”Espero que Liga tenha o bom senso de me despenalizar”.
14 – O Presidente d FC Porto volta ao ataque – desta feita revela o relatório do árbitro Gomes de Araújo no encontro entre portistas e arsenalistas:”O Jardel foi expulso porque se empertigou com um adversário”, ironiza.
15 – O FC Porto dispensa três juniores: Mingote, Ramos e Sousa, todos representados por José Veiga. A decisão, segundo o comunicado de SAD, tem a ver com razões técnico-orçamentais. Os jogadores ficaram chocados por terem sido dispensados em pleno balneário. Guerra aberta aos empresários.
16 – Jardel não é despenalizado pela Liga e a SAD portista exige a demissão das Comissões de Disciplina e d a Arbitragem. Pinto da Costa diz que o seu clube é”um baluarte contra os badamecos deLisboa”.
18 - FC Porto 2 – Campomaiorense 0 - (28ª jornada) - (Árbitro Paulo Baptista)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio (João Manuel Pinto 89’), Esquerdinha, Peixe (Chaínho 82’), Deco (Rui Barros 63’), Zahovic, Capucho, Drulovic, Quinzinho
Supl.: Rui Correia, Fernando Mendes
Marc.: Quinzinho, 17’ e 47’.
O Qinzinho foi o substituto do castigado Jardel e marcou os golos da vitória no regresso de Rui Barros após um mês de paragem. O árbitro não assinalou dois penaltis a favor do tetra campeão nacional. Pinto da Costa pede a intervenção do Governo devido à actuação de Paulo Baptista. Isto numa jornada em que Benfica e Sporting foram derrotados.
Outros resultados: Braga 2 – Benfica 1, Boavista 3 – Académica 1, Alverca 3 – Sporting 2. Classificação: 1º FC Porto 65 - 2º Boavista 60 - 3º Benfica 56 - 4º Sporting 54
21 – Benfica – FC Porto ao rubro. Vale e Azevedo: #O Presidente do FC Porto humilhou um jogador no balneário”; Pinto da Costa: “Atacar jogadores na praça pública é falta de senso” [o presidente do Benfica apelidou o plantel de ‘ricos e mimados’ na hora de analisar o afastamento dos “encarnados” do título]. O FC Porto prossegue rumo ao pleno nas princip+ais modalidades e sagra-se campeão em hóquei em patins.
22 – “Don Balón” coloca o Bayern de Munique na corrida por Jardel.
24 - Benfica 1 – FC Porto 1 - (29ª jornada) – (Árbitro Jorge Coroado)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha, Peixe, Deco, Zahovic (Chaínho 89’), Capucho, Drulovic (Chippo 71’), Jardel (Quinzinho 86’)
Supl.: Rui Correia, João Manuel Pinto
Marc.: Zahovic 40’
Zahovic marca de livre e o Nuno Gomes falha um penalti a castigar falta inexistente de Vítor Baía sobre Poborsky. Preud´homme foi a grande figura do jogo. O título mais perto das Antas.
Outros resultados: Sporting 1 – Boavista 1. Classificação: 1º FC Porto 66 - 2º Boavista 61 - 3º Benfica 57 - 4º Sporting 55
25 – Peixe, que frente ao 3º classificado realizou uma boa exibição, diz que pretende relançar a carreira.
26 – Vítor Baía e Aloísio viajam para Barcelona com o intuito de participarem no centenário do clube catalão.
27 – Jorge Costa e Fernando Mendes viajam para Lisboa para participarem no julgamento do defesa-esquerdo, acusado de agredir um bombeiro no jogo com o E. Amadora, em 28 de Fevereiro de 1997.
29 – Oito semanas depois de ter sido operado ao joelho esquerdo, Paulinho voltou a pisar o relvado das Antas, para fazer corrida e trabalho de resistência. Pinto da Costa promete segurar Vítor Baía. A SAD fechou o semestre com 390 mil contos (1.950 000 €).
30 – Vítor Baía deslocou-se à Liga para responder a algumas perguntas sobre o jogo com o Benfica, designadamente no respeitante à grande penalidade assinalada por Jorge Coroado por alegada falta do guarda-redes sobre Poborsky

Frases
Jardel
“Não aceitaria jogar no Benfica” – 4 de Abril
Vítor Baía
“Não podemos deixar que a ansiedade nos afecte” – 7 de Abril
“Prefiro perder com o Benfica e ganhar o campeonato” – 22 de Abril
“Admito que o FC Porto compre o meu passe” - 27 de Abril
Pinto da Costa
“És tu Boby? Então o teu amigo perdeu!? Oh, que pena” – comentando a derrota do Benfica em Braga; 17 de Abril
Peixe
“Não me esqueço que há oito meses tinha batido no fundo". – 25 de Abril
Rodolfo Reis
“Poborsky é um grande artista”. – 27 de Abril

MAIO/99 – O mês do PENTA
1 – A Portomania espera receber 30 mil visitantes.
2 - FC Porto 6 – Setúbal 0 (Árbitro José Pratas) - (30ª jornada)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha, Peixe (Chaínho 35’), Deco (Quinzinho 75’), Zahovic, Capucho (Chippo 84’), Drulovic, Jardel
Supl.: Costinha, João Manuel Pinto,
Marc.: Capucho 5’, Zahovic 11’, Jardel 31’, Aloísio 43’ e 59 e Quinzinho 85’.
Firmes no comando com mais cinco pontos do que o segundo classificado, o Boavista. O Penta começa a ser algo mais do que um devaneio.
Isto num dia em que o basquetebol sagra-se campeão nacional pela terceira vez em quatro épocas. Falhado apenas o título europeu de hóquei em patins, numa final decidida a penaltis.
Outros resultados: Benfica 1 – Campomaiorense 1, Boavista 2 – E. Amadora 1, U. Leiria 0 – Sporting 3.
Classificação: 1º FC Porto 69 - 2º Boavista 64 - 3º Sporting 58 - 4º Benfica 58.
3 – Jardel voa rumo à conquista da Bota de Ouro europeia: 30 golos em 30 jogos, mais três do que o holandês van Nistelrooy, do PSV Eindhoven.
- O FC Porto decide avançar com a equipa B.
- A Comissão de Arbitragem da Liga pune Quinzinho com dois jogos de suspensão por considerar que o angolano agrediu Quim Machado com uma cotovelada no FC Porto – Campomaiorense, referente à jornada 28 (18/04/99). Nesta altura já se tinham passado 15 dias (!). Demoraram duas semanas a dar-lhe o “castigo”.
4 – Pinto da Costa reúne-se com o ministro-adjunto, José Socrates.
- Fernando Mendes é considerado culpado no “caso” do bombeiro: ou paga 750 contos (aprox: 3 750€) de multa ou cumpre 50 dias de cadeia.
5-O presidente comente a eventual contratação de Suker ao R. Madrid: “Açúcar? Só adoçante”, ironiza.
6- Argel, atleta do Santos, prepara-se para assinar por três anos contrato com os “Dragões”. Processo Robson-FC Porto chegou ao tribunal.
8 - Chaves 0 – FC Porto 4 - (31ª jornada) (Árbitro Paulo Costa)
Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha, Peixe (Fehér 84’), Deco (Chaínho 59’), Zahovic (Chippo 84’), Capucho, Drulovic, Jardel
Supl.: Costinha, João Manuel Pinto
Marc.: Zahovic 12’, Jardel 27’ e 71’, Aloísio 61’
Mais um «bis» de Jardel num jogo marcado por incidentes. Voaram pedras do lado de fora do Estádio Municipal de Chaves, direccionadas para a zona onde se encontravam adeptos portistas, gerando uma grande confusão.
Em entrevista ao jornal brasileiro “Lance!”, Argel diz que assinou pelo FC Porto para os próximos seis anos, tendo o seu passe custado cerca de460 mil contos (2,3 milhões €).
Outros resultados: Setúbal 1 – Benfica 0, Sporting 3 – Salgueiros 1, Rio Av0 – Boavista 2.
Classificação (31 jornadas)
1º-FC Porto - 72P
2º-Boavista - 67 (-5)
3º-Sporting - 61 (-11)
4º-Benfica - 58 (-14)
9 – Reinaldo Teles diz que os incidentes de Chaves foram obra de um grupo organizado. Digressão a Angola confirmada.
10 – A Comissão Disciplinar da Liga instaura dois processos a Pinto da Costa devido a declarações sobre a Comissão de Arbitragem.
11 – Valência (mais um) interessado em Jardel.
12 – Em entrevista a “O JOGO”, Deco mostra-se encantado com o FC Porto: “Isto é melhor do que um sonho”.
13 – Paulinho inicia finalmente o trabalho com bola, dois meses após a operação.
16 – JÁ CHEIRA A PENTA E … À BOTA DE OURO..
FC Porto 7 – Académica 1 - (32ª jornada) (Árbitro Isidoro Rodrigues)
Vítor Baía; Secretário, Aloísio (João Manuel Pinto 82’), Jorge Costa, Esquerdinha, Peixe (Fehér 80’), Rui Barros (Chaínho 81’), Zahovic, Capucho, Drulovic, Jardel
Supl.: Rui Correia Chippo
Peres; João Campos, Veríssimo, Mounir (Tó Sá 61’), Pedro Lavoura, Camilo, Rocha, Mickey (Paulo Adriano 81’), Barroso (Lim 61’), Gaúcho, Dário.
Supl.: Vítor Alves; Madureira - Trein.: Gregório Freixo –
Marc.: Jardel 24’, 38’ e 85’, Esquerdinha 54’, Chaínho 64’, Zahovic 74’ e Jorge Costa 82’.
Neste jogo, à Académica, passou-lhe um cilindro por cima (!). Literalmente.
Outros resultados: Benfica 4 – Chaves 1, Braga 2 – Sporting 0, Boavista 2 – Beira Mar 1.
Classificação: 1º FC Porto 75 – 2º Boavista 70 – 3º Sporting 61 – 4º Benfica 61.
17 – Empresário de Rubens Junior esteve na SAD.
19 – FC Portono Parlamento. Pinto da Costa, Reinaldo Teles e os capitães das equipas de Basquetebol, Andebol, Hóquei em Patins e Natação visitam a Assembleia da Republica.
- Jardel, admite, pela 1ª vez, jogar em Espanha em 1999/2000… não se sabe se em referência aos encontros com R. Madrid e Barcelona para a Liga dos Campeões.
21 – O Penta joga-se em Faro (os algarvios defrontam o Boavista) e em Lisboa (Sporting – FC Porto). Domingos “profetiza” desde Tenerife:” FC Porto será campeão em Alvalade!”
22 – O inevitável aconteceu. Os Dragões entram para a história: conquistam o PENTA antes de jogarem com o Sporting, devido à distribuição de pontos registada em Faro.
Sporting 1 – FC Porto 1 (Árbitro Vítor Pereira) – (33ª jornada)
Vítor Baía; Secretário (João Manuel Pinto 28’), Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha, Peixe, Deco (Quinzinho 70’), Zahovic, Capucho, Drulovic, Jardel
Supl.: Rui Correia Rui Barros Chaínho
Marc.: Zahovic 85’.
Outros resultados: Académica 0 – Benfica 3, Farense 2 – Boavista 2. Classificação: 1º FC Porto 76 - 2º Boavista 71 - 3º Benfica 64 - 4º Sporting 62.
Pinto da Costa: ”O FC Porto demonstrou porque é campeão”.
Reinaldo Teles: ”O título mais saboroso”.
Fernando Santos: ”Devo o título a Deus”.
Jardel:” Festa nas cinco pontes”.
Deco e Secretário sofrem microrroturas durante o decorrer da partida.
23 – Jardel é vencedor da Bota de Ouro, pois no campeonato holandês, entretanto terminado, Van Nistelrooy marcou 31 golos. O brasileiro atingiria os 36.
24 – Acusações de Vale e Azevedo e João Loureiro em relação à justeza do título portista, não caem em saco roto. Pinto da Costa reage e diz que “nem todas as vozes chegam ao céu”.
25 – O Valência joga na contratação de Zahovic. Subirats, emissário do clube valenciano, esteve no Porto e apresentou ao esloveno uma proposta irrecusável de 270 mil contos (1,350 M€) /ano. Pinto da Costa: “Mandem a proposta e depois vê-se, mas não o trocava pelo Simão Sabrosa”; Zahovic: “Espero que os dois clubes se entendam”.
- O então presidente e da Câmara Municipal do Porto, Fernando Gomes, mostra-se encantado com os clubes da cidade: “Não se pode desejar mais”.
26 – Pinto da Costa confirma quatro reforços para a época 1999/2000: Paulo Ferreira, Rodolfo, Rubens Júnior e Argel.
- Pinto da Costa reafirmou não ter conhecimento de qualquer proposta do Valência em relação a Zahovic, declarando ainda que o clube vai apresentar queixa à FIFA contra o empresário José Veiga e o clube espanhol. Assembleia Municipal de Gaia aprovou novo centro de estágio do clube.
27 – Em grande entrevista, Vítor Baía abriu o seu coração aos adeptos do FC Porto. “Troquei o Milan pelo FC Porto (…) Fernando Santos é do melhor que eu conheci (…) No dia em que o FC Porto perde o discurso do sistema muda radicalmente (…) Passei pelo Inferno mas voltei ao Paraíso”, são algumas das frases do discurso.
- Também em entrevista, Rubens Jùnior dizia: “Sou um campeão”.
28 – Fernando Santos taxativo: “Não saio mais do FC Porto”. Jorge Sampaio distinguido com Dragão de Honra. O mesmo Jorge Sampaio: “Tiro o chapéu ao Penta”.
30 – O dia da consagração O dia do PENTA!!!!!!!
FC Porto 2 – E. Amadora 0 - (34ª jornada) (Árbitro Emanuel Câmara)
Vítor Baía (Costinha 80’), Nélson, Jorge Costa, Aloísio (João Manuel Pinto 45’), Esquerdinha, Rui Barros (Carlos Manuel 55’), Zahovic, Capucho, Drulovic Jardel
Supl.: Chaínho, Quinzinho
Marc.: Drulovic 37’ e Jardel 65’.
Outros resultados: Benfica 3 – Sporting 3, Boavista 1 – Marítimo 2.
Na Avenida dos Aliados, 200 mil pessoas aplaudiram o Penta.

Frases
Pinto da Costa
“ A oposição do Benfica devia deixar a direcção trabalhar à vontade”. – 3 de Maio
“ Neste momento não trocava Peixe ou Deco pelo Doriva”. – 10 de Maio
“É pena que o Salgueiros não esteja no 3º lugar”. – Na visita da delegação do FC Porto ao Parlamento comenta a hegemonia nortenha no futebol nacional. – 19 de Maio
“Quero dar os parabéns a todos aqueles que contribuíram para este êxito e de uma forma particular e sentida a Fernando Santos, que aceitou correr o risco de tomar conta da equipa, após ela ter sido campeã quatro vezes consecutivas”.
“Na memória de Rui Filipe, autor do primeiro golo desta longa caminhada e no espírito de conquista deste feito”. – Após empate que garantiu a conquista do Penta, 22 de Maio.
“Vi cenas eventualmente chocantes e só me admira como não puseram uma rodinha no canto superior direito. Foram cenas que não deviam ter sido vistas por jovens” – 24 de Maio
Capucho
“ O FC Porto é a melhor equipa do campeonato”. – 6 de Maio
Vítor Baía
“Posso jogar em qualquer lado”. – 13 de Maio
“Faço parte da história” – 22 de Maio
Fernando Santos
“Devo isto a ele. Graças a Deus ganhei. A alegria que me vai dentro é inexplicável. Não sei explicar o que sinto. Estou a acordar e a sentir que estou a viver um momento de grande euforia”
“Só amanhã serei capaz, por ventura, de escrever o que me está a acontecer. Devo isto a muita gente que acreditou em mim, caso do presidente do FC Porto (…) Se calhar muita gente não acreditava no FC Porto campeão com o Fernando Santos”.
“Depois de uma época inteira de trabalho, estou feliz por mim, pelo clube e pela cidade. Imaginava esta festa toda, o que não imaginava era às quatro da manhã a cidade do Porto estivesse acordada”
“Divido o Dragão de Ouro com os outros técnicos” – 22 de Maio.
Secretário
“Para o ano há mais” – 22 de Maio

__________________________________________________

Classificação final DA ÉPOCA 1998/1999
1º FC Porto – 34j/24v/7e/3d/85gm-26gs - 79 Pontos
2º Boavista – 34/20/11/57-29 - 71
3º Benfica – 34/19/8/7/71-29/65
4º Sporting – 34/17/12/5/64-32 - 63
5º Vit. Setúbal – 34/15/8/11/37-38 - 53
6º U. Leiria – 34/14/10/10/36-29 - 52
7º Vit. Guimarães – 34/14/8/12/53-41 - 50
8º E. Amadora – 34/11/12/11/33-40 - 45
9º Sp Braga – 34/10/12/12/38-50 - 42
10 Marítimo – 34/10/11/13/44-45 - 41
11º Farense – 34/10/9/15/39-54 - 39
12º Salgueiros – 34/7/17/10/45-55 - 38
13º Campomaiorense – 34/10/7/17/41-51 - 37
14º Alverca – 34/8/11/15/36-50 - 35
15º Rio Ave – 34/8/11/15/26-47 - 35
16º Beira Mar – 34/6/15/13/36-53 - 33
17º D. Chaves – 34/5/10/19/39-70 - 25
18º Académica – 34/4/9/21/30-71 - 21


Última edição por Daniel Novo em Ter Mar 15, 2011 8:24 pm, editado 1 vez(es)
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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty Re: [Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 8:02 pm

MOMENTOS DA ÉPOCA DO PENTA

Vítor Baía é nome incontornável na escolha de momentos marcantes de uma temporada que teve momentos assim-assim, alguns quase dramáticos e outros de plena glória. A entrada de Fernando Santos no balneário das Antas marca, por todas as razões, o início de uma aventura que Pinto da Costa queria tão gloriosa quanto podia permitir a conquista de um feito inédito no futebol português: a conquista de um pentacampeonato. A escolha para a gestão da temporada recaiu no Engenheiro, que até demorou a encontrar as soluções ideais para pôr a “máquina” a funcionar. Faltou-lhe sempre uma peça essencial, falhada que foi a aposta em Kralj para a baliza. Ainda por cima, foi-lhe suprimida uma outra, Doriva, que se revelava também fundamental. Foi então que chegou a “jóia” mais valiosa: Vítor Baía. Ainda houve um percalço – a derrota em Guimarães -, mas não passou disso mesmo, porque o que se seguiu foi um passeio mais ou menos tranquilo em direcção ao PENTA.

(1) - AS ESCOLHA DE FERNANDO SANTOS
Viviam-se os primórdios da temporada, delineando-se a planificação e escolhendo os nomes. Pinto da Costa foi taxativo, e apostou no risco: chamou para comandar o plantel Fernando Santos, um técnico que jamais liderara uma equipa com ambições tão elevadas. Gerou-se natural expectativa, ficando claro, logo nos primeiros dias, que o estilo do novo treinador representaria um corte radical com hábitos recentes, como a postura guerrilheira que António Oliveira antes impusera. Quinze dias de estágio em Viseu chegaram para se perceber que Fernando Santos não estava disposto a imitações e que pretendia impor o seu próprio estilo, mesmo correndo o risco de não agradar a muitos dos adeptos, habituados a uma postura de confronto quase permanente que lhes agradava. Além do mais, o plantel acabava de ser amputado de uma das suas peças principais, Sérgio Conceição – transferido para a Lázio – sem que a Administração da SAD se preocupasse com a escolha de um substituto, fora do plantel. Capucho, diziam, iria fazer esquecer o jogador da Lázio. Hoje, os responsáveis portistas podem dizer que ganharam as duas apostas: o técnico soube gerir e chegou ao título; Capucho assumiu as responsabilidades e emergiu como uma das estrelas da companhia.

(2) – KRALJ CHEGA E FALHA
O Mundial, pensava-se, comprovara que o investimento portista no guarda-redes internacional da Jugoslávia era seguro. E foi recebido como um herói, quando, no dia 19 de Julho, chegou ao Porto, seguindo directamente para o estágio em Viseu, onde teve recepção calorosa. Estava, dizia-se, encontrado o verdadeiro sucessor de Vítor Baía. Afinal, bastou um jogo para justificar todas as desconfianças. Ainda em Julho, no Torneio de Tenerife, Kralj sofreu um frango monumental, deixando boquiabertos os adeptos portistas. A situação foi desculpada por uma lesão num olho, ilibando o guarda-redes. Só que o que se seguiu foi um chorrilho de asneiras, que valeu, em última análise, a presença do FC Porto nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. A conclusão legitima-se pela actuação do jugoslavo no FC Porto – Olympiakos, que sofreu dois golos – um dos quais de forma incrível -, nos últimos minutos do encontro, permitindo um empate comprometedor. De asneira em asneira, Kralj acabaria afastado depois do Braga – FC Porto, a 9 de Novembro, onde voltaria a sofrer um frango que daria o empate aos bracarenses. Não voltou a jogar e, depois de um sem-número de peripécias, que incluíram uma viagem não autorizada à Jugoslávia, regressou ao seu país tendo como destino, na próxima temporada, o PSV Eindhoven, da Holanda. Do mal, o menos, o FC Porto recuperou, quase na totalidade, o investimento que fizera na compra do passe do guarda-redes.

