Jogos do FCPorto na Liga de Basquetebol

Daniel Novo escreveu:Creio que não há trasmissão televisiva.

«O CAB TEM QUALIDADE»

Moncho López está preparado para lidar com toda a pressão e exigência de uma fase decisiva. Depois da vitória na fase regular, o título começa a ser decidido esta sexta-feira, com o FC Porto Ferpinta a receber o CAB Madeira às 21h00, no primeiro jogo dos playoffs. O treinador galego compara o ritmo da sua equipa a um «comboio de alta velocidade», mas adverte sobre a qualidade do opositor.

Mais responsabilidade
«Espero as dificuldades próprias dos playoffs, com um primeiro jogo em casa, que nos acentua a responsabilidade, mas que, por outro lado, nos ajuda a encontrar a concentração desejada, contando com o factor extra que é o apoio dos nossos adeptos.»

Adversário com qualidade
«O CAB é uma equipa com qualidade, o actual detentor da Taça de Portugal, que defrontámos na última jornada, numa partida em que ficámos com a sensação de que escondiam algo, face à possibilidade real de jogar a eliminatória connosco. Mas nós também nos preparámos para controlar essa circunstância, sabíamos que era o último jogo da fase regular e, por isso mesmo, jogámos um pouco com esse facto, pensando na partida de amanhã.»

Sem João Santos
«A equipa chega bem a esta fase, mas ainda não podemos contar com um atleta que é fundamental para nós e com quem já não podemos contar há algum tempo. Já demonstrámos que a equipa tem alternativas, mas a recuperação do João Santos será logicamente muito importante para nós.»

Comboio de alta velocidade
«Estamos em boa forma, com um bom ritmo competitivo. A parte final da fase regular foi muito positiva, não só ao nível dos resultados, como no que respeita ao nível de jogo, à capacidade de esforço. Estamos num comboio de alta velocidade, no qual nos queremos manter.»

Confortável em casa
«Em duas épocas, só perdemos dois jogos no Dragão Caixa, pelo que sinto a confiança de jogar perante o nosso público. Pessoalmente, ajuda-me e estou seguro de que à equipa também. A solidez dos nossos resultados mostra que o factor campo é muito importante e foi para isto que lutamos toda a época, para alcançar o primeiro lugar na fase regular que vinha fugindo ao clube há algumas épocas.»

Moncho López fez alinhar a seguinte equipa:

José Costa (9), Nuno Marçal (5), Carlos Andrade (12), Gregory Stempin (27) e Julian Terrell (12). Jogaram ainda: Diogo Correia (6), Sean Ogirri (13), João Soares, Miguel Miranda (2) e David Gomes (2).

Um «duplo-duplo» de 27 pontos e 14 ressaltos é soma bastante para aferir parte da importância de Greg Stempin na vitória dos Dragões sobre o CAB Madeira, mas não diz tudo sobre o papel do norte-americano no primeiro jogo dos playoffs, o qual virou no decurso do segundo período, para o definir nos instantes finais, logo a seguir a dois triplos de Diogo Correia.

Depois de um primeiro período marcado por dificuldades inesperadas na abordagem ao cesto, Moncho López reformulou a estratégia e deu a provar ao adversário do seu próprio veneno, apertando a malha defensiva, mas acrescentando-lhe elasticidade, pormenor que alargou a pressão ao primeiro movimento de concepção atacante do opositor.

Os efeitos da adaptação táctica foram praticamente imediatos. Com um parcial favorável de 17-1 composto na primeira metade do segundo período, os Dragões fizeram muito mais do que anular a desvantagem, reassumindo o comando do jogo, mas, ainda assim, incapazes de evitar a reaproximação e a igualdade (50-50) no terceiro quarto.

Com os azuis e brancos de novo na frente, mas com três jogadores à beira da quinta falta, a indefinição sobre a identidade do vencedor desfez-se nos últimos dois minutos, fase em que Greg Stempin voltou a revelar-se determinante, enquanto resistia à iminência da desqualificação. Melhor marcador e MVP da partida, o norte-americano já havia desempenhado um papel decisivo na reviravolta, ao somar 10 dos 17 pontos do parcial que mudou o jogo.

O segundo encontro da eliminatória joga-se às 17h30 de domingo e Moncho López, sublinhando o número de «turn-overs» acumulados pelos Dragões (22), advertiu que «a equipa tem que mostrar-se mais concentrada no trabalho ofensivo», reconhecendo as oscilações de performance e definindo a primeira partida dos playoffs com o CAB como «um jogo de parciais».

