BMG: um banco parceiro para além do museu

BMG: um banco parceiro para além do museu

O FC Porto anunciou ontem, através de um comunicado, uma parceria com o banco brasileiro BMG, que "suportará os custos da construção do novo museu (no Dragão)", assegurando desta forma "o direito de utilização de determinados espaços publicitários para a divulgação e promoção de seu nome", podia ler-se na nota emitida pelo clube. Estes espaços publicitários citados ficarão no interior do Estádio do Dragão, em dia de jogos, situados numa segunda linha de publicidade estática. Curiosamente, o banco BMG já tinha sido mencionado como um parceiro do FC Porto num projecto para um centro de treinos no Brasil que serviria para detectar jovens talentos sul-americanos, podendo ser posteriormente aproveitados pelos campeões nacionais. No entanto, o âmbito das parcerias com o FC Porto pode até ser mais alargado, uma vez que a BMG é, por exemplo, um dos patrocinadores do Santos, clube ao qual ainda estão ligados Alex Sandro e Danilo. Aliás, no Brasil chegaram mesmo a surgir notícias a dar conta de um possível envolvimento da BMG nestas duas possíveis contratações, tornando-se uma espécie de investidor/parceiro do FC Porto.

in OJOGO

Spoiler:

por Nuno90 :
eu como disse acho que a notícia da parceria para o museu deveria ter ficado no tópico do museu. esta notícia é mais abrangente... até pela imagem que postou em cima que levanta muitas dúvidas... 7M para o Museu ou patrocínio de 7M ano? não está claro...

BMG vai do museu ao balneário

ANDRÉ VIANA
No dia em que dois jogadores do Santos, onde o Banco BMG investe quase 7 milhões de euros por ano, eram apontados como reforços do FC Porto, os dragões anunciavam um acordo com a entidade bancária para... a construção do museu. Financiar infra-estruturas está longe de ser, porém, o "core business" do BMG e, mais do que isso, a razão para a entrada no mercado europeu. A parceria, sabe O JOGO, será extensível a várias vertentes, sendo que uma delas é a compra de percentagens de passes de jogadores portistas. Isso mesmo nos confirmou Hissa Elias Moysés, o homem forte do banco para o futebol. "Vamos avançar, mas ainda nada foi homologado. Em breve, apresentaremos tudo aí em Portugal", garantiu, acrescentando: "Temos essa opção sobre alguns jogadores e o FC Porto também terá preferência sobre alguns atletas aqui no Brasil."

As intenções são claras. "É uma porta de entrada na Europa. O FC Porto é um clube vencedor e o BMG é uma instituição sólida e com tradição. Esta é a parceria ideal", afiançou, sem querer entrar em mais detalhes. Para os adeptos nacionais, ver um banco assumir uma colagem tão clara a um clube pode parecer estranho. Mas num país onde os passes de jogadores são disputados por supermercados (grupo Sonda) e farmacêuticas (ESM), tudo é relativo.

Ricardo Annes Guimarães, presidente do BMG, foi o líder do Atlético Mineiro entre 2000 e 2006. Por isso, ainda suscita alguma desconfiança quando investe em clubes do Rio de Janeiro (Vasco da Gama, Flamengo ou Botafogo) e São Paulo (Santos, Palmeiras ou São Paulo). Com o tricolor, por exemplo, acertou um contrato que vale 18 milhões de euros em 10 meses para afastar a coreana LG das camisolas.

Portugal entrou na rota do Soccer BR1, o fundo do banco, há cerca de um ano. Nesta fase, os contactos são entre as estruturas de topo, mas o Braga, por exemplo, já tem um jogador (o central Ewerton) que tem parte do seu passe alienada ao BMG. Hyssa Moisés, que é primo de Alexandre Kalil, o actual presidente do Atlético Mineiro, não quer confirmar se Kléber é o primeiro dragão com a marca da entidade bancária. É público, porém, que o Galo deve quase 45 milhões de euros à instituição financeira que, do lado de cá do Atlântico, é pura e simplesmente ignorada.

Especialistas ligados à banca nacional ontem contactados pelo nosso jornal foram redundantes. "Não sou a pessoa indicada para falar. Não conheço o banco", foi a resposta quase unânime. Com 80 anos, o BMG direccionou-se, recentemente, para a concessão de créditos, sendo líder nesse segmento.

Mas é a ligação ao desporto e ao futebol que dá notoriedade à marca. Com uma estrutura de olheiros bem espalhada pelo país, o fundo detecta talentos e entra em campo. Tanto investe nos maiores clubes como nos estaduais, tem uma equipa de automobilismo (BMG Racing) e apoia judocas e lutadores. A perspectiva é sempre projectada no futuro e visa o lucro. No caso do FC Porto, o casamento junta a fome à vontade de comer...

missy. escreveu:Se eu bem percebi, isto não vai mudar em nada a nossa forma de comprar jogadores, simplesmente quem fica com a percentagem que não compramos são eles em vez dos Figgers.