(3) – DORIVA SAI, VÍTOR BAÍA VOLTA
Muitas nuvens, algumas de cinzento carregado, pairavam sobre o plantel. A concorrência na luta pelo título (Benfica e Sporting) não só estava mais forte em relação à época anterior como aparecia um “outsider” (Boavista) que não fraquejava. Adeptos, dirigentes, técnicos e jogadores… os nervos invadiam o espírito dos portistas, tardando a equipa em encontrar a tranquilidade para entrar na recta final da prova. Para piorar as coisas, a Sampdória, de Itália, atacou forte a carteira de Doriva, que não resistiu ao apelo das Liras. A SAD encaixou 1,4 milhões de contos (perto de 7 M€) mas também um rol de críticas por ter deixado sair um dos mais importantes jogadores do plantel. Pinto da Costa contra-atacou, não dandp margem de manobra aos críticos: fez regressar Vítor Baía, recebido pelos adeptos como um Messias e pelos companheiros como o homem capaz de impor tranquilidade, no relvado e no balneário. Vítor Baía cumpriu o papel que lhe estava destinado e o FC Porto, sobretudo a sua defesa, não mais foi o mesmo. A chave do Penta estava encontrada… No mesmo mês, tmbém Artur regressou ao Brasil, com destino ao Vitória da Bahía, e chegava às Antas Esquerdinha, um defesa-esquerdo que soube “roubar” o lugar a Fernando Mendes.

(4) – DERROTA EM GUIMARÃES
Finalmente, o FC Porto parecia entrar em velocidade de cruzeiro, apesar dos indícios de que Zahovic não estaria contente, comprovados nos protestos que não escondera quando foi substituído no jogo com o Rio Ave, que lhe valeu uma passagem pelo banco. Guimarães aparecia no caminho como um meta-volante que, ultrapassada, abriria caminho para o objectivo supremo. Mas a equipa escorregou, perdendo 3-2 e, mais do que isso, perdendo Zahovic, que foi expulso. Pinto da Costa não gostou da atitude do esloveno e, no balneário, repreendeu-o na frente de toda a equipa e a cena veio a público. Os resquícios do incidente ameaçavam deteriorar o ambiente do balneário, quando se aproximava o importante confronto com o Baovista.

(5) – LESÃO DE PAULINHO E EXPLOSÃO DE PEIXE
No dérbi do Porto estava o título em jogo… O empate favorecia o FC Porto, simplesmente porque comandava a classificação, ainda que fosse arriscado porque deixaria os Dragões em desvantagem nos confrontos directos, porque o Boavista vencera nas Antas. O resultado foi um nulo, mas os portistas perderam Paulinho, que sofreu uma lesão grave nos ligamentos. As sirenes das Antas tocaram, perante o fantasma da ausência de um dos mais carismáticos jogadores do plantel. Sem razão. Fernando Santos chamou Peixe, disse-lhe que estava ali a oportunidade de renascer para o futebol ao mais alto nível e a resposta foi fantástica. Três jogos depois já ninguém se lembrava da importância de Paulinho e muito menos da venda do Doriva. O FC Porto e o futebol português tinham recuperado outro trinco de grande nível…

(6) – ESPERANÇAS EM DECO
Não chegou a ser surpresa a contratação de Deco. Há muito que estava anunciada como um dos investimentos mais fortes do FC Porto. As esperanças dos responsáveis portistas no génio do brasileiro são (eram) muitas e os jogos que Deco fez justificaram-nas. É o craque em que os portistas concentrarão as atenções na próxima temporada.

Entrevista a Jorge Nuno Pinto da Costa (Oito dias após a conquista do 5º título consecutivo )

“NUNCA MAIS SE CONSEGUIRÁ TANTO”

Pinto da Costa gosta mesmo de Fernando Santos. Afirma-se “admirador do homem” e “fã incondicional do treinador”, que quer ver nas Antas até final do seu próprio mandato. Em tempo de balanço, o presidente do FC Porto olha para trás, realçando os 11 campeonatos de futebol conquistados nos últimos 15 anos, mas enumera com gosto especial, os muitos títulos acumulados nesta época, em várias modalidades. “Em termos desportivos atrevo-me a dizer que nunca mais ninguém conseguirá tanto”, refere nesta entrevista, antes de sublinhar que não “estar obcecados pelo hexa”, porque “senão isto nunca mais acaba”.

Pergunta – O que disse a Fernando Santos quando o abraçou nos corredores de Alvalade?
Pinto da Costa – Absolutamente nada. Depois de sabermos que éramos campeões, encontrámo-nos naquele momento e trocámos o tal abraço. Não dissemos uma única palavra. Nem era preciso. De certeza que o Eng.º Fernando Santos sabe tudo o que eu tinha para lhe dizer e eu sei tudo o que ele gostaria de me dito.

P. – Por que diz que Fernando Santos é a melhor pessoa do mundo? Nunca tinha dito nada assim sobre outro treinador…
PC – O que eu disse é que ele é das melhores pessoas que conheci no mundo do futebol. Já simpatizava muito com ele e ainda passei a simpatizar muito mais quando o conheci. Encontrávamos-nos muitas vezes nos jogos em que ele dirigia o Estrela e houve sempre duas coisas que admirei: em primeiro lugar a sua postura, antes, durante e depois dos jogos, e fosse qual fosse o resultado; em segundo, a forma como dirigia as equipas, com planteis nitidamente inferiores aos dos principais clubes. Fosse em casa ou não, as suas equipas dificultavam sempre ao máximo os objectivos dos adversários. Num dos últimos campeonatos que vencemos, veio aqui empatar a zero e venceu-nos depois por 2-1, numa época em que foi empatar a Alvalade e à Luz, com óptimas exibições. Após António Oliveira ter deixado claro que não continuava, muita gente veio-me recomendar treinadores. Fernando Santos não tentou minimamente posicionar-se para o comando técnico do FC Porto.

P. – Já se percebeu que aprecia o homem. E o treinador?
PC – Sendo um admirador do homem, sou fã incondicional do treinador. Quem estiver atento verificará que nas segundas partes dos jogos foram sempre corrigidas as dificuldades do primeiro tempo. Fiquei profundamente feliz por ter sido ele o engenheiro do Penta.

P. – Acha que ganhou uma aposta arriscada ao contratá-lo?
PC – Ao contrário do que se diz não foi uma aposta de alto risco. Fizemos o contrato depois de termos conversado muito, e tinha a certeza de que não estava a correr riscos. E ele, ao trocar a tranquilidade de alguns bons clubes que o pretendiam contratar pela responsabilidade de dirigir o tetracampeão, demonstrou grande coragem e confiança em si e em quem o convidou. Nenhuma vitória de um treinador me terá dado tanta satisfação como a de Fernando Santos. Nos últimos 17 anos, este foi um dos três ou quatro maiores momentos de felicidade que uma vitória me trouxe.

P. – Não está a desvalorizar os outros treinadores do Penta?
PC – O António Oliveira é o treinador do”Tri”, o Bobby Robson é um dos campeões dos vários “Bi” que o FC Porto tem. Não escondo que, em termos competitivos, também tive uma alegria enorme, comparável à do “Penta”, com o “Tri”, sob o comando de um técnico de quem fui dirigente enquanto jogador e por quem tenho uma amizade desde esses tempos. Foi uma alegria tê-lo ao meu lado quando nos sagramos campeões em Guimarães, e recordo-me de ver na televisão o abraço efusivo que demos, também sem trocar uma palavra. Os três são e serão sempre os treinadores do Penta, e se hoje voltasse atrás tomava as mesmas decisões, que muitos consideraram arriscadas. Robson tinha sido despedido do Sporting e estava de malas aviadas para Inglaterra. E quando o António Oliveira veio para o FC Porto era indesmentível a má vontade contra ele em quase toda a comunicação social. E sobre o Fernando Santos disseram que lhe faltava experiência para dirigir grandes equipas. Soube que vários clubes lhe endereçaram convites, mas, mesmo sem termos nenhum compromisso, ele sentiria, conhecendo-me razoavelmente, que iria ser a minha escolha. E recordo-me que acedeu de imediato. Falámos, durante horas, de tudo. Só não falamos de dinheiro.

P. – Dos cinco campeonatos qual foi o que lhe deu mais gozo?
PC – O “Tri” e o “Penta”. O primeiro era um sonho antigo, que, enquanto dirigente, já tinha estado três vezes à beira de alcançar. Todos sentimos que, se não fosse naquela altura, dificilmente seria alcançado com esta geração de dirigentes e jogadores. Aí pensei que já tinha conseguido tudo o que seria possível dar ao FC Porto, e que era o momento ideal para sair. Não nos podemos esquecer que, nos últimos 15 anos, o FC Porto venceu 11 campeonatos. Poucas vezes isso é referido, mas, se não é um caso ímpar na Europa, deve estar muito perto disso. Todos eles me deram grandes alegrias, mas foram alegrias iguais às anteriores. Na minha vida de Presidente, o primeiro grande momento é o do primeiro título, em 1984/85, quando contratei Artur Jorge, apesar da oposição de influentes dirigentes do clube. Esse título, mais o “Tri” e o “Penta”, juntamente com a vitória na Taça dos Campeões Europeus e na Taça Intercontinental, são os cinco maiores momentos de felicidade que tive como presidente. E fico também contente por quatro dessas vitórias terem sido alcançadas por treinadores portugueses. Quando lhes dão condições e são tratados com a dignidade que o lugar exige, são tão bons como os outros.

P. – Este foi o seu melhor ano à frente do clube?
PC – Em termos desportivos atrevo-me a dizer que nunca mais ninguém conseguirá tanto: fomos “Penta” campeões de futebol e campeões de basquetebol, andebol, hóquei em patins, natação masculina e pugilismo!

P. – Se é difícil de fazer melhor, não haverá um problema de motivação na próxima época?
PC – Há motivações que já não vou ter: a de querer que todos os treinadores sejam campeões e que a minha direcção seja campeã. Agora há uma coisa que não esqueço: ao Domingo, nas Antas e em todo o país, há gente do povo, que vive com tremendas dificuldades, mas a que os êxitos do clube enchem o coração de felicidade. Essa gente e a própria cidade precisam de que o FC Porto lhes continue a dar alegrias. Por isso vou continuar a desejar que o FC Porto ganhe. Não vou estar obcecado pelo “Hexa”, porque senão isto nunca mais acaba… Mas podem estar certos de vamos continuar a investir para sermos campeões.

“Não vejo ninguém a sair”

P. – E quanto é que pode investir?
PC – Neste momento não há necessidade de investir muito. Mas o investimento terá de ser significativo se houver alguma saída importante. Se não sair ninguém, como espero, será praticamente nulo.

P. – No primeiro semestre a SAD perdeu 390 mil contos (1 milhão e 945 mil €, aproximadamente). Continua ainda a apontar para um lucro de 150 mil contos (748 mil €, aproximadamente), no final do exercício?
PC – Na altura em que foram feitas essas previsões era claro que se o FC Porto não se apurasse para a Liga dos Campeões seriam inevitáveis saídas, É fazer contas e ver que o que vamos receber é superior ao défice e ao lucro previsto. Para nós é importante estar na Liga, como o é para o Real Madrid, o Barcelona, o Inter e para todos os que no mundo das dívidas são considerados pagadores.

P. – Jardel tem a cláusula dos 16 milhões de dólares…
PC - … se alguém a accionar e ele quiser ir. Vamos tentar que isso não aconteça. Ele é o único do plantel com cláusula. Foi uma condição para o termos durante três anos, sendo certo que se sair receberemos uma mais-valia considerável. Penso que foi um excelente acto de gestão.

P. – E o Zahovic não sai?
PC – Muito dificilmente sairá qualquer outro jogador que o treinador considere relevante. Não estou a ver ninguém a sair. Acho que os contratos têm de ser encarados com mais seriedade. Quando se fazem, os clubes cumprem de boa-fé, mas, depois, os jogadores que rendem pensam que têm direito a sair e os que não rendem entendem que o clube tem de continuar a cumprir como se fossem estrelas. Isto tem de ser reajustado.

P. – E quanto a contratações? Já se falou em Jorge Couto, Toñito e Silva…
PC – Com a minha aprovação e do técnico, há apenas quatro jogadores que, se não são ainda jogadores do FC Porto, têm grandes hipóteses de o vir a ser: os brasileiros Argel e Rubens Júnior, e Paulo Ferreira e Rodolfo [ambos do Estrela]. Tudo o resto que se diga foi vontade de desestabilizar por parte dos empresários interessados em promover os seus jogadores ou de clubes que tentam aumentar os valores dos futebolistas.

P. – Mas o caso Jorge Couto…
PC - … não tenho nada a ver com essa situação. Admito que possa ter havido contactos, mas só em relação aos quatro que referi é que houve aval do presidente.+

“FC Porto investiu sério”

P. – Não é arriscado ter entrado em rota de colisão com o agente de vários jogadores do FC Porto, como é José Veiga?
PC – Não tenho nenhum problema pelo facto de ele ser empresário de vários jogadores. Seria estúpido não aceitar agentes do futebol como são os empresários reconhecidos pela FIFA. Alguns conceitos é que, para mim, estão errados. É que, quando chego a acordo com um clube sobre um jogador, não admito a interferência de empresários. E para que hei-de receber um empresário interessado no Jardel se ele tem cláusula de rescisão estabelecida? Por que há-de um empresário oferecer a outros clubes jogadores que eu não quero vender? Agora, se eu der uma lista aos empresários com nomes de jogadores que quero colocar, aí terá direito à sua comissão, como é óbvio.

P. – A participação na Liga dos Campeões foi má. Quando é que o FC Porto vai investir na prova?
PC – O FC Porto investiu a sério e, em teoria, investiu bem. Tínhamos vencido o “tetra”, mantivemos a estrutura da equipa e foi considerada a necessidade de reforçarmos dois lugares: um guarda-redes e um lateral que jogasse nos dois lados. Foram feitas observações de bons guarda-redes. O Kralj, que era e é titular da Jugoslávia, foi observado nas mais diversas situações por diferentes pessoas, que concluíram sempre que se tratava de um belíssimo jogador. Como lateral, demos preferência ao Nélson, que se tunha iniciado no FC Porto e vinha do exigente futebol inglês. Na teoria, as necessidades da equipa foram colmatadas com óptimos reforços, mas da teoria à prática tem de vir a confirmação. Creio que o Kralj foi afectado por muitas situações. Se tivesse demonstrado dentro do campo o que mostrou nos jogos em que foi observado, não tenho dúvidas de que o FC Porto teria feito carreira na Liga dos Campeões. Sem aquele fatídico minuto 90 no jogo com o Olympiakos, bastavam os restantes resultados para nos apurarmos. Sobre o Nélson, não compreendo ainda hoje porque não mostrou todas as suas capacidades. Agora, quando na baliza temos um dos melhores guarda-redes da Europa, e uma óptima defesa, estou convencido que vamos ter uma participação bem mais positiva.

“COM A SAD CONTINUAMOS A VENCER”

P. – Já terminou o tirocínio necessário a um presidente de uma sociedade desportiva que antes era só presidente de um clube?
PC – É fundamental que, quando se cria uma SAD, os seus dirigentes conheçam bem o clube. Esse foi um dos argumentos que me foram apresentados, depois de vencer o “Tri”, para eu continuar. Entendi que era verdade. Penso que uma SAD não pode ter gestores públicos que hoje estão na TAP e amanhã nos Correios ou nos CTT. Os arautos da morte dos clubes e do futebol já nem piam, porque o FC Porto demonstrou que os ataques À SAD eram cretinices. Desde que criou a SAD, o FC Porto continuou a vencer, designadamente nas outras modalidades, e a ser um orgulho para os adeptos. E o FC Porto passou a ter uma vida totalmente cumpridora. Na festa das Antas e junto aos paços do concelho, vamos dar ao mundo uma prova de quem é grande e de quem é demagogo, de quem cumpre e de quem não o faz. Aí sentir-me-ei profundamente recompensado por ter sabido escolher para o meu lado os melhores dirigentes, técnicos e profissionais.

P. – A redução dos contactos com o Sporting e com José Roquete foi estratégica ou deveu-se a qualquer outra razão?
PC – As duas direcções mantiveram contactos mais ou menos frequentes por ocasião da criação das SAD, para tratar de questões fiscais, problemas legislativos e burocracias. Dois a remar para o mesmo lado é melhor do que cada um a remar para o seu lado e em barcos diferentes. A nossa vontade é a de tornar o futebol mais transparente e só há duas maneiras de o fazer: assumindo a criação das SAD, que têm revisores de contas, auditorias e orçamentos transparentes, ou apostar na conversa fiada. Nós e o Sporting preferimos optar pelas SAD. Dessa conjugação de esforços e vontades surgiram outras possibilidades de entendimento, que algumas pessoas não querem e criticam. Mas vá perguntar a uma fábrica de armamento se quer a paz no Kosovo, na Guiné ou em Angola…É óbvio que essa gente não quer.

P. – E quem é essa gente?
PC – Toda a gente sabe quem é que está interessado na guerra.

P. – Mas o acordo com o Sporting não se limitou ao que disse…
PC – Em termos concretos, combinámos não fazer guerra com jogadores de qualquer modalidade, e resolvemos aproveitar a rivalidade para fazermos a apresentação das nossas equipas. Foi um sucesso, tivemos duas casas cheias e receitas superiores ao normal. Resolvemos também, em conjugação com os técnicos, estudar a possibilidade de fazermos permutas de jogadores. Sem elas, se calhar o Peixe e o Rui Jorge, em vez das brilhantes exibições em Alvalade, tinham sido espectadores nesse jogo. São duas situações concretas de um acordo que se pode repetir. Mas, ao contrário do que se disse, isto não tem nada de secreto. E quem viu os jogos entre as duas equipas nas várias modalidades continuou a assistir a jogos tremendamente disputados. Mas é claro que há quem diga baboseiras ou esteja mais interessado em manchetes nos jornais. Esta situação entre o FC Porto e o Sporting não serve os interesses dos propagandistas do armamento.

P. – O FC Porto foi acusado durante anos de controlar a arbitragem. Afinal, foi campeão nos dois anos em que houve sorteio…
PC – Os árbitros são a desculpa de quem promete vitórias. Antes de existir a Liga, os presidentes do Conselho de Arbitragem nunca foram portistas, com excepção de Lourenço Pinto.
Fernando Marques, Laureano Gonçalves e Pinto de Sousa são assumidamente boavisteiros. Quando fui presidente da Liga, defendi que a arbitragem devia estar fora da Liga, porque considero que os erros dos árbitros existem em todo o mundo e as desavenças podem atingir a boa harmonia dos clubes. Não quiseram. Preferiram o sorteio e o FC Porto continuou a vencer. Falar em sistema e relacioná-lo com o FC Porto é uma estupidez. O presidente da Federação é do Benfica, o presidente da Liga deixou de ser presidente do Boavista para ir para lá, o actual presidente do Boavista faz parte da Direcção da Liga, o vice-presidente da Federação em representação da Liga foi uma escolha pessoal do seu presidente e é um antigo dirigente do Boavista, o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação é um indefectível adepto do Boavista. Não ponho em causa a sua isenção, só quero é que não haja más interpretações. O FC Porto ganha porque tem grandes profissionais. No último estágio em Lisboa, o Sr. Fernando Martins, antigo presidente do Benfica, disse o seguinte numa conversa em que estávamos eu e Fernando Santos: “Conheço bem o presidente do FC Porto e quando se constou que o Oliveira ia sair, afirmei que o novo treinador só poderia ser uma de duas pessoas: Eriksson ou Fernando Santos”. O Sr. Fernando Martins sabe que sou um adversário leal, que procuro sempre escolher os melhores colaboradores. E se quiser comparar a postura da minha administração com a de alguns responsáveis da direcção do Benfica, podem encontrar as razões por que um ganha e outro não.
O nosso lema é pôr o FC Porto a jogar à Porto, o que está a ser respeitado. O presidente do Benfica procura fazer um Benfica à Benfica e os resultados são o que se sabem. No dia a seguir ao FC Porto ter conseguido um feito único, estive aqui com outros administradores, dirigentes e funcionários a trabalhar até às nove da noite. Tenho a felicidade de ter colaboradores com este espírito de quererem sempre mais e melhor. O meu conceito de liderança não passa por despedir pessoas para salvar a minha pele. Nem admito engolir sapos ou paquidermes para garantir a sobrevivência. O que mais admiro na liderança é a capacidade de ter os melhores colaboradores. Tenho, com muito orgulho, uma administração óptima no que diz respeito a competência, lealdade e disponibilidade para servir o FC Porto.

