[Site CDNacional]Nacional pede 25.000€ pela utilização do Estádio

Liga Europa joga-se na Choupana
VERDE-RUBROS ACEITAM EXIGÊNCIAS DO NACIONAL



O Marítimo aceitou o caderno de encargos de 14 pontos proposto pelo Nacional para a utilização do Estádio da Madeira em jogos da Liga Europa, disse hoje à agência Lusa fonte dos verde-rubros. Em fax enviado hoje de manhã à direção do Nacional, o Marítimo expressou a sua concordância face às exigências do clube rival para a utilização do seu espaço desportivo, depois de, na véspera, uma fonte do clube ter considerado "vergonhosas" as condições impostas pelos alvinegros.

A deliberação do Nacional, enviada na quarta feira ao presidente do Governo Regional e aos secretários regionais da Educação e Desporto e das Finanças, foi hoje debatida, mas o presidente do executivo madeirense, Alberto João Jardim, não se pronunciou sobre a polémica. "Eles que se entendam", limitou-se a dizer. Também não foi possível falar com o presidente da direção do Marítimo, Carlos Pereira, ausente no continente.

O Nacional vai disponibilizar o Estádio da Madeira ao Marítimo da Madeira SAD para a Liga Europa a troco de 25 mil euros por jogo e exigindo uma caução de 100 mil euros para compensar eventuais estragos. O clube presidido por Rui Alves impõe que a organização logística de todo o espetáculo seja da sua responsabilidade, mantém os camarotes privados e reserva para si 54 dos 162 lugares do camarote presidencial, bem como a titularidade dos proprietários dos bares de apoio.

Também a receita do parque de estacionamento fica entregue ao Nacional, que reserva ainda a publicidade estática do estádio. O Nacional pretende ainda que seja criada uma comissão de organização conjunta para os jogos, tendo já nomeado para o efeito Rui Sardinha e Margarida Camacho. O clube presidido por Rui Alves cede ao Marítimo a responsabilidade pelas forças de segurança presentes no Estádio e o serviço de "catering" e bar da tribuna presidencial.

A questão nasceu com o apuramento, inesperado, do Marítimo para a Liga Europa, numa altura em que o Estádio dos Barreiros está a ser alvo de uma profunda remodelação e, portanto, inapto perante as exigências da UEFA. Ambos os estádios foram financiados pelo orçamento do Governo Regional da Madeira

Daniel Novo escreveu:Marítimo roubado. Nacional inteligente como sempre a fazer negócios, este Rui Alves é mesmo dos meus presidentes favoritos

E o AJJ, "Eles que se entendam", que direcção do crl

DiNgO_BoSS escreveu:

tinha outras coisas para dizer sobre este assunto mas estou com sono

Nacional entregou as chaves entre série de provocações
Por Susana Nóbrega

Jogadores maritimistas tiveram de esperar quase uma hora para entrar no Estádio da Madeira Bandeira gigante do rival colocada nas bancadas. Dever cumprido... a muito custo.

A Direcção do Nacional cumpriu o acordado e entregou ontem (48 horas antes do encontro com o Sporting Fingal) as chaves do Estádio da Madeira à Direcção do Marítimo. Mas não deixou escapar a oportunidade para fazer também uma série de provocações que não deixaram de incomodar dirigentes, equipa técnica e jogadores maritimistas.

O autocarro do Marítimo chegou à Choupana por volta das 19 horas, com os jogadores já equipados para o treino de adaptação ao relvado e luz artificial, marcado para as 19.45 horas. A receber a delegação verde e rubra estavam Rui Sardinha (responsável pelas infra-estruturas) e Margarida Camacho (directora para o futebol), que conduziram depois Rui Rodrigues e Marco Costa (da Direcção do Marítimo) numa visita às instalações do Estádio da Madeira. Visita que demorou quase uma hora, enquanto futebolistas e equipa técnica, já fora do autocarro, desesperavam à espera de entrar.

Eram quase 20 horas quando Rui Sardinha deu ordem para que as chaves fossem entregues, ao mesmo tempo que ouvia algumas palavras menos simpáticas por parte de elementos ligados ao clube dos Barreiros. Não passou disso, porque o dirigente do Nacional entrou no seu carro, arrancando a grande velocidade.

Bancada decorada

Mas não se ficaram por aqui as provocações. Quando entraram no relvado, os jogadores do Marítimo depararam-se com uma enorme bandeira do Nacional colocada por cima das cadeiras da tribuna VIP. Ainda tentaram, ao que foi possível saber, fazer com que o objecto decorativo fosse removido, mas sem sucesso. Terão ouvido mesmo que a bandeira era mesmo para ficar...

Não foi, portanto, pacífica a entrega das chaves do Estádio da Madeira. Sinal duma rivalidade regional bem enraizada que nem o facto de em causa estar um jogo da Liga Europa consegue esbater. Carlos Pereira, presidente do Marítimo, chegou mais tarde ao local para acompanhar os trabalhos da equipa, mas quando confrontado com o sucedido não quis fazer qualquer comentário.

O Nacional cedeu o seu estádio, cumpriu com o combinado, mas fez questão de mostrar que a casa é sua. Mesmo que até sexta-feira esteja emprestada ao grande rival...