Queiroz aponta dedo a Madaíl (ou não)

Sol escreveu:

«Tendo em conta a estrutura amadora da FPF, as coisas correram muito bem a Portugal.» A frase é do seleccionador Carlos Queiroz e faz a manchete desta sexta-feira do «Sol».
Em entrevista ao semanário, Carlos Queiroz aponta o dedo a Gilberto Madaíl e revela que só depois das férias decide se mantém a sua equipa técnica.

Antena 1 escreveu:Carlos Queiroz, seleccionador nacional de futebol, repudia notícia publicada pelo semanário "Sol", que cita o professor quanto a alterações na equipa técnica, para depois das férias e como tendo declarado que "Tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem à Selecção".

O treinador classifica-a como uma "desonestidade, uma vigarice, execrável, de uma baixeza que não tem limites", em declarações, em directo, ao jornalista Gonçalo Ventura, no Jornal de Desporto da Antena 1, das 22h30, desta quinta-feira.

Queiroz: «Fui violento na resposta a uma clara manipulação»
ADMITE TER USADO A EXPRESSÃO "ESTRUTURA AMADORA" MAS NEGA SENTIDO PEJORATIVO



O selecionador nacional, Carlos Queiroz, admitiu, em declarações a Record, poder ter utilizado a expressão "estrutura amadora" na entrevista concedida ao semanário "Sol" que tanta polémica provocou nas últimas horas. No entanto, o técnico repudia aquilo que considera ter sido "uma manipulação clara", o que terá motivado a sua própria resposta, ainda na noite de quinta-feira, que admitiu ter sido "violenta, para acabar de vez com as especulações".

Carlos Queiroz disse a Record que começou por estranhar ter sido contactado "por um jornal que nunca falou comigo em dois anos à frente da Seleção Nacional", mas acrescentou que respondeu claramente à questão sobre eventuais alterações na estrutura de apoio da equipa. "Disse ao jornalista que nada estava previsto e eventualmente o assunto só seria abordado depois das férias, mas que estava muito satisfeito com o trabalho desenvolvido por toda a equipa", explicou o selecionador nacional que acrescentou.

"Na conversa, até admito que possa ter usado a expressão que deu toda a polémica, a tal estrutura amadora, mas nunca o podia ter feito de maneira pejorativa, como é aproveitada pela manchete do jornal. Alguém acredita que seria num jornal que nem conheço e nunca falou comigo desde que sou selecionador que iria lançar uma ‘bomba' destas, criticando a FPF? A estrutura da FPF de apoio à Seleção Nacional teve uma resposta incrível, de entrega e dedicação, em todo o processo de preparação do Mundial. Como é que eu poderia criticá-la?", questiona Carlos Queiroz.

Agradecido

O selecionador confessou ainda a Record que, dias antes da entrevista ao "Sol", falara a Gilberto Madaíl sobre a possibilidade de ser prestada uma homenagem a todos os elementos que colaboraram na campanha do Mundial.

"Dois ou três dias antes, curiosamente, tinha falado com o presidente propondo-lhe que fosse organizado um jantar ou um convívio com todas as pessoas que fizeram parte do nosso grupo. Como se sabe, há a própria máquina humana da Federação e também houve gente contratada para colaborar apenas nesta campanha. A todos queríamos agradecer o trabalho e a dedicação demonstrados. E, de acordo com o jornal, dois dias depois já estava a criticá-los, a acusá-los de amadorismo. Isto não faz sentido e revela uma tentativa clara de manipulação."

Foi para "matar a especulação à nascença" que Queiroz tomou a iniciativa de "responder de forma dura, antecipando-me à própria publicação do jornal", admitindo, no entanto, que o assunto poderá ter desenvolvimentos jurídicos contra o semanário "Sol", acusando "mais os responsáveis pela elaboração da capa do que propriamente o jornalista que assina a notícia".