P. – Tem havido uma aproximação do presidente da Câmara de Gaia ao FC Porto. E, pelo contrário, parece que as relações de Fernando Gomes com o clube esfriaram um pouco. É apenas uma questão conjuntural ou há algo mais profundo?
PC – Como presidente da Câmara, o Dr. Fernando Gomes terá um lugar inapagável. Só quem não quiser reconhecer tudo o que tem feito e irá fazer na transformação da cidade é que não vê.
Ficará na história da cidade como o grande líder do século XX. Isso é irrefutável e não o digo por ter por ele uma grande estima. Se concorresse à Câmara do Porto por qualquer partido do PP até à CDU, teria sempre o meu voto de cidadão. Mesmo que se concretize o centro de estágio em Gaia, nunca ninguém será tão importante no futuro do FC Porto como Fernando Gomes pelos projectos que existem, do clube e da autarquia, para o futuro desta zona da cidade. O Dr. Filipe Menezes é um homem assumidamente do Norte e que já teve alguns problemas por isso. E, como tal, não pode deixar de reconhecer o que o Dr. Fernando Gomes representa para a região. Hoje preside à Câmara de Gaia e aí está a ter o “feeling”político que sempre demonstrou nos lugares que ocupou. O centro de estágio é importante para o FC Porto, mas é-o igualmente para Gaia e para muitas das suas instituições.

Soltas

P. - Não receou que o benfiquismo de Fernando Santos pudesse ser um problema?
PC – Lembro-me que quando uma rádio deu a notícia da sua contratação, a única que acrescentou foi que ele era sócio do Benfica. Aí percebi qual ia ser a estratégia para lhe tentar arranjar mau ambiente. Mas fiquei contente porque serviu para nos unir ainda mais, a mim, a ele e a Reinaldo Teles, numa luta que nos haveria de levar ao “Penta”. Hoje não tenho dúvidas de que o Fernando Santos se apaixonou por este clube, se identificou com a sua massa associativa e que quando sair – o que eu espero que seja daqui a muitos anos – vai ter sempre no seu coração um lugar de grande destaque para este clube, que também nunca o esquecerá.

P. – Já renovou contrato com ele?
PC – de palavra está renovado. Espero pôr tudo preto no branco antes de se iniciar a próxima época. Será um contrato que prolongará o actual até ao fim do meu mandato, por mais dois anos. Tenho a garantia, porque para mim a palavra é mais importante do que o contrato, de que será o nosso treinador até ao fim do meu mandato.

P. – Não se assustou quando, à sétima jornada, o FC Porto já tinha sofrido duas derrotas, ou quando foi eliminado da Taça pelo Torrense?
PC – O campeonato é uma prova especial. É uma maratona ou uma prova de dez mil metros, e nessas circunstâncias normalmente vencem os melhores. No campeonato do “Tri”, começamos com um empate em casa com o Setúbal e à quarta jornada empatámos com o Estrela. Era quase impossível começar pior. Quando surgem situações como essa é que se faz a diferença, aí é que se vê quem tem estaleca para aguentar as situações. É nesses momentos que técnicos e jogadores precisam de tranquilidade.

P. – Como portuense, gostou de ver o Boavista ficar em segundo lugar e apurar-se para a Liga dos Campeões, ou é mesmo verdade que gostaria de ver o Sporting nesse lugar?
PC – Como portuense, gostei de o Boavista ficar em segundo lugar e fiquei triste por o Salgueiros não ter ficado em segundo ou terceiro. Abstenho-me de responder à segunda parte da pergunta por não querer entrar em questões pessoais.


P. – O “Expresso” noticiou que está zangado com o seu filho, também ele agente de alguns jogadores portistas. É verdade?
PC – Não leio o “Expresso”. Tenho até com ele um problema grave. Sempre tive um princípio: não concedo intromissões na minha vida privada. Desafio alguém a mostrar uma entrevista em que tenha aberto a minha casa para mostrar onde me sento e como, ou o Bobby e o Tareco que não tenho. Não vou abrir excepções, por mais especulações que façam sobre a minha vida privada. No caso do meu filho, só tenho a dizer que as coisas só dizem respeito a nós. Agora, ele é empresário e tem direito às mesmas obrigações e benefícios que qualquer outro. Foi ele que vendeu o Doriva e o FC Porto cumpriu com ele escrupulosamente. Sou tido por figura pública, mas quando casei pela segunda vez consegui fazê-lo na maior privacidade, sendo esse o meu desejo e o da minha mulher. E se me casei pela segunda vez é porque me divorciei, o que também consegui fazer privadamente. Se andasse a exibir-me nas resvistas piorsas, aceitava que estivessem fotógrafos no notário. Por isso não admito excepções.

P. – Vale e Azevedo disse que quem mandava no futebol do FC Porto já não era Pinto da Costa , porque a lógica da saída de jogadores era eminentemente financeira. A sua resposta foi: “Quem manda sou eu”. Teve de afirmar o seu poder?
PC – O que diz o Dr. Vale e Azevedo não me afecta. Toda a gente sabe por que razão está ele no futebol. Não o conheço nem quero conhecer. Agora, o que senti, designadamente através de Reinaldo Teles, que convive com o balneário e até com os sócios, é que havia preocupação em saber se eu estaria a fazer uma passagem de testemunho tranquila. Por isso quis transmitir a mensagem aos jogadores de que, como sempre, estava com eles para tomar as decisões necessárias à vitória. A mensagem foi compreendida e foi visível que o nosso grupo ficou mais unido.

Bruno Prata
«PÚBLICO» Edição Especial PENTACAMPEÕES - 30 de Maio de 1999)

O GUARDA-REDES E OS TEIMOSOS

Os três treinadores que conduziram o FC Porto à conquista dos CINCO campeonato, que hoje enchem as mãos dos Portistas, utilizaram 68 jogadores. Os mais teimosos, ou seja, aqueles que “insistiram” em jogar sempre, foram Aloísio e Drulovic. Indiscutíveis com Bobby Robson, cedo conquistaram as boas graças de António Oliveira, fazendo o mesmo com Fernando Santos, que ainda chegou a “sentar” o central brasileiro. Nada de significativo, porque a forma física nunca foi problema e a bola não tem idade. Aloísio pode já não correr como o fazia em épocas anteriores, mas o seu refinado conhecimento do futebol permite-lhe ler a cabeça dos adversários e adivinhar os lances, continuando a impor a sua classe com segurança. Para além disso, sabe que mais do que correr desnecessariamente é fazer correr a bola. Então desde o regresso de Vítor Baía às Antas, a produção deste internacional brasileiro subiu de forma espectacular.

Problema maior para o FC Porto durante dois anos e meio foi a ressaca da criação de um insubstituível. Ainda por cima guarda-redes. Com a saída de Baía para Barcelona, passaram pelas redes Portistas: Wozniak, Eriksson, Silvino, Rui Correia e Kralj. Nenhum servia, apesar de durante esse período a equipa continuar a somar títulos ao palmarés. Porque a vida não corria de feição ao guardião da Selecção Nacional na capital da Catalunha e a baliza das Antas continuava “assombrada”, Pinto da Costa negociou o regresso a casa de Vítor Baía. Para sossego de quase todos – menos de Rui Correia e Costinha, claro – e mesmo o “fantasma”meteu uma férias, pelo menos até se saber se no final da próxima época, quando terminar o período de empréstimo, o FC Porto tem hipóteses de comprar o passe ao Barcelona ou tem de voltar a montar acampamento no reino do Azul e Branco.

De resto o Penta Portista teve em Drulovic um artífice a tempo inteiro e alguns craques a prazo. Doriva, por exemplo, chegou a meio do Tetra e partiu a meio do Penta, Zahovic notabilizou-se crescendo de época para época e conseguiu um Tri pessoal. Uma palavra obrigatória para Jorge Costa, que só não jogou tanto como Aloísio devido aos problemas nos joelhos que o levaram quatro (!) vezes à sala de operações, e para Paulinho e Rui Barros, presenças assíduas na equipa, mais o primeiro do que o segundo.

AS EQUIPAS TIPO

Época 1994/1995 – 1º Ano do Penta
A primeira equipa formada por Robson, após ano e meio com os jogadores escolhidos por Ivic. Rui Filipe, vítima mortal de um acidente, enquanto Emerson e os russos Kulkov e Iuran foram apostas ganhas, no ano em que Jorge Costa emergia, substituindo Fernando Couto no eixo da defesa. Drulovic também impôs o seu génio, passando a indiscutível no onze

Vítor Baía; JoãoPinto, Aloísio, Jorge Costa Rui Jorge; Secretário, Emerson, Kulkov; Iuran, Domingos, Drulovic
34J – 29 V – 4 E – 1 D - 73 GM/15GS – 62P.

(*) O Sporting ficou a (SETE) 7 pontos de distância, no 2º lugar (55) e o Benfica a TREZE (13), com 49, no 3º lugar.
(*) Dos 73 golos marcados (uma média de 2,14 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas CINCO (5) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.
(*) Nota, também, para a despedida, enquanto jogador, de André. Um dos melhores médios, da sua geração, a nível mundial.

Época 1995/1996 – Ano do BI
Edmilson e Lipcsei chegam às Antas e impõe-se de imediato. Mais o brasileiro, que se tornou numa das peças chave da equipa. Paulinho “explode” e como uma espécie de 115, acudindo a todas necessidades. Joga grande parte da época como lateral-esquerdo. Rui Barros, que regressara um ano antes, reencontra-se e torna-se num dos indiscutíveis, mas o verdadeiro craque foi Domingos, que conquista o troféu de melhor marcador.

Vítor Baía; Secretário, Aloísio, Jorge Costa, Paulinho Santos; Edmilson, Emerson, Lipcsei; R. Barros, Domingos, Drulovic
34 J – 26 V – 6 E – 2 D - 84 GM/20GS – 84P.

(*) Benfica, 2º classificado a ONZE (11) pontos de diferença e o Sporting, 3º, a DEZASSETE (17).
(*) Dos 84 golos marcados (uma média de 2,47 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas TRÊS (3) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.

Época 1996/1997 – Ano do TRI
(*) E eis que chega Jardel, como se os 84 golos marcados na época anterior fossem poucos.
António Oliveira construiu uma nova equipa, solidificando-a com alguns “veteranos”, como Jorge Costa, Aloísio, Paulinho e Edmilsson. Sem Vítor Baía, deu oportunidade a Hilário, depois de ter experimentado o polaco Wozniak; patrocinou a afirmação de Sérgio Conceição, explorou as características de Zahovic e criou um sistema que jogava na perfeição para Jardel, um goleador que chegou às Antas, treinou e triunfou.

Vítor Baía; Sérgio Conceição, Aloísio, Jorge Costa, Fernando Mendes; Zahovic, Barroso, Paulinho Santos; Edmilson Jardel e Drulovic
34 J – 27 V – 4 E – 3 D - 77 GM/24GS – 85P.

(*) O Sporting foi segundo, a TREZE (13) pontos de diferença, já o Benfica, em terceiro, ficou a VINTE E SETE (27).
(*) Dos 85 golos marcados (uma média de 2,5 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas TRÊS (3) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.

Época 1997/1998 – Ano do Tetra.
A aposta foi na continuidade, de esquemas e de nomes, ainda que houvesse necessidade de substituir o “desertor” Edmilson. Entrou Capucho, e muito bem. Mais tarde, já em Dezembro, chegaram Secretário e Doriva, para entrarem directamente para o onze, onde se fixaram até final da temporada. Sérgio Conceição também se “transferiu”, mas da defesa para o ataque, ocupando a tempo inteiro o lugar de Edmilson.

Rui Correia; Secretário, Aloísio, João Manuel Pinto, Fernando Mendes; Sérgio Conceição, Doriva Paulinho Santos, Capucho, Jardel e Drulovic
34 J – 25 V – 5 E – 5 D - 75 GM/38GS – 77P.

(*) Benfica, em segundo, a NOVE (9) pontos de diferença e o Sporting, em 4º!, a VINTE E UM (21)
(*) Dos 75 golos marcados (uma média de 2,2 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas CINCO (5) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste. Realce para o número anormal (38) de golos sofridos em 34 jogos (média de 1,1).

Época 1998/1999 – Ano do Penta.
Vítor Baía voltou, Peixe renasceu e Zahovic confirmou-se em definitivo. Fernando Santos apostou na continuidade, tentando aumentar o rendimento do colectivo através da exploração de alguns elementos, sobretudo em termos tácticos. De resto, encontrou na casa a solução – Peixe – para substituir Doriva e, como considerava Fernando Mendes demasiado ofensivo, “chamou” Esquerdinha, do Brasil, para solidificar a defesa.

Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Esquerdinha; Zahovic, Peixe Deco, Capucho Jardel e Drulovic
34 J – 24 V – 7 E – 3 D - 85 GM/26GS – 79P.

(*)Benfica, terceiro classificado, a CATORZE (14) pontos de diferença e Sporting, quarto classificado, a DEZASSEIS (16).
(*) Dos 85 golos marcados (uma média de 2,5 por jogo) é digno de referência e de relevância, o facto de apenas QUATRO (4) golos terem sido obtidos através de grandes penalidades. Para que conste.
«OJOGO» - Edição especial FC PORTO PENTACAMPEÃO - 4 Junho de 1999

CHAMEM-LHE TREINADOR

Discutia-se a hipótese de Fernando Santos poder ser treinador de campo ou adjunto de um seleccionador nacional a nomear e Pinto da Costa, numa entrevista televisiva, mostrou a sua discordância relativamente a essa hipótese, pois entendia que o treinador do Estrela da Amadora devia ser, isso sim, candidato a seleccionador nacional. Quando este episódio ocorreu, António Oliveira conduzia os destinos do FC Porto, não se suspeitando, sequer, que no final da temporada, a segunda ao serviço do clube das Antas, estaria de saída.

Quando no final da campanha que levou à conquista do Tetra, António Oliveira resolveu interromper a sua ligação aos Dragões, Pinto da Costa mostrou o quanto havia sido sincero uns meses antes. De uma forma tão coerente quanto inesperada, o presidente do FC Porto apostou em Fernando Santos para dar mais um importantíssimo passo no enriquecimento da história do clube: a conquista do Penta. A nação portista ficou reticente. Que diabo, o clube tinha acabado de conquistar dois títulos adornados por clichés regionalistas e pro-regionalização e agora entregava a equipa a um homem do sul, um “mouro”, que ainda por cima era sócio do Benfica com as cotas em dia pelo menos até à data das eleições no clube da Luz, porque a televisão mostrou-o na altura em que foi votar.

O crédito do presidente junto da massa associativa contribuiu para que tudo corresse bem desde o início. A capacidade de trabalho demonstrada pelo técnico e a persistência na implantação das suas ideias – a equipa joga mesmo ao ataque e em 4-3-3 tanto em casa como fora – levaram a massa anónima a aceitá-lo, primeiro, para o adoptar depois. O engenheiro, o “inginheiro”, melhor dizendo, passou a ser um deles. É certo que nem tudo foram rosas no percurso rumo ao Penta e houve mesmo alturas de alguma exaltação. E se não caiu bem que tivesse razões de queixa efectivas da arbitragem de Lucílio Baptista (!) na derrota em Aveiro (2ª jornada) e não verberasse a actuação do juiz, a eliminação da Taça d Portugal, em casa, frente ao Torreense levou mesmo uma faixa de adeptos a pedirem a cabeça do treinador. Homem de carácter, no dia seguinte enfrentou os que o contestavam e… ganhou mais um naipe de adeptos e apoiantes incondicionais. Para trás ficou a frustração do não apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões, numa prova marcada pela falta de sorte, porque a série acabou por revelar-se mais acessível do que o previsto quando o sorteio ditou como adversários o Ajax, o Olympiakos e o Croácia Zagrebe. Mas a equipa vivia ainda uma fase de aprendizagem e apesar de toda a gente correr sem regatear esforços, havia ocasiões em que não o fazia na direcção correcta. O tempo ajudou a limar arestas e a manifestação de força das últimas jornadas do campeonato provou que o caminho foi sempre o correcto, mas qualquer processo de aprendizagem tem etapas a cumprir.

Entretanto, e porque cursou Engenharia, toda a gente o trata pelo título, mas o título com que Fernando Santos sonhava a sério não era o académico, que já tem há uma série de anos, mas sim o nacional. E não será que depois da manifestação de força do FC Porto, principalmente na segunda volta do campeonato, o homem merece que lhe chamem treinador? Só mais uma coisa: ele não promete nada mas tem a ilusão de ser campeão europeu, que é coisa que não se consegue com títulos universitários, mas sim a jogar ao ataque. De preferência em 4-3-3…

EQUIPA TÉCNICA

Convidado a liderar o projecto do FC Porto na caça ao Penta, Fernando Santos fez questão de incorporar no naipe de adjuntos Jorge Rosário, o seu homem de confiança nas aventuras anteriores, mas não se opôs a que o clube lhe impusesse Rodolfo Reis como nº 2 da equipa técnica. André, Mlynarczik e Roger Spry transitaram do grupo de António Oliveira e nenhum deles teve dificuldades em perceber as novas orientações. O resultado do trabalho está à vista.

RODOLFO REIS

Regressou com o rótulo de, enquanto jogador, nunca ter representado outro clube que não o FC Porto, de quem foi capitão. Deveria ser o nº 2 e, em complemento, servir de ponte entre o novo comandante e a mística de um clube que tem uma forma de estar muito própria. Quase não foi preciso porque Fernando Santos assimilou rapidamente a nova realidade que tinha para gerir e Rodolfo Reis também se identificou, sem dramas, com as ideias do treinador principal. Terá sido este um dos segredos da coesão que caracterizou a equipa técnica durante praticamente toda a época.

ANDRÉ

É um símbolo da história recente do clube e até teve participação directa na conquista do Penta, porque a saga começou quando ainda era jogador. Transitou da equipa técnica de António Oliveira e também ele não teve dificuldades para “perceber” os métodos de Fernando Santos. É sobretudo um técnico de treinos, onde por norma tem participação activa, ora gerindo os exercícios ora colando-se “do lado” dos jogadores, participando com alguma frequência, nas peladinhas. Nas ausências de Mlynarczik assume o treino dos guarda-redes.

JORGE ROSÁRIO

Foi olhado como braço direito de Fernando Santos, que acompanhava desde o Estrela da Amadora. Chegado a uma realidade distinta do que estava habituado, que ignorava por completo, o treinador quis um homem da sua confiança e a escolha foi óbvia. O que se passou a seguir também. Rosário criou um clima de confiança com os jogadores, de quem esteve sempre muito próximo e, entretanto, assumiu também as funções de observador, que incluíram uma passagem pelo Brasil para ver eventuais reforços com vista ao futuro.

ROGER SPRY

Pouco ortodoxo nos métodos, suficientemente eficaz para que Fernando Santos, em muitas ocasiões, lhe entregasse a responsabilidade de gerir os índices físicos do plantel. A música era um dos seus ícones, que abandonou sensivelmente a meio da temporada, mantendo contudo, uma forma de estar e trabalhar que dispõe bem os jogadores. Que, aliás, gostam do trabalho que fazem com o preparador físico britânico. É que naquele jeito de quem parece que está a brincar com coisas sérias, Spry consegue que os atletas tirem o máximo do físico, exactamente como ele pretende.

MLYNARCZIK

A sua metodologia é elogiada pela restante equipa técnica e pelos guarda-redes, ainda que também ele tenha sido posto em causa a propósito do fracasso de Kralj. Como duas épocas antes havia sido com Wozniak, neste caso, uma escolha sua. Apenas “fait divers”, porque o prestigio e a competência de Mlynarczik continuam intocáveis, facto que pode ser comprovado, por exemplo, a forma como Vítor Baía após ano e meio quase sem jogar, rapidamente se reencontrou com o seu estilo e deu segurança à defesa portista, numa altura crucial do Campeonato. O polaco tem uma missão especifica na equipa técnica.
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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty Re: [Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 8:02 pm

Os seis magníficos:

SÓ É PENTA QUEM PODE

Passaram cinco anos, entraram e saíram jogadores – uns mais importantes do que outros, como é óbvio – mas há um “clube” que se mantém, o clube do Penta. No Tetra eram sete, ao Penta só chegaram seis, porque Rui Jorge foi para o Sporting, trocado por Peixe. Da meia dúzia de sobreviventes só cinco o foram em termos efectivos, pois Folha apenas jogou treze minutos do último título, frente ao Rio Ave, na primeira jornada da época. Aloísio, Jorge Costa, Drulovic, Paulinho e Rui Barros jogaram em todas as épocas, numas mais do que noutras, consoante as filosofias de jogo aplicadas e o estado físico de cada um.

Aloísio e Drulovic foram os mais constantes, raramente passando pelo banco ou pelo departamento médico, ao passo que Jorge Costa se viu forçado a entremear a titularidade com as operações aos joelhos (três) a que foi submetido durante a caminhada para o Penta. Paulinho só não esteve sempre em acção na primeira época de Robson e na segunda volta do Penta, mas tem a particularidade de quase nunca ser substituído. Ou está ou não está. Senão atente-se no facto de ter participado em menos 15 jogos do que Drulovic e de ter estado mais 1149 minutos do que o jugoslavo, ou seja, o equivalente a 12,7 jogos(!).

Rui Barros foi sempre importante no esquema de treinadores, ainda que poucas vezes fosse titular indiscutível. É um trabalhador, um jogador de colectivo com uma disponibilidade e uma coragem ímpares. Um senhor.

ALOÍSIO (16/08/1963)
Total de jogos: 148 - Completos: 128 – Incompletos. 20
Tempo de jogos: 13 662 minutos – Média por jogo: 91,6
Golos: 9
Cartões: 31 Amarelos; 0 Duplo Amarelo e 0 vermelho.

