FMI: Mercados olham para falência de Portugal como «quase certa»

FMI: Mercados olham para falência de Portugal como «quase certa»:

O esforço orçamental português está a revelar-se insuficiente para os investidores e especuladores de dívida pública. O Fundo Monetário Internacional alertou para o facto de os mercados estarem a apostar numa falência «quase certa» da economia nacional.

Portugal, Grécia e Irlanda são apontados no relatório «Fiscal Monitor», apresentado esta quinta-feira e citado pelo i, como os países onde a «ocorrência de eventos de crédito em algumas economias avançadas é quase certa». Estes «eventos» incluem falência e falhas graves de pagamento aos credores.

O FMI admite que os mercados estejam a «sobrestimar» o risco de incumprimento, embora admita que este é agora mais alto. «O risco de materialização destes eventos permanece elevado em termos históricos no que respeita às economias avançadas – especialmente aquelas que já estão sob pressão dos mercados», lê-se no relatório.

A mesma nota sublinha que «o crescente pessimismo afectou alguns países da área do euro» e que «o sentimento estabilizou em Maio-Junho nos países sob pressão (Grécia, Irlanda, Portugal) com a criação da Facilidade Europeia de Estabilidade Financeira».

No entanto, «os receios dos investidores reemergiram recentemente, apesar das perspectivas orçamentais terem melhorado a um ritmo muito mais rápido que o esperado», continua. A margem dos países altamente deficitários e endividados para inverter esta situação é, todavia, estreita, analisa o FMI.

«Apesar de a necessidade de ajustamento orçamental que alguns países avançados enfrentam seja realmente grande, não é algo sem precedentes», contrapõe o FMI. “No passado, vários países enfrentaram tensões sérias nos mercados e a escalada dos juros da dívida mas conseguiram estabilizar a situação».

Os especialistas do Fundo Monetário Internacional consideram, assim, que «os actuais sinais dados pelos mercados não devem ser interpretados como conduzindo a um resultado negativo inevitável».

Argon escreveu:Dá ideia FMI está é desejoso para intervir... em vez de se abster ou de acreditar na recuperação, para estabilizar juros, vem dizer que não chega, sem ainda sequer ter todos os dados.

joao castro escreveu:Como assim?

Peplin escreveu:Os juros da dívida atingiram hoje o máximo histórico de 7,1%.

Crescimento anima Governo
Economia subiu 1,5% no 3.º trimestre

A economia portuguesa cresceu 1,5 por cento no 3.º trimestre, face ao mesmo período do ano passado, e 0,4% em relação aos três meses anteriores, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE) numa estimativa rápida.

O primeiro-ministro, José Sócrates, mostrou-se satisfeito com estes dados, realçando que os números “são muito animadores”, até porque representam uma evolução mais positiva face ao verificado nos países da Zona Euro e da União Europeia. Segundo dados do Eurostat, Alemanha, França e Reino Unido registaram uma desaceleração.

Sócrates destacou o facto de se tratar de um crescimento muito superior. “Mais do dobro daquilo que se estava à espera”, afirmou o chefe do Executivo, à chegada a Macau, onde participa no Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O chefe de Governo justifica que “é o sector exportador que está a puxar pelo crescimento”.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, também aplaude a evolução do PIB. “Não podemos ter só más notícias. Ainda bem que há alguma boa notícia também”, reagiu o líder do maior partido da oposição durante a Feira da Golegã. Passos Coelho acrescentou, ainda, que acredita que Portugal vai sair da crise: “Tenho muita confiança na competência que possamos vir a demonstrar enquanto país para ultrapassar esta situação.”