FICHA DE JOGO

III Campeonato da LPB, Playoffs, quartos-de-final, jogo 1
Dragão Caixa, no Porto
15 de Abril de 2011
Assistência: 733 espectadores

Árbitro principal: Luís Lopes (Porto)
Árbitros auxiliares: Nuno Monteiro e Jorge Cabral

FC PORTO (88): José Costa (9), Nuno Marçal (5), Carlos Andrade (12), Greg Stempin (27) e Julian Terrell (12); Sean Ogirri (13), Miguel Miranda (2), Diogo Correia (6), João Soares (0), David Gomes (2)
Treinador: Moncho López

CAB MADEIRA (78): Nathan Menefee (18), Jaime Silva (15), Fred Gentry (17), Shawn Jackson (6) e Jorge Coelho (10); Jorge Freitas (0), Fábio Lima (12), Francisco Fernandes (0), João Pedro (0), André Boavida (0)
Treinador: João Freitas

Ao intervalo: 44-37
Por períodos: 12-22, 32-15, 23-19 e 21-22

INTERIOR DE LUXO

Se a fama dos Dragões ao longo de toda a fase regular cresceu em torno da qualidade do seu jogo exterior, os playoffs e, em particular, a vitória na segunda partida dos quartos-de-final, revelam a exuberância do seu interior, onde não falta espaço para pormenores de requinte e detalhes inesperados. Foi com eles que o FC Porto Ferpinta somou a segunda vitória (81-62) ao segundo encontro com o CAB.

Depois das dificuldades experimentadas no primeiro jogo e, sobretudo, no período inicial, os azuis e brancos não se deixaram surpreender no reencontro. O antídoto para a defesa agressiva do adversário, talhada para desafiar os limites da legalidade e testar a atenção do trio de arbitragem, foi cuidadosamente preparado, distinguindo-se, em especial, na pressão incessante sob o base opositor e, melhor ainda, na definição exemplar dos lances de ataque.

No final do primeiro quarto, os Dragões, que interpretaram com êxito uma série de súbitas combinações, anunciavam uma eficácia notável de 83% no lançamento interior, enquanto um parcial de 23-9 confirmava a inversão absoluta em relação a idêntico período do primeiro jogo (12-22).

No outro extremo do terreno, junto à tabela defensiva, e na mesma lógica de um jogo quase perfeito, que chegava ao ponto de dispensar o recurso ao «tiro» exterior, a equipa de Moncho López obrigava o adversário a lançar em situações limite e, não raras vezes, a esgotar o tempo sem o executar.

Depressa os Dragões se habituaram a lidar com vantagens superiores a 20 pontos, que resistiam à rotatividade de intérpretes e soluções, expondo a especial propensão de João Santos para afundar e a competência de alternativas ao cinco inicial que acrescentou 29 pontos à contabilidade global.

Depois de dois triunfos no Dragão, fica a faltar a terceira vitória para que o vencedor da fase regular atinja as meias-finais, o que pode acontecer já à terceira partida, agendada para sexta-feira, no Funchal, embora Moncho López tenha alertado, precisamente, para a capacidade de o opositor se manter no jogo e na eliminatória.

«O CAB é uma equipa competitiva, lutadora e bem orientada, mas hoje, se fosse outra equipa, teria perdido por mais», observou o treinador galego. «A nossa entrada de hoje foi muito diferente da de sexta-feira, sobretudo porque nos mostrámos determinados em marcar o ritmo defensivo zonal, de forma a pararmos os contra-ataques e pressionarmos os lançadores. A equipa esteve muito bem, apresentamos qualidade nas rotações e um jogo intenso, à Porto».

O norte-americano Julian Terrell, com um «duplo-duplo» de 17 pontos e 10 ressaltos, foi o MVP da partida.

FICHA DE JOGO

III Campeonato da Liga, playoffs, quartos-de-final, jogo 2
17 de Abril de 2011
Dragão Caixa, no Porto
Assistência: 1.111 espectadores

Árbitro principal: Sérgio Silva (Lisboa)
Árbitros auxiliares: Paulo Marques e Pedro Maia

FC PORTO FERPINTA (81): José Costa (7), Carlos Andrade (5), Nuno Marçal (9), Greg Stempin (14) e Julian Terrell (17); Sean Ogirri (4), Diogo Correia (0), João Soares (12), Pedro Catarino (0), Miguel Miranda (, David Gomes (1), Miguel Cardoso (4)
Treinador: Moncho López

CAB MADEIRA (62): Nathan Menefee (18), Jaime Silva (0), Fred Gentry (4), Shawn Jackson (3) e Jorge Coelho (13); Jorge Freitas (3), Fábio Lima (12), Francisco Fernandes (6), André Boavida (3)
Treinador: João Freitas

Ao intervalo: 49-30
Por períodos: 23-9, 26-21, 12-12 e 20-20

«ANTEVEJO UM PRIMEIRO QUARTO MUITO INTENSO»

Com duas vitórias no Dragão nos dois primeiros jogos, o FC Porto pode fechar a eliminatória dos quartos-de-final dos playoffs ao terceiro encontro, agora no Funchal. Aliás, Miguel Miranda não admite outro cenário, mesmo prevenindo sobre a relevância do desempenho das duas equipas no primeiro período, dado a confirmar a partir das 17h30 de sexta-feira.