SETE EM NOVEMBRO

Acabou a época em grande forma como se fosse um rapaz de vinte e poucos anos, acabadinho de contratar ao Barcelona dois anos depois de ter sido vice-campeão olímpico em Seul, ao serviço da selecção canarinha. Cruyff “enamorou-se” das suas qualidades, mas pouco depois preferiu trocá-lo pelo compatriota – será um vício holandês?... – Ronald Koeman. Artur Jorge, que tinha pedido o internacional brasileiro Júlio César, achou óptimo poder substitui-lo por Aloísio, uma vez que a Juventus se tinha atravessado no negócio. Desde que chegou às Antas, Aloísio nunca deixou de marcar pontos positivos. Como jogador e como homem. Desiludidos terão ficado os que o viram “sobreviver” a vários companheiros de sector e lhe auguravam um fim próximo. Chegou para jogar ao lado de Geraldão, ajudou a “moldar” Fernando Couto, deu a mão a José Carlos, que fez ao lado dele uma época fabulosa, e contribuiu decisivamente para o crescimento de Jorge Costa, com quem tem formado a dupla mais duradoira, e provavelmente, a mais eficaz. Em nove épocas, o internacional brasileiro ajudou a conquistar sete títulos nacionais. É obra!

Apesar dos seus 35 anos, renovou contrato por mais uma época, mas desde que queira, tem futuro assegurado no FC Porto, pois a Administração da SAD já lhe endereçou um convite no sentido de ficar ligado ao Azul e Branco “ad eternum”. Curiosamente, antes de renovar pelo FC Porto o Aloísio teve em cima da mesa, oriunda do Brasil, a proposta de contrato mais vantajosa da sua vida, ele que ao longo dos anos tem resistido a apelos sucessivos para regressar ao Brasil. E este ano o assédio do São Paulo, cuja oferta superava em muito a do Internacional de Porto Alegre, foi mesmo coisa séria. Mas Aloísio Aloísio já é da casa. E ficou!

JORGE COSTA (14/10/1971)
Total de jogos: 105 - Completos: 105 – Incompletos. 9
Tempo de jogos: 9 513 minutos – Média por jogo: 90,6
Golos: 8
Cartões: 43 Amarelos; 0 Duplo Amarelo e 1 vermelho.

O “BICHO” DRAGÃO

Quando, na apresentação do plantel para a temporada 1997/98, João Pinto, com uma lágrima no olho, entregou a Jorge Costa, não só a camisola nº 2 como a braçadeira de capitão, sabia que quem recebia o testemunho era digno e tinha competência, pelo passado do novo capitão mas também pelas perspectivas de um futuro risonho. Há muitos anos que o capitão do FC Porto é um jogador com carisma, produto da casa e, simultaneamente, uma referência para adeptos e companheiros. Jorge Costa junta estes predicados e mais alguns, até porque não chegariam para ser capitão; para isso, primeiro, é preciso ter qualidades para jogar…

Jorge Costa tem mais do que isso, tem talento, esta época mais visível do que nunca. Herói do Penta, viveu em crescendo temporada a temporada, até que, na época passada uma lesão ainda no estágio, na Suécia, o afastou da competição por muitos meses. Obviamente, não alcançou o rendimento de temporadas anteriores, mas nem por isso desistiu. Já leva cinco operações aos joelhos e de todas recuperou a cem por cento, nalguns casos, como neste último, contra as expectativas de muita gente, que considerava impossível que voltasse a ter a mesma qualidade. Esqueceram-se da força de vontade de Jorge Costa. Aliás, tinham alguma razão… De facto, sob o comando de Fernando Santos, Jorge Costa não foi igual ao passado, foi substancialmente melhor.

Protagonizou a sua melhor época de sempre, como jogador e chefe do plantel, defendendo como um autêntico “bicho” – a alcunha com que o tratam companheiros e técnicos – e empurrando a equipa para o ataque quando as circunstâncias o aconselhavam. Se houve, e houve, peças chave na conquista dos últimos campeonatos do Penta, Jorge Costa está entre elas. E não se pode esquecer o contributo que deu nos anteriores.

PAULINHO SANTOS (21/11/1970)
Total de jogos: 131 - Completos: 120 – Incompletos: 11
Tempo de jogos: 12 155 minutos – Média por jogo: 92,7
Golos: 5
Cartões: 30 Amarelos; 1 Duplo Amarelo e 3 vermelho.

IMAGEM DE MARCA

Não está em forma e joga? Perguntem ao técnico, seja qual for o que comanda a equipa, que ele responderá que, em qualquer circunstância, Paulinho terá que jogar sempre. A ideia é forte, até injusta para os companheiros, mas é pura realidade. O peso de Paulinho no plantel dos Dragões é fundamental, uma espécie de imagem de marca de que nenhum técnico prescinde. Porque se trata de um jogador com carisma especial, pela sua forma de estar não nos jogos como nos treinos – é daqueles que não gostam de perder, seja em que circunstância for -, muito ao jeito do pode torcer mas nunca quebrar. E, nesta época, quebrou mesmo, no Boavista-FC Porto, quando sofreu uma lesão que o atirou para a cama de um hospital. Nada que belisque, minimamente, uma parte importante do mérito na conquista do pentacampeonato.

Considerado jogador da casa – curiosamente não jogou nas camadas jovens do FC Porto -, sorveu facilmente a filosofia dos Dragões, logo que Augusto Inácio, então treinador do Rio Ave a preparar-se para assumir a condição de adjunto de Carlos Alberto Silva, o recomendou nas Antas e candidatou-se à vaga de André, na altura ainda a coexistirem na mesma equipa. Paulinho sempre considerou o antecessor como mentor na forma de estar e jogar futebol. Ainda hoje perfilha as ideias, e soube conquistar importância no balneário. Porque dá tudo em todas as circunstâncias, seja como médio seja como lateral adaptado, chegando a exceder-se em algumas situações.

Ficaram famosos os duelos com o benfiquista João Pinto, de futebol e de outras coisas, precisamente porque quando tem uma missão leva-a até ao fim, por vezes sem olhar a meios. Bobby Robson apadrinhou-o, António Oliveira nunca prescindiu dos seus serviços; Fernando Santos só procurou uma alternativa quando lhe foi mesmo impossível.

DRULOVIC (11/09/1968)
Total de jogos: 146 - Completos: 76 – Incompletos: 70
Tempo de jogos: 11 016 minutos – Média por jogo: 75,4
Golos: 21
Cartões: 11 Amarelos; 0 Duplo Amarelo e 0 vermelho.

O BOM COMPANHEIRO

Haja quem finalize, que as preocupações com o fabrico dos lances de golo podem ser entregues, quase em exclusivo, a Drulovic. Chamam-lhe o”senhor Assistências”, podiam chamar-lhe o “Bom Companheiro”, tal a forma como cria para os outros brilharem. Porque não é um goleador e, como costuma dizer, só tem uma oportunidade de golo por jogo, que pode ou não marcar. E ninguém consegue cem por cento de eficácia.

A solidariedade é um dos seus atributos – e de que outra forma poderia ser tão gentil com os seus companheiros? -, seja na vida privada seja no relvado. Jardel deve-lhe muitos golos, como antes ficou a dever-lhe Domingos e, amanhã, será outro qualquer, se Jardel sair. O génio de Drulovic é mesmo assim, capaz de pegar na bola, ultrapassar os adversários que lhe saírem ao caminho e, no momento exacto, descobrir a via por onde passará a bola dirigida ao companheiro que a desviará para dentro da baliza.

Foi contratado ao já decorria a época 1993/94, depois de Robson ter substituído Ivic. Demorou uns tantos jogos a impor a sua qualidade ímpar, cativando o lado esquerdo do ataque. Ao longo dos cinco anos até ao Penta, não se limitou a subir de rendimento, foi-se tornando, gradualmente, mais regular, ele que foi acusado por Bobby Robson de, por vezes, adormecer em campo e precisar de um grito para acordar. É o seu jeito que intimida adversários. O pé esquerdo trata a bola como quer e coloca-a onde é necessário, seja em que flanco for, porque, ao longo do tempo, “Drulo” foi-se tornando vagabundo, alternando, durante um jogo, entre os dois flancos. Curiosamente, mesmo no lado direito, é com o pé esquerdo que cruza ou faz os passes. É que o direito é quase cego (marcou um golo no último jogo do Penta), mas o esquerdo compensa.

RUI BARROS (24/11/1965)
Total de jogos: 125 - Completos: 23 – Incompletos: 102
Tempo de jogos: 6 894 minutos – Média por jogo: 55’
Golos: 24
Cartões: 14 Amarelos; 0 Duplo Amarelo e 0 vermelho.

VOLTOU PARA GANHAR

Rui Barros foi um dos primeiros emigrantes de sucesso do futebol português. Em Julho de 1988, 11 anos antes da conquista do Penta, transferiu-se para a Juventus e rendeu ao FC Porto UM MILHÃO de conto (5 milhões €)! Assim mesmo, um milhão quando 60 ou 70 contos era salário que se visse e não seriam muitos os futebolistas a ganharem mil contos/mês em Portugal. Rui Barros foi ganhar dez mil a cada 30 dias. Um espanto. À aposta da Juventus correspondeu com golos, jogadas de sonho e taças (a de Itália e a UEFA). De tal modo que dois anos depois, ao dispensá-lo, a Juventus impediu-o de continuar em Itália. Mudou-se para o Mónaco e aumentou o salário. Os seus passes mágicos, aliados a uma velocidade estonteante, puseram-no nos píncaros. Um ano depois de ter ajudado a ganhar a Taça de França, na véspera da final da Taça das Taças, contra o Werder Bremen, no estádio da Luz, o semanário desportivo francês “France Football” pedia-lhe: “Gil, ensina-nos a ganhar” [os franceses chamavam-lhe Rui Gil e o Gil, naquele caso, dava mais jeito para o título]. Dessa vez a sorte não o acompanhou e no ano seguinte juntou-se a Futre no Marselha.

Regressar às Antas era um sonho. Concretizou-o, porque antes de partir só tinha um título (1987/88 campeonato e Taça, com Ivic) e queria juntar-lhe outros. Bobby Robson adoptou-o de pronto e conferiu-lhe papel de grande importância, que foi perdendo com o passar dos anos. Esta época, com Fernando Santos e a sua mudança de filosofia de jogo, renasceu e voltou a ser indiscutível. A idade? Bah, isso é para quem quiser saber dela. Rui Barros, se quiser, até pode brincar com a situação e dizer que os diamantes são eternos.

FOLHA (21/05/1971)
Total de jogos: 87 - Completos: 16 – Incompletos: 72
Tempo de jogos: 4 496 minutos – Média por jogo: 72’
Golos: 13
Cartões: 9 Amarelos; 0 Duplo Amarelo e 0 vermelho.

NÃO QUIS ESPERAR

Está ligado aos cinco títulos do FC Porto, mas no dia em que o seu clube do coração comemorava o Pentacampeonato, Folha perdia a final da Taça da Bélgica, ao serviço do Standard de Liège. Mas foi Pentacampeão, por 13 minutos, disputados contra o Rio Ave, depois de ter feito uma pré-época de encantar.
Por nunca ter conseguido ser titular absoluto nas quatro épocas que conduziram aos quatro títulos anteriores, Folha desta vez não teve paciência para esperar pela sua vez. Segundo Fernando Santos, quando lhe sugeriu a hipótese de empréstimo ao Standard de Liège, o jogador quis saber a opinião do técnico, que lhe terá dito que contava com ele. Mas folha estava cansado do banco, não quis esperar e saiu.

Uma boa época na Bélgica poderia reabrir-lhe as portas do plantel, se, entretanto, o jogador estiver mais paciente e for capaz de lidar melhor com a pressão. Folha é o melhor jogador de treinos do plantel, não há estágio de pré-temporada em que não deixe o treinador boquiaberto, seja ele quem for. E no Penta foram três – Bobby Robson, António Oliveira e Fernando Santos -, todos de escolas diferentes. Mas depois chegam os jogos e tudo se complica, porque o rendimento poucas vezes é bom. A sua irregularidade coloca-o nos pólos. Passa de óptimo para o péssimo com a maior das facilidades, quando se lhe pede que seja bom e nunca pior do que suficiente. Os responsáveis portistas esperam que o período de emigração a que se votou lhe tenha feito bem e dado consistência ao seu futebol, porque quando está bem Folha tem um pé esquerdo fabuloso e é capaz de fazer coisas incríveis, falemos de cruzamentos, passes de morte ou “slalons” de 50 metros.

OS DONOS DO GOLO

Uma parte do estádio grita de alegria, a outra desespera; quem é o responsável? O goleador! A essência máxima do futebol é o momento em que a bola entra na baliza. Há outros instantes belos, como drible ou a grande defesa do guarda-redes, mas o facto que leva o público aos estádios é o golo! Não há campeões sem goleadores, e tão raros são os especialistas…

Revejam-se os méritos, estudem-se os processos, procurem-se as razões das conquistas do Pentacampeonato que entre elas, estarão sempre dois nomes: Domingos e Jardel. Primeiro o português, porque era da casa, comandou as duas primeiras sagas e justificou os méritos, com 44 golos e muita magia; depois, o brasileiro, não por ordem de talento mas pela ordem cronológica, porque Jardel é “bicho raro” da área, multiplicador de triunfos, coleccionador de esquemas, ortodoxos ou não, para bater os guarda-redes. Em três anos festejou 96 golos…

As comparações serão injustas para qualquer dos artistas. Porque são diferentes na forma de estar e jogar. A discrição fora dos relvados de Domingos contrasta com o espírito de samba de Jardel; o enfeite do português, no relvado, chega a ser tão eficaz como o remate de primeira do brasileiro. O que um tem o outro disfarça…
Tudo começou, em 1994/95, na teimosia de Domingos, que nunca desistiu de provar a Bobby Robson que o lugar era seu, tão seu que na condição de suplente utilizado, era o melhor marcador da equipa.

O inglês convenceu-se e deixou que o génio comandasse a armada dentro das quatro linhas e iniciasse a aventura que levaria ao Penta. Um ano mais, melhor do que o anterior, e Domingos continuava estrela de primeiríssima grandeza. Chegou António Oliveira e, com ele, Jardel, então e ainda agora a mais cara contratação de sempre do FC Porto. O banco estava-lhe destinado mas Domingos lesionou-se gravemente. Jardel nunca mais permitiu que lhe roubassem o lugar no eixo do ataque. Foi então Domingos a bater um recorde financeiro, materializando com entrada nos cofres das Antas da até então mais cara transferência feita pelo futebol português, partindo o avançado para Tenerife.

Jardel não voltou a ter concorrência. Foi rei e senhor dos golos do FC Porto e do Campeonato português. Três épocas, três títulos, três vezes o melhor marcador. Brilhante na primeira temporada, com 30 golos, menos eficaz na segunda, com 26, fabuloso na terceira, que agora acaba, com 36. Com a cabeça, com o pé, com a parte do corpo que estiver mais a jeito, de primeira ou enfeitando com um pormenor, que pode ser de “letra”, Jardel marca quase sempre. Mais do que isso, também dá a marcar, juntando aos tentos próprios mais uns quantos dos companheiros em que teve participação decisiva.

Para a história do feito que o FC Porto acaba de conseguir, os nomes de Domingos e Jardel são incontornáveis. Porque a festa do futebol são os golos e os heróis mais visíveis os goleadores.

CURIOSIDADES

DOMINGOS
Época 1995/96
- Vencedor do ranking Jogador, Avançado Mais Valioso e rematador Mais Eficaz.
- Vencedor da lista dos melhores marcadores com 25 golos em 122 remates, com uma eficácia de remate/golo de 22%.
- Jogo, logo marco… logo ganho. É uma máxima de Domingos que apresenta uma média de 0,9 golos por jogo. O FC Porto venceu sempre que Domingos marcou!
- Foi o jogador do Nacional com mais remates dentro da área e 2º com mais contabilizando todas as áreas, com uma média de 4,2 por jogo. Cotou-se como o 5º jogador com mais ataques do campeonato com uma elevada média de 8,2 por jogo.
- Apresenta uma eficácia de passe de 79%, um bom valor para um avançado.
- Foi preponderante na manobra da equipa: contabilizou 30% dos golos, 20% dos remates, 23% de assistências e 44% dos foras-de-jogo.
- É claramente mais ofensivo nos jogos em casa, pois os seus índices sobem nos ataques, cruzamentos e remates. Em casa do adversário perde mais a bola e é apanhado mais vezes em fora-de-jogo.
Como marcou os golos: 8 com o pé esquerdo; 30 com o pé direito; 8 de cabeça e 3 de penalti.

JARDEL
Época 96/97
- Jogador e Avançado Mais Valioso e 3º Rematador Mais Eficaz
- Melhor marcador do campeonato com 30golos em 31 jogos. Só à sua conta marcou 42,8% (30 em 76) dos golos do FC Porto.
- A sua produção destaca-se pela quantidade e qualidade: Foi o maior rematador do campeonato (média de 5 por jogo). É o 1º com mais remates na pequena-área (1 por jogo), mais remates à baliza (2,4 por jogo), mais remates de cabeça (2,1 por jogo). O 2º com mais foras-de-jogo (1,8 por jogo)

Época 97/98
- Jogador e Avançado Mais Valioso e 4º Rematador Mais Eficaz
- Jardel imita em quase tudo a excelente época anterior. Escrever sobre o seu rendimento é como “rezar” as mesmas “contas do terço”: Homem golo do campeonato com 26 tentos. Fez 34,6 (26 em 75) dos golos da equipa
- Jogador com mais remates (5,2 por jogo), com mais remates de cabeça (2,6), mais remates dentro da área (4,7) e mais remates à baliza (2,29).
- Consegue uma eficácia de 16%, ou seja, um golo em cada 6 remates.

Época 98/99
- Melhor marcador do campeonato e Bota de Ouro, com 36 golos.
- Jogador e Avançado Mais Valioso e 3º rematador Mais Eficaz, com uma eficácia de 22%. Marcou um golo em cada 4,5 remates.
- Esteve em 54% dos golos da equipa (46 em 85)! Marcou 36, fez 8 assistências para golo, 1 cruzamento com remate/golo e sofreu ainda 1 penalti convertido com êxito.
- Fez 2 “hat trick” e em 10 jogos marcou por duas vezes
- Sempre que marcou, apenas por 8 vezes se ficou por 1 golo.
- É um finalizador nato por excelência. As suas performances no capítulo do remate são impressionantes: foi o jogador do campeonato com mais remates (5,1 de média por jogo), mais remates dentro da área (4,7 por jogo) e mais remates de cabeça (2,3).
- Fez 70 remates de cabeça e 93 com o pé, totalizando 163.
- Mandou 11 bolas ao poste.
Como marcou os golos: 13 com o pé esquerdo; 37 de cabeça; 42 com o pé direito e 4 de penalti.

1º GOLO DO PENTA

RUI FILIPE

Quando no início da época 1994/95, o FC Porto deu o pontapé de saída, frente ao Sp. Braga, a primeira grande manifestação de alegria foi obra de Rui Filipe, que marcou o 1º golo da época, e da série do Penta.
Sete dias depois (28 de Agosto de 1994), Rui Filipe era vítima mortal de um acidente de viação, enlutando não só os Portistas como todo o futebol português. Tinha 26 anos e tudo para dar ao futebol, porque os seus recursos eram inegáveis. Centrocampista de talento – revelava agressividade, lucodez, boa leitura de jogo e razoável potência de remate -, Rui Filipe afirmara-se como herdeiro de André e preparava-se para comandar o meio-campo Portista na luta pela conquista do primeiro campeonato de Bobby Robson.

A modesta contribuição no relvado - um golo e uma boa exibição, no triunfo por 2-0, sobre o Sp. Braga – aumentaria na proporção da saudade que deixou entre os companheiros, que passaram toda a época a afirmar que queriam ganhar o título para o dedicar à memória de Rui Filipe. Um incentivo que também terá sido um contributo para a conquista de um campeonato que, tal como tinham prometido, todos os jogadores dedicaram a Rui Filipe, cuja imagem perdurará por muito tempo nas Antas.

