Mundial 2018: o que a FIFA acha sobre cada candidatura

Mundial 2018: o que a FIFA acha sobre cada candidatura

Relatório de avaliação apresentado, candidatura ibérica inclui TGV

A FIFA divulgou nesta quarta-feira o relatório técnico de avaliação das candidaturas ao Mundial 2018 e 2022, cujos vencedores serão conhecidos a 2 de Dezembro. A candidatura de Portugal e Espanha está bem cotada, mas o relatório aponta algumas dúvidas. Nomeadamente quanto aos transportes, e no projecto de candidatura até está prevista a construção do TGV até 2012.

A candidatura ibérica disputa o Mundial 2018 com outras três europeias: Inglaterra, Rússia e Holanda/Bélgica. Portugal e Espanha são quem apresenta mais estádios, nada menos que 21 (a FIFA exige 12 e a candidatura assume que o número será reduzido numa selecção final) e quem prevê vender mais bilhetes, tendo o segundo maior orçamento, atrás da Inglaterra.

O relatório destaca como pontos mais críticos a organização conjunta, que levanta «desafios no que diz respeito a assegurar padrões consistentes» em várias áreas, bem como alguns dados relativos a hotéis. O projecto ibérico apresenta 85 mil quartos garantidos, quando a FIFA apenas exige 60 mil, mas o relatório nota que 15 mil deles ficam «muito fora» das cidades candidatas e 40 por cento do total são em Barcelona e Madrid.

Quanto aos transportes, a candidatura conta com o TGV e com três aeroportos internacionais (Madrid, Barcelona e Lisboa), mas a FIFA nota que em alguns casos as infra-estruturas de transportes da cidade «requerem atenção». Também nota que não foram fornecidos dados suficientes no que diz respeito a comunicações e tecnologia ou plano de segurança.

O relatório analisa ainda as cinco candidaturas não europeias ao Mundial 2022: Austrália, Japão, Coreia do Sul, Qatar e EUA.

As quatro candidaturas europeias

Espanha/Portugal

18 cidades-sede
21 estádios (selecção final pendente), 9 renovados e 5 novos
85 mil quartos de hotel
3,6 milhões de bilhetes vendidos estimados
675,6 milhões de dólares de orçamento (para o Mundial 2018 e a Taça das Confederações 2017)
A favor: A história comum de Portugal e Espanha, o apoio dos Governos, experiência de organização de eventos
Pontos críticos: Não foi especificado um conceito operacional de segurança, é necessária maior clarificação em áreas como acomodação e transportes, a co-organização é «um desafio»

Holanda/Bélgica

12 cidades-sede
14 estádios, 6 renovados e 7 novos
28 mil quartos de hotel
3,3 milhões de bilhetes vendidos estimados
541,6 milhões de dólares de orçamento (para o Mundial 2018 e a Taça das Confederações 2017)
A favor: Experiência de organização do Euro 2000, rede de transportes , infra-estrutura de comunicações e tecnologia
Pontos críticos: Falta de todas as garantias de ambos os governos, oferta hoteleira abaixo do requerido, a co-organização é «um desafio»

Inglaterra

12 cidades-sede
17 estádios, 5 renovados e 5 novos
10.700 quartos de hotel
3,3 milhões de bilhetes vendidos estimados
722,9 milhões de dólares de orçamento (para o Mundial 2018 e a Taça das Confederações 2017)
A favor: Tradição e experiência, transportes, comunicações e tecnologia, potencial de mercado
Pontos críticos: Número insuficiente de hotéis pré-definidos, com risco de aumento de preços

Rússia

13 cidades-sede
16 estádios, 3 renovados e 13 novos
100 mil quartos de hotel
3,1 milhões de bilhetes vendidos estimados
641,3 milhões de dólares de orçamento (para o Mundial 2018 e a Taça das Confederações 2017)
A favor: Projecto abrange toda a Rússia, muitos estádios e hóteis novos
Pontos críticos: Longas distâncias pressionam infra-estrutura de transportes aéreos, infra-estrutura de comunicações teria de ser melhorada em várias regiões, oferta hoteleira muito dependente da construção.