A mesma seriedade
«Esta é a última oportunidade que o CAB tem para continuar em prova. Portanto, se há alguma estratégia escondida, vão ter que a jogar agora. As dificuldades que poderemos encontrar dependem muito da forma como encararmos o jogo, pelo que teremos de o jogar com a mesma seriedade e concentração das duas primeiras partidas.»

Soluções tácticas
«Durante a fase regular trabalhámos sobre muitas soluções tácticas, o que é algo que o Moncho faz especialmente bem. Ou seja, ao longo dos playoffs vamos ter sempre algo a acrescentar, nunca iremos jogar tudo no mesmo dia. O primeiro jogo contra o CAB foi um pouco para tentar perceber como estavam as equipas e os sistemas. Acabámos por fazer uso do nosso vasto repertório de jogadas, quer ofensivas, quer defensivas, e respondemos da melhor forma, aproveitando o trabalho realizado ao longo da época. Para nós não há jogos em que jogamos da mesma forma, o que por si só é bastante positivo, porque dificultamos o scouting da equipa adversária.»

Intenso
«Temos que estar especialmente atentos à agressividade do CAB. No jogo 1, surpreenderam-nos um pouco nesse aspecto, um facto que corrigimos no jogo 2. Na sexta-feira vão dar tudo por tudo e nós temos de estar preparados. Antevejo um primeiro quarto muito intenso, em que o CAB vai, certamente, querer estar em jogo. Creio que a história da partida vai assentar no controlo do primeiro período.»

Resolver a eliminatória
«Durante a fase regular só perdemos um jogo, somos uma equipa que não gosta mesmo nada de perder, com experiência e orgulho. Queremos resolver a eliminatória o mais rápido possível, o que representa um acréscimo dias de descanso e de preparação para a próxima eliminatória.»

«Não conseguiria trocar o Benfica pelo FC Porto» - Sérgio Ramos

Por António Barros

Aos 35 anos, Sérgio Ramos quer terminar carreira na Luz. Foi o benfiquista mais valioso da fase regular e anseia conquistar o tri. Admite que o rival dragão está mais forte e é sério candidato.

Os 35 anos não parecem pesar-lhe nas pernas. Quer ser sempre primeira opção para o treinador e fica aborrecido quando as coisas não lhe correm bem dentro de campo. Sérgio Ramos é a antítese de um basquetebolista acomodado. E os números registados na fase regular demonstram que é o jogador mais valioso do actual plantel do Benfica, que hoje defronta a Ovarense (está em vantagem por 2-0) nos quartos-de-final do play-off da Liga.

Ramos confessa que o Benfica não esteve ao melhor nível na fase regular. «Não rendeu como nas duas últimas épocas. E é preciso dar mérito ao FC Porto, porque foi a melhor equipa neste ciclo. Melhorou e é sério candidato ao título. Mas o Benfica não falhou quando chegou os momentos decisivos da temporada, tendo conquistado a Supertaça e a Taça Hugo dos Santos. Mas ambos os conjuntos falharam na Taça de Portugal. A qualidade e consistência mental dos jogadores vê-se quando chega a hora das decisões, como nos play-offs.»

O extremo ainda não quer equacionar o final de carreira. «Enquanto me sentir bem fisicamente e jogar sem limites, não arrumo as botas», assegura o craque, que já teve contactos com os responsáveis benfiquistas para renovar contrato. «Ainda não tomei uma decisão. Mas dificilmente sairei da Luz se decidir continuar a jogar. Estou muito ligado a este clube e sinto muito esta mística e grandiosidade. Não conseguia trocar o Benfica pelo FC Porto. E isto não é crítica ao meu ex-colega de equipa João Santos, de quem sou amigo. Respeito a opção, até porque é excelente profissional e nada tenho a apontar-lhe pelo facto de ter ido para o nosso principal rival.»

Moncho López fez alinhar a seguinte equipa:

José Costa (7), Nuno Marçal (13), Carlos Andrade (13), Gregory Stempin (16) e Julian Terrell (10). Jogaram ainda: Diogo Correia (, Sean Ogirri (15), João Soares (3) e Miguel Miranda (13).