OUTROS GOLEADORES

1994/95
T C F GP
Domingos 19 10 9 2
Rui Barros 9 3 6 0
José Carlos 8 5 3 0
Folha 6 5 1 0
Emerson 5 0 5 0
Secretário 5 3 2 0
Drulovic 5 4 1 0
Aloísio 5 5 0 3
Iuran 4 2 2 0
Kulkov 4 2 2 0
Latapy 1 0 1 0
Jorge Costa 1 1 0 0
Rui Filipe 1 1 0 0
Baroni 1 1 0 0
Kostadinov 1 1 0 0

19995/96
T C F GP
Domingos 25 13 12 2
Edmilson 13 9 4 1
Drulovic 8 5 3 0
Lipcsei 6 4 2 0
Latapy 5 4 1 0
Rui Barros 4 1 3 0
Emerson 4 3 1 0
Folha 4 3 1 0
J. M. Pinto 3 2 1 0
Jorge Couto 3 2 1 0
Bino 2 1 1 0
Mielcarski 2 1 1 0
Quinzinho 2 2 0 0
Rui Jorge 2 2 0 0
Jorge Costa 1 1 0 0

1996/97
T C F GP
Jardel 30 14 6 0
Edmilson 10 3 7 3
Zaohvic 7 4 3 0
Artur 5 0 5 0
Jorge Costa 4 2 1 0
Barroso 4 4 0 0
F. Mendes 3 1 2 0
Rui Barros 3 1 2 0
J. M. Pinto 3 2 1 0
Folha 3 2 1 0
Domingos 2 1 1 0
Costa 1 0 1 0
Drulovic 1 0 1 0
Wetl 1 0 1 0
S. Conceição 1 1 0 0
Mielcarski 1 1 0 0

1997/98
T C F GP
Jardel 26 15 11 2
S. Conceição 8 6 2 0
Artur 6 4 2 0
Zahovic 6 5 1 0
Rui Barros 5 4 1 0
Capucho 4 2 2 0
P. Santos 4 3 1 3
Drulovic 4 3 1 0
Mielcarski 3 1 2 0
Chippo 2 2 0 0
Barroso 1 0 1 0
Gaspar 1 0 1 0
Doriva 1 1 0 0
J. M. Pinto 1 1 0 0
F. Mendes 1 1 0 0

1998/99
T C F GP
Jardel 36 19 17 2
Zahovic 14 4 10 1
Capucho 6 4 2 0
Aloísio 4 3 1 0
Quinzinho 4 4 0 0
Doriva 4 4 0 0
Drulovic 3 3 0 0
Rui Barros 2 0 2 0
J. M. Pinto 2 1 1 0
Jorge Costa 2 2 0 0
Chaínho 2 2 0 0
Mielcarski 2 2 0 0
F. Mendes 1 0 1 0
Esquerdinha 1 1 0 0
Peixe 1 1 0 0
P. Santos 1 1 0 0

5 ÉPOCAS – 5 ESTRELAS

Passaram cinco anos, emergiram cinco estrelas, ou melhor, cinco jogadores de cinco estrelas.
Vítor Baía, com defesas fabulosas ou uma postura intimidatória, foi herói no início e no fim da caminhada do Penta. Em 1994/95, sofreu apenas 15 golos, o que é extraordinário, e em 1998/99 regressou para fazer a segunda volta e dar à equipa a consistência de que necessitava.

A segunda época rumo ao Penta teve em Domingos o seu grão-mestre do golo, ele que na época seguinte seria substituído na liderança do ataque Portista por um brasileiro longilíneo chamado Jardel, que desde a chegada às Antas já marcou mais de uma centena de golos.

As épocas seguintes revelaram Sérgio Conceição – entretanto transferido para a Lázio, de Itália, por 1,4 milhões de contos (sete milhões de euros) – e Zahovic, que fez uma época fantástica e também poderia estar de saída.

ZAHOVIC (1998/1999)

Chegou às Antas a pedido de António Oliveira e logo se fez notado, porque protagonizou um transferência rocambolesca, que envolveu os serviços da Liga, já que o Guimarães alegava ter enviado a carta de vinculação ao jogador, com cópia remetida à Liga, documento esse que nunca foi encontrado. O jogador ficou a custo zero para o FC Porto, mas provocou mais um momento de fricção entre Portistas e vimaranenses, mais tarde sanado com a cedência de jogadores ao Guimarães. Tanto é que a transferência de Capucho para as Antas, um ano depois, foi pacífica.

Sem ter feito pré-época, Zahovic foi “guardado” por António Oliveira nas duas primeiras jornadas da época – Setúbal em casa e Leiria fora – para aparecer como titular em Milão, na primeira jornada de uma participação gloriosa na Liga dos Campeões. Desde então, o craque esloveno só saiu da equipa pontualmente, em alguns casos por castigo interno, pois a sua irreverência e indisciplina táctica já lhe causaram alguns amargos de boca.
Zahovic adora jogar nas costas do ponta-de-lança e procura ocupar sempre essa zona do terreno, o que muitas vezes contraria as indicações dos técnicos, porque Zahovic quer marcar golos e jogar como segundo homem de área, independentemente do sistema táctico ser ou não propício a que o faça.

Com António Oliveira, que raramente abdicava de dois trincos, as incursões do esloveno eram disfarçadas pela acção de Paulinho e Barroso ou Doriva. Com Fernando Santos tudo foi diferente, porque o sistema táctico contempla apenas um trinco e exige que os dois médios que o acompanham sejam capazes de fazer o vaivém. Ora, Zahovic, quando decide pisar terrenos que pelo novo esquema lhe estão vedados só faz o vai, esquecendo-se do “vem”, o que deixa Fernando Santos à beira de um ataque de nervos.

Para além das desobediências, Zahovic acaba de assinar a sua melhor época ao serviço do FC Porto, tendo feito um campeonato bastante bom e uma Liga dos Campeões fantástica. Segundo o próprio, apesar de ter contrato estará em fim de ciclo.

SÉRGIO CONCEIÇÃO (1997/1998)

Sérgio Conceição foi uma peça vital na conquista do Tetra. Realizou um final de época 1997/98 notável, catapultando, graças à sua energia e à alegria do seu futebol, o FC Porto para o título. Foi sobretudo por ter recusado uma proposta milionária do D. Da Corunha que Sérgio Conceição mais se fez notar, tornando-se, a par de Jardel e de Drulovic, um dos mais influentes jogadores de uma equipa que atravessou um período difícil, antes de arrancar definitivamente para a conquista do quarto campeonato consecutivo.

Numa temporada em que o FC Porto esteve sujeito a forte pressão, Sérgio Conceição viveu, igualmente, momentos de alguma tensão, envolvendo-se até nas opções técnicas. Em Leiria, num jogo respeitante à Taça de Portugal, Sérgio Conceição questionou as escolhas de António Oliveira, que o deixou de fora nesse jogo. “A continuar assim terei de falar com o presidente”, disse na altura. Dias depois, Sérgio Conceição retratou-se, desculpou-se junto do grupo de trabalho e o caso morreu aí.

No final da época, o Corunha apertou o cerco, mas Sérgio Conceição disse não, manifestando-se contra os empresários que circulam no futebol. “Quero o Tetra”, justificou. A partir desse momento, embalou para jogos inesquecíveis, marcando belíssimos golos e protagonizando assistências mortíferas que Jardel foi aproveitando. Depois o convite da Lázio, os milhões, o Cálcio e a fama. Sérgio Conceição teve, em 1997/98, a sua época de ouro que confirmou no criterioso campeonato italiano e também ao serviço da Selecção Nacional. Poderoso, com um pique fantástico, excelente leitura de jogo e muito carácter na forma como se desdobra no apoio defensivo foram itens fundamentais que encantaram Eriksson. Sempre com o FC Porto no coração, Sérgio Conceição é (foi), sem favor, um dos mais distintos futebolistas que o futebol português gerou.

MÁRIO JARDEL (1996/97)

Três épocas de sonho, mais de cem golos, alguns belíssimos, Bota de Ouro reservada, assim se escreve a história de Jardel enquanto avançado do FC Porto. Pinto da Costa perdeu a cabeça e contratou-o ao Grémio de Porto Alegre. Jardel chegou, cara de menino, tímido e reservado e o povo ficou com dúvidas. Mas Jardel começou a marcar muitos golos. Primeiro de cabeça, depois com qualquer dos pés, num estilo eficaz e inconfundível. Para desconhecido, pode-se dizer que fez uma primeira época mortífera, ajudando o FC Porto a ganhar o Tri.

O seu nome começou a ser uma referência na difícil arte de marcar. Ficou e aprimorou o seu jogo. Voltou a marcar, apesar da dureza dos defesas prevenidos, porque o adversário não dorme. Aquele jogo em San Siro, lembram-se? Os golos ao Benfica, recordam-se? Jardel tem o dom divino dos golos. Bonitos ou “à Muller”, de lado ou com a canela, em voo picado ou num desvio subtil. E como salta Jardel! Foi Tetra e continuou, apesar de se falar muito na possibilidade de sair. Atravessou momentos difíceis de algum “frisson” com António Oliveira. E depois tinha a questão do ombro, que saía do sítio mas não o impedia de marcar golos.

E vieram os objectivos seguintes, cada dia mais ambiciosos. Recebeu a Bota de Ouro europeia que premeia o melhor marcador do velho continente. Vai continuar a marcar golos nas Antas, Barcelona, Madrid, São Paulo, Pequim ou Nairobi, porque Jardel é a personificação do golo. Mantém o ar de menino, o sorriso tímido. Aumentou a confiança, porque os golos são eternos. Onde quer que jogue no virar do milénio, Jardel terá sempre um ninho para escrever as memórias. Na Foz do Douro.

DOMINGOS PACIÊNCIA (1995/96)

Na primeira época que Bobby Robson levou nas Antas de fio a pavio descobriu, sensivelmente a meio da temporada, que tinha nas suas fileiras um rapaz franzino e habilidoso que sabia marcar golos. A custo, é verdade, lá o começou a pôr a jogar e a época de 1994/95 – 19 golos – marcou o renascimento do ponta de lança que tinha despontado em 1989/90 – 25 golos - pela mão de Artur Jorge, mas que depois tinha mantido uma carreira intermitente, alternando golos e boas exibições com alguns períodos no banco dos suplentes. Depois de perceber o que valia de Domingos, Bobby Robson não mais o largou da mão, obrigando-o, inclusivamente, a alinhar em jogos com o Sporting de Lamego ou o União de Lamas, ambos a contar para a Taça de Portugal.

Porque sem Domingos a equipa não sabia marcar golos, ficava sem jeito, envergonhada, incapaz de desenvolver o seu futebol, que na altura era mesclado de força – no meio campo jogavam Emerson e Kulkov… - e arte, pois a dianteira estava entregue a homens com a arte de Edmilson e Drulovic. Para além de Domingos, claro, que aos 19 golos da primeira meia época que jogou com o treinador inglês respondeu com 25 na segunda.

A o rumar a Barcelona, Bobby Robson aconselhou ao colosso espanhol as contratações de Vítor Baía e Domingos, mas depois de deixar sair o guarda-redes o FC Porto não mostrou disponibilidade para ceder o avançado, que viria a vender no final da época seguinte, depois de uma campanha para esquecer, que começou com uma rotura dos ligamentos cruzados de um joelho. E antes tinha sido o Europeu de Inglaterra passado no banco, entrando às vezes, depois de ter sido o MVP do campeonato.

E se nas Antas ainda há muita gente com saudades de Domingos, as dele não serão menores em relação ao clube que o viu nascer.

VÍTOR BAÍA 1994/95

Chegou à baliza do FC Porto com 18 anos e aos 19 já era titular. A partir daí cimentou uma carreira de sucesso, que conheceu um hiato de um ano já esquecido com o regresso às Antas. O primeiro título da série que conduziu ao PENTA teve em Vítor Baía a mais cintilante das estrelas Portistas. Tendo jogado a época inteira, sofreu apenas quinze golos. Um feito notável que ficou a dever-se, em grande parte, - como mais tarde viria a provar… - às qualidades do guarda-redes. E por qualidades não pode entender-se apenas os reflexos, a elasticidade ou as muitas e complicadas defesas que fez, mas também – se calhar principalmente… - a sua inegável capacidade de liderança. Basta atentar no que se passou na época que agora termina (1998/99): desde que regressou às Antas, em Janeiro, não teve que fazer nenhuma verdadeira “defesa à Vítor Baía” e em meio campeonato foi o mais utilizado e o menos batido dos guarda-redes Portistas.

Voltando ao contributo para o PENTA, Vítor Baía acabou por ser decisivo no PRIMEIRO título da série e importante no SEGUNDO e no QUINTO. Em 19995/96 foi suspenso depois de em Campo Maior responder a soco a uma cobarde agressão de foi vítima por parte de Pedro Morcela, dirigente do Campomaiorense. No final da época mudou-se para Barcelona e por lá ficou dois anos e meio, tendo regressado a tempo de relançar a sua carreira e oferecer ao FC Porto a solidez defensiva de que necessitava há… dois anos e meio.

Foi o regresso do chefe da segurança, com vantagens para a equipa e companheiros de sector, principalmente os centrais, pois sempre que a bola se encaminha para a área Portista o entendimento entre os que defendem é perfeito, deixou de haver o vais lá tu ou vou lá eu. Aloísio recomeçou e acabou a época em grande, como se tivesse acabado de fazer 20 anos, e Jorge Costa terá feito a sua melhor época de sempre.
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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty Re: [Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 8:03 pm

SAD, MUDAR TUDO E FICAR NA MESMA

Recordem-se as palavras dos criadores e diga-se, hoje, que a FC Porto, Futebol, SAD consolidou um êxito anunciado. A polémica (que antecedeu e teve continuidade) da constituição de uma empresa, com interesses iminentemente comerciais, para gerir o futebol dos dragões, não acabou mas está demasiado esbatida para merecer atenção de facto. A realidade é quase uma cópia das previsões que Pinto da Costa fizera quando assumiu a presidência do Conselho de Administração, garantindo, então, que nada mudaria; quando muito ao rigor da gestão então já em vigor no clube poderia ser aperfeiçoado. De resto, em termos desportivos, nada, rigorosamente nada sofreria alteração…

Hoje, é fácil dizer que o presente é igual ao passado. A conquista do PENTA começou antes do advento da SAD e materializou-se já com o Conselho de administração instalado na Torre das Antas. A sede de vitórias é a mesma e os negócios, se diferem, são sobretudo produto dos tempos, nada garantindo que não fossem feitos noutras circunstâncias. Ou seja, as mudanças são visíveis, ao nível das estruturas e da própria gestão, mas, em termos desportivos, está tudo na mesma. E se é certo que, nos momentos piores, os adeptos gostam de apontar o dedo à Torre, para fazer acusações extravasando o desalento de quem não está habituado a perder, não o é menos que exactamente os mesmos adeptos vibram e festejam com o mesmo sentimento do passado os triunfos da equipa de futebol. E gritam FC Porto.

Obviamente!

NEGÓCIOS DE MILHÕES COM VÍTOR BAÍA NO VAIVÉM

Não é ainda tempo para quantificar, em números exactos, os negócios que o FC Porto efectuou com Vítor Baía, tendo por base a venda do passe ao Barcelona, em 1996/97, e o seu regresso às Antas, em Janeiro passado (1999). Por enquanto, o que se pode dizer é que os Portistas encaixaram cerca de 1,2 Milhões de contos (6 Milhões €), quando aceitaram a transferência do guarda-redes para Espanha e que beneficiaram do contributo, claramente decisivo, que Baía deu nesta época para a conquista do PENTA. Quanto ao resto, há que esperar.
O FC Porto conseguiu, agora, o passe por empréstimo, que durará até ao final da próxima temporada (1999/2000). Depois, os dois clubes, (FC Porto e Barcelona) e o atleta terão que decidir o que fazer, colocando-se três hipóteses: o regresso de V. Baía ao Barcelona; a compra do passe pelo FC Porto; a transferência para um terceiro clube. É cedo para conclusões…

GRANDES NEGÓCIOS DO PENTA

Compras
1996/97 – Jardel – Grémio – 800 mil contos (4 Milhões €)
1997/98 – Doriva – Atl. Mineiro – 600 mil contos (3 Milhões €)

Vendas
1996/97 – Vítor Baía – Barcelona – 1,2 Milhões de contos (6 Milhões €)
1996/97 – Emerson – Middlesbrough - 800 mil contos (4 Milhões €)
1997/98 – Edmilson – P.SaintGermain - 600 mil contos (3 Milhões €)
1997/98 – Domingos – Tenerife – 1,5 Milhões de contos (7,5 Milhões€)
1998/99 – Sérgio Conceição – Lázio – 1,8 milhões de contos (9 Milhões €)
1998/99 – Doriva – Sampdória – 1,4 Milhões de contos (7 milhões€)

Quem foram os atletas (68!) jogadores que contribuíram para o PENTA

SILVINO
Tempo útil: 906’ - Jogos: 12 - Épocas: 95/96 e 96/97 - Golos sofridos: 6
Foi tricampeão aos 38 anos, porque sempre teve uma força interior impressionante. Quando fracturou a clavícula no estádio da Luz, na época 1995/96, deram-no como acabado. Silvino disse sempre que não.
Na época seguinte, começou por não ser inscrito, mas nunca fez contra vapor. Trabalhou e o seu nome voltou a constar no “dossier” de operacionais. Acabou a temporada a titular (fez 12 jogos). O seu nome também está ligado ao PENTA.

HILÁRIO
Tempo útil: 1997’ - Jogos: 21 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos sofridos: 19
Foi um ícone na primeira época de António Oliveira (1996/97), para melhor, quando na estreia, no estádio de Alvalade, e para o pior, depois da derrota em Manchester. Voltou a jogar na temporada seguinte mas acabaria, no início desta temporada (1998/99), emprestado ao Estrela da Amadora, onde fez uma excelente época. Continua uma reserva para as balizas do FC Porto.

ERIKSSON
Tempo útil: 856’ - Jogos: 9 - Épocas: 95/96, 96/97 e 97/98 - Golos sofridos: 11
Em duas épocas de FC Porto jogou apenas 9 encontros em três campeonatos: 4 em 95/96 e 1 em 96/97 e 4 em 97/98.
Muito pouco para um guarda-redes que, durante épocas a fio, foi a sombra de Thomas Ravelli, na baliza da Suécia. Poucos jogos, mas um grande sentido profissional, até à saída, no final da temporada (97/98).

WOZNIAK
Tempo útil: 672’ - Jogos: 7 - Épocas: 96/97 - Golos sofridos: 2
Suceder a Vítor Baía acabou por se tornar um pesadelo e Wozniak, primeira aposta para a baliza no campeonato de 1996/97, nunca teve arcaboiço mental para resistir à pressão de substituir um ídolo que jogou, ininterruptamente, oito épocas no clube. Cedido ao Braga, acabou, igualmente, por não se impor, rescindindo com o FC Porto no final de 1997/98.

CÂNDIDO
Tempo útil: 105’ - Jogos: 2 - Épocas: 94/95 - Golos sofridos: 0
Na vitrina, em lugar de destaque, está a faixa de campeão de 1994/95, como suplente de Vítor Baía. Só fez um jogo, mas o seu nome integra o naipe dos campeões que contribuíram para o PENTA.

VÍTOR NÓVOA
Tempo útil: 198’ - Jogos: 3 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos sofridos: 6
Bicampeão (1994/95, 1995/96), Vítor Nóvoa jogou, no entanto, muito pouco, porque esteve sempre (tal como todos os outros) tapado por V. Baía. Um jogo completo (1995/96 frente ao U. Leiria), dois incompletos, eis o trajecto de V. Nóvoa pelos seniores do FC Porto, depois de ter sido, anos a fio, titular das principais equipas do futebol juvenil dos Portistas.

JORGE SILVA
Tempo útil: 6’ - Jogos: 1 - Épocas: 96/97 - Golos sofridos: 1
Com uma passagem efémera pelos Portistas, foi campeão porque jogou 6 minutos. O FC Porto foi recrutá-lo (ao Rio Ave), a meio da época de 1995/96 devido a uma lesão de Silvino quando Vítor Baía estava castigado (“caso Morcela”).

JOÃO PINTO
Tempo útil: 4610’ - Jogos: 56 - Épocas: 94/95, 95/96 e 96/97 - Golos: 0
Depois da conquista do TRI, viu o TETRA da bancada, pois já era treinador da equipa de juniores, mas o seu nome estará sempre associado à história do FC Porto, clube a que se encontra ligado há mais de vinte anos. Esteve sempre nos grandes momentos do futebol Portista: na final da Taça dos Campeões Europeus como capitão em Viena (1987), na vitória da Taça Intercontinental, em Tóquio, como titular (1988), e nos dois jogos da Supertaça Europeia (contra o Ajax, em 1988). O seu palmarés interno é igualmente impressionante: 9 campeonatos, Taças de Portugal e 6 Supertaças. É (era) o mais internacional jogador português. Mais de 400 jogos ao serviço do FC Porto.

BUTOROVIC
Tempo útil: 514’ - Jogos: 9 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 0
O croata que o FC Porto foi contratar ao Hajduk Split, decorria a temporada de 1996/97, não estabilizou na equipa. Na época de estreia fez apenas 3 jogos e na seguinte assinou o livro de presenças por seis vezes. A sua velocidade e o seu remate – pormenores que revelou ao serviço do Split – não chegaram a ter confirmação ao serviço dos Dragões. Mudou-se para o Vitesse, da Holanda.

BANDEIRINHA
Tempo útil: 205’ - Jogos: 3 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 0
Em duas épocas, jogou duas vezes em 1994/95 e foi suplente utilizado num jogo da temporada seguinte. O seu nome fica ligado ao clube, sobretudo, por feitos anteriores.

RUI ÓSCAR
Tempo útil: 22’ - Jogos: 1 - Épocas: 96/97 - Golos: 0
Integrou o plantel na época de 1996/97 e jogou apenas 22 minutos, frente ao Salgueiros.

NEVES
Tempo útil: 345’ - Jogos: 5 - Épocas: 97/98 - Golos: 0
Utilizado em cinco jogos em 1997/98, voltou a não conseguir impor-se no FC Porto. Tendo dado nas vistas na condição de emprestado – Belenenses e Marítimo – nunca conseguiu impor-se nas Antas, mudando-se, já no decorrer da presente temporada (97/98), para Chaves.

JOSÉ CARLOS
Tempo útil: 3253’ - Jogos: 36 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 8
Fez em 1994/95, com Bobby Robson a treinador, a sua melhor época, participando em 28 jogos e marcando 8 golos. Jogador duro e com um remate muito forte, o central brasileiro transferiu-se, depois, para o Marítimo.

MATIAS
Tempo útil: 278’ - Jogos: 4 - Épocas: 95/96 - Golos: 0
Em 1995/96, com problemas no eixo central da defesa, os responsáveis Portistas encontraram em Matias, que jogava então no Leça, uma solução temporária. Fez 4 jogos - 3 como titular - , ligando assim o nome à conquista do histórico PENTA.

LULA

Tempo útil: 682’ - Jogos: 9 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 0
A sua passagem pelo FC Porto não foi muito feliz. As lesões, quase todas de recuperação demorada, obstaram a uma presença mais regular na equipa. Na época de 1996/97 esteve presente em quatro jogos, e foi um dos que tiveram o privilégio de jogar e vencer o Milan, em San Siro. Em 1997/98, foi utilizado em quatro partidas, regressando ao Brasil no final da temporada.

GASPAR
Tempo útil: 981’ - Jogos: 9 - Épocas: 97/98 - Golos: 1
Um dos reforços da época de 1997/98, o ex-central do V. Setúbal participou em 8 jogos (marcou um golo, no Bessa) e bisou no triunfo (muito difícil) do FC Porto, na Maia, num jogo da Taça de Portugal. Não foi incluído nos planos de Fernando Santos, sendo emprestado ao Leça.

DIAZ
Tempo útil: 12’ - Jogos: 1 - Épocas: 96/97 - Golos: 0
Tal como muitos outros que estiveram a trabalhar nas Antas, nestes cinco campeonatos, o uruguaio não foi feliz. Levou a faixa para casa pela meia dúzia de minutos que esteve em campo no último jogo dos Portistas no campeonato do TRI (em Braga).

RUI JORGE
Tempo útil: 4306’ - Jogos: 54 - Épocas: 94/95 a 97/98 - Golos: 2
Era, há um ano (1998), um dos mais emblemáticos jogadores do FC Porto, clube que serviu 16 anos. Influente peça no balneário e na orgânica do grupo de trabalho, Rui Jorge, na temporada passada (1997/98), a da despedida do clube, não atingiu um nível consentâneo com o seu passado. Presente em apenas 6 jogos, não teve oportunidades suficientes para recuperar um lugar que foi seu durante épocas e mudou-se para o Sporting.

KENEDY
Tempo útil: 679’ - Jogos: 9 - Épocas: 97/98 - Golos: 0
Uma das surpresas do início de 1997/98. Poucos imaginariam a sua contratação atendendo à época regular que tinha feito ao serviço dos franceses do Paris Saint-Germain. A par do marroquino Chippo constituiu uma das novidades – sempre habituais nos mandatos de Pinto da Costa – na megafesta de apresentação do plantel aos sócios na noite de 2 de Agosto, de 1997. Depois de ter estado, até bem perto do final da época, na prateleira, Kenedy mostrou-se na ponta final, mas nem por isso deixou de estar incluído na lista das dispensas, demorando a encontrar um novo clube. Passou pela II Divisão espanhola (Albacete) e regressou a Portugal, a convite do Estrela da Amadora.

BARROSO
Tempo útil: 2785’ - Jogos: 35 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 5
Foi boa a época de estreia nas Antas, em 1996/97, quase se eclipsando na segunda, onde jogou apenas oito vezes ( no campeonato anterior tinha feito 26 jogos), porque Paulinho esteve sempre em acção e depois chegaram Chippo e Doriva. Barroso não conseguiu aguentar a concorrência, acabando por ser preterido e, no final da temporada, dispensado à Académica.

COSTA
Tempo útil: 353’ - Jogos: 6 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 1
Dois anos a trabalhar para o TRI e para o TETRA mas sempre com êxito reduzido. A sua passagem pelo FC Porto coincidiu com o reinado de António Oliveira, mas nem por isso o técnico lhe deu grandes hipóteses para se impor. Daí a saída, tentando no V. Guimarães o que não conseguira nas Antas: ser titular.

SÉRGIO CONCEIÇÃO
Tempo útil: 4541’ - Jogos: 55 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 8
A estrela mais cintilante do TETRA. O FC Porto jogou mais ou menos consoante o trabalho do internacional português, um extremo fantástico, com piques notáveis, remates certeiros e cruzamentos a régua e esquadro. Despertou a cobiça dos milionários do “Cálcio” e mudou-se para a Lázio no final da época transacta (97/98), numa transferência que, na altura, foi recorde nacional em termos financeiros.

ANDRÉ
Tempo útil: 143’ - Jogos: 5 - Épocas: 94/95 - Golos: 0
Durante onze épocas deixou litros de suor espalhados pelos campos participando, de forma activa, em todas as grandes vitórias internacionais da equipa. Foi dos mais dinâmicos “carregadores de piano”que alguma vez o futebol português criou. Um trabalhador incansável, capaz de todos os sacrifícios. Ligado ao Tetra como jogador – fez parte da equipa de 1994/95, jogando cinco vezes – e como adjunto de António Oliveira nas campanhas de 1996/97 e 1997/98 e de Fernando Santos em 1998/99

SEMEDO
Tempo útil: 138’ - Jogos: 3 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 0
Ficará sempre ligado à história do FC Porto, já que durante doze épocas esteve ao serviço do futebol sénior Portista. Mais de 200 jogos no campeonato português e uma forma muito especial de jogar de um futebolista tecnicamente acima da média. Integrou o plantel nas épocas de Bobby Robson, mas só jogou 180 minutos.

JAIME MAGALHÃES
Tempo útil: 22’ - Jogos: 1 - Épocas: 94/95 - Golos: 0
Na altura do PENTA, era o treinador da equipa de infantis do FC Porto, tendo dedicado toda a sua vida ao Clube. Quinze épocas como profissional, esteve na final de Basileia e ajudou a ganhar a Taça dos Campeões Europeus, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia. Na época de 1994/95 jogou 22 minutos, tempo que o liga ao PENTA.

KULKOV
Tempo útil: 2117’ - Jogos: 24 - Épocas: 94/95 - Golos: 2
Foi um trinco seguro e com passagem muito positiva pelo FC Porto na época de 1994/95, participando em 22 jogos e apontando 2 golos. Formou com Emerson, na altura, uma dupla de… betão.

EMERSON
Tempo útil: 550’ - Jogos: 60 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 9
Contribuiu de forma decisiva, e durante duas épocas, para o domínio total e inequívoco dos Portistas no campeonato nacional. Em 1994/95 fez 31 jogos e marcou 5 golos, na temporada seguinte esteve em 29 e fez 4 golos. Duro, levou a equipa ao colo jornadas a fio, emprestando-lhe agressividade e fazendo girar todas as unidades.

WETL
Tempo útil: 490’ - Jogos: 11 - Épocas: 96/97 - Golos: 1
O internacional austríaco foi cedido, em 97/98, ao Rapid Viena, participando na conquista do TRI, ao realizar 11 jogos em 1996/97 e marcando um golo.

LIPCSEI
Tempo útil: 1865’ - Jogos: 23 - Épocas: 96/97 - Golos: 6
Uma lesão complicada obstou a que o internacional húngaro pudesse dar continuidade ao bom trabalho que desenvolveu no campeonato de 1995/96 em que foi 21 vez utilizado, tendo marcado 6 golos. Transferiu-se, já no decorrer da temporada de 98/99, para a Áustria.

BINO
Tempo útil: 556’ - Jogos: 14 - Épocas: 95/96 e 96/97 - Golos: 2
Um caso de clara inadaptação ao clube que o ajudou a nascer para o futebol. Bino fez apenas um jogo pelo FC Porto na temporada de 1996/97, acabando emprestado ao Marítimo. Na época do PENTA jogava no Sporting.

LATAPY
Tempo útil: 2549’ - Jogos: 40 - Épocas: 94/95 e /96 - Golos: 6
Realizou 40 jogos nas duas épocas em que esteve ao serviço do FC Porto, mas foi na temporada de 1995/96 em que mais se notabilizou ao ponto de ter feito mais de 26 jogos como titular e ter marcado 5 golos.

RUI FILIPE
Tempo útil: 93’ - Jogos: 1 - Épocas: 94/95 - Golos: 1
A morte roubou-o ao futebol. Foi dele o primeiro golo do PENTA, no jogo que os Portistas bateram, nas Antas, o Braga, por 2-0.

BARONI
Tempo útil: 338’ - Jogos: 14 - Épocas: 94/95 - Golos: 1
Suplente utilizado 14 vezes no campeonato de 1994/95, o avançado peruano teve uma passagem pouco gratificante pelo FC Porto.

EDMILSON
Tempo útil: 4663’ - Jogos: 58 - Épocas: 95/96 E 96/97 - Golos: 23
Teve participação decisiva no TRI, quer no campeonato de 1995/96 (31 jogos e 13 golos) quer no de 1996/97 (27/10). Um avançado fadado para os grandes momentos, para os jogos decisivos. Jogador de explosões, rápido e mortífero na zona de finalização. É capaz de alterar as exibições brilhantes com outras de desacerto quase total.

IURAN
Tempo útil: 1657’ - Jogos: 23 - Épocas: 94/95 - Golos: 23
Poderosíssimo nos duelos individuais, foi um assistente precioso de Domingos, quando, na época de 1994/95 quando este se sagrou melhor marcador do clube com 19 golos.

DOMINGOS
Tempo útil: 5572’ - Jogos: 77 - Épocas: 94/95 a 96/97 - Golos: 46
Três títulos seguidos (94/97), melhor marcador do campeonato em 1995/96, com 25 golos, Domingos ficará ligado à história do FC Porto, porque foi, durante mais de uma dezena de anos, uma das suas bandeiras. Um fino marcador de golos, um repentista capaz das jogadas mais inacreditáveis e de finalizações impossíveis.

KOSTADINOV
Tempo útil: 101’ - Jogos: 2 - Épocas: 94/95 - Golos: 1
Grande finalizador, mas também um mortífero assistente, capaz das jogadas mais incríveis. Um avançado talhado para os grandes jogos foi peça - chave nos dois campeonatos ganhos pelo FC Porto antes do primeiro título que conduziu ao PENTA. Em 1994/95 participou em dois jogos e marcou um golo.

JORGE COUTO
Tempo útil: 690’ - Jogos: 14 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 3
Nunca teve uma presença assídua na equipa Portista, jogando algumas vezes, passando despercebido noutras. Nas épocas de 1994/95 e 1995/96 participou em 14 jogos marcando três golos.

VÍTOR BAÍA
Tempo útil: 7081’ - Jogos: 75 - Épocas: 94/95, 95/96 e 98/99 – Golos sofridos: 34
Uma referência obrigatória das balizas mundiais. Conquistou os dois primeiros títulos do PENTA, transferindo-se, depois, para o Barcelona – por 1,2 milhões de contos (6 M€) – e continuou a ser um nome sagrado na história do FC Porto. Tanto que, quando as coisas apertaram em 98/99 e Baía estava disponível em Espanha, Pinto da Costa, em Janeiro, não hesitou em fazê-lo regressar, conseguindo uma jogada decisiva para a conquista deste Campeonato.

RUI CORREIA
Tempo útil: 3615’ - Jogos: 38 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos sofridos: 35
Titular quase absoluto na equipa que conquistou o TETRA (fez 27 jogos), o guarda-redes que o FC Porto foi buscar ao Braga fez uma época com altos e baixos, mas foi sempre a primeira aposta de António Oliveira. Com Fernando Santos chegou Kralj e, ainda assim, Rui Correia conquistou espaço, que perdeu, definitivamente, com a chegada de Vítor Baía

COSTINHA
Tempo útil: 39’ - Jogos: 2 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos sofridos: 0
Para Mlynarczyk, treinador dos guarda-redes do FC Porto, Costinha poderia ser um novo V. Baía. Uma paragem de quase uma época não impediu, na época passada (97/98), que os Portistas o fossem contratar, depois de resolvida a questão com o Sporting. Curiosamente, Fernando Santos também não lhe deu oportunidades, pelo que passou uma época a … treinar.

KRALJ
Tempo útil: 676’ - Jogos: 7 - Épocas: 98/99 – Golos sofridos: 9
Chegou às Antas como o verdadeiro sucessor de Baía mas não foi capaz de viver com tamanha pressão. Sucederam-se erros, apesar das oportunidades que Fernando Santos lhe deu, ao ponto de ter sido alvo de muitas críticas pela teimosia na aposta no jugoslavo. O desfecho da história foi o mais previsível: Kralj regressou em Fevereiro à sua terra natal, já com destino para o PSV Eindhoven, da Holanda, que deixou nos cofres do FC Porto a quase totalidade do investimento feito no inicio da temporada.

SECRETÁRIO
Tempo útil: 9585’ - Jogos: 106 - Épocas: 94/95, 95/96, 97/98 e 98/99 – Golos: 5
Só faltou o TRI. Não foi totalmente feliz no Real Madrid e o FC Porto voltou a abrir-lhe as portas. Chegou na época passada (97/98), a tempo ainda de participar em 19 jogos, sempre a lateral direito, depois de ter sido, com Bobby Robson ao leme, utilizado várias vezes no meio-campo. Exibiu-se este ano (98/99), ao seu melhor nível e foi decisivo na vitória do Penta.

NELSON
Tempo útil: 131’ - Jogos: 2 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
O FC Porto precisava de um lateral que “afrontasse” Secretário e, quando necessário, Fernando Mendes. Fez, por isso, regressar Nelson do futebol inglês, numa aposta que se revelaria infeliz. Não porque o defesa falhasse nas oportunidades que lhe foram dadas, simplesmente porque Fernando Santos nem sequer teve oportunidade para o chamar. Uma série de lesões marcou uma época negra para o internacional português.

JORGE COSTA
Tempo útil: 9513’ - Jogos: 105 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 8
Uma lesão na pré-época de 1997/98, na Suécia, impediu o capitão Portista de estar ao seu melhor nível. Aliás, depois de ter recuperado, de forma espectacular a uma operação aos ligamentos, voltou a magoar-se, parando outra vez. Na sua “contabilidade” pessoal, Jorge Costa, já leva cinco operações com algum risco, mas a todas continua a reagir com uma disponibilidade notável. Foi o grande líder do plantel, sendo dos jogadores que mais facilmente assimilaram as ideias de Fernando Santos, fazendo a sua melhor época de sempre.

ALOÍSIO
Tempo útil: 13562’ - Jogos: 148 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 9
Os anos parecem não passar por Aloísio que já leva nove épocas ao serviço do FC Porto. Os treinadores mudam, os companheiros são outros – com o brasileiro já jogaram Paulo Pereira, Fernando Couto, João Manuel Pinto, Gaspar, Jorge Costa, José Carlos, Lula, entre outros -, a filosofia pode ser alterada, mas Aloísio mantém-se de pedra e cal. De uma eficiência notável, sabe estar em campo como poucos. E já renovou contrato.

JOÃO MANUEL PINTO
Tempo útil: 4618’ - Jogos: 74 - Épocas: 95/96 a 98/99 – Golos: 9
Com a lesão de Jorge Costa afirmou-se como um dos mais destacados defesas no ano do TETRA. Com o capitão de novo em forma, voltou ao banco dos suplentes, praticamente toda a temporada. Foi na condição de suplente utilizável que Fernando Santos lhe explorou a faceta de polivalente, fazendo-o jogar como central, mas também como lateral ou, mesmo, ponta-de-lança.

FERNANDO MENDES
Tempo útil: 4800’ - Jogos: 60 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 5
Começou a época como lateral-esquerdo sem oposição. Os seus melhores momentos coincidiram no mesmo jogo: em Amesterdão, com o Ajax, na Liga dos Campeões. Estava a ser o melhor em campo quando sofreu uma lesão que o obrigou a sair. Em Janeiro chegou Esquerdinha e, depois do encontro com o Boavista, perdeu a titularidade para o brasileiro.

RICARDO CARVALHO
Tempo útil: 98’ - Jogos: 1 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Sempre que tem oportunidade, Pinto da Costa lembra que o central é uma aposta sua. Pela primeira vez no plantel sénior do FC Porto, Ricardo Carvalho fez desta uma época de transição, jogando quase exclusivamente na Selecção de “Esperanças”. Por uma vez, frente ao Salgueiros, foi titular (Aloísio e Jorge Costa estavam castigados) e teve uma falha grave no final da primeira parte, que resultou no golo da equipa de Paranhos. Depois do intervalo, recompôs-se e a equipa tratou do resto, vencendo de forma convincente. Ricardo foi elogiado pela exibição e “despenalizado” pelo erro. Espera que a próxima seja a temporada da sua afirmação.

ESQUERDINHA
Tempo útil: 1013’ - Jogos: 12 - Épocas: 98/99 – Golos: 1
Chegou em Janeiro, pedindo calma porque estava parado há muito tempo, mas que, logo que ganhasse ritmo, iria morder os calcanhares a Fernando Mendes. Titubeou numa primeira oportunidade, em Guimarães; agarrou a segunda, frente ao U. Leiria, nas Antas, com ambas as mãos, conquistando a titularidade. Curiosamente foi apresentado como um lateral que ataca muito bem mas foi a defender que começou por se destacar. Foi dando indícios de que, de facto, também sabia atacar e, inclusive, marcar golos.

PAULINHO SANTOS
Tempo útil: 12155’ - Jogos: 131 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 5
A época não estava ser a melhor e pior ficou na segunda parte do encontro com o Boavista, em Março. Uma lesão grave atirou Paulinho para o bloco operatório…Uma pausa numa forma de estar que só acalmou por força da anestesia. É que, feito o trabalho do cirurgião, o carismático Portista estava pronto para provar que em todas as circunstâncias mostra a sua raça. Esta não foi a temporada do Paulinho mas já está apto para se candidatar a melhor da próxima.

DORIVA
Tempo útil: 2840’ - Jogos: 30 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos: 5
Uma das polémicas da temporada. Tudo porque, num momento em que se afirmava como peça fundamental do onze, mão resistiu ao apelo das liras e mudou-se para Itália, com autorização da SAS, que encaixou 1,4 milhões de contos (7M€). as criticas multiplicaram-se até que Peixe começou a jogar (e muito bem) e quase tudo foi esquecido.

CHIPPO
Tempo útil: 1205’ - Jogos: 30 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos: 2
Ao fim de duas épocas, continua sem impor a titularidade e chega a passar períodos em que nem sequer é convocado, apesar de continuar a ser uma das peças-chave da selecção de Marrocos. Fernando Santos é que não encontrou espaço para Chippo no onze dos Dragões.

PEIXE
Tempo útil: 928’ - Jogos: 14 - Épocas: 98/99 – Golos: 1
Chegou às Antas na mesma altura que Costinha, em 1997/98, e também a tempo de ser campeão. Esperou por esta época para calar vozes e renascer… Conseguiu-o quando Paulinho se lesionou e Fernando Santos deu-lhe a responsabilidade de segurar o meio-campo. Cumpriu com distinção, fazendo um último terço de época espectacular.

CHAÍNHO
Tempo útil: 1453’ - Jogos: 26 - Épocas: 98/99 – Golos: 2
Para ano de adaptação, esteve à altura. Um momento mágico do ano viveu-o no encontro com o Benfica, quando marcou um golo que ajudou à vitória. Foi dos mais esfuziantes nos festejos, pela conversão absoluta ao espírito do Dragão, visível em todos os momentos em que jogou, sempre sem economia de energias na defesa do colectivo. Ainda assim, os Portistas esperam mais dele na próxima temporada.

ZAHOVIC
Tempo útil: 7113’ - Jogos: 86 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 27
Às vezes parece genial, às vezes aparentemente desinteressado, em qualquer circunstância um jogador acima da média. No Penta, conquistou um tri pessoal, sendo que nesta última época foi simplesmente sensacional. Uma peça-chave da equipa, que não só serviu para furar as muralhas adversárias com passes milimétricos como assumiu ele mesmo a responsabilidade de fazer golos. 1998/99 foi o seu ano…

CAPUCHO
Tempo útil: 5173’ - Jogos: 65 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos: 10
Com a saída de Edmilson para o Paris Sait-Germain, no final de 1996/97, o FC Porto não perdeu tempo e foi contratá-lo ao Guimarães. Em boa hora o fez, porque Capucho foi, de forma evidente, um dos jogadores mais importantes na conquista do Tetra e ainda mais no Penta, quando teve que substituir Sérgio Conceição. É certo que demorou a adaptar-se à nova realidade, mas quando acertou foi o extremo certo no lugar certo.

CARLOS MANUEL
Tempo útil: 40’ - Jogos: 1 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Um ano de transição a aprender que as exigências e responsabilidades num plantel campeão são diferentes das demais. Humilde, inclusive no discurso, mereceu o prémio de participação no último jogo, tornando-se oficialmente campeão.

PANDURU
Tempo útil: 305’ - Jogos: 6 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Uma aposta falhada, estranhamente. T(inha)em quase tudo para ser craque, principalmente uma técnica irrepreensível e um remate temível. Mas nada disto se viu, durante a temporada, no FC Porto. Nunca ultrapassou o estatuto de suplente utilizável… às vezes.