MAISFUTEBOL

baseado escreveu:Sou eu o único a querer o Mundial cá? o.0

FIFA aponta o dedo a oferta hoteleira e plano de segurança da candidatura ibérica

A FIFA divulgou nesta quarta-feira o relatório de avaliação às diferentes candidaturas que se apresentaram à organização dos Mundias de 2018 e 2022. À portuguesa e espanhola foram apontados alguns reparos.

Primeiro a FIFA elogiou o facto de a candidatura conjunta merecer o apoio das autoridades políticas nacionais e locais, para além das entidades ligadas mais directamente ao futebol em ambos os países, referindo que Portugal e Espanha têm experiência na organização de grandes eventos internacionais nos últimos 20 anos.

Elogiadas foram ainda as diversas ideias que o dossier de candidatura apresenta no que diz respeito a programas de desenvolvimento do futebol.

Depois surgiram os reparos. Segundo a FIFA, a proposta ibérica apresenta o número requisitado de hotéis para alojamento das selecções bem como de centros de treino, mas não o de locais de treino nas cidades dos jogos.

No que diz respeito à oferta hoteleira destinada ao público, estão assegurados 85 mil quartos, o que excede os 60 mil que a FIFA considera como mínimo exigível. Mas refere-se que 15 mil destes alojamentos se situam fora das cidades candidatas a receber jogos do torneio, sublinhando-se também que 40 por cento dos 85 mil quartos se concentram em apenas duas cidades: Barcelona e Madrid.

No que diz respeito a meios de transporte, indica-se que a proposta luso-espanhola oferece três aeroportos internacionais (Lisboa, Madrid e Barcelona), elogiando-se ainda a existência de uma rede ferroviária de alta velocidade (embora só se refira a infra-estrutura espanhola), indicando que está prevista a sua conclusão para 2012. No entanto, frisa-se que, em alguns casos (que não são especificados), a infra-estrutura de transportes exige alguma atenção.

A FIFA considera ainda que a informação fornecida no capítulo relativo a comunicações e tecnologia é insuficiente, impossibilitando uma avaliação adequada sobre o tema. E também se critica o facto de não ter sido facultado um conceito operacional claro relativo a segurança. O relatório considera, contudo, que os parâmetros internacionais normalmente aplicáveis em eventos desta dimensão deverão ser cumpridos pelos países ibéricos, o mesmo sucedendo no que diz respeito aos serviços de saúde.

No que concerne à área de marketing, a FIFA considerou os mercados português e espanhol como desenvolvidos, salientando que a rentabilidade expectável com a venda dos direitos de transmissão televisiva estão assegurados com a realização do Mundial na Europa.

A proposta portuguesa e espanhola apresenta uma estimativa de 675,6 milhões de dólares (497,6 milhões de euros) para despesas de funcionamento relacionadas com a organização da Taça das Confederações e do Mundial. Prevê-se ainda que sejam vendidos um pouco mais de 3,6 milhões de bilhetes.

A proposta ibérica inclui 18 cidades e 21 estádios (ainda dependentes de uma selecção final). O orçamento previsto para construção e renovação de estádios totaliza quase dois mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros).

Uma nota final sublinha que o Governo português tem experiência recente no apoio e organização de grandes eventos desportivos, em que deu provas da sua disponibilidade para efectuar concessões materiais e de ir ao encontro das exigências dos organizadores.

Portugal/Espanha

Cidades-sede: 18
Estádios: 21 sujeitos a uma selecção (cinco novos e nove renovados)
Orçamento para estádios: 1,5 mil milhões de euros
Quartos de hotel: 85.000
Despesas correntes: 497 milhões de euros
Bilhetes: 3,6 milhões
Pontos fortes: Experiência na organização de eventos, apoio das entidades estatais
Pontos fracos: Número insuficiente de locais de treinos nas cidades-sede, falta de um plano detalhado de segurança, alojamento longe das cidades dos jogos.

http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1466658

Peplin escreveu:Os estádios para o Mundial têm que ter uma capacidade mínima de 40000 lugares, por isso, teríamos que remodelar alguns dos nossos estádios.

Argon escreveu:As meias finais também não é um limite maior que os 40.000?