DECO
Tempo útil: 375’ - Jogos: 6 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Apresentou-se nas Antas em Março, apenas com seis jogos na I Divisão, mas ainda a tempo de participar, activamente, na conquista do Campeonato. É a grande esperança dos Portistas para a próxima temporada, pela genialidade do seu futebol, pela rápida adaptação que protagonizou à filosofia do Dragão.

RUI BARROS
Tempo útil: 6894’ - Jogos: 125 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 24
Um verdadeiro Pentacampeão. Continua talismã, pelo facto de, sempre que jogou nos seniores do FC Porto, ter sido campeão. Vai no quinto título consecutivo e a festejar da mesma forma que o primeiro. Um profissional a tempo inteiro que soube tornar-se num símbolo de uma certa forma de estar no futebol, a de um craque que nunca perdeu a humildade e muito menos a capacidade de trabalho.

DRULOVIC
Tempo útil: 11016’ - Jogos: 146 - Épocas: 94/94 a 98/99 – Golos: 21
O rei dos passes mortíferos que já é prata da casa. Parece ter olhos nos pés, que descobrem o companheiro melhor colocado e a melhor via para lhe fazer chegar a bola. Participou nos cinco campeonatos, sempre com as bancadas das Antas rendidas ao seu talento. Esta terá sido mesmo a sua melhor temporada.

JARDEL
Tempo útil: 8150’ - Jogos: 93 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 92
Não há guarda-redes em Portugal que não o conheça e que não receie. A missão é marcar golos, não interessa como. Jardel marca e marca tanto que, este ano (1999), não se limitou a ser, pela terceira vez consecutiva, o melhor marcador do Campeonato português, conquistou a Bota europeia, com 36 golos apontados. Todos pensam que foi o seu último ano nas Antas e os adeptos do FC Porto já sentem saudades. O rei dos goleadores é também rei no coração dos Portistas.

MIELCARSKI
Tempo útil: 1218’ - Jogos: 41 - Épocas: 95/96 a 98/99 – Golos: 8
A seguir a um azar veio uma lesão. Ou outro azar. Foi assim a carreira do polaco nos quatro anos que jogou no FC Porto. Prometeu muito à chegada, várias vezes provou talento mas nunca os deuses estiveram do seu lado. Ainda assim, contabiliza, na caminhada até ao Penta, momentos fantásticos, com golos decisivos… em 1997/98. Esta foi mais uma para esquecer.

QUINZINHO
Tempo útil: 814’ - Jogos: 21 - Épocas: 95/96 e 98/99 – Golos: 6
A alegria das bancadas. Sempre que Fernando Santos o mandava aquecer, ouviam-se aplausos nas Antas., porque os adeptos gostavam do estilo do angolano. Que, além do mais, faz golos e até, quando é preciso, imita Jardel, como no encontro com o Campomaiorense, onde foi titular no lugar do brasileiro (que estava castigado) e marcou dois golos.

MIKI
Tempo útil: 69’ - Jogos: 5 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Um jovem húngaro à procura de afirmação que viveu uma época de adaptação. O talento é inato, nota-se, mas ainda de forma algo irregular. Entusiasmou na pré-temporada e, depois, eclipsou-se, ressurgindo a espaços muito curtos. Tem pela frente uma época em que necessita, absolutamente, de se impor.

FOLHA
Tempo útil: 4496’ - Jogos: 87 - Épocas: 94/94 a 98/99 – Golos: 13
É Pentacampeão de corpo inteiro, mas, nesta época, só deu uma ajudinha, porque, entretanto, se transferiu para o futebol belga, e com êxito. Dele diz-se que é sensacional nos treinos sem conseguir o mesmo nível nos jogos. É, para todos os efeitos, um homem da casa, mais um símbolo de uma geração que deu grandes nomes ao futebol Portista, de que são expoentes Vítor Baía e Fernando Couto

ARTUR
Tempo útil: 3387’ - Jogos: 63 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 11
Outro dos campeões que partiram antes dos festejos. O brasileiro regressou à sua terra natal frustrado por uma temporada que, de todos os ângulos, lhe estava a ser adversa. Merece, contudo, o registo na conquista do Penta, porque jogou e, sobretudo, porque é possível recuar ao ano do Tri, altura em que foi fundamental.
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[Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português Empty Re: [Futebol] O Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português

Mensagem por Daniel Novo Ter Mar 15, 2011 8:03 pm

No domínio dos deuses

Cinco títulos em igual número de épocas é feito único no futebol português, é o escrever em linhas de ouro a mais brilhante página de história desde que em Portugal existe futebol organizado. Se na época passada (1997/98) chegar ao Tetra – e tal valeu reeditar o feito mítico do Sporting dos Cinco Violinos – significou o ultrapassar do sonho, o Penta entra no domínio dos deuses. Nesta altura, um olhar atento para o futebol português, com as suas convulsões, contradições e virtudes, leva-nos a concluir que será mais fácil o FC Porto chegar ao Hexa do que ver o seu Penta igualado. Dar fio à estrela será, em princípio, mais viável do que lançar uma nova e a concorrência permitir que voe tão alto como a Azul e Branca.

Bobby Robson iniciou a caminhada para aquilo que parecia impossível, pois ele próprio chegara às Antas para “safar” uma época iniciada por Ivic e que se afigurava desastrosa desde que, no pós-25 de Abril, os Portistas passaram a discutir ponto a ponto os títulos nacionais. Após dois anos e meio de Azul e Branco – meio ano a recuperar a imagem e os jogadores e os dois seguintes a erguer o troféu de campeão, Robson mudou-se para o azul-grenã, do Barcelona.

O futebol português vivia um momento de euforia, com uma honrosa presença no Euro’96. Terminada a aventura da selecção, Pinto da Costa atravessou-se no caminho do seleccionador e António Oliveira passou a ser o treinador do FC Porto. Ou seja, o responsável pela conquista do Tricampeonato, já de si um feito ímpar no historial do clube. Apesar de nunca ter sido um bem-amado, António Oliveira conseguiu o Tri e o Tetra, abdicando no final da época, depois de ter juntado a Taça de Portugal ao Título de 1997/98.

Fernando Santos foi o eleito para continuar a campanha rumo ao sonho maior. Tetra tinha sido o Sporting no tempo dos violinos, que se calhar não eram cinco, mas sim onze, sendo que cinco deles eram Stradivarius, como disse alguém com a memória comparativa de quem os viu actuar.

Sócio do Benfica – com fotografia publicada a votar nas últimas eleições -, engenheiro de canudo e treinador de profissão, Fernando Santos provocou algumas exaltações de espíritos. Ainda por cima dizia Porto em vez de FC Porto, o que, para os desconfiados indefectíveis do clube, era importantíssimo quando as coisas corriam mal e nada de mais se, como era “obrigação”, a equipa somava três pontos.

A pulso, depois de um período de aprendizagem mútua – o treinador precisava de aprender a ser campeão e os jogadores a serem campeões comandados por ele, sem que tal significasse um corte radical com o passado, mas sim uma nova filosofia -, Fernando Santos e o seu 4-3-3 ditaram a lei de um campeonato em que só o Boavista conseguiu assumir-se como sombra.

De Lisboa e dos rivais de Alvalade e da Luz, chegavam notícias de convulsões, confusões e pontos perdidos. O Pentacampeonato ia ganhando forma e uma segunda volta soberba confirmou, a uma jornada do fim, aquilo que se adivinhou logo depois da eliminação da Taça de Portugal, em casa, com o Torreense. A forma como o grupo foi capaz de se unir e de lutar contra a adversidade deu aos Portistas, desde logo, a garantia de que o quinto título consecutivo seria uma realidade. O Boavista deu luta, pressionou bastante, mas acabou por ganhar a melhor equipa.

Como sempre acontece.

Bastidores

Kralj, a música e Fernando Santos

Ivica Kralj vivia num andar mesmo por cima daquele que é(ra) habitado por Fernando Santos, bem perto do Estádio das Antas. O guarda-redes jugoslavo tinha manias muito próprias, nos relvados e fora deles. Era capaz, num treino, de fazer grandes defesas e, a partir de certa altura, alhear-se, dependendo também de quem estava a assistir. E gostava, também, de ouvir música com uns decibéis acima do normal. Um dia, já a horas pequenas em que se espera que os jogadores estejam a dormir, Fernando Santos teve que subir e bater à porta da casa de Kralj, para lhe pedir para baixara o som. Mesmo sabendo que o treinador vivia por baixo – e que se deitava cedo – Kralj não se importava.

O veto de Braga

O guarda-redes jugoslavo chegou às Antas como o homem que ia finalmente terminar com o “fantasma” de Vítor Baía. Mas um conjunto de fífias monumentais, que ficaram conhecidas como “kralhadas”, fizeram os adeptos rapidamente desacreditar nas suas capacidades. Os administradores e o próprio Fernando Santos tiveram paciência de chinês e tudo fizeram para o tranquilizar. Os primeiros, porque o investimento tinha sido de monta (mais de 400 mil contos/2 milhões de euros), e o treinador, porque cedo percebeu que a gestão de recursos humanos, numa SAD, tem de ser concertada com a gestão financeira. A mudança de política em relação ao guarda-redes aconteceu no final do jogo em Braga, na 10ª jornada. Pinto da Costa tinha, dias antes, descido ao balneário para dar uns valentes puxões de orelhas aos jogadores e a verdade é que a equipa pareceu outra frente aos bracarenses. A 12 minutos do fim, vencia por 2-3, mas Kralj voltou a falhar um cruzamento e Toni empatou.

Nessa mesma noite, alguns dos administradores Portistas encontraram-se num bar portuense e quem ouviu a conversa garante que Kralj deve ter ficado com as orelhas a arder. O guarda-redes jugoslavo nunca mais jogou e foi Rui Correia a ocupar a baliza até à 19ª jornada, altura em que Baía passou a vestir a camisola 99.

Sem dar cavaco

Kralj partiria dias depois para a Jugoslávia, praticamente sem dar cavaco a ninguém. José veiga ainda fez um telefonema a Pinto da Costa, a dar-lhe conta da necessidade da viagem, mas relações entre o empresário e o presidente Portista já há muito estavam azedas e a conversa não correu bem. E Kralj partiu mesmo, sem sequer avisar o seu vizinho treinador, que só deu pela falta dele no treino do dia seguinte. Ainda voltaria às Antas, mas já com guia de marcha passada, num negócio que permitiu recuperar praticamente todo o investimento.

A mulher de Doriva

Pinto da Costa já disse publicamente que tinha votado contra a saída de Doriva em Janeiro (1999), no final da primeira volta do campeonato, por causa das circunstâncias em que a transferência se tinha desenrolado. O que realmente se passou, porém, conta-se agora. “Tocado” pela Sampdoria já há meses, Doriva tinha a perspectiva de mais do que duplicar o contrato com o FC Porto. Por isso, queria ir. Um dia, no momento crucial das negociações, apareceu com a mulher na Torre das Antas e o protagonismo foi feminino. A mulher de Doriva foi clara e directa: o negócio tinha que se fazer e, se não se fizesse, ela arrancava para o Brasil. “E o meu marido vai atrás!”. Ao que o jogador assentia com a cabeça. O negócio fez-se, até porque se um escudo era um escudo, oito milhões de dólares eram oito milhões de dólares.

O puxão de orelhas

Foi muito comentada uma cena passada no final do Guimarães - FC Porto (derrota Portista por 3-2, no mesmo dia em que, à tarde, o Benfica perdera na Madeira). Até Vale e Azevedo se referiu a ela dizendo que Pinto da Costa chamara traidor a um dos seus jogadores.

Zahovic fora expulso por José Pratas, por ter gritado qualquer coisa aos ouvidos do árbitro, que acabara de apitar uma falta contra a sua equipa. Uns jogos antes, em Vila do Conde, já tinha ficado maldisposto por ter sido substituído. E por essa altura estava ao rubro a luta entre Pinto da Costa e o empresário José Veiga, representante de Zahovic. Ora, no fim do jogo de Guimarães, Pinto da Costa foi à cabine e disse, em tom irritado, mais ou menos isto; “Se algum jogador pensa que pode forçar a saída do FC Porto, está muito enganado!”. O destinatário toda a gente sabia quem era…

“Deixe lá ‘mister’…”

A história passou-se ainda e Viseu, onde o FC Porto fez a preparação da pré-temporada. As coisas não estavam a correr como Fernando Santos pretendia, faltava algum empenhamento nos treinos. O treinador, acabado de chegar ao clube, fazia sentir aos jogadores que não estava satisfeito com a forma como as coisas decorriam, tentava fazer passar a mensagem de que seria mais difícil este ano porque as outras equipas tinham cada vez menos reverência. A coisa começava a tornar-se incómoda, até que um dos jogadores lhe disse um dia: “Ó ‘mister’, deixe lá… Quando for no campeonato, nós damos dez pontos de avanço…”. Na altura, o treinador, não ficou demasiado tranquilo.

«PÚBLICO» Edição Especial PENTACAMPEÕES - 30 de Maio de 1999)

Trinta de Maio, a festa da consagração

A festa no estádio e as boas vibrações

No estádio a festa começou cedo, logo que os portões se abriram, às 14 horas. Junto à Torre das Antas o entusiasmo era o mesmo que se pode ver num qualquer concerto de rock, Com tudo, mas mesmo tudo, pintadinho de Azul e Branco e com o que era ícone do Penta a vender-se melhor que a Super Bock geladinha.
Lá dentro, a festa também estava preparada para cerca de 50 mil entusiastas. As jovens, maneantes e bonitas dançarinas, davam o mote ao som das músicas tecno… Penta. Entram em campo, primeiro, os elementos da equipa de karaté Portista. Pois é, as meninas das artes marciais também foram campeãs nacionais.

Na mesma onda oriental entrou em terreno o célebre dragão do Penta, um talismã que todos os anos sobe ao relvado nestas alturas. Os alunos da escola She-si, sita em Cedofeita, a freguesia de nascimento do presidente Pinto da Costa, deram vida à milenar dança do dragão.

A primeira «ola» é formada a 50 minutos do início do jogo e foi uma maré que nunca mais parou e que saudou também a entrada dos Pentacampeões em campo, para a foto tradicional e na companhia dos filhos e de outros familiares. Os jogadores Portistas, claro, mais uma vez não dispensaram as pinturas nos cabelos e no rosto.
Do céu caíram – passe a força da expressão – pára-quedistas enquanto se preparava o desfile de outros campeões: Basquetebol, Andebol, Hóquei em Patins, Boxe e Natação. Rui Reininho – com a sua pronúncia do Norte, cada vez mais longe de ser um prenúncio de morte – e o conhecido vira dos “Mamonas Assassinas”, aceleraram o ritmo de uma festa que começou no relvado sem Pinto da Costa. O presidente surgiu na tribuna VIP, oito minutos antes do apito inicial, na companhia do ministro Pina Moura e de Kundy Paihama, ministro da Defesa de Angola e também ele um conhecido Portista. Narciso Miranda, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Francisco Assis, líder do grupo parlamentar do PS, Fernando Gomes, presidente da Câmara Municipal do Porto, e Ludgero Marques, presidente da AIP, onde curiosamente, não se sentou José Guilherme Aguiar. O director-executivo da Liga viu o jogo, na companhia dos filhos, na tribuna de Imprensa…

Os últimos 90 minutos

FC Porto
Vítor Baía (Costinha, 80’); Nelson, Jorge Costa (cap.), Aloísio (João Manuel Pinto, 45’), Esquerdinha; Rui Barros (Carlos Manuel, 55’), Peixe, Zahovic; capucho, Jardel e Drulovic
Suplentes não utilizados: Chainho e Quinzinho
E. Amadora
Hilário; José Carlos, Rebelo (cap.), Raúl Oliveira, Kenedy; Pedro Simões, Lázaro, Jorge Andrade, Sérgio Marquês (Miguel, 64’); Stênio (Júlio, 79’) e Capitão (Fonseca, 73’)
Suplentes não utilizados: Luís Vasco e Rui Neves
Golos:
1-0 por Drulovic, aos 38 minutos. Isolou-se, driblou Hilário e rematou, descaído sobre a direita, para o fundo das malhas.
2-0 por Jardel, aos 65 minutos, que culminou uma jogada a três toques iniciada em Zahovic, que solicitou Capucho e este a servir o goleador Portista e europeu. Um golo do triangulo de ouro dos Dragões.
Melhor em campo: Emilio Peixe
Actuou, aliás como sempre tem acontecido, nos limites da dedicação, entregando-se ao jogo com grande entusiasmo, numa espécie de radar no meio campo, onde liquidou todas as iniciáticas do adversário. Grande raio de acção, pois claro, sentido de participação, absoluta generosidade para cumprir obrigações defensivas, Desta vez não foi tão efectivo no apoio ao ataque mas ainda assim soube criar lances embaraçosos no meio-campo estrelista.

Como actuaram os Dragões:
Vítor Baía – Uma exibição tranquila, num jogo sem problemas; sempre que foi convidado a participar fÊ-lo com toda a segurança e à vontade.
Nelson – Um regresso feliz à titularidade; foi competente na defesa da sua área e foi um dos bons animadores do ataque.
Jorge Costa – Impôs a sua autoridade com classe. Dirigiu a defesa e organizou-a com firmeza e dedicação, confirmando a sua boa forma.
Aloísio – Cumpriu sem um único erro, apostou na antecipação e ganhou, num jogo em que o seu adversário nunca foi ameaça por aí fora.
Esquerdinha – Foi elemento vivo e produtivo, saiu com coragem e energia para a frente e revelou absoluta serenidade quando foi obrigado a defender.
Rui Barros – Não começou mal, é um facto, mas o seu futebol foi oerdendo fulgor ao longo do tempo.
Zahovic – A bola nos seus pés moveu-se com alegria, de um lado para o outro, num ritmo certo, mas, desta vez, o esloveno foi só obrigado a recorrer a uma parte do seu grande repertório.
Capucho – Quando decide arrancar é como uma bala. Desta teve três sprints vigorosos e com este resultado final: assistiu Jardel no 2º golo e criou mais dois lances de golo que os seus colegas não souberam aproveitar.
Jardel – A inteligência sempre encontra uma saída – um novo golo, oportuno golo, e ofereceu outro a Drulovic.
Drulovic – Um excelente golo de um jogador com uma classe indiscutível. Acrescente-se mais dois ou três lances de qualidade na sua última exibição oficial da época.
João Manuel Pinto – Resolveu todos os pequenos problemas provocados pelo adversário, sem a mínima dificuldade.
Carlos Manuel – Escreveu o seu nome na lista dos campeões. Fica premiado o seu trabalho invisível ao longo da época.
Costinha – Tudo o que se disse sobre Carlos Manuel aplica-se a Costinha.

Devagarinho que a noite é longa

O Dragão fechou as portas. O título, esse, já estava no seu bolso há uma semana e era a altura de festejar em sua casa e com as suas gentes. Um estádio cheio, entusiástico, vestido de Azul e Branco, querendo ser também protagonista da festa. E foi bonita a festa do Penta, ainda que na despedida o jogo que opôs os portistas ao Estrela da Amadora, não tivesse sido um grande espectáculo de futebol o que, se calhar, nem era o mais importante. Mas, na hora do adeus à temporada e com semelhante desiderato, tudo se perdoa porque o objectivo foi amplamente cumprido.

Os Portista entraram… mascarados. Pintados de Azul. Demonstraram querer ganhar o jogo para fechar em beleza a época. Conseguiram-no, embora jogando devagarinho. Compreendeu-se isso mesmo. A noite iria ser longa, as comemorações desgastantes e, por via disso, nada de despender esforços excessivos que depois poderia haver… défice de forças. Seja como for, o jogo teve alguns momentos agradáveis. Mormente na etapa complementar do prélio, pois o FC Porto cresceu de produção, mostrou-se mais determinado e fundamentalmente, mas expedito. E também do lado amadorense há a registar uma intenção mais vincada, após o intervalo, porque os pupilos de Jorge Jesus não quiseram ter um papel passivo.

E surgiram algumas vezes nas imediações da área das redes de Baía, que teve uma aparatosa intervenção a remate de Lázaro e viu Pedro Simões atirar uma bola à barra.

Mas era dia de festa e o jogo não era mais do que cumprir calendário. Fernando Santos deu a todos os elementos do plantel a oportunidade de serem campeões. Carlos Manuel e Costinha tiveram o ensejo de inscrever o seu nome no galarim dos campeões.

A maior receita do ano

No dia 30 de Maio de 1999 estiveram no Estádio das Antas, 48.545 espectadores, para presenciarem o último desafio do Penta. O que originou a maior receita da temporada: perto de cem mil contos (500 mil €).
Estes números não contemplam, claro, as mais-valias conseguidas pelos candongueiros que marcaram presença nas imediações do estádio e que devem ter colhido também bons lucros, pois havia notícias de que alguns bilhetes teriam sido vendidos a 25 contos (125 €)!

De outros números falando, Angelino Ferreira, administrador da SAD, referiu no final do jogo que a transferência de Chippo para o Coventry rendeu 1,3 milhões de dólares, ou seja, cerca de 250 mil contos (1.250.000€). Ora como o marroquino tinha custado 700 mil dólares ao FC Porto, o clube aqui ganhou cerca de 130 mil contos (650.00€). Nada mal.

O dia em que o Douro galgou as suas margens

O conhecimento recíproco tornara-se absoluto, como nunca. Cada um revia-se um ser realizado, todos juntos eram milhares e milhares de corações esmagados pela felicidade. Muitos milhares. Dragões. Essa felicidade que ninguém precisou de inventar era total, o quadro que se estendeu por toda a cidade poderia traduzir-se talvez apenas nas mãos de um pintor: bastava que alguém fadado para perpetuar com firmeza ou no abstracto os sentimentos os sentimentos, se lembrasse de eliminar as margens do Douro e submergir a cidade pelas suas cores originais. Em todos os tons possíveis e imaginários. De Azul.

Nada os detinha, nada os inibia. Nas horas loucas dos sentidos, o gigantesco circo humano que coloriu a Cidade Invicta, concentrado desde as primeiras horas da tarde no parque central, vivia a embriaguez típica dos feitos raros.

Por todo o Porto via-se um carrossel de loucura, circulando sem travão à volta do centro histórico, as Antas, nestes tempos o verdadeiro património mundial dos Portistas.

Ninguém pode dizer quando tudo começou, talvez há cinco anos, talvez há cinco semanas, eles e elas só sabiam agradecer o facto do Penta. Comendo, bebendo, urinando, arrotando, dançando, todo o gestual característico do humano em gozo, a festa era demasiada para corações pequenos.

Num dia como aquele os comportamentos teriam de ser desmesuradamente afectados, para irem de encontro ao fogo do vulcão do Penta. Não poderia tolerar-se comportamentos passivos ou bons comportamentos. Ardente, a cidade do FC Porto passava ao lado das Antas, convencida da proibição de entrar, invejosa de 50 mil felizardos, e caía, em vagas, na Avenida dos Aliados, onde a meio da tarde se ouviu o primeiro coro total: foi o 36º de Jardel, e o troféu que Zulmiro de Carvalho ergueu até aos 18 metros recebeu os primeiros beijos, as primeiras lágrimas.

A protecção policial não aguentou a s emoções mais fortes e na altura em que Pinto da Costa estava chegar aos Paços do Concelho já há muito se faziam poderosas rezas para os deuses do futebol Portista fazerem o milagre mais esperado depois do Penta: a continuação de Jardel.

A grande vaga final

E, como um Douro sem controlo, indiferentes ao som detestável dos que anunciavam as pilhas de nervos espalhadas por alguns estádios do País, as gentes começaram a tomar-se de febres incontroláveis ao fechar do 2-0 nas Antas. Perto e longe, por todos os acessos, deu-se a grande vaga final, a procura desesperada de um lugar no terraço da avenida. Lá, no fundo, as mãos cruzavam-se, impacientes, atrás dos restos de pilhas de símbolos do Dragão, sugadas na Loja Azul montada no fim da praça, onde se amontoavam as notas que pagaram o raro prazer de levar tudo o que consubstanciasse o Penta.

Consumada a rotura de stocks, afagava-se o desejo nos copos, nas farturas, em tudo o que testemunhava que S. João tinha sangue Azul. Olhava-se o topo e, sem portas à imaginação, destacava-se o cume da gigantesca obra do Penta, num aço prateado, brilhante, num contraste belo com a vegetação, a visão suprema, a visão suprema, algo que surgiria terrível aos credos suspensos pelo inimaginável Penta, essa conjugação de títulos que foi capaz de gerar os maiores desequilíbrios e que, pronunciando sobre a magnitude da praça, ganhara os contornos do mais angelical protector da ordem do Dragão. O prazer que se captava desses olhares lembrava a entrega dos cinco sentidos, um por cada título. E quando o cortejo dos campeões chegou qualquer coisa engoliu a capacidade descritiva. O jorro de emoções deixou de ter lugar nas páginas despretensiosas de um qualquer jornal…

O que escreveu o jornal «OJOGO»

Jornal «OJOGO» - Edição Porto – Segunda-Feira, 31 de Maio de 1999

Capa: 200 Mil aplaudiram o Penta - GRATIDÃO

EDITORIAL – Rogério Gomes

PINTO DA COSTA/PEDROTO/FERNANDO SANTOS

É Azul a cor que vai marcar a passagem do milénio em Portugal, em termos desportivos. Ontem (30/05/99), no seu estádio, e no centro da cidade, centenas de milhar de adeptos festejaram a alegria da merecida conquista do Pentacampeonato nacional de futebol e ainda dos títulos nacionais de Andebol, de Hóquei em Patins, de Basquetebol e de Natação, numa época ímpar na centenária história do FC Porto.

A última época futebolística do século XX culmina uma avassaladora cavalgada pelo domínio do futebol português, que, como é frequentemente ressaltado, está indelevelmente ligado à figura de Pinto da Costa, que justifica muito bem o carinhoso e reconhecido epíteto de “Penta da Costa” que os Portistas não se cansam de repetir nos últimos dias.

E, como este lembra amiúde, teve início na dupla que já na segunda metade dos anos 70 tomou conta do Departamento de Futebol do clube: Pinto da Costa/José Maria Pedroto. Foram eles, chefe do departamento de futebol e treinador principal, que romperam com a tacanhez e a desorganização que durante décadas impediram o FC Porto de combater eficazmente o “sistema” de então e de se afirmar duradouramente no futebol português.

Desde aí, a conquista de títulos e troféus veio em crescendo e a conquista do título de Campeão da Europeu (1987) e o actual Penta são apenas o ponto alto de uma história de sucessos que passaram sempre pela direcção de Pinto da Costa.

Não admira, pois, que o presidente do FC Porto tenha evocado o nome de Pedroto no jantar oficial de comemoração do Penta, na sexta-feira passada (28/05/99). O que pode surpreender muitos é que ao seu nome tenha associado o de Fernando Santos, de uma maneira que fez lembrar o completar de um ciclo. Parece, até, que Pinto da Costa reencontrou no actual técnico do FC Porto algumas das características que podem reeditar uma dupla de ferro” à frente do futebol profissional do clube – mais do que em outros que passaram pelo clube e que também contribuíram para esta hora de glória, como Ivic, Artur Jorge, Carlos Alberto Silva, Robson e António Oliveira.

Aliás, só podem ir neste sentido as declarações mútuas de confiança e de amizade e o facto de ambos terem declarado estarem juntos até ao fim do actual mandato do presidente do clube Azul e Branco.

E, assim sendo, poderá também estar encontrada a fonte da energia necessária para os renovados desafios que se põem ao clube. Se é óbvio que a Europa é um campo de batalha a priveligiar na próxima temporada (1999/200), pode tornar-se mais complicada a motivação de atletas, das forças internas do clube e dos próprios adeptos para a luta por mais um título consecutivo, quando todos têm a consciência de que está alcançado um feito que muito dificilmente será repetível por muitos e muitos anos.

Para encontrar um motivo realmente galvanizador, o relembrar de Pedroto e de todo o imaginário colectivo que está associado à sua memória e a sua transferência para a nova dupla Pinto da Costa/Fernando Santos pode bem ser o grande trunfo que, mesmo de uma maneira não totalmente consciente, está em marcha no FC Porto

*****

ATÉ JÁ – Carlos Machado

FC Porto 2
Estrela 0
Árbitro: Emanuel Câmara, AF Funchal – Árbitros assistentes: Celso Pereira e João Gomes
Estádio das Antas, no Porto – Relvado: Muito Bom – Tempo: Pouco nublado – Espectadores: 48.000

FC Porto
Vítor Baía (Costinha, 83’); Nelson (CA 64’), Aloísio (J.M. Pinto 45’), Jorge Costa, Esquerdinha; Peixe, Capucho (CA 68’), Rui Barros (Carlos Manuel 57’); Zahovic, Drulovic e Jardel (CA 31’)
Supl. não utilizados: Chainho e Quinzinho

Estrela da Amadora
Hilário; José Carlos, Jorge Andrade Rebelo, Raul Oliveira; Kenedy (CA 37’), Sérgio Marquês (Miguel 67’); Pedro Simões, Stênio (Júlio 81’) e Capitão (Fonseca 75’)

Golos: 1-0, por Drulovic aos 38’ e 2-0, por Jardel aos 66’

Estatísticas do jogo
Remates: FC Porto 9 (4 para fora, 3 na direcção do guarda-redes e dois para golo - Estrela 16 (9 para fora, 2 interceptados, 4 na direcção do guarda-redes e 1 ao poste)
Posse de bola: FC Porto 26 minutos - Estrela 23 minutos
Ataques: FC Porto 34 – Estrela 34
Cantos: FC Porto 8 – Estrela 4
Cruzamentos: FC Porto 20 – Estrela 13
Foras de jogo: FC Porto 14 – Estrela 3
Tempo útil de jogo 49 minutos – Tempo total de jogo 96 minutos

Em dia de festa, tudo correu conforme o esperado para os Portistas. Afinal eram eles os donos do arraial. Com o Penta assegurado desde a semana passada, os adeptos do Azul e Branco queriam fechar a época com uma vitória, se possível com pelo menos um golo d Jardel e ver Carlos Manuel e Costinha engrossarem a lista dos campeões. Apesar da boa réplica do Estrela da Amadora, que nunca se rendeu nem prestou vassalagem, tudo aconteceu conforme o desejado: a vitória não teve discussão, Jardel apontou o segundo e é rei do remate certeiro na Europa, Carlos Manuel jogou a segunda parte quase toda e Costinha dividiu com Vítor Baía a maior ovação da tarde.

No dia da consagração, Fernando Santos apresentou a sua melhor equipa, com Nelson no lugar do lesionado Secretário. Curiosamente, o lateral-direito foi o único Portista que não pintou o cabelo, o que fez dele notado, pois de outra forma…

Apesar do ar sério emprestado à partida – e as marcações individuais movidas pelo Estrela da Amadora muito para isso contribuíram -, o jogo estava talhado para ser de festa, como a plateia (48.234 espectadores) o exigia. Os golos demoraram a aparecer e, antes de se concentrarem na baliza de Hilário, os Portistas tiveram de se desconcentrar da equipa de arbitragem, que assinalava foras-de-jogo a torto e a direito.

Bem organizado, o Estrela da Amadora defendeu com bastante acerto – excepção feita para os últimos minutos – e até merecia ter saído das Antas com um golito, pois Lázaro e Pedro Simões estiveram à beira de marcar. Vítor Baía gorou os intentos do primeiro e a barra os do segundo.

Drulovic inaugura

O primeiro tento dos tetra campeões surgiu aos 38’ e pertenceu a Drulovic, que recebeu um passe de Jardel, ladeou Hilário e marcou de pé… direito. Um golo há muito procurado. Pela equipa, neste jogo, e pelo jugoslavo, há muito mais tempo.

A segunda parte teve como novidade as substituições. Enquanto Jorge Jesus foi refrescando a equipa para manter a capacidade de luta da sua equipa, Fernando Santos distribuiu prémios de consolação. João Manuel Pinto entrou ao intervalo para o lugar de Aloísio, pouco depois Carlos Manuel – esteve a milímetros de marcar um golo – rendeu Rui Barros e a dez minutos do fim Costinha foi ocupar o lugar de Vítor Baía, que mais tarde revelaria uma invulgar capacidade para conduzir o carro-maca.

Apesar da troca de campo e de fiscal-de-linha, Capucho continuou com dificuldades para ver os companheiros dar seguimento ao seu futebol de arte. Tantas vezes as bandeirolas foram levantadas que Capucho, ocasionalmente no lado esquerdo, recebeu o passe de Zahovic e caminhou com a bola, só o oferecendo a Jardel quando já não havia hipóteses de ver a jogada abortar por interferência de terceiros.

Com um resultado tranquilo, os Portistas deixaram-se ficar à espera do final do encontro e o Estrela carregou um pouco no acelerador, acercou-se algumas vezes com perigo da área Portista, mas seriam os campeões a desperdiçar, nos minutos finais, três ocasiões flagrantes.

Tudo lógico

O FC Porto venceu o jogo com a mesma lógica com que somou mais um título à série. Foi mais forte, jogou melhor – ainda que só a espaços, tal como no campeonato – e marcou os golos de que necessitava. Tudo simples, fácil e justo. O Estrela da Amadora bateu-se bem, como a generalidade das equipas do campeonato, mas ficou-se por aí.

A diferença entre Portistas e a concorrência ficou expressa na tabela classificativa, que só reflecte os resultados do que se passou nos relvados. O jogo de ontem de diferente só teve a festa, a casa cheia, a emoção anunciada e não conquistada a golos. De resto foi um jogo paradigmático, que espelhou o campeonato Azul e Branco. Ficou também a promessa da continuidade, um até já, porque Agosto está aí não tarda nada.

Árbitros

Música de Câmara
Emanuel Câmara chefiou um trio de “pára-quedistas” que caíram na festa do Penta. Os fiscais mostraram não conhecer muito a regra do fora-de-jogo e o próprio árbitro – pode alegar em sua defesa ter sido perturbado pelos acompanhantes – apitou muitas vezes ao contrário. Ficou por marcar um penalti contra o Estrela. Por mão de José Carlos (34’), mas nada estragava a festa.
«ABola» 31 de Maio de 1999

Os presidentes até ao Penta

1893 - António Nicolau de Almeida funda o clube a 28 de Setembro de 1893
1907/11 - José Monteiro da Costa
1911/12 - Guilherme Pacheco
1912/13 - Joaquim Pereira da Silva
1914/16 - António Borges de Avelar
1916 - António Martins Ribeiro
1917/20 - Henrique Mesquita
1920/22 - António Cardoso Pinto de Faria
1922/23 - Eurico de Brites
1923/26 - Domingos Soares
1926/27 - Afonso Freire Themudo
1927/28 - Sebastião Ferreira Mendes
1928/29 - Urgel Horta
1929/30 - Augusto Fernandes Sequeira
1930/31 - Eduardo Dumont Villares
1931/32 - António Figueiredo e Mello
1932/34 - Sebastião Ferreira Mendes
1934/36 - Eduardo Dumont Villares
1936/38 - Carlos da Costa Júnior
1938/40 - Ângelo César
1940/41 - Augusto Pires de Lima
1941/43 - José Carvalho Barcelos
1943/48 - Cesário Bonito
1948/49 - Júlio Ribeiro de Campos
1949/ - Miguel Pereira
1950/ - Júlio Ribeiro de Campos
1950/53 - Urgel Horta
1954/ - José Moreira de Sousa
1955/57 - Cesário Bonito
1957/59 - Paulo Pombo de Carvalho
1959/61 - Luís Ferreira Alves
1961/65 - José Nascimento Cordeiro
1965/67 - Cesário Bonito
1967/72 - Afonso Pinto de Magalhães
1972/82 - Américo de Sá
1982/ ? - Jorge Nuno Pinto da Costa

*********

DEZASSETE ANOS DEPOIS

Passaram dezassete anos desde que Pinto da Costa, que já passara por diversas secções do clube, foi eleito pela primeira vez presidente do FC Porto, num trajecto em que foi sempre acompanhado por Reinaldo Teles. Dezassete anos são uma vida como presidente e, se nem todos foram anos felizes, formam no conjunto um invulgar percurso de triunfos. Em 1982, a crise financeira que o clube atravessava era tal que a disputa eleitoral anunciada – Pinto da Costa contra o antigo presidente Afonso Pinto de Magalhães – nem, chegou a acontecer, porque o antigo banqueiro desistiu. Mas, passados dois anos, em 1984, o FC Porto atingia a sua primeira final europeia, em Basileia, perdendo para a Juventus de Turim por 2-1. Pedroto era o treinador, mas foi António Morais quem foi para o banco, porque a doença já afectava o famoso homem do boné.

Nesses dois primeiros anos, o FC Porto não conquistou qualquer título, mas fez o”Bi” em 1985 e 1986, e em 1987 conseguiu o seu maior feito de sempre: a vitória em Viena, na final da Taça dos Campeões Europeus, frente ao Bayern de Munique, por 2-1, com golos de Madjer (o célebre “calcanhar de Deus” e Juary. Artur Jorge foi o treinador nesses três anos e sucedeu-lhe Ivic, que conduziu o clube à conquista da Supertaça europeia (duas vitórias por 1-0 sobre o Ajax, com golos de Rui Barros, em Amesterdão, e Sousa, nas Antas). E à Taça Intercontinental (2-1 ao Peñarol, golos de Madjer e Gomes), num jogo em Tóquio, sob neve intensa. O FC Porto tornava-se o primeiro clube europeu a ganhar no mesmo ano os três maiores troféus – A Taça dos Campeões Europeus, a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental. Nessa época de ouro ganhou ainda o campeonato (com 15 pontos de avanço sobre o Benfica, 2º classificado, 18 sobre o Belenenses, 3º e 19 sobre o Sporting, 4º) e a Taça de Portugal. Depois, houve ainda momentos menos bons. Em 1988/89, o técnico Quinito saiu em Novembro, regressando a dupla Artur Jorge/Octávio, que ganharia o campeonato seguinte. Ivic também regressou, mas saiu a meio, dando lugar a Bobby Robson, que iniciou a série do “Penta”.

Depois das grandes vitórias internacionais, não faltou quem defendesse que Pinto da Costa se devia afastar e dedicar-se a outros objectivos – ocupando lugares nos organismos internacionais do futebol, que nunca o seduziram, ou cargos políticos, com quem tem “flirtado” algumas vezes. Afinal, continua no seu posto e até dobrou as presidências, tornando-se também presidente da administração da SAD, ele que sempre dissera que nunca seria presidente remunerado. Mas os novos tempos e desafios levaram a melhor.

A QUESTÃO NÃO ERA A PONTE

O que é que mudou no FC Porto para se transformar num clube vencedor?
Jorge Vieira, o chefe do departamento de futebol do clube entre 1972 e 1974, antecessor de Pinto da Costa no cargo, acha que este ciclo de vitórias fica a dever-se sobretudo ao processo organizativo efectuado nas Antas a partir da década de 70. Uma década que ficou marcada pelo início de várias convulsões nos rivais de Lisboa. O ponto de viragem, no entender do antigo braço direito de Américo de Sá, aconteceu precisamente no ano de 1974, quando foi contratado o peruano Teófilo Cubillas. “Não posso concordar quando dizem que FC Porto, mal passava a ponte da Arrábida, já estava a perder. É claro que não era assim. O Sporting ganhou porque durante anos teve os “cinco violinos”, e depois ganhou o Benfica, que era a base da selecção que esteve para ser campeã do Mundo em Inglaterra. Agora ganha o FC Porto porque tem os melhores jogadores e mais organização”, diz Jorge Vieira, que recorda o esforço necessário para garantir a vinda de Cubillas. O peruano veio ganhar 125 contos por mês, obrigando a uma revisão salarial no plantel: Pavão passou dos 25 para 50 contos, enquanto Oliveira via os seus rendimentos subirem para 25 contos por mês. Foi uma transferência histórica, pelos 5600 contos pagos pelo passe, conseguidos graças à contribuição de sócios e à emissão de réplicas de cheques. “A vontade de valorizar a equipa era tanta que o primeiro a comprar um cheque de dois contos foi o Pavão”, conta Jorge Vieira.

Mas valeu a pena. O FC Porto registou um aumento significativo do número de sócios, obrigando os responsáveis a impedir mais inscrições, por falta de lugares nas Antas. E se os títulos continuaram longe, “Cubillas marcou o início de um processo de investimento e organização”, diz Vieira, acrescentando que o outro passo importante foi a subida de Pinto da Costa à presidência e a compra aos rivais de jogadores como Inácio, Eurico e Futre. “Ele conseguiu reforçar a estabilidade directiva e melhorar a organização. Ao mesmo tempo, os principais adversários começaram a entrar em crises sucessivas, com presidentes a entrar e a sair, e isso deixou marcas”, conclui o ex-dirigente, para quem Pinto da Costa transformou o FC Porto num clube que dá promoção aos seus jogadores. “No meu tempo, era ao contrário: pelo mesmo dinheiro preferiam sempre o Benfica ou o Sporting…”.

«PÚBLICO» Edição Especial PENTACAMPEÕES - 30 de Maio de 1999)
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Mensagem por famaboys Dom Abr 03, 2011 8:28 am

Oh Daniel, está aqui um grande trabalho mas podias ter colocado todo ele no tópico referido ao Penta:

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Mensagem por Futre Dom Abr 03, 2011 9:27 am

famaboys escreveu:Oh Daniel, está aqui um grande trabalho mas podias ter colocado todo ele no tópico referido ao Penta:

Aqui

Podia-se mudar o nome do Tópico para "[Futebol] - A história do Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português" e fundir os tópicos:

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Para que esta informação ficasse mais concentrada... o que acham?
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Mensagem por Admin Dom Abr 03, 2011 12:48 pm

Argon escreveu:
famaboys escreveu:Oh Daniel, está aqui um grande trabalho mas podias ter colocado todo ele no tópico referido ao Penta:

Aqui

Podia-se mudar o nome do Tópico para "[Futebol] - A história do Penta - O Feito mais Grandioso no Futebol Português" e fundir os tópicos:

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Mensagem por Daniel Novo Dom Abr 03, 2011 12:52 pm

famaboys escreveu:Oh Daniel, está aqui um grande trabalho mas podias ter colocado todo ele no tópico referido ao Penta:

Aqui

Na altura nem reparei nesse tópico lol soz
Parece-me bem, assim
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Mensagem por famaboys Dom Abr 03, 2011 1:14 pm

Não tem mal... Antigamente também não estava explícito o que era Mr